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Contra 'O Estado e a Revolução', de Lênin
Contra 'O Estado e a Revolução', de Lênin
Contra 'O Estado e a Revolução', de Lênin
E-book58 páginas42 minutos

Contra 'O Estado e a Revolução', de Lênin

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Sobre este e-book

Lênin é considerado o autor mais importante no interior do marxismo depois de Marx. Ele é considerado, inclusive, o seu intérprete canônico. Chris Wright é um dos poucos que realizam a crítica da confusão entre marxismo e leninismo. Wright realiza uma análise crítica da obra O Estado e a Revolução, de Lênin, discutindo seus limites e diferenças em relação ao pensamento de Marx, bem como abordando questões como teoria do Estado, questão da consciência e do partido, ditadura do proletariado e concepção marxista de revolução. Assim, para todos aqueles que conhecem a obra de Lênin, esse livro é fundamental por apresentar uma análise crítica do leninismo e de suas mistificações.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento20 de jul. de 2020
ISBN9786500063080
Contra 'O Estado e a Revolução', de Lênin
Autor

Carlos Henrique Marques

Sociólogo e filósofo. Doutor em Filosofia pela Universidade de Brasília (UnB).

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    Contra 'O Estado e a Revolução', de Lênin - Carlos Henrique Marques

    UM DEBATE ENTRE LENINISMO E MARXISMO ABERTO

    Carlos Henrique Marques

    Não temos de superar Lênin, temos de relegar o leninismo ao lixo da história.

    Chris Wright

    O pequeno livreto de Chris Wright é uma peça importante para se pensar as lutas políticas atuais. A crítica de Wright à obra de Lênin, O Estado e a Revolução, é importante tanto pela sua crítica quanto por sua retomada do marxismo autêntico, bem como pela contribuição para a superação da deformação do pensamento de Karl Marx.  Mas nem tudo são flores, pois os muitos acertos são acompanhados de alguns equívocos.

    Os acertos são o mérito do texto de Wright. As críticas a Lênin são quase todas corretas. A distinção entre o pensamento de Marx e o do líder bolchevique é outro acerto importante. Vamos elencar os acertos e equívocos de Wright e assim deixar claro o quanto ele avança em relação a Lênin, mas com ambiguidades e equívocos. Wright parte da concepção leninista, reconhecendo que os estudos mais aprofundados foram os do pseudomarxismo acadêmico e que no âmbito político houve, geralmente, repetição do que foi dito por Lênin. Por outro lado, cai no equívoco ao dizer que os acadêmicos consideraram a obra de Lênin sobre o Estado como tosca e simplista, pois não é algo generalizado e nem verdadeiro no que se diz aos supostos marxistas. As obras de Lênin, no geral, são fracas e de pouca criatividade, sendo, geralmente, resumos de obras de outros pensadores¹. Além disso, reproduz a concepção equivocada de que tal livro seria uma obra libertária (seja lá o que significa isso, mas é tido em alguns círculos como positivo, próximo do anarquismo ou da liberdade)².

    O primeiro ponto é o significado do Estado. Wright inicia com a discussão sobre o que é o estado e, mais especificamente, o que é o estado capitalista. Nesse momento, ele demonstra não ter um maior domínio sobre o método dialético. Ele apela para Richard Gunn e sua ideia de abstração empirista, algo sem sentido. Engels apresenta uma definição de Estado e toda definição é generalizante. Não podemos aqui fazer toda uma discussão sobre o método dialético e a questão da generalidade e da especificidade, entre outras categorias da dialética e por isso vamos apenas tratar da compreensão marxista do conceito. É na teoria do conceito que entendemos a chave para compreender o significado do conceito de estado³. O conceito de Estado engloba todos as manifestações particulares de Estado. As diferenças entre eles são percebidas com o acréscimo que mostra sua especificidade histórica: estado escravista, estado despótico, estado feudal, estado capitalista⁴. E estes, por sua vez, possuem uma essência, que é o seu conceito, que, assume várias formas e por isso é possível conceituar o Estado capitalista e observar suas mutações formais na história. Isso é um elemento básico do método dialético que Wright parece desconhecer. Quando ele afirma que não existe nenhum Estado genérico cai justamente no empiricismo e na confusão metodológica. Logo, o conceito de Estado não é uma metacategoria e nem abstração anistórica, pois a historicidade é relativa, é de suas formas, bem como do Estado, que surgiu num determinado momento histórico e deixará de existir no futuro. Logo, Engels, em que pese os seus vários equívocos, aqui tem razão e Wright se equivoca por não compreender a complexidade da historicidade numa concepção dialética.

    Curiosamente Wright diz que a definição engelsiana de Estado (um conjunto de homens armados, organizado para defender os interesses da classe dominante) não fornece meios para entender as especificidades do Estado capitalista. Seria fantástico se ele fizesse isso. Seria o

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