Plano de treinamento baseado em performance: sistema de apoio à decisão baseado em indicadores de desempenho

De Lidiane Pinheiro

O Setor de Recursos humanos ao longo do tempo vem se adaptando às exigências do mercado de trabalho. Inicialmente visto como um setor com características mais subjetivas, esse vem buscando a cada dia indicadores que comprovam que sua atuação está ligada diretamente aos resultados do negócio. Um dos subsistemas que exigem muito das equipes de RH são as ações de desenvolvimento e treinamento, pois avaliar competências, em alguns casos, perpassa ainda pela subjetividade. Nessa pesquisa, proponho uma ideia de um sistema informatizado que planeje ações de desenvolvimento baseadas em indicadores reais de desempenho. Nesse livro, os leitores terão uma visão geral da educação de adultos e como entendendo esse cenário e alinhado às necessidades dos negócios, o setor de recursos humanos pode utilizar-se da tecnologia para planejar as melhores ações de desenvolvimento de suas equipes.

• Idioma: Português
• Editora: Editora Dialética
• Data de lançamento: 25 de nov. de 2021
• ISBN: 9786525212517

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1. EDUCAÇÃO PARA OS TRABALHADORES NAS EMPRESAS

Somente a organização pode oferecer a continuidade básica de que os trabalhadores do conhecimento precisam para serem eficazes. Apenas a organização pode transformar o conhecimento especializado do trabalhador do conhecimento em desempenho (DRUCKER, 1999, p. 40).

Neste capítulo discute-se a Educação para Adultos, suas bases pedagógicas e andragógicas e as ações de treinamento realizadas pelas empresas em prol da formação de seus funcionários. Faz-se um breve resgate das primeiras iniciativas de capacitação profissional até os dias atuais e alguns conceitos importantes referente ao tema, como exemplo, o conceito de treinamento. Por último, discute-se sobre o processo de treinamento nas empresas destacando sua importância para o alcance dos objetivos empresariais.

1.1. EDUCAÇÃO PARA ADULTOS: BASES PEDAGÓGICAS E ANDRAGÓGICAS

A discussão sobre a educação para adultos é um tema bastante presente no meio acadêmico, uma vez que a formação desses sujeitos exigem dos educadores a utilização de estratégias e recursos didáticos diferenciados e que visem contemplar as experiências vivenciadas ao longo de seu percurso de vida.

No início do século XIX havia um modelo de suposições sobre a aprendizagem e as características dos alunos em que os educadores poderiam basear seus currículos e práticas. (KNOWLES, 1988). No caso da aprendizagem para adultos, Knowles (1988), cita que os pressupostos foram baseados em observações, inicialmente, realizadas por monges no ensino de crianças muito pequenas, em que envolvia a aprendizagem de habilidades relativamente simples tais como a leitura e escrita. A partir dessas observações surgiram alguns conceitos e discussões que, posteriormente, iriam contribuir para a formalização da Pedagogia como área de estudo, focada no processo de aprendizagem de crianças. Pode-se definir Pedagogia como a arte e a ciência de educar crianças, de maneira mais precisa, a pedagogia representa a educação centrada no professor DEAQUINO (2007, p 10). Nessa visão, o aluno precisa ser orientado por um adulto, onde este assume o papel de mediador do conhecimento a ser apreendido.

Na visão de DeAquino (2007), a Pedagogia considera que o aprendiz não possui maturidade necessária para organizar a vida e tomar as definições corretas, assim devem ser guiados pelos professores. Contudo essa afirmação não deve ser aplicada em sua totalidade principalmente para a educação de adultos, uma vez que esses sujeitos possuem em sua história conhecimentos e experiências que devem ser aproveitados e readequados ao ambiente de ensino e aprendizagem. Até pouco tempo, o modelo pedagógico adotado para o ensino de crianças, também era aplicado ao ensino de adultos, o que em sua maioria não obtinha resultados satisfatórios tendo em vista as características distintas desses dois públicos.

Conforme DeAquino (2007) o emprego desse modelo pedagógico na educação dos adultos desfavorece o desenvolvimento de algumas qualidades presentes nesse público, tais como a independência e a responsabilidade de suas ações. Os adultos, em sua maioria, são estimulados a aprender através da resolução dos problemas que surgem em suas vidas, e por isso, preferem examinar o conteúdo que será aprendido.

Knowles (1988) aponta que muitos estudos foram realizados nos séculos XIX e XX, e que a partir dos resultados encontrados pelos professores, cuja experiência era com o modelo pedagógico para crianças, identificaram que muitas das características presentes nesse modelo não se adequavam a seus alunos adultos. Dessa forma, começaram a experimentar diferentes métodos de ensino para que pudessem alcançar resultados significativos quanto à aprendizagem do público adulto.

Entre o período de 1929 a 1948, o jornal de Educação de Adultos, publicado pela Associação Americana para a Educação de Adultos, apresentou artigos de diversos professores descrevendo as estratégias adotados por eles para o ensino de seus alunos adultos e apresentaram de que forma haviam se desviado do modelo pedagógico para crianças. Irrefutavelmente, eles estavam apreensivos com a escrita científica, por não terem teoria para apoiar suas práticas, contudo buscaram ser objetivos e seguiram seus instintos (KNOWLES,