O Conto Dos Dois Corações

De J Halden

Um adolescente se apaixona por uma professora, mas ele sente que ela nem sabe de sua existência, até que ela começa a lhe dar atenção. Ele precisa desesperadamente falar o que sente, mas se vê impossibilitado de se abrir.

• Idioma: Português
• Editora: Bibliomundi
• Data de lançamento: 22 de fev. de 2023
• ISBN: 9781526020543

J Halden

J. Halden mora na capital do Rio Grande Do Sul, desde pequeno amava criar histórias e universos fictícios, até que aos 16 anos escreveu Haldwood, então não parou mais...

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Dois Corações - I

Me lembro de quando a vi pela primeira vez, uma mulher intrigante. Era linda, assim como as estrelas que pintam o céu noturno das madrugadas mais calorosas. Seus olhos traziam a juventude da vida, enquanto seus lábios aparentavam ser mais macios e adocicados do que um algodão doce.

Ela fazia com que meu coração saltasse para fora do peito, não sabia exatamente o porquê, ainda estava descobrindo e me aventurando com tais sentimentos.

Toda a vez em que ela entrava na sala de aula, diversas perguntas se formavam em minha mente, qual o seu nome? Será que era mais lindo do que a própria? E sua idade? Refletia a juventude que aparentava?

Me pegava tentando descobrir o que a fazia sorrir, quem sabe um humor mais ácido, ou algumas histórias e contos da vida. Até que enfim despertava de meu transe ao ouvi-la chamar pelo meu nome composto, seu olhar não procurava por mim, mantinha-se preso na lista de presença.

Me perguntava se ela realmente sabia da minha existência, e se não era apenas mais um nome em uma folha de papel.

Por mais que ela fosse baixinha, tinha uma grande presença. Era notável que se importava com sua aparência, sempre muito bem vestida, usava longos colares, brincos extravagantes e diversos anéis chamativos. Algumas vezes seus lábios eram preenchidos por um lindo vermelho vivo que, convidava os seus olhos a desviar-se para eles.

Ainda que notasse todos esses elementos estéticos, continuava a enxergar um grande ponto de interrogação ambulante.

Dias e semanas foram se passando, e novas perguntas se formando.

Só havia olhos para ela, mas não conseguia ter contato algum, fora o de praxe, como trabalhos, provas e uma leitura corriqueira em voz alta, que por sinal, me paralisava.

Era um fantasma para ela... na verdade, era um fantasma para todos de fora do meu pequeno grupo.

Por fim, o pior havia acontecido. Em um certo dia, estava à espera de sua aula, imaginando quais anéis, colares ou brincos seriam o da vez, será que ela perceberia que estou aqui? Mas ela não apareceu, na verdade, ela não iria