Gestão por Competências: pesquisa com abordagem Design Science - proposta de um framework para implantar e gerir um sistema de competências
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Sobre este e-book
A metodologia empregada é a Design Science e tem como artefato a ampliação da base de conhecimento, da qual o framework proposto faz parte. Este foi desenvolvido a partir de conceitos teóricos da literatura, advindos de autores expoentes sobre o assunto, como McClelland, Zarifian e Fleury e Fleury, e a partir de um estudo de caso em uma empresa multinacional que já utiliza o modelo de Gestão por Competências – não há registros no Brasil da aplicação desse modelo em MPEs.
No estudo de caso foram aplicadas entrevistas semiestruturadas, através das quais são levantados os pontos fortes/impulsionadores e os pontos fracos/inibidores do modelo, utilizando-se do método conhecido como autobiográfico ou história de vida.
Para validação, o framework foi submetido a uma pequena empresa disposta a analisar sua clareza e viabilidade de implantação, cujos dados foram colhidos também por meio de entrevistas semiestruturadas. Tal processo induziu à revisão do framework e a novos ajustes, com o qual se espera ter criado um exemplar customizado e viável para as MPEs, que facilite a implantação e gestão de um modelo de Gestão por Competências.
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Gestão por Competências - Flávio M. Sardenberg
1 INTRODUÇÃO
Segundo Wilkinson (1991), a introdução é a parte do trabalho que fornece aos leitores informações prévias sobre a pesquisa e seu objetivo é prover uma estrutura para a mesma, de sorte de que os leitores possam usá-la para comparar com as demais pesquisas e compreender como se relacionam.
A introdução aborda tradicionalmente um problema de pesquisa, o qual segundo Creswell (2010) pode originar-se de muitas fontes, como por exemplo, pode advir de uma situação que os pesquisadores vivenciaram em sua vida pessoal ou profissional, ou mesmo ser fruto de um amplo debate que surgiu na literatura, na política, no governo ou nas empresas.
O primeiro subcapítulo deste trabalho descreve o artefato que será gerado pela pesquisa, como resposta ao problema encontrado, e o segundo descreve a relevância do problema, apresentando-o e procurando justificar sua escolha.
O subcapítulo 1.3 trata da contribuição teórica da pesquisa, ou seja, quais são suas contribuições inovadoras e/ou interessantes, e o subcapítulo 1.4 finaliza o capítulo Introdução apresentando e comentando as limitações da pesquisa.
1.1 DESCRIÇÃO DO ARTEFATO (DIRETRIZ 1)
A presente pesquisa propõe um modelo para a implantação e gestão de um sistema de competências, sobretudo nas micro e pequenas empresas. Esse modelo se dará na forma de um framework, o qual possibilitará a visualização de todo o processo de implantação e o entendimento passo a passo das etapas a serem cumpridas por parte das empresas interessadas.
Ainda que não se possa garantir que o modelo proposto seja o melhor para todas as empresas, o mesmo refletirá um resultado do conteúdo contido na literatura de autores especialistas no assunto, enriquecido pela experiência colhida em uma empresa multinacional de grande porte que utiliza o sistema de competências e aprimorado pela análise e considerações de uma pequena empresa disposta a colaborar com a pesquisa.
Esta análise levou ao ajuste do modelo originalmente apresentado à pequena empresa, com o que se acredita propor um artefato que atenda de forma mais efetiva e abrangente às empresas brasileiras, sobretudo às micro e pequenas empresas (MPEs).
1.2 RELEVÂNCIA DO PROBLEMA (DIRETRIZ 2)
As empresas se encontram em busca constante de crescimento, como forma de atrair novos Clientes, maximizar seus lucros e garantir sua sobrevivência. Dentro desse cenário, optam por modelos de gestão que acreditam ser a melhor opção para atender seus objetivos, levando-se em conta também o ambiente onde se encontram inseridas, seus concorrentes e o mercado em constante evolução.
Um dos modelos que tem despertado interesse crescente das empresas e busca se adaptar a um mundo globalizado e em constante mudança, o que exige da empresa flexibilidade e disposição para inovar, é o modelo de Gestão por Competências (DUTRA, 2010; FLEURY E FLEURY, 2001, 2004). Empresas de grande e médio portes já utilizam esse modelo no Brasil, muitas vezes adaptado de um sistema criado por sua matriz sediada em outro país, e suportado em geral por um software cujo investimento se torna inviável para micro e pequenas empresas com seus recursos limitados.¹ Hirata (2000, p. 15) endossa tal limitação sobre a aplicação da lógica competência
no país: Trata-se de uma lógica ainda claramente periférica e restrita a inovações e experimentações em grandes empresas do setor dinâmico da economia, sobretudo no Brasil.
