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Histórias de Sucesso Vol. 6: Biografias de grandes lideres do mundo corporativos engajados na causa de Diversidade e Inclusão
Histórias de Sucesso Vol. 6: Biografias de grandes lideres do mundo corporativos engajados na causa de Diversidade e Inclusão
Histórias de Sucesso Vol. 6: Biografias de grandes lideres do mundo corporativos engajados na causa de Diversidade e Inclusão
E-book369 páginas5 horas

Histórias de Sucesso Vol. 6: Biografias de grandes lideres do mundo corporativos engajados na causa de Diversidade e Inclusão

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Sobre este e-book

A tarefa de prosseguir com a missão de difundir conhecimento, filosofias,
conceitos e jornadas de grandes líderes conquista um novo capítulo com o lançamento
do sexto volume de Histórias de Sucesso, série da coletânea Histórias
Extraordinárias do Mundo Corporativo. Idealizada com o intuito de promover
a perfeita interação entre nomes consagrados junto aos jovens – desejosos por
também lograrem seu legado –, a Editora Global Partners entrega uma obra
instigante, erigida em meio a um cenário adverso, sem precedentes. A sorrateira
pandemia não somente ceifou vidas, mas também obliterou sonhos, estagnou
projetos e comprometeu a estabilidade socioeconômica por todo o planeta.
Contudo, a inspiração e a esperança foram capazes de suprimir as adversidades
e, assim, os 34 coautores presentes neste projeto puderam demonstrar
como crescer em períodos de crise. Resiliência, tenacidade, disciplina e abnegação
são componentes básicos, vivências encontradas nos depoimentos dos
indivíduos responsáveis por compor as páginas a seguir. Profissionais prestigiados,
cientes de que superar momentos atribulados é um passo extra para
o fortalecimento, inclusive no aspecto pessoal. Quem está começando terá a
oportunidade indispensável de compreender a relevância de tais ensinamentos,
abalizados pelas conquistas das proeminentes figuras aqui presentes.
O comandante nato possui a competência de expandir e agregar valores
para o desenvolvimento do próximo, contribuindo intrinsicamente para o
crescimento dos sistemas aos quais estão inseridos. Alia-se a isso a competência
em lidar com as cicatrizes provenientes dos períodos de instabilidade – é
parte da aprendizagem; um conjunto de fatores a ser assimilado. Notável destacar
que, com raras exceções, tudo se inicia do ponto zero. Empreendedores
da própria carreira – assim se deve enaltecer – alcançaram o almejado sucesso,
lograram o devido mérito e deixam um legado à disposição das gerações
vindouras. Assim, o desafio de se reinventar, enfrentar desafios insólitos e
seguir em frente, progredindo com foco, alinhado às metas preestabelecidas.
O êxito se observa no horizonte, contudo, a caminhada demanda reflexão,
empenho e coragem.

Líderes históricos desafiaram a própria sorte e perseveraram em busca
dos seus objetivos. Ícones como Nelson Mandela e Martin Luther King,
por exemplo, jamais esmoreceram em suas lutas pelas liberdades individuais,
causas humanitárias e a defesa das minorias, em seus respectivos espectros.
Ambos comprometidos com a paz e o diálogo amplo. Sofreram perseguições,
ataques, mas seus feitos alteraram, significativamente, o curso da História.
Aos leitores, desejo a experiência singular de interagir com os relatos de
C-levels dos mais variados nichos do mercado, autênticos formadores de opinião,
mentores e gestores diferenciados. O grande passo rumo ao sucesso se
inicia justamente com o amparo dos detentores de tamanho potencial, empenhados
em compartilhar suas expertises. Trajetórias permeadas de comprometimento
com suas raízes, valores, habilidades, sempre amparados pela força
da sabedoria – em constante renovação, à espera de ser guarnecido por mentes
aptas a aprender sempre.
Destaco, como dever, a importância do papel das mulheres nesse processo,
de propagarem ideias e se posicionarem como exímios modelos de dedicação.
É o caso de Inocência Manoel, parceira desde o início dessa empreitada,
uma Empresária competente, inovadora e destemida, além de uma amiga leal,
presente e inspiradora.
A palavra gratidão, muitas vezes preterida e relegada por quem mais deveria
pronunciá-la, é um pilar para as boas relações, a harmonia dentro das
instituições, tão bem como na sociedade como um todo. Gostaria de agradecer
imensamente a participação dos coautores que fazem parte deste projeto, com
o sucesso brindando-os em novas realizações.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento26 de nov. de 2021
ISBN9786589068051
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    Histórias de Sucesso Vol. 6 - Adriana Figueiredo De Paula

