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Senhora Marino - Livro 1 - Mulheres da Máfia
Senhora Marino - Livro 1 - Mulheres da Máfia
Senhora Marino - Livro 1 - Mulheres da Máfia
E-book825 páginas9 horas

Senhora Marino - Livro 1 - Mulheres da Máfia

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Senhora Marino - Livro Um - Mulheres da MáfiaNalla Dmitriev nunca foi uma garota fácil de se lidar, criada por um pai ausente e uma mãe alcoólatra não tinha como ser diferente, a mais velha de três irmãs, a herdeira de Ivan Dmitriev o temido Dom da Bratva, por ser mulher nunca iria assumir o cargo do pai, essas eram as regras, uma mulher não tinha capacidade ou estomago para comandar a máfia. Seu destino seria casar-se com um homem da escolha de seu pai, alguém que fosse considerado adequado para assumir o posto de seu pai. Mas, para o seu desprazer um acordo lhe coloca nas mãos do temido subchefe da Casa Nostra, um casamento faria deles o grupo mafioso mais poderoso de todos e ela tinha sido escolhida como a boneca de troca, sem ter a chance escolha, ela tinha apenas que aceitar o que aqueles homens tinham acertado. Um casamento fadado ao insucesso, um marido instável e surpresas indesejáveis serão parte efetivas da sua vida e ela terá de aprender a conviver com isso, se quiser manter-se sóbria e sobreviver aquele inferno.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento9 de mar. de 2022
ISBN9781526043153
Senhora Marino - Livro 1 - Mulheres da Máfia

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    Senhora Marino - Livro 1 - Mulheres da Máfia - Nadine Lima da Silva

    CAPÍTULO I

     Nalla Dmitriev:

    O vestido de noiva era desconfortável, pelo menos dois números menores de que o meu manequim e se eu respirasse fundo ele iria rasgar, a tiara machucava a minha cabeça, o sapato era desconfortável, mas, eu deveria estar perfeita para aquela ocasião, era o dia mais feliz de uma mulher, se eu não estivesse sendo obrigado a me casar com um homem que eu não conhecia e até a semanas atrás era um inimigo mortal de minha família.

    Eu era a ovelha que tinha sido jogada aos lobos e tudo isso apenas por poder. A Bratva finalmente iria conseguir um substituto à altura caso algo acontecesse ao meu pai e a Cosa Nostra iria se tornar a máfia mais poderosa do mundo com aquele acordo. Meu casamento renderia dinheiro, prestígio e poder para os Dom da Máfia, porém, era o meu futuro e em nenhum momento eu tinha sido consultada sobre aquela palhaçada e o pior eu ainda teria que me casar com um filho da puta italiano e nem poderia reclamar, pois, eu era uma mulher e mulheres não têm voz dentro da máfia, nos cabe apenas concordar com aquelas regras esdrúxulas e sermos os bibelôs dos nossos maridos pelo resto das nossas vidas.

    — Você está linda. – Elogiou Ivana quando entrou na maldita sacristia, eu era ortodoxa e estava me casando em uma igreja católica, mas, aquela era uma das exigências de meu futuro marido. Eu teria um casamento em termos italiano e estava quase vomitando com aquilo. — A noiva mais bonita que eu já vi, seu marido terá muita sorte em lhe ter Nalla.

    — Obrigado. – Agradeci apertando a sua mão delicadamente, minha doce e bela Ivana, a caçula das Dmitriev, ela tinha apenas 17 anos e eu esperava que quando nana escolhesse a casar ele não a jogasse para os lobos como estava fazendo comigo, pois, minha irmãzinha não resistiria aquilo. Dentro das regras da máfia Ivana já teria que estar noiva e prestes a se casar, afinal, quanto mais nova a mulher se casa mais rápido os herdeiros homens nascem, para todos eu já estava velha para um casamento e eu tinha apenas 22 anos. — Tenho certeza de que quando chegar a sua vez, você estará ainda mais bonita e radiante, a noiva mais bonita de todas. Pode avisar para nana que eu já estou pronta?

    — Nana ainda está terminando de assinar alguns contratos. – Respondeu ela fazendo com que eu desse uma risada irônica, até mesmo no dia do meu casamento eu era deixada de lado por conta dos negócios, tão Ivan Dmitriev. — Mas mamãe e Sasha estão esperando para falar com você, eu irei para o meu posto, sou sua dama de honra.

                 Sorri e a abracei antes que ela se distanciasse com o seu vestido azul marinho, ele tinha combinado perfeitamente com o seu tom de pele, tinha certeza de que Sasha estaria tão bem quanto ela, cores vibrantes combinavam com a pele albina e não todo aquele branco que me deixava parecendo com um fantasma. Me encarei no espelho sentindo uma vontade imensa de rasgar aquele maldito trapo branco e mandar todos para a Puta que Pariu.

    — Sasha acompanhe a sua irmã, não é de bom tom apenas uma dama de honra do altar. – Mandou mamãe assim que ela colocou os seus pés na sacristia e eu apenas encarei minha irmã sorrindo quando eu percebi os seus olhos me encararem com apreensão, Sasha sabia que nada de bom iria sair daquela conversa, mas, ela não precisava passar por aquilo, não naquele momento. — Ande logo, eu quero conversar com a sua irmã antes que o seu pai termine de assinar os malditos contratos.

                Ela concordou e me abraçou carinhosamente sussurrando no meu ouvido que estava tudo bem e saiu antes que Natasha ficasse ainda mais irritada. Mamãe me encarou como se verificasse se eu não tinha aprontado nada, afinal, aquele era o seu passatempo predileto quando ela não estava bêbada.

