Última palavra: Informações importantes sobre direitos humanos no final da vida. Aprenda mais e ajude alguém.
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Sobre este e-book
Tércia Soares Sharpe caminha contra a obsessão da imortalidade e propõe uma análise sincera sobre a morte.
No livro, a autora relata diversos casos que acompanhou como enfermeira de UTI's e, em muitos deles, as famílias encontram-se em um mesmo dilema: deixar o parente "vivendo" por meio de aparelhos ou permitir sua partida.
Nesse contexto, ela explica como passou a entender a morte como parte do ciclo natural da vida e não apenas como consequência de uma doença. Também aborda assuntos como cuidados paliativos e morte natural.
Nos capítulos, ainda faz um caminho lógico para que seja possível entender sua concepção acerca do assunto: fala sobre a cultura hospitalar, as condições dos enfermos e a importância das decisões nesse contexto.
Além das questões familiares, fala do lado clínico e a preocupação da equipe com o bem-estar dos pacientes.
Sem obscurantismo, é uma obra indispensável para profissionais da saúde e para todos aqueles que buscam entender melhor a respeito do fim da vida.
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Última palavra - Tércia Soares Sharpe
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Presidente:
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Capa:
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Diagramação e Ebook:
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Revisão:
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Diretora de Projetos:
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e-mail: contato@literarebooks.com.br
Minha gratidão ao meu marido Howard por seu apoio, e aos meus filhos Marcel e Guilherme, pelo bom senso nas ideias compartilhadas e por serem meus maiores incentivadores.
Amo muito.
Minha gratidão a Deus por me dar a habilidade de transformar minha profissão em minha missão.
Sumário
Dedicatória
Introdução
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Bibliografia
Dedicatória
Dedico este livro aos pacientes e familiares que encontrei ao longo de minha carreira profissional. Fui abraçada por eles e choramos juntos a perda de entes queridos, quando o ciclo da vida se completou.
Obrigada pelo privilégio de fazer parte da memória de um momento tão solene.
Introdução
Lembro-me bem de minha primeira paciente que morreu, com apenas 14 anos. Tinha uma doença muito grave do coração – a tetralogia de Fallot. Já havia passado por várias cirurgias, suas condições se deterioram e ela enfrentou a morte. Fiquei muito abalada e chorei muito em seu enterro, enquanto sua mãe me consolava. Isso aconteceu em 1979, no meu primeiro emprego em hospital depois de formada, no Centro de Tratamento Intensivo (CTI) do Hospital Adventista Silvestre, no Rio de Janeiro.
Eu sempre chorava quando meus pacientes morriam, e também ia ao velório. Eu pensava que talvez, com o tempo, essa choradeira fosse passar. Na época, eu via a morte como decorrência de uma doença.
Os anos passaram. Em 1992, eu cuidei de um publicitário no pré-operatório de uma cirurgia cardíaca, no Hospital Israelita Albert Einstein. Ele era relativamente jovem; tinha em torno de cinquenta anos e estava muito otimista quanto à sua recuperação. No dia seguinte, quando eu estava chegando à Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), encontrei sua esposa na sala de espera e fui ao seu encontro para saber como tinha sido a cirurgia, antes mesmo de receber meu plantão. Ela me disse que ele tinha morrido durante o procedimento cirúrgico. Fiquei muito abalada e ela acabou me consolando. Na época, eu via a morte como resultado de uma doença.
Algum tempo depois, recebi um paciente que estava lavando a calçada com uma máquina elétrica e levou um choque. Teve uma parada cardiorrespiratória e foi levado para o hospital, onde foi reanimado. Estava na UTI, em coma. Infelizmente, não demorou muito para que ele morresse.
Fiquei chocada com aquela situação! Vi a esposa jovem, com filhos tão pequenos, enfrentando aquela perda. Foi então que deixei de ver a morte apenas como consequência de uma doença.
A morte pode acontecer em qualquer idade, independentemente da presença ou da ausência de uma doença.
Estou escrevendo este livro para que você possa conhecer e entender um pouco sobre o fim da vida. Este é um livro informativo, direcionado a pessoas como você, que procura informações que ajudem você a viver da melhor maneira possível e que deseja morrer com dignidade. Tenho certeza de que, como eu, entenderá que a morte é parte da vida.
Você tem a última palavra, mesmo que haja impossibilidade de verbalizá-la no final de sua vida.
Capítulo 1
O fim da vida
O filho de um paciente descreveu a angústia e a dúvida que sentiu ao decidir que seu pai, de 86 anos, inconsciente, não se submetesse a uma cirurgia que duraria 14 horas. Não havia garantia quanto ao resultado final do ato cirúrgico ou da sobrevivência do idoso durante o procedimento. O tumor, que se originara em um nervo facial e crescera até o cérebro, não diminuíra de tamanho com a radioterapia. Seu pai estava cada vez mais debilitado, atrofiando a olhos vistos e sua fisionomia estava deformada. O próprio filho tinha dificuldade para reconhecê-lo. Ele relatou:
"No dia em que morreu, meu pai tinha sido levado às pressas para o pronto-socorro ainda com vida. Ao chegar lá, deparei-me com o médico que estava pronto para as medidas heroicas que deixariam meu pai em um respirador artificial. Sem esse instrumento não havia esperança para meu pai. O médico acrescentou que o respirador não reverteria o tumor existente, que agora afetava também o sistema respiratório. Eu tinha que decidir imediatamente o que fazer. Eu, que anos antes tinha explicado para meu pai tudo sobre testamento vital, agora não sabia como agir. Como eu poderia assumir a responsabilidade de eliminar a chance de que ele vivesse um pouco mais?
Pedi ao médico que me deixasse sozinho com meu pai por um momento, em meio ao caos daquele lugar. Ao sentar, enquanto observava o esforço que meu pai fazia para respirar e para viver, tentei me concentrar no que a doença já lhe causara. Pensei nos momentos de agonia e miséria que ele passaria no respirador artificial, sem ao menos garantir que sua condição melhoraria.
Após sentar ali por um bom tempo, aproximei-me de seu rosto deformado e cochichei ‘papai, eu vou ter que deixá- lo ir…’. Ele já estava inconsciente por algumas horas e não podia me ouvir.