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Segredos de uma família
Segredos de uma família
Segredos de uma família
E-book241 páginas3 horas

Segredos de uma família

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Sobre este e-book

Uma mãe com suas filhas gêmeas adolescentes; As meninas chegam em casa em um dia (primavera) e veem o pai amarrado. O momento foi perfeito para a mãe, já que ela tinha feito isso, e não esperava as meninas lá, ela disse para irem embora rapidamente, agindo como se alguém a estivesse perseguindo, e tentaria desamarrar o pai delas, que não conseguia falar porque também foi amordaçado. Eles correram, temendo por seus pais. A mãe sai correndo em seguida sem o pai no momento em que ocorre uma explosão. C-5 ou algo semelhante colocado em um DVD em um player com o cronômetro ligado. A mãe disse às meninas que tinha voltado para casa um pouco antes delas, e explicou ainda que não conseguiria desamarrar o pai a tempo. Elas choram juntas.

Aconteceu que a mãe ganhou muito dinheiro com o seguro, então conseguiu mandar as meninas para a faculdade. Ela também podia comprar as coisas que desejava, pois havia poucas contas a pagar de sua vida com o marido.

Com o desenrolar da história, verifica-se que a mãe e o pai não se davam muito bem, e sempre brigavam por dinheiro, ele não queria mandar as meninas para a faculdade, pois custaria uma soma enorme sem promessa de retorno.

Depois que as meninas entraram na faculdade, elas tiveram a sensação de que alguém as estava seguindo e observando. Era um investigador particular contratado pela família do marido, por suspeitar de um crime, embora a polícia tenha descartado. Eles achavam que as meninas tinham algo a ver com isso, pois haviam testemunhado em várias ocasiões as meninas gritando palavras de ódio para seu pai quando não conseguiam o que queriam.

As meninas então passaram por alguns momentos assustadores sendo seguidas…

IdiomaPortuguês
Data de lançamento3 de nov. de 2021
ISBN9781071594414
Segredos de uma família

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    Segredos de uma família - Taylor Storm

    Segredos de uma Família

    ––––––––

    De Taylor Storm

    Copyright:  © 2017 by Reality Today Forum.  All rights reserved

    No part of this document may be reproduced or transmitted in any form or by any means, electronic, mechanical, photocopying, recording, or otherwise, without prior written permission of author.

    Índice

    Capítulo um

    Capítulo dois

    Capítulo três

    Capítulo quatro

    Capítulo cinco

    Capítulo seis

    Capítulo sete

    Capítulo oito

    Capítulo nove

    Capítulo dez

    Capítulo onze

    Capítulo doze

    Capítulo treze

    Capítulo catorze

    Capítulo quinze

    Capítulo dezesseis

    Capítulo dezessete

    Capítulo um

    O ônibus escolar parou em frente à nossa casa como sempre; minha irmã Lucy e eu nos despedimos de nossos colegas rapidamente.  Nossos amigos ainda debochavam da gente por termos que pegar ônibus na nossa idade, mas era tudo divertido.  Nossos pais eram muito modestos e não viam muito sentido em nos comprar carros  até depois de nos formarmos.  Econômicos, nossos amigos os chamavam, e concordamos; mas havia mais sensibilidade em sua suposta economia do que simplesmente nos privar de um rito de passagem adolescente para economizar alguns dólares.

    Lucy e eu estávamos ansiosas por um lanche antes do jantar.  Eram três da tarde e não tínhamos ideia do que nossa mãe havia planejado.