    Nasci e fui criada em um bairro de classe baixa da periferia de São Paulo. Os meus pais, Jailton e Zenilda, não chegaram a fazer Curso Superior, mas sempre incentivaram as filhas — minha irmã Antonieta e eu — a fazermos. E, obedientes que somos, seguimos à risca esse conselho. Ambas fizemos o primeiro e segundo grau em escola pública, e nosso curso foi muito bom. Particularmente, sempre tirei boas notas e me dei muito bem nas matérias de Exatas, que era a minha paixão. Dessa época, lembro-me de uma Professora de Matemática chamada Marta, da Escola João Ernesto, que me incentivou bastante a continuar o aprendizado desta disciplina. Daí, quando terminei o primeiro grau e fui prestar o vestibulinho, resolvi investir em um Curso Técnico. Tentei a Escola Técnica Federal e o Magistério e fiquei com a segunda opção. Meu pensamento era fazer o Magistério e depois a Faculdade de Matemática, com aspiração de trabalhar como Professora. 

    Nesse momento, estudei no Cefam (Centro Específico de Formação e Aperfeiçoamento do Magistério), projeto de escola de Magistério implantado em São Paulo, pelo então Governador Orestes Quércia, em 1988. E, dentro desse programa, eu estudava em período integral. A partir do segundo ano de projeto, passei a fazer estágio em escolas públicas de Diadema. Ali vi de tudo: crianças falando de armas como algo normal e outras que sonhavam com um mundo melhor. Sim, mesmo na periferia já existiam esses dois mundos, por isso não gosto de julgamentos precipitados e creio que as influências positiva e negativa começam dentro de casa. 

    Ali também, durante o estágio, tive contato com um grupo de crianças especiais e percebi que não eram elas que precisavam de auxílio, mas os pais delas. Aliás, brinco que não foram as crianças, mas os pais delas, que me fizeram desistir da carreira. Conseguiram colocar em xeque aquilo que acreditava que era o meu dom.

    O despertar para a vocação profissional

    Assim que terminei o Magistério, fui pensar na Faculdade. O plano era prestar diretamente vestibular e ingressar em uma Faculdade Privada, ou fazer cursinho e tentar vaga em uma Universidade Pública. Ainda nem trabalhava e, se fizesse cursinho, teria que me dedicar em período integral. Optei por arranjar emprego, entrar e investir na Graduação em uma Instituição Particular. Afinal, meus pais não tinham tantas condições financeiras para me ajudar naquele momento. Comecei a trabalhar no dia 23 de dezembro, antevéspera de Natal. Como arranjei esse trabalho, abri mão de participar da viagem de formatura do Magistério, que seria passar o ano novo em Florianópolis-SC. Mas, naquele momento, para mim o trabalho era o mais importante, visando os meus próximos passos. 

    Então, em 1998, ingressei na Universidade Ibirapuera e imergi no mundo da Administração de Empresas. Dediquei-me ao máximo e, assim que terminei essa etapa, no final de 2001, iniciei uma Pós-Graduação em Controladoria no Centro Universitário Ítalo-Brasileiro.

    Meu primeiro emprego foi na Área de Cobrança em um colégio particular. Brevemente passei a trabalhar com Administração de Shopping Centers, momento em que conheci pessoas incríveis que me ajudaram bastante a compreender esse mercado e a ver se era isso o que eu queria mesmo. Eu não trabalhava em Shopping Center, mas na Controladoria Central, e cuidávamos de vários centros de compras ao mesmo tempo. Em um dado momento, a Empresa onde eu estava fechou no Brasil. E um dos diretores, na ocasião, me convidou para um projeto com ele no Walmart da cidade de Osasco. A ideia ainda não estava fechada, mas já se havia aventado a construção de um complexo. Nossa equipe montou toda a estrutura com o Shopping Center e foi uma experiência incrível.

