Contra 'O Estado e a Revolução', de Lênin
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Carlos Henrique Marques
Sociólogo e filósofo. Doutor em Filosofia pela Universidade de Brasília (UnB).
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Contra 'O Estado e a Revolução', de Lênin - Carlos Henrique Marques
UM DEBATE ENTRE LENINISMO E MARXISMO ABERTO
Carlos Henrique Marques
Não temos de superar Lênin, temos de relegar o leninismo ao lixo da história.
Chris Wright
O pequeno livreto de Chris Wright é uma peça importante para se pensar as lutas políticas atuais. A crítica de Wright à obra de Lênin, O Estado e a Revolução, é importante tanto pela sua crítica quanto por sua retomada do marxismo autêntico, bem como pela contribuição para a superação da deformação do pensamento de Karl Marx. Mas nem tudo são flores, pois os muitos acertos são acompanhados de alguns equívocos.
Os acertos são o mérito do texto de Wright. As críticas a Lênin são quase todas corretas. A distinção entre o pensamento de Marx e o do líder bolchevique é outro acerto importante. Vamos elencar os acertos e equívocos de Wright e assim deixar claro o quanto ele avança em relação a Lênin, mas com ambiguidades e equívocos. Wright parte da concepção leninista, reconhecendo que os estudos mais aprofundados foram os do pseudomarxismo acadêmico e que no âmbito político houve, geralmente, repetição do que foi dito por Lênin. Por outro lado, cai no equívoco ao dizer que os acadêmicos consideraram a obra de Lênin sobre o Estado como tosca e simplista, pois não é algo generalizado e nem verdadeiro no que se diz aos supostos marxistas
. As obras de Lênin, no geral, são fracas e de pouca criatividade, sendo, geralmente, resumos de obras de outros pensadores¹. Além disso, reproduz a concepção equivocada de que tal livro seria uma obra libertária
(seja lá o que significa isso, mas é tido em alguns círculos como positivo, próximo do anarquismo ou da liberdade)².
O primeiro ponto é o significado do Estado. Wright inicia com a discussão sobre o que é o estado e, mais especificamente, o que é o estado capitalista. Nesse momento, ele demonstra não ter um maior domínio sobre o método dialético. Ele apela para Richard Gunn e sua ideia de abstração empirista
, algo sem sentido. Engels apresenta uma definição de Estado e toda definição é generalizante. Não podemos aqui fazer toda uma discussão sobre o método dialético e a questão da generalidade e da especificidade, entre outras categorias da dialética e por isso vamos apenas tratar da compreensão marxista do conceito. É na teoria do conceito que entendemos a chave para compreender o significado do conceito de estado³. O conceito de Estado engloba todos as manifestações particulares de Estado. As diferenças entre eles são percebidas com o acréscimo que mostra sua especificidade histórica: estado escravista, estado despótico, estado feudal, estado capitalista⁴. E estes, por sua vez, possuem uma essência, que é o seu conceito, que, assume várias formas e por isso é possível conceituar o Estado capitalista e observar suas mutações formais na história. Isso é um elemento básico do método dialético que Wright parece desconhecer. Quando ele afirma que não existe nenhum Estado genérico
cai justamente no empiricismo e na confusão metodológica. Logo, o conceito de Estado não é uma metacategoria e nem abstração anistórica, pois a historicidade é relativa, é de suas formas, bem como do Estado, que surgiu num determinado momento histórico e deixará de existir no futuro. Logo, Engels, em que pese os seus vários equívocos, aqui tem razão e Wright se equivoca por não compreender a complexidade da historicidade numa concepção dialética.
Curiosamente Wright diz que a definição engelsiana de Estado (um conjunto de homens armados, organizado para defender os interesses da classe dominante
) não fornece meios para entender as especificidades do Estado capitalista. Seria fantástico se ele fizesse isso. Seria o