    — Já deveríamos ter tido essa conversa, mas, você não é uma pessoa fácil de se lidar Nalla e com todos os percalços que sofremos nos últimos meses eu decidi esperar até esse momento, já que você não pode fugir. – Começou ela fazendo com que eu revirasse os olhos e apanhasse o buque de rosas vermelhas, as malditas rosas vermelhas que combinavam com a decoração. — Casamentos são uma merda, principalmente os que começam desse jeito, eu odeio o seu pai com todas as minhas forças e isso é recíproco. Bem eu lhe dei três filhas mulheres e essa é a maior desonra que um Dom pode sofrer e como bastardos não são reconhecidos ele nunca terá um filho homem para carregar o seu querido sobrenome e isso me deixa muito feliz, já que eu pelo menos eu ainda tenho algo para jogar na cara dele quando aquele filho da puta tenta me rebaixar ou subjugar como ele faz com as piranhas que come.

    — Mãe, eu não quero e não preciso de seus conselhos. – Avisei tentando me sentir confortável dentro daquele vestido, mas, isso era impossível. — Então, se nana perguntar alguma coisa, apenas diga que você destilou o seu veneno e que estamos bem, acho que já cumpriu o seu papel de mãe do ano, então apenas me deixe sozinha.

    — O casamento vai matar seu espiro rebelde, na verdade ele vai matar você aos poucos e dentro de alguns anos você será apenas uma casca vazia assim como eu sou, viciada em alguma coisa que faça você tentar se sentir viva. – Falou ela rindo e dando-me as costas. — Acho que não precisa dos meus conselhos para a noite de núpcias, espero que seja melhor do que a minha. Com o tempo você se acostuma a sentir nojo do sexo e fazer apenas quando necessário e ficar feliz com as amantes que seu marido trará para dentro de casa, assim ele lhe procurará menos e você terá um pouco de paz, se tiver sorte lhe dará um filho homem e isso será o seu auge querida, mas, lembre-se a genética não está ao seu favor.

    — Obrigado mama. – Agradeci vendo-a sair e revirei os meus olhos, aquela conversa motivadora era tudo que eu precisava naquele momento, Natasha deveria ganhar o prêmio de mãe do ano depois do seu discurso pré-nupcial. — Okay Nalla, você é melhor e mais forte do que tudo isso. É apenas um italiano que você terá que aturar o resto da sua vida, isso se você não o matar nesta noite, isso com certeza seria um grande problema, mas, eu não posso prometer que irei aturar aquele filho da puta por muito tempo, não sou uma mulher que costuma seguir as regras e principalmente eu não sou alguém que irá viver o resto da vida sobre os pés de um maldito homem.

    — Isso seria uma violação do acordo e eu realmente não quero matar minha rosa. – Avisou nana fazendo com que eu me voltasse para ele com um sorriso irônico nos meus lábios. — Você está linda. Linda como um anjo e aquele maldito não merece toda essa beleza.

    — Você assinou a minha sentença quando me entregou de bandeja para aquele maldito italiano. – Alfinetei-o ouvindo a sua risada e me virei os encarando. — Vamos fazer isso, esse vestido realmente está me incomodando e eu quero terminar logo com essa palhaçada de uma vez para poder tirar essa coisa.

    — Um dia você vai entender os meus motivos, rosa. – Afirmou ele beijando a minha testa carinhosamente enquanto me abraçava e isso fez com que eu tivesse em engolir o choro, por mais que ele fosse um pai ausente e frio, era dele os únicos gestos de carinho que eu recebi durante toda a minha vida e eu não podia negar que as suas últimas ações tinham quebrado o meu coração. — Essa é a sua batalha rosa, mostre a eles que não iram conseguir destruir você, mesmo que para isso você tenha que usar artilharia pesada, não deixe com que eles pensem que você está derrotada. Você é uma Dmitriev e nós nunca perdemos.

    — Deixarei você orgulhoso nana. – Prometi fazendo com que ele sorrisse e beijasse a minha testa. — Eu amo você.

    — Também amo você, minha rosa. – Declarou ele acariciando o meu rosto. — Ele não merecia alguém como você, não merecia nenhuma das minhas garotinhas. Infernize a vida dele pelo resto dos seus dias rosa, deixe seu nana orgulhoso de você, ainda mais orgulhoso do que eu estou agora, pois, você já mostrou para todos que não é uma garotinha assustada e sim a minha Nalla.

    Concordei colocando o meu sorriso mais falso no rosto e entrelacei o meu braço no dele quando a cerimonialista avisou que já estava tudo pronta para a minha entrada.

    Eu deveria ter pedido a nona sinfonia de Beenthoven para a entrada e não aquela maldita marcha nupcial, a sinfonia da morte parecia mais apropriada para aquela cerimônia, nana apertou o meu braço delicadamente quando as portas se abriram e eu apenas respirei fundo antes de dar o primeiro passo na direção da morte. A nave da igreja era enorme e todos me encaravam como se eu fosse realmente uma ovelha sendo conduzida para o abate. A expressão do meu futuro marido era fria e isso fez com que o meu sorrisse aumentasse, parecia que eu não iria ser infeliz sozinha e aquilo era um ponto extra para o meu casamento.

    O padre deu início a cerimônia falando palavras de amor e fidelidade, de como um casal deveria se comportar perante as leis de Deus, horando os votos que iriamos fazer diante de todas aquelas pessoas e eu tive que me controlar para não gargalhar, mas, eu não queria ser desrespeitosa, ele era um dos padres associados a máfia, sabia que a maioria daqueles casamentos eram apenas contratos assinados por família, não havia amor, não havia fidelidade, tudo que existia era um pedaço de papel assinado e duas pessoas unidas pelo resto das suas vidas, já que não existia divórcio dentro da máfia, apenas a morte.

    — Eu Nalla Katrina Dmitriev prometo ser fiel, amar