    A partir disso, abandonei aquela visão de que poderia atuar só na parte administrativa. Descobri que haviam outros caminhos. E essa descoberta abriu-me um leque absurdo. Percebi que você não precisa ser único naquilo que estuda, pois sempre é possível conhecer um pouco mais e se desafiar. Nesse período, tive contato com um Gestor humanizado, e começou a tocar em mim essa questão de olhar para as pessoas. Você tem que estar bem para executar um trabalho, isso dá a cara para o negócio. 

    Inspiração que vem das raízes

    Em 2002, fiz um projeto para o Colégio São Sabas, o mesmo que foi meu primeiro emprego. Nessa época eu já era noiva. Eu e o Luciano começamos a nos relacionar na época da Faculdade, durante a Copa do Mundo de 1998. Em 2003 finalizei meu ciclo no colégio e passei uma temporada de 3 meses nos Estados Unidos, na casa de uma tia que considero uma grande amiga e Mentora, Maraci Aubel. Ela é uma pessoa muito importante na minha vida, desde a minha infância. Chegou a morar conosco quando eu era criança e depois foi para o exterior, a trabalho.

    Desde então, se estabeleceu por lá. Sempre a considerei uma pessoa inspiradora e passar esse tempo junto com ela foi fantástico. E então, quando voltei dos Estados Unidos, Luciano e eu resolvemos nos casar. Em breve, nasceu nosso filho, Gustavo, hoje com 16 anos. Foi um período muito especial para mim. Tive o prazer de ficar com ele, em casa, até seu primeiro ano de vida. Foi a melhor atitude que tive na vida.

    Reconexão com o mercado

    Quando o meu filho fez 1 ano, percebi que era hora de voltar para o mercado de trabalho. E foi nessa época que ingressei no Grupo Fleury. Na ocasião, achei que não tinha problema em voltar alguns passos e passei a trabalhar como Analista. Mesmo que não tivesse tanto tempo fora do mercado, creio que, às vezes, um passo atrás pode resultar em dois para frente. Em alguns casos, retroceder um pouco não é sinal de fraqueza e sim de crescimento! Foi um ótimo aprendizado. Por isso, sempre digo às pessoas: não tenham medo de mudar. 

    O Grupo Fleury é para o cliente o que ele é ao funcionário. Foi uma escola. Nós fizemos implementações, batemos metas, entre outras ações. Existiam muitas normas devido ao fato de o Grupo Fleury ter vários certificados, inclusive internacionais. Deixei a Empresa 3 anos e 6 meses depois, em novembro de 2008, quando recebi uma proposta que adorei: trabalhar em uma Empresa de Engenharia. É um ramo que paga muito bem, confesso, e fui compor a Área de Planejamento Estratégico. Todavia, quando visitei a obra e constatei a forma como que eles tratavam as pessoas que trabalhavam ali, tocou o meu coração e não me agradou. Não posso dizer que esse jeito era certo ou errado, e sim que aquilo não era para mim.

    Naquele momento, mais uma vez, percebi que o meu olhar se voltava para pessoas e não para empresas. Fiquei ligada a essa Companhia pouquíssimo tempo e, em julho de 2009, ingressei no Grupo CRM (Chocolates Kopenhagen e Chocolates Brasil Cacau). Entrei como Coordenadora Financeira, montando projetos e tudo dentro da Área Financeira. Conhecia muito bem essas tarefas, visto que tinha feito Administração e Controladoria e já desempenhado as funções em outras situações. Um belo dia, alguém do Departamento de Recursos Humanos me ligou e avisou que queria falar comigo. Na hora pensei: O que será que eu fiz de errado?. E aí eles me fizeram uma proposta. Disseram que havia um processo seletivo externo para assumir a Área Comercial do Grupo CRM e perguntaram se eu, como interna, gostaria de participar. Disse para eles que nunca havia trabalhado na Área Comercial. O financeiro você faz em qualquer lugar, até controladoria e contabilidade. A única coisa que muda de um para o outro é que uns têm estoque, outros não; uns fecham câmbio, outros não. Tem pouca variação. Mas, na Área Comercial, eu realmente nunca tinha trabalhado e esse era o meu grande medo. 