.
O modelo de Gestão por Competências não exclui a utilização concomitante de outros modelos, como o de gestão por objetivos introduzido por Peter Drucker, mas agrega novas ferramentas e enfoque de como gerir os recursos humanos de forma ainda mais efetiva e saudável para a empresa e empregados (ZARIFIAN, 2012).
Outro ponto interessante a mencionar é o fato de importantes empresas, como multinacionais de destaque em seu segmento (Bayer, Bosch, Chevrolet, Gerdau, Motorola, Renault, etc.), investirem cada vez mais no amadurecimento desse sistema de gestão, o que leva a crer que produz resultados no mínimo interessantes e pode assim contribuir de forma semelhante para outras empresas, independentemente de seu porte e negócio.
1.3 CONTRIBUIÇÃO TEÓRICA (DIRETRIZ 4)
Segundo Hevner et al. (2004), a aplicação da design science pode produzir três tipos de contribuição: a) Projeto do artefato, que se traduz na criação do próprio artefato e este deve ser a solução para um problema até então não solucionado; b) Ampliação dos fundamentos, em que os resultados da pesquisa possibilitam adições à base de conhecimento existente; c) Desenvolvimento de novas metodologias, em que a criativa elaboração e uso de métodos de avaliação possibilita a contribuição da pesquisa para o desenvolvimento de novas metodologias.
O projeto em questão se enquadra melhor na contribuição b)
, ampliação dos fundamentos à base de conhecimento, pois permite acrescentar à lista de modelos de gestão um modelo por competências destinado e adequado às micro e pequenas empresas.
Conforme De Sordi, Meireles e Sanches (2011, p. 21), os produtos da design science
[...] podem ser definição de constructos, métodos ou extensões de técnicas que melhorem as teorias, as estruturas (frameworks), os instrumentos, conceitos, modelos, métodos e protótipos existentes, ou incrementem a base de conhecimentos referentes a técnicas de análise de dados, procedimentos, medidas e critérios de validação.
Do ponto de vista prático, espera-se que para os gestores de micro e pequenas empresas que adotarem o novo modelo de gestão poderão ser oferecidos treinamentos melhor estruturados para o desempenho de seus colaboradores, contribuindo para o atingimento de seus objetivos e o da organização, além de atingirem os resultados de forma mais eficaz. O colaborador melhor preparado obtém maior eficiência e assertividade, trabalhando com menor nível de stress, o que gera maior qualidade no ambiente profissional e maiores chances de manutenção de seu emprego, já que atinge mais facilmente seus objetivos. A comunidade e o mercado se beneficiam de um melhor atendimento e da geração de mais clientes satisfeitos.
Outro ponto interessante é que o framework a ser proposto pode servir como base para a elaboração de um software voltado para MPEs, que irá auxiliar na gestão das competências.
1.4 LIMITAÇÕES DA PESQUISA
Uma das limitações da pesquisa está ligada à abrangência de empresas pesquisadas que utilizam um sistema de gestão por competências, uma vez que se optou por um estudo de caso exploratório, o qual procura listar os pontos críticos/inibidores enfrentados pela organização na implantação de seu modelo, os motivos que a levaram a optar por esse tipo de gestão e os pontos fortes/impulsionadores. O estudo de caso tem se tornado a estratégia preferida quando os pesquisadores procuram responder como e porque certos fenômenos ocorrem, quando há pouca possibilidade de controle sobre os eventos estudados e quando o foco de interesse é sobre fenômenos atuais, que só podem ser analisados dentro de um contexto de vida real (GODOY, 1995).
Outra limitação diz respeito ao tamanho da empresa que serviu como estudo para a proposta do framework inicial, de grande porte, uma vez que não se encontrou micro e pequenas empresas que utilizassem tal modelo de gestão. Isso pode levar a uma proposta um pouco fora do ideal da realidade dessas últimas empresas, ainda que o framework tenha sido avaliado e validado por uma pequena empresa do Aglomerado Urbano de Jundiaí, SP.