    O clima em casa estava estranho quando entramos.  Era uma espécie de nervosismo paralisante que nenhuma de nós estava acostumada antes.  Não havia a agitação habitual enquanto mamãe se ocupava com as tarefas, certificando-se de que a família tivesse os cuidados de sempre como fazia todos os dias.  Em vez disso, a casa foi envolvida por um silêncio assustador.  Foi uma forte tensão; tão pesada que sentimos penetrar em nossos poros no minuto em que entramos pela porta da frente.  Tanto que quase podíamos toca-la.  Tinha sido um dia como qualquer outro.  Lucy e eu acordamos por volta das sete da manhã; demos um beijo rápido na bochecha de nosso pai e fomos preparar nossa merenda escolar o mais rápido possível, pegamos uma maçã para o caminho em vez do café da manhã.  Não houve ligações para nós enquanto estávamos na escola; nada de incomum em nossos dias.  Foi um dia típico para uma dupla de adolescentes do subúrbio; escola, paquera inocente, fofoca e estudo; o mesmo dia que milhões de adolescentes provavelmente experimentariam.  Mas Lucy e eu sabíamos que algo estava para dar terrivelmente errado.  Foi instintivo; nós sempre tivemos esse tipo de premonição.  Espiamos pela parte de trás da casa.  Sempre tínhamos visto isso no cinema, e nem Lucy nem eu podíamos explicar por que decidimos fazer isso.  Nada estava incomum; sem portas abertas, sem plantas derrubadas, nada.  Entramos na sala de estar com cuidado.  Tudo estava impecável e em seu lugar como sempre esteve, desde que nos mudamos e entramos pela primeira vez na casa quando tínhamos seis anos de idade.  Sem cheiros estranhos, sem sinais de alguma coisa errada ou fora do lugar.  Mas aquela tensão.  Era como uma adaga cravada em nosso peito; uma apreensão estranha agarrando nossas mentes adolescentes.  Ainda posso sentir em meus ossos.  Caminhamos até a cozinha em silêncio.

    A mão de Lucy agarrou meu braço quando entramos na cozinha, ambas ofegando de horror com a visão diante de nós.  Papai estava amarrado firmemente a uma cadeira da cozinha com uma corda, uma mordaça o impedia de falar quando seus olhos cheios de tormento nos viram entrar na sala.  Ele começou a balançar a cabeça ansiosamente enquanto corríamos em sua direção.  Foi uma visão que nunca esquecerei.  Está gravado de forma inesquecível em minha mente, parece que vejo quando falo.

    - Meninas, o que vocês estão fazendo em casa?

    Eu me virei ao som da voz da minha mãe, minha testa franzindo mostrando confusão enquanto ela surgia das sombras, parecendo nervosa e de alguma forma agitada porque Lucy e eu estávamos lá.  Nós íamos visitar nossa tia depois da escola, mas ela cancelou porque nosso primo havia ficado doente, entrou em contato com o diretor da escola para que ele nos avisasse para irmos direto para casa.  Ficou claro que a mamãe não sabia.

    - Escutem meninas, não posso explicar agora.  Mas preciso que vocês saiam de casa.  Aconteceram coisas que seu pai e eu escondemos de vocês.  Agora, eu só preciso que vocês saiam, e fiquem em um lugar seguro - mamãe insistiu enquanto nos levava em direção à porta da frente.

    - E o papai? Lucy soluçou.

    - Está tudo bem, amor.  Vou soltar seu pai e nos encontraremos lá fora.  Por favor, apenas espere na rua por nós.

    Pegando a mão de Lucy, eu a levei para fora.  Olhando para rapidamente para trás vendo a mamãe lutando com as cordas atadas, eu não tinha ideia do que estava acontecendo.  Tudo o que podíamos fazer era o que nos foi dito, confiantes de que mamãe e papai fariam tudo ficar bem novamente.

    - O que você acha que está acontecendo?  A voz de Lucy tremeu e eu pude ver lágrimas brotando de seus olhos.

    - Eu não faço ideia.  Oh Deus, eu não tenho ideia... - Eu repeti as palavras uma e outra vez como um mantra mesmo assim elas não faziam sentido para minha mente já petrificada.

    Pareceu uma eternidade enquanto nos agachamos nos arbustos à beira do jardim.  Meus olhos estavam abertos, procurando por qualquer movimento.  Eu me sentia incapaz de respirar, minha garganta estava apertada e seca enquanto esperávamos nossos pais aparecerem de casa.

    Eu estava ficando mais ansiosa, me perguntando por que estava demorando tanto.  No entanto, antes que eu tivesse a chance de considerar a opção de voltar para dentro, mamãe saiu correndo pela porta, agitando os braços freneticamente e gritando para nós voltarmos.  Arrastando Lucy atrás de mim, atravessei a rua correndo, o medo me dominando enquanto envolvia meus braços em volta da minha irmã mais nova.