    Sem medo dos novos desafios

    Diante da proposta que me foi colocada, fiquei bastante empolgada e aceitei na hora. Eu lembrei de uma frase forte dita por um Gestor que trabalhou comigo no Fleury, quando ele recebeu a proposta para ir trabalhar na unidade do Rio de Janeiro e não aceitou. Ele disse na ocasião: Eu sei que esse meu ‘não’ não vai mais me abrir nenhuma outra oportunidade. Então, para não fazer o mesmo, falei sim ao desafio. Podia ser até que eu não passasse no processo seletivo, mas o fato de eles terem me enxergado e lembrado do meu nome para participar dessa seleção era algo positivo. Dizer um não, naquele momento, poderia me fechar portas dentro da Empresa e para novos desafios. Então o que eu fiz: fui conhecer pessoas e me influenciar. Fiz os testes externos e não tive privilégios, eles foram muito éticos. 

    Enfim, acabei conseguindo a vaga. Corri atrás da Associação Brasileira de Franchising (ABF) e, como eu não conhecia ninguém, ficava lá olhando sozinha. Perguntei-me muitas vezes que mundo era aquele. Continuava a ir lá, ouvia palestras, me inteirava e, aos poucos, fui conhecendo pessoas do franchising que me ajudaram a buscar caminhos. A Renata Moraes, CEO do grupo CRM, ajudou-me muito nessa hora. Ela foi indicando a trilha e eu fui seguindo.

    A redescoberta

    Trabalhar na Área Comercial junto ao franqueado foi, literalmente, a minha paixão e um grande aprendizado. Quem quer trabalhar em franchising e em varejo como um todo tem de valorizar quem está na ponta e a equipe de consultores. Na época, eu consegui formar uma equipe de consultores, que era literalmente uma equipe com quem poderia contar à toda hora. Em épocas de Páscoa e Natal, por exemplo, virávamos a noite trabalhando. Estava todo mundo firme e forte no dia seguinte, morrendo de cansado, mas ali, sempre presente. Eu dizia para eles: Vocês podem me xingar, mas baixinho, sem eu perceber!. Acho que errei muito como Gestora, mas também acertei muito, pois sempre busquei estar próxima da equipe.

    Às vezes, estava na minha mesa, levantava-me e ia passando de mesa em mesa, perguntando como estavam aqueles que trabalhavam comigo. E por que eu fazia isso? Porque assim você vai conhecendo a pessoa, sabe como está o seu estado emocional, constata se ela pode ter ou não uma atividade a mais, se você pode dar ou não um projeto a mais à essa pessoa. Já escutei de alguns a máxima: Quando você entra na Empresa, tem de deixar o seu lado pessoal de fora. Ninguém consegue fazer isso, somos seres humanos, carregamos o nosso lado pessoal para todos os lados! Tento conhecer a minha equipe ao máximo para não ser injusta com ninguém. Afinal, não posso estar em um projeto com uma pessoa que não está emocionalmente bem. O sucesso do projeto também está relacionado com o estado emocional do time.

    Galgando os degraus do sucesso

    Entrei como Coordenadora Financeira e fui para Gerente de Operações de Venda. Assim fui subindo para outras áreas dentro da Empresa. Cheguei a assumir a Área de Treinamento e a de Serviço de Atendimento ao Cliente. Tinha uma equipe boa e um índice de reclamação muito baixo. O que foi legal em tudo isso é que aconteceu com o CRM algo muito semelhante ao que ocorreu ao Fleury, com ambos os grupos passando por momentos de forte expansão. E foi durante essa onda de crescimento que a Renata Moraes, CEO do Grupo CRM, chamou-me para conversar. Já tínhamos segregado a gestão de lojas próprias e franquias. A expansão estava muito alta, mas naquele momento a Empresa entendia que era hora de colocar outras pessoas nesse processo. 