Uma terceira limitação reside no fato da pequena empresa que realizou a avaliação e ajustes não ter o know-how ideal para julgar as dificuldades, virtudes e viabilidade do modelo, pois nunca utilizou o mesmo. Suas considerações refletem suas análises e percepções, baseadas em suas realidades e interpretações.
Por se tratar de um estudo de caso, na primeira etapa da pesquisa, mesmo que ciente de suas várias e ricas contribuições, o mesmo impõe uma limitação geográfica em relação ao que poderia proporcionar uma pesquisa quantitativa, utilizando-se, por exemplo, de um formulário do tipo Likert. Há de se considerar ainda a cultura das empresas e a realidade do mercado onde estão inseridas. Frameworks elaborados em regiões distintas e com significativas diferenças culturais, como o nordeste e o sudeste, ou como no caso de diferentes países, podem eventualmente levar a interpretações diversas por parte das micro e pequenas empresas da região utilizada e igualmente à proposta de modelos distintos.
Por fim, na segunda etapa da pesquisa (avaliação e validação do framework proposto em conjunto com uma pequena empresa), o trabalho com uma única empresa também limita o aprofundamento da compreensão do porquê o framework inicial atende ou não às micro e pequenas empresas e, por consequência, quais deveriam ser os ajustes que tornariam o modelo ainda mais abrangente.
1 Conforme comunicação pessoal de Sérgio Hentschel da empresa Micropower no ano de 2006, de Victor Rizzi da empresa Renault do Brasil em maio de 2012 e de Augusto Gaspar da empresa Micropower em junho de 2012.
2 REVISÃO DA LITERATURA
Neste capítulo é feita a revisão da literatura, que justifica o argumento básico elaborado pelo autor na formulação de seu problema.
Foi dito que as empresas se encontram em busca constante de crescimento, como forma de atrair novos Clientes, maximizar seus lucros e garantir sua sobrevivência. Dessa forma, optam por modelos de gestão que acreditam ser a melhor opção para atender seus objetivos, levando-se em conta também o ambiente onde se encontram inseridas, seus concorrentes e o mercado em constante evolução. Fleury e Fleury (2001, 2004) e Dutra (2010) completam o raciocínio acrescentando que um dos modelos que tem despertado interesse crescente das empresas e busca se adaptar a um mundo globalizado e em constante mudança, o que exige da empresa flexibilidade e disposição para inovar, é o modelo de gestão por competências.
Dessa forma, o capítulo é subdividido em cinco subcapítulos: 1) Finalidade das Empresas; 2) Modelo de Gestão; 3) Gestão por Competências; 4) Modelo de Gestão por Competências; 5) Exemplos de Implantação de Modelos de Gestão por Competências.
O primeiro subcapítulo aborda a razão de existência e finalidade das empresas, buscando justificar o problema escolhido pelo autor, ou seja, elucidar sua lógica e a escolha dos campos de pesquisa e tema. Esclarece que a finalidade das empresas se baseia na busca de crescimento e lucros incessantes e que, para tanto, se apoia em diferentes modelos de gestão, que se modificam e evoluem ao longo do tempo. O segundo subcapítulo se constitui no campo de pesquisa proposto e dá continuidade à explicação da escolha do campo de pesquisa e do tema, explorando como os modelos de gestão servem de suporte para os objetivos das empresas.
O terceiro subcapítulo trata do tema da pesquisa, no qual apresenta o modelo de Gestão por Competências segundo a visão de autores de diferentes países. Já o quarto e último compara a visão dos autores do primeiro, segundo e terceiro subcapítulos, mostrando sua convergência e complementaridade.
Segundo Vieira (1995), o capítulo de Revisão da Literatura é um dos mais relevantes de uma pesquisa, uma vez que apresenta a fundamentação às hipóteses teóricas do autor, busca justificá-las, bem como argumenta e valida a contribuição de conhecimento pretendida.
2.1 FINALIDADE DAS EMPRESAS
Schumpeter (1988) menciona que na busca incessante pelo lucro e pela própria sobrevivência de seu negócio, os empresários procuram inovar, ou seja, realizar novas combinações
dos fatores existentes. Tais fatores, representados por materiais e forças que se encontram ao alcance, geram crescimento e desenvolvimento econômico quando combinados de forma inovadora,