    Uma enorme explosão encheu o ar da noite, as chamas alcançando o céu enquanto nossa casa inteira desaparecia diante de nossos olhos.  Toda a cena diante de mim se desenrolou com toda a estranheza lúcida de um sonho.  Até hoje, a visão vívida de um pilar de chamas de três metros de altura, o cheiro de gasolina e fumaça sufocando minhas jovens narinas, o som de vidro quebrando no concreto - tudo isso carrega a mesma carga estranha indistinguível de um trauma físico e uma tragédia secreta.  Por mais que eu tente esconder essa lembrança, ela ainda vem à tona para mim, tão surreal e vibrante como era quando eu o testemunhei o ocorrido.

    As janelas das casas vizinhas se estilhaçaram com o impacto; veículos foram lançados para cima, antes de baterem de volta na rua.

    Quando agarrei Lucy com força, tudo que pude ouvir foram gritos ao meu redor e o som de passos correndo enquanto as pessoas corriam para tentar apagar as chamas.  Eu nem tinha certeza se alguém sabia que estávamos escondidas lá.  Nós nos abraçamos enquanto o caos se desenrolava ao nosso redor.

    Eu estava pronta para que tudo fosse arrancado de mim; pois o pouco que já havia vivido em meus dezoito anos caiu como dominó, sem palavra, sem aviso, sem um único palpite.

    Eu queria desesperadamente encontrar mamãe, mas não podia deixar Lucy.  Ela estava perturbada.  No entanto, tudo que pude sentir foi uma sensação de choque.  O que diabos aconteceu?  Por que papai estava amarrado daquela maneira?  Por que nossa família mereceria isso de alguém?  Nada fazia sentido.  Eu não conseguia entender nada.  Tudo o que eu sentia naquele momento era a dor do pânico atravessando o meu peito como se fosse uma facada.

    O som das sirenes ficou mais alto à medida que se aproximavam.  A polícia, o corpo de bombeiros e as ambulâncias entraram em ação.  Até mesmo um helicóptero estava pairando com seus holofotes destacando nossa casa demolida, quase irreconhecível após a explosão.  Em poucos instantes, o pior constrangimento que eu poderia imaginar ocorreu, foi quando um esquadrão de vans de noticiários de TV começaram a saudar câmeras, repórteres se reunindo na rua estreita em frente à nossa casa.

    - Amy!  Lucy!

    Ouvindo os gritos de minha mãe, conduzi minha irmã para o campo aberto, passando em meio a curiosos chocados, atravessando o círculo de policiais e bombeiros reunidos, através da confusão de repórteres e técnicos instalando câmeras e testando microfones.  Sentimos os braços da mamãe em torno de nós enquanto chorávamos, sentindo-a acariciar meu cabelo de alguma forma senti conforto.  Mesmo que ela ainda não tivesse pronunciado as palavras, eu sabia que papai estava morto.  Eu podia sentir isso instintivamente, no fundo do meu ser.  De alguma forma, me senti segura por quase um segundo.  Então eu explodi em um fluxo interminável de lágrimas que molhava minha camiseta.  Então, tudo ficou escuro...

    ***

    Depois de sermos examinadas no hospital, fomos todas levadas para a delegacia.  No final da tarde estava tudo um pouco mais calmo e os detetives imediatamente conversaram com minha mãe.  Um sargento de aparência amigável sentou-se comigo e Lucy enquanto mamãe era interrogada em uma sala separada.  Lucy e eu tínhamos sido questionadas sobre o que havia acontecido, mas o sargento parecia satisfeito por não sabermos de nada.

    Quando um dos policiais saiu da sala, deu para ver a mamãe brevemente.  Ela parecia exausta, acabada, enxugando os olhos com um lenço de papel.  Tive vontade de gritar com eles para deixá-la em paz.  Eu não tinha ideia de qual tipo de perguntas eles estavam fazendo para minha mãe, mas de repente fiquei impaciente e queria explodir.  Eu não suportava vê-los colocar minha mãe nessa situação com suas perguntas incessantes.  Mamãe e papai se amavam.  Eles não podiam ver que ela não tinha nada a ver com isso?