    Como eu não tinha problema de viajar, fui designada para ser Gerente de outros Estados, enquanto uma nova Gerente estava chegando para assumir em São Paulo. Não sei se essa decisão era uma preparação para a minha próxima etapa dentro do Grupo CRM, que aconteceu em 2014, quando assumi a Diretoria Comercial. Isso veio em um momento em que eu queria dar outro passo na minha vida e foi um acontecimento muito importante. Eu já conhecia o sistema das lojas próprias e franquias, a parte de treinamentos, e agora o que entraria de novo era a Área de Vendas Corporativas. Era um novo desafio, que aceitei durante 2 anos e 8 meses. Até que, em setembro de 2016, me propuseram assumir a Diretoria de Finanças e TI. Eu não conhecia bem a Área Fiscal e muito menos alguma coisa de TI. Mesmo com os meus contrapontos, a resposta que recebi é que era só conhecer Gestão. E assim fui para mais um desafio!

    A importância de olhar para dentro de si mesmo

    Ao aceitar essa nova empreitada, ser Diretora de Finanças e TI, isolei-me de todo o time pelo qual me apaixonei anteriormente, dos franqueados, consultores e relacionamentos comerciais. Logo senti que estava faltando alguma coisa. E, quando você não está feliz, o corpo reflete, não fica bem. Nesse momento, com muitas conversas com minha Médica de anos e minha família, entendi que era hora de parar. Decidi me desintoxicar de mim mesma, encerrando meu ciclo de mais de 9 anos junto ao Grupo CRM, e viajei na sequência com minha família para Kansas e Texas (EUA) de férias, para depois pensar no que faria. Acho que todo mundo passa por isso, e esse momento me fez refletir muita coisa do passado. Passei a fazer terapia com a Ana, uma profissional incrível, que me mudou e fez resgatar tudo o que eu era lá da infância até hoje.

    A Ana fez-me acreditar que eu podia me desafiar como pessoa. Eu, que nunca tinha corrido, comecei a correr, contratei um Personal para me ajudar, aprendi que precisava dedicar-me à minha pessoa nesse momento. Ela também me fez enxergar que tive momentos bons e ruins, como todo mundo, mas eu tinha essências. Algumas eram muito fortes e não precisavam ser tão fortes. Outras são fortes e vão ser sempre assim. E uma delas sou eu!

    Por eu ter nascido e sido criada na periferia. Ter visto crianças de 7, 8 anos já falando de arma no estágio. Visto um monte de coisa, eu acho que o meu olhar para pessoas é muito forte! Em 2019, meu amigo Adriano Oliveira me convidou para participar da administração do Amor se doa, que reúne pessoas para doação de sangue. Uma forma de contribuição para à sociedade.

    Nesse tempo de reflexão, decidi abrir a minha própria Empresa e com ela tenho o desafio de mostrar para as empresas que não são grandes resultados que engajam as pessoas, mas são pessoas engajadas que geram grandes resultados. As empresas que olham para as pessoas têm mais sucesso e lucratividade. 

    Preconceitos

    O que me incomoda até hoje são as piadas e os preconceitos, contra as pessoas acima do peso, os negros, contra as mulheres, religiões. Teve uma vez que fui entrevistar uma pessoa muito boa para a Gerência de TI e estava predisposta a contratar. E durante a entrevista, lembro-me que ele me perguntou: Mas é para você que eu vou responder? Eu te achei tão nova!. A idade também sofre preconceitos.

    Eu busquei, sempre estudei muito e continuo estudando, fui atrás de conhecimento, pedi auxílio às pessoas, batalhei para conseguir chegar lá. Mas não fui sozinha! Se consegui chegar onde cheguei é porque a minha equipe me levou para cima. Nenhum Gestor chega onde se encontra se não trabalhar as pessoas, pois a equipe leva alguém para cima ou baixo. Também tive gestores que me ajudaram muito, mas se a minha equipe não acreditar em mim, nada acontece.

