Encontre milhões de e-books, audiobooks e muito mais com um período de teste gratuito

Apenas $11.99/mês após o término do seu período de teste gratuito. Cancele a qualquer momento.

Mitologia para Jovens
Mitologia para Jovens
Mitologia para Jovens
E-book157 páginas2 horas

Mitologia para Jovens

Nota: 0 de 5 estrelas

()

Ler a amostra

Sobre este e-book

Mitologia para jovens é um livro que ensina de forma singular o universo fabuloso dos deuses, semideuses e heróis da antiguidade grego-romana e do Egito Antigo
IdiomaPortuguês
Data de lançamento17 de set. de 2019
ISBN9786550620004
Mitologia para Jovens
Autor

Djalma Alves Carneiro Filho

O autor nasceu no Rio de Janeiro, estudou no Colégio São Bento e cursou a Faculdade de Medicina, da Praia Vermelha, no mesmo Estado. Especializou-se em Gastroenterologia e Nutrição, tendo pertencido à equipe do Hospital Pedro Ernesto, onde foi assistente de Clínica Médica e Gastroenterologia. Integrou a obra Retratos, produzida pela Sociedade Brasileira de Médicos Escritores - Sobrames, com a crônica ' O mar, a Praia da Barra e a lenda'. Também fez parte da antologia Palavra de médico, palavra de escritor com a crônica 'O número doze', publicada por esta Editora em 2010.

Relacionado a Mitologia para Jovens

Ebooks relacionados

Ficção de Ação e Aventura para você

Visualizar mais

Artigos relacionados

Categorias relacionadas

Avaliações de Mitologia para Jovens

Nota: 0 de 5 estrelas
0 notas

0 avaliação0 avaliação

O que você achou?

Toque para dar uma nota

A avaliação deve ter pelo menos 10 palavras

    Pré-visualização do livro

    Mitologia para Jovens - Djalma Alves Carneiro Filho

    |1

    O menino Aristóteles estava sentado na sala de aula. A Professora Anastácia ensinava sobre História mundial com um grande entusiasmo e a turma toda, de olho nela, vibrava, principalmente quando ela falava nos deuses mitológicos, ninfas, titãs, gregos e romanos, egípcios, a Guerra de Troia. Corrijo: todos menos um, Aristóteles. Este se encontrava na sala, indiferente, longe dali. Seu pensamento vagava distante, pensando na pelada de futebol depois das aulas, em seu computador, no video game ou nos sons de rock, assim que chegasse a casa.

    A Professora Anastácia falava sobre os filósofos gregos e citou o nome de ARISTÓTELES, o terceiro filósofo, depois de Sócrates e Platão. Ouvindo o seu nome, Aristóteles, desatento, respondeu:

    — Pronto, professora!

    A professora assustou-se, parou o que dizia e respondeu:

    — Aristóteles, eu não o chamei! Como sempre, voando na aula. Como castigo, você terá que escrever sobre a vida do filósofo Aristóteles, cinco folhas de papel almaço, de um lado e do outro, e só me entregue este trabalho de pesquisa quando estiver completamente pronto.

    O menino sentou-se chateado consigo, pois nada tinha de responder à professora. Prometera a si mesmo não dar bobeira para não ser punido outra vez. Também a Professora Anastácia era uma chata, como toda gorda, e sempre implicava com ele. Os ódios eram recíprocos, um não gostava do outro.

    Saiu do colégio e foi direto para casa, não querendo falar com ninguém, nem participar da pelada, após as aulas, o que sempre foi o seu maior desejo. Quando chegou a casa, para sua sorte, não havia ninguém e foi diretamente para o seu quarto. Ligou o som em seu rock pauleira preferido e começou a pensar na vida. Aquela escola era um saco, colegas sebosos, mauricinhos, querendo sempre agradar os professores. Estes, metidos a intelectuais e sabichões, ensinavam tudo o que não interessava a ele: geografia, história de gente velha que era famosa porque matou muita gente. Raiz quadrada e raiz cúbica serviam para quê? Assim pensava ele. Estava divagando tanto, que não notou a chegada de sua mãe, Yolanda, que também estranhou que ele estivesse tão cedo em casa, coisa que raramente acontecia.

    — Aristóteles, meu filho, o que houve? Encontrar você em casa a esta hora? — disse sua mãe, beijando-lhe a testa.