    - Oh minhas queridas!  Tia Sandra entrou apressada na sala, jogando os braços em volta de Lucy e de mim enquanto nos levantávamos para cumprimentá-la.  Chorando enquanto ela divagava sobre a explosão, dizendo como deve ter sido terrível para todas nós, eu não consegui encontrar palavras para expressar como me sentia.  No momento, era apenas o entorpecimento que me dominava.

    Eu não conseguia acreditar que papai havia morrido.  Não haveria mais abraços, ou brincadeiras e pregação de peças que ele sempre fazia.  Eu não sentiria mais seu perfume no ar, nunca mais poderia ver seu sorriso atrevido, com o brilho malicioso que sempre esteve em seus olhos.  Meu coração doeu com a realidade.

    A força da explosão significava que a casa de nossa família havia sumido, junto com todos os nossos pertences.  Eu não estava preocupada com as coisas materiais; eram as coisas sentimentais que eu queria; o ursinho de pelúcia que meus pais compraram para mim quando criança e todas as fotos que eu tinha de meus amigos e família.  Tudo tinha ido embora; se perdido como se nunca tivesse existido.

    Era como se eu nunca tivesse existido.

    Assim que os policiais terminaram de entrevistar mamãe, tia Sandra nos levou até sua casa.  Meu primo Harry e tio Wayne estavam lá esperando por nós, ambos fazendo cerimônia ao nos receber.  Tio Wayne havia reservado um quarto extra para Lucy e eu dividirmos, enquanto mamãe estava em outro quarto no final do corredor.

    Tia Sandra e tio Wayne podem ter tido boas intenções, mas enquanto eles ficavam lá conversando, levantando hipotéticos e se e tentando juntar logicamente os eventos das últimas horas, eu fui tomada pelo o mesmo desgosto que me dominou na delegacia.  Eu não tinha ideia do que era um jogo sujo ou se já tive a infelicidade de testemunhar um acidente.  Tudo que eu sabia é que naquele momento queria apoio.  Eu queria o amor de meus familiares.  Eu queria que tudo voltasse ao normal.  E aqui estavam minha tia e meu tio, agindo tão mal quanto os abutres da delegacia.  Eu tive que fugir.

    Enquanto os outros consideravam o que tinha acontecido, tentando pensar quem poderia ser o responsável, subi as escadas.  Cada passo meu parecia pesado, como se estivessem presos em grossas correntes de ferro das quais eu era incapaz de escapar.  Fazer meu caminho para o quarto pareceu levar uma eternidade, enquanto eu me segurada às paredes procurando por algum apoio invisível.  Era incomum.  Parecia que meu centro de gravidade havia sido roubado de mim em uma explosão violenta, roubando-me meu pai e minha antiga vida, eu me sentia sem chão.  De alguma forma, eu consegui chegar ao meu quarto.  Jogando-se na cama, Lucy me seguiu, sentando-se na janela e olhando para a escuridão que caía.

    Eu estava ficando preocupada com ela.  Lucy não tinha pronunciado uma palavra desde a explosão.  Suas bochechas estavam brancas como a neve.  Lágrimas estavam constantemente transbordando de seus claros olhos azuis.  Ainda assim, ela permaneceu decidida que não iria chorar, simplesmente sentada em silêncio, não querendo interagir com ninguém.  Isso não era nada típico dela.  Na verdade, Lucy era um milhão de vezes mais sensível do que qualquer pessoa que eu conhecia; certamente mais sensível do que eu.  Eu sabia que se sua maneira de lidar com isso era permanecer fechada atrás de uma parede de silêncio impenetrável, isso realmente significava algo horrível para ela.  Meu coração sangrava, tanto por ela quanto por mim.

    Lucy sempre foi mais próxima de papai do que eu.  Então eu sabia que isso iria afetá-la mais fortemente.  Ela adorava passar o tempo com ele, juntando-se a ele em viagens de pesca, sentando-se com ele por horas enquanto ele tratava os peixes para mamãe cozinhar.  Lucy sempre olhava para ele com admiração, e ria por dentro enquanto ele se lembrava de como mamãe sempre tinha medo do processo de limpar peixes.  Seus pés batiam com impaciência no corredor que levava à cozinha até que ela pudesse voltar em segurança para preparar a comida preferida do papai.