    A pandemia me ensinou a ser ouvinte

    Como sempre, gosto de falar que resultados não engajam pessoas, mas pessoas engajadas geram muitos resultados. Cada Líder, a seu modo, pode engajar pessoas e, com isso, trazer resultados para sua Empresa. É essencial saber ser ouvinte, não só de clientes, mas internamente também. Nunca foi tão importante estar próximo do time quanto nessa pandemia, e olha que agora falamos em uma ‘proximidade distante’, para aqueles que estão em home office.

    Na condição de gestores, somos muito observados. Nada passa imperceptível pelo time, inclusive qualquer mudança de comportamento em função da pandemia. Por isso, as relações não podem ser superficiais. Devemos estar com e para as pessoas. O Líder precisa ser verdadeiro. Nunca foi tão importante compartilhar com o time o cenário que estamos atravessando e para onde devemos mirar nossos esforços. E todos precisam ser participativos. Hoje podemos ter contribuições positivas (e negativas também) de todos os lados e dos diferentes níveis dentro de uma Organização. Assim surgem as ideias criativas.

    A Covid-19 mostrou-me que não podemos mais ser engessados. Quantas empresas resistiam ao home office e, de uma hora para outra, tiveram de aderir e se adaptar? Uma situação interessante foi um Colaborador que sempre defendeu o trabalho remoto citar que quando começou a quarentena não sabia o que fazer e por onde começar as atividades em casa. A pandemia trouxe isso: tivemos de ser flexíveis, inovar, ser adaptáveis e, tão importante quanto, aprendemos a ser ouvintes.

    É difícil precisar o momento em que tive o click e disse: É isto que quero fazer da minha vida. É aqui que quero trabalhar e me desenvolver como profissional. Tem um deles que quero salientar, certamente foi um marco profissional para mim. Sempre fui muito comprometido e dedicado na Organização da qual faço parte, a Falconi. Com isso, à medida em que me dedicava e entregava, as oportunidades surgiam e cresciam. Afinal, quanto mais trabalhamos, mais sorte temos. Eu entrei em janeiro de 2000. Em 2002, vieram os desafios de lideranças. No ano seguinte, um grande projeto, marco da minha carreira.

    Sou mineiro, casado com Juliana. Moro desde 2004 em São Paulo, onde nasceram meus dois filhos: Gabriela, 14 anos, e Matheus, 11 anos. Tenho formação em Engenharia Mecatrônica com Especialização na Área de Gestão Estratégica de Negócios. Venho de uma família humilde, religiosa e com valores muito sólidos. Sempre estudei em escolas públicas e, na hora de cursar a Faculdade, consegui uma vaga em uma Instituição Particular, a Pontifícia Universidade Católica (PUC Minas), com auxílio de bolsa. Isso porque o curso que escolhi, que era novo no Brasil, só era oferecido em Universidade Privada em Minas Gerais. Depois fiz minha Pós-Graduação na Universidade Federal de Minas de Gerais (UFMG).

    Engenharia Mecatrônica combina com Engenharia Mecânica com a parte de Informática e Automação. Naquele momento, entendia que poderia ser uma carreira de futuro e abrir boas perspectivas profissionais. Além disso, sempre tive facilidade com números e raciocínio lógico, então era natural que eu seguisse para a Área de Exatas. Havia ainda uma questão especial para a escolha de Mecatrônica: sonhava em trabalhar no segmento automotivo, e acabei iniciando minha carreira como Trainee na Fiat Automóveis.

    Crescimento na medida da capacidade de entrega

    Assim alcancei o meu objetivo inicial de trabalhar no segmento automotivo. Mas, confesso, traçada e alcançada essa meta inicial, me vi diante de uma frustração. Uma Multinacional tem processos muito robustos, muito bem estabelecidos e padronizados. Naquela época, não tinha muito espaço para inovação. Era seguir as diretrizes da matriz. Além disso, percebi que ali os executivos em posição média tinham muitos anos de casa, o que era um limitador para o meu crescimento. E, para completar, a maioria dos diretores era oriunda da matriz e tinham outras nacionalidades.