    — Ora, mãe! Não quero mais voltar àquela escola. Aquilo tudo é um saco. Não aprendo nada, os professores estão me perseguindo; dos colegas só serve a turma do futebol, o resto é um lixo!

    — Calma, meu filho! Você ainda é muito jovem para decidir sua vida. Aquele colégio que você frequenta é um dos melhores e é muito caro. Seu pai se formou nele e tem orgulho de que seu filho também o faça. Como seu interesse pelas aulas é nulo e suas notas são muito baixas, eu e seu pai fomos chamados a comparecer à escola amanhã para uma reunião com a diretoria. Procure entender, a sua situação não é das melhores.

    — Mas, mãe! É mais um motivo para eu sair deste colégio! Lá todos me perseguem.

    — Ah, coitadinho! Não se faça de vítima! Tome um banho, venha lanchar e depois fique no seu quarto à vontade. Amanhã será um novo dia.

    No dia seguinte, foram os três juntos para o colégio, Aristóteles para as aulas e seus pais para a reunião com os diretores. Seu pai, um homem forte, não muito alto, tendo, em média, 1,75m e um peso de 80kg, dirigia calado, talvez preocupado com a situação do filho. Quando estudara neste colégio, era um aluno exemplar e um atleta de grandes medalhas; deveria ter uns 45 anos. Sua mãe, com um 1,65m, era de média estrutura, com feições jovens e bonitas. Uma mulher educada e carinhosa com o marido e o filho; era uns dez anos mais nova que o esposo. Aristóteles era um pouco diferente dos dois: magro, baixo, usava óculos e tinha uns 12 anos.

    Quando chegaram à escola, ambos beijaram o filho e se dirigiram à sala do diretor. Aristóteles olhou-os preocupado, balançou os ombros como quem diz seja o que Deus quiser e foi para a sala de aula.

    Seus pais foram recebidos pelo diretor, um homem bem alto, gordo, careca, educado, que os mandou sentar. Na sala, já havia outros dois diretores e alguns professores. O diretor-presidente tomou a palavra em nome de todos os presentes e disse:

    — Convidei o senhor e a senhora para falarmos sobre seu filho, Aristóteles, como aluno do colégio. O menino não é bagunceiro, ao contrário, é quieto demais; é tímido, comunica-se mal com os outros colegas, procura ficar isolado, fala muito pouco e nunca levanta a mão para fazer qualquer comentário durante as aulas. Por um lado, se é comportado e educado demais, por outro, não estuda, suas notas são péssimas em todas as matérias; não participa das aulas, não copia nada, não usa o material escolar e fica indiferente a tudo, como se estivesse em outro lugar. A única coisa de que gosta daqui é o futebol. Como o senhor sabe, pois já foi aluno deste educandário, nós não matriculamos repetentes. Se continuar assim e for reprovado, terá de procurar outro colégio, o que, acreditamos, seria um aborrecimento para o senhor, que foi um aluno exemplar.

    — A culpa é nossa — disse o Sr. Xavier. — Nós procuramos dar a nosso filho o melhor possível e, como trabalhamos fora, eu sou engenheiro e minha esposa também é professora, talvez tenhamos mimado demais o garoto para compensar nossas ausências.

    — Sugiro que, aqui no colégio, ele não tenha nenhum privilégio e fique afastado do futebol por um bom tempo.

    — Agradeço a sua sugestão. Tudo o que pedir será cumprido; porém, acho que a punição deve ser maior, principalmente nas coisas de que ele gosta.

    — O computador e os CDs de rock — disse Dona Yolanda.

    — Ótimo — disse o diretor. — Vejo que converso com pessoas sensatas. Iremos chamá-los uma vez por mês para avaliarmos a evolução do menino. Os professores da escola, em vez de o deixarem divagando, irão cobrar dele atenção, visitas ao quadro-negro e tarefas em casa todos os dias.

    — Concordo — disse o pai.

    — Muito obrigado por terem comparecido. Sabemos que são pessoas ocupadas, mas tudo é para o bem do menino. Mais uma vez, obrigado.

    Despediram-se.