    Indo para onde ela estava sentada, passei meus braços em volta dos ombros de Lucy.  Não havia necessidade de dizer nada.  Ela sabia que eu estava ali para ela.  Como gêmeas, sempre fomos inseparáveis, sabendo instintivamente como a outra se sentia, sempre prontas para consolar uma à outra quando estávamos chateadas ou preocupadas com alguma coisa.  Dei um beijinho na bochecha, e a deixei com seus pensamentos, sabendo que por enquanto ela podia querer um tempo sozinha.

    Descendo as escadas, encontrei os adultos na sala, todos com uma taça de vinho.  Mamãe olhando para as chamas que tremeluziam na lareira, ela sorriu para mim quando me sentei ao lado dela, apertando minha mão.

    - Você está bem, Amy, amor? Ela perguntou baixinho.

    - Sim, estou bem, - respondi com um suspiro.

    Eu voltei para o andar de cima silenciosamente.  Não havia mais nada a dizer a nenhum deles.  Eu me sentia uma estátua ou um fantoche; incapaz de falar, mover ou murmurar qualquer coisa além de uma fragilidade padrão sem pensamento ou sentimento.  Se foi assim comigo, só posso imaginar o que deve ter sido para Lucy.

    O resto da noite passou lentamente.  Embora houvesse conversa na sala, tudo parecia mudo para mim.  Eu tinha mergulhado em meus próprios pensamentos, lembrando como papai foi amarrado e amordaçado quando chegamos em casa, me perguntando quem poderia odiar nossa família o suficiente para fazer algo tão terrível.  Eu tinha tantas perguntas, mas agora não era a hora de perguntar.  Mamãe já parecia exausta com todo tormento, e eu não queria pressioná-la mais.

    Naquela noite meu sono foi agitado, com imagens do papai enchendo minha mente, o som da explosão me assombrando enquanto eu tentava encontrar um pouco de descanso.  Ouvindo Lucy soluçar baixinho em seu travesseiro, deitei na cama ao lado dela, tomando-a em meus braços e acariciando seus cabelos para tentar acalmá-la, lutando contra minhas próprias lágrimas.  Depois do que pareceu uma eternidade, Lucy e eu finalmente caímos no sono.  Acordamos quatro horas depois.  Achando ter sido um pesadelo o que estávamos tendo.  Talvez o mesmo pesadelo exato, simultaneamente; embora nenhuma de nós parecesse ser capaz de se lembrar de nada sobre isso.  Nossos dentes batiam em silêncio pelas próximas horas, enquanto o sol da manhã nos cumprimentava.  Nenhuma de nós havia falado uma única palavra um com a outra nas últimas oito horas.

    Capítulo dois

    As próximas semanas passaram como uma névoa.  Havia uma colmeia de atividades ao meu redor, mas eu andava em pela casa da tia Sandra como se estivesse em outro mundo.  Não conseguia compreender o que havia acontecido ou o que o futuro reservava para nossa família.  Eu não conseguia compreender quase nada, francamente.  As visões mais comuns e familiares pareciam estranhas e distantes.  Palavras do dia-a-dia pareciam estranhas.  Até minhas canções favoritas no rádio pareciam vir de tão longe que eram não apenas indefinível, mas mesmo assim estranhas.

    Mamãe foi rápida em falar com o banco.  Embora toda a papelada tivesse sido perdida, o pessoal do banco jurou com muita alegria que ajudaria minha mãe a resolver quaisquer problemas, certificando-se de que ela tivesse dinheiro para nos sustentar.  E Deus sabe que nós precisávamos disso.  Ela teve que dar a tia Sandra algum dinheiro pela nossa estadia e ela teve que se ocupar em procurar uma nova casa para nós.  Ela não precisava de nada sofisticado, especialmente em comparação com o que ela estava acostumada.  Ela alegou que não queria ser lembrada do passado, e depois do que ela acabou de passar, eu não poderia culpá-la.  Para ela seria suficiente uma casa simples de dois ou três quartos.  Nada de piscina.  Nem um quintal enorme.  Sem frescuras.  Simples; exatamente como ela sempre esperou que sua vida fosse.

    À medida que a notícia da explosão se espalhou, pessoas locais de

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