    Eu era super jovem, com muita energia e grandes sonhos de realização. Então, comecei a ver que não era bem aquilo o que buscava. Queria uma Instituição mais dinâmica, que me permitisse crescimento fundamentalmente por mérito e não pelo tempo de casa ou origem. Na verdade, houve ali um choque de realidade e uma frustração de expectativas. Eu havia investido 5 anos da minha formação e o sonho de uma vida inteira, mas bastaram 10 meses trabalhando na Empresa para eu perceber que aquilo não era para mim.

    Mesmo contrária à opinião dos meus familiares, tive a coragem de me desligar da Empresa. Entendia que precisava me desenvolver e estar em um lugar onde me sentisse feliz, realizado e fazendo o que realmente gostava. Um lugar onde pudesse, de fato, sentir que o meu trabalho fazia a diferença e tinha realmente valor. A partir dessa percepção, passei a buscar outros caminhos. Participei de alguns processos para Trainee e um deles, em especial, me chamou a atenção. Era para uma Instituição de nome Fundação de Desenvolvimento Gerencial (FDG), que levava programas de melhoria de gestão às Empresas, Governos e Terceiro Setor.

    Imediatamente, identifiquei o ambiente como ideal para o meu desenvolvimento e no qual poderia crescer. Meus olhos brilharam. Cada dia estaria trabalhando em uma Empresa diferente, de um segmento distinto, aprendendo coisas novas todos os dias. Fui aprovado e, quando entrei naquela Instituição, percebi que em nada havia me equivocado. O crescimento se daria na medida da minha capacidade de entrega e resultados que fosse capaz de gerar. Para tanto, exigiria atualização constante. Até hoje, confesso que aprendo muito nessa Instituição. A FDG foi uma espécie de embrião para a Empresa de Consultoria, que hoje é chamada de Falconi. Já tenho mais de 20 anos de casa e sigo com a obstinação de me reinventar o tempo todo para acompanhar a evolução do meu segmento. Aqui temos de estar sempre nos desafiando, à frente, buscando novos conhecimentos e, claro, oportunidades.

    Liderando e inspirando pelo exemplo

    Esforcei-me muito durante os meus 5 anos de Engenharia. Dos 10 períodos que compõem o curso, em 7 deles fui premiado como destaque acadêmico, melhor aluno daquele ciclo e medalha de ouro como melhor aluno do curso. Sentia que tinha de corresponder aos esforços dos meus pais, que chegaram a vender o carro da família para pagar parte do valor da mensalidade. Então, se alguém me serviu como fonte de inspiração nessa fase da minha vida, foram os meus pais. No plano profissional, porém, não tenho como citar outra referência senão Vicente Falconi, Fundador da Instituição em que há mais de 20 anos trabalho. Trata-se de uma pessoa acima da média, que sempre serviu de inspiração não só para mim, mas para toda uma geração de jovens, executivos, empresários do Brasil, Exterior e Gestores públicos.

    Falconi está na base da minha formação, aprendi e continuo a aprender com ele. É alguém que tem uma vontade de transformar as organizações, assim como a sociedade civil, por intermédio da Gestão. É dotado de um espírito público único e verdadeiramente genuíno. Certamente é o meu Mentor maior no plano profissional.

    Sou um Sócio Sênior da Companhia, um Diretor Estatutário. Sempre busco me colocar na condição de cada colaborador que entra, como se fosse o meu primeiro dia na Companhia, com tudo novo, aquela aspiração e sonho. Temos aqui processos formais de mentoria. Na prática, procuramos apoiar alguns desses jovens e nós fazemos mentorias formais e informais, acompanhando-os e tentando ajudá-los na carreira. Percebo que somos observados o tempo todo. Tem um ditado que a minha mãe sempre fala, e com o qual concordo: Frei Exemplo é o melhor Pregador. Assim, tem-se de liderar pelo exemplo. É por essa via que lideramos, inspiramos os mais jovens e os ajudamos em diversos aspectos.

    Na Falconi, participamos ativamente do processo de seleção dos jovens, por meio de uma banca executiva final de aprovação. Entendemos a importância deles para o futuro da Companhia, buscando sempre aqueles que podem ser nossos futuros sócios e sucessores. Esse olhar de desprendimento vem do nosso Fundador. Ele sempre quis deixar um legado e preparar as pessoas para levar seu legado adiante. Inspirado por ele, temos esse compromisso. De forma concreta, colocamos uma idade-limite para começar a transferir nossas ações para os mais jovens. É um jeito um pouco diferente de lidar com a transição, mas que faz parte de nossa política e cultura. Sendo bem sincero, essa forma deveria ser uma tendência nas grandes organizações. Acreditamos que aquelas que têm prosperado buscam, por princípio, formar sucessores bem antes. No nosso caso, isso vem desde o processo de recrutamento. Lá na ponta, começamos a identificar os próximos sócios e dar sinais claros a eles, pois todos que formam o time de liderança são também donos da Organização.

    Vejo nos mais jovens as mesmas dúvidas que já tive

    Como disse, somos uma partnership em que todos os líderes são donos da Cia e têm data de entrada e saída, garantindo assim a oxigenação da sociedade. Inexiste aquela concorrência lateral, pois não adianta uma área ir bem e outra não. Aqui, quando todas as engrenagens vão bem, todos ganham. Além disso, se buscamos formar sucessores, visamos sempre a contratação dos melhores. Afinal, se tenho de promover alguém, precisa ser alguém melhor do que eu. Por outro lado, a demissão recai exatamente sobre aqueles que não se enquadram à nossa cultura ou não conseguem trabalhar com o time. Devemos sempre estar atentos, pois na hora que contratamos, promovemos ou demitimos alguém, damos um sinal claro para à Organização.

    É importante sempre buscar por novos conhecimentos e os profissionais precisam levar isso a sério. O jovem já se apresenta falando inglês, espanhol, francês ou mesmo mandarim, além de ter experiências fora do país. Evidentemente, esses tipos de formações, que incluem Graduação, Pós-Graduação e Idiomas são importante. Contam muito hoje em dia as habilidades que chamamos de soft skills, que é saber se comunicar, relacionar, ter postura, atitude e construir um bom network. Ou seja, formação acadêmica sólida ainda é fundamental e funciona como alicerce para o futuro. Mas, já não é suficiente, daí a importância de se trabalhar diversos outros aspectos como estes mencionados.

    Gosto muito de conversar com os mais jovens, porque vejo neles muitas das dúvidas que tive, pois também já passei por tudo aquilo. Todavia, se eu puder minimamente ajudar a eliminar tabus, compartilhar um pouco da minha história, aprendizado e experiência pode ser fundamental. É de inspiração pelo exemplo que estou falando mais uma vez. A todo momento, aqueles da nossa Organização estão vendo que não adianta falar uma coisa e fazer outra. Em algum momento da minha carreira eu tive de dar uma guinada por me confrontar com valores que não eram os meus e um ambiente que não era o que queria. Havia sonhado algo diferente para minha vida profissional e tive que buscar novos caminhos. E, independentemente da situação, sempre existem outros caminhos.

    O valor de um trabalho bem feito

    Um dos desafios mais marcantes da minha carreira aconteceu em 2003. Foi quando tive aquele momento em que pensei: O meu trabalho gera um impacto na sociedade. Era um projeto do Governo de Minas Gerais, Estado onde nasci e me criei. Naquele ano, esta Unidade da Federação apresentava um déficit fiscal de 12% ao ano, o que equivalia a R$2,4 bilhões. Assim, entre as receitas arrecadadas e despesas para manter a máquina operando, faltavam R$200 milhões a cada mês. Isso levava a atraso de salário dos servidores, prestação de serviços inadequados à população, pois o Estado não tinha capacidade para investimento nem em setores essenciais, como infraestrutura, segurança, saúde e educação.

    Vejo claro propósito no trabalho que realizo e isto muito me motiva. Ver os resultados daquele projeto, no caso, para o meu Estado natal, impactando diretamente a vida de pessoas que a orbitavam e a sociedade como um todo, foi muito especial. Lembro que, na época, Minas Gerais não tinha condições nem de pagar pelo serviço. Então, um grupo de empresários se uniu e o ofertou, sem qualquer contrapartida, visando a ajudar o Estado a sair da situação em que se encontrava. O desafio era em 4 anos alcançar o equilíbrio fiscal. No

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