    Por outro lado, Aristóteles passou o dia preocupado, procurou prestar atenção às aulas para não ser repreendido. Foi para casa cedo, sem jogar o seu esporte preferido. Quando chegou, já o estavam esperando na sala, seu pai e sua mãe, com caras de poucos amigos. Sabia que ia receber chumbo grosso. Procurou ficar calado, sentou-se e esperou a bronca. Seu pai puxou o boletim, abriu-o e perguntou:

    — O que significam só notas vermelhas, não há uma azul sequer?

    O menino nada respondeu, resolveu ficar calado para não piorar sua situação.

    — Por que você não estuda, se tem tempo para isso? Por que não se interessa pelas aulas como fazem os outros alunos? Não responde nada? Para seu castigo, não vou trocá-lo de colégio agora. Sei que argumentou que não gosta da escola. Só sairá no fim do ano, mesmo assim se for reprovado. Tem mais: o futebol depois das aulas está proibido, assim como computador e os CDs de rock. Ficará também sem mesada e sem sair de casa por tempo indeterminado.

    |2

    Ao retirar-se, cabisbaixo, notou que sua mãe chorava e seu pai tinha-lhe falado com os olhos vermelhos. Entrou no quarto e não saiu mais, nem para lanchar, e logo depois adormeceu profundamente. A princípio, como estava muito preocupado e cansado, não teve nenhuma imagem em seu sonho. À medida que o tempo foi passando, começou a divisar um lugar paradisíaco. Era um sítio todo gramado, com grama rasteira bem cuidada, árvores altas bem copadas, frutíferas ou ornamentais. O sol bem alto no céu e este num azul límpido davam ao lugar um tom fantástico. Ficou encantado com o local em que se encontrava. Caminhou uns dois quilômetros e observou, ao longe, uma casa que parecia uma igreja. Apertou o passo, querendo chegar mais depressa e, assim que se aproximou da construção, ficou deslumbrado. Ao vê-la assim, à sua frente, lembrava-lhe a casa de Papai Noel ou uma igreja antiga, de outros séculos. Bateu à porta e esta se abriu com aqueles pequenos sinos vibrantes de Natal e uma figura de um homem colossal, com cabelos brancos abundantes, uma barba enorme, barrigudo, apareceu à sua frente.

    — Entre, meu menino! Eu já o esperava há muito tempo.

    — Ué! Você parece com meu avô, que já morreu há vários anos. Como você se chama?

    — Eu não tenho nome definido. Você pode me chamar de Homero, o poeta: ou de Hesíodo, o escritor; de Virgílio ou até de Papai Noel, tanto faz.

    — Então vou chamá-lo de Vovô. Você se importa?

    — Pelo contrário. É como eu quero que você me chame; mas entre, sente-se e fique à vontade.

    Aristóteles não se fez de rogado, sentou-se e cruzou as pernas.

    — Vovô, que lugar lindo este em que você mora. A sua casa parece de brinquedo. Quem cuida de tudo isto?

    — Eu mesmo, meu neto. Aqui não temos empregados, nós fazemos todos os serviços.

    — Que bacana! Na minha casa não faço nada. Só estudo. Hum! Acho que nem isso.

    — Eu posso, com o tempo, quando você vier aqui mais vezes, lhe ensinar a cuidar de si mesmo e aprender a estudar.

    — Eu acho o estudo um saco. O melhor da escola é jogar pelada.

    — Tudo bem! O lazer depois dos estudos é necessário. Você precisa se interessar pelos assuntos das aulas.

    — Mas como? Os professores são uns chatos e tem uma de História mundial que ultrapassa todos os limites.

    — Já sei! É a Professora Anastácia, ela é competente e sabe muito sobre História universal.

    — O quê, Vovô?! Você conhece aquela gorda, chata, burra e mau caráter?

    — Eu assisto às aulas delas pela TV e vejo que você é muito injusto com ela.

    — Mas o que posso fazer, se eu não a suporto, nem ela a mim?

    — É fácil, é só prestar atenção às aulas, interessar-se pelo assunto e melhorar suas notas.

    — Vovô, você fala como se tudo fosse simples assim, e na realidade não é.

    — A vida só é complicada quando a gente quer. Lembra-se da hora em que você chegou aqui? Eu falei que o estava esperando...

    — É verdade! Mas me esperando para quê?

    — Eu sou considerado um dos homens que mais sabem História no mundo e minha especialização é em Mitologia.

    Está gostando da amostra?
    Página 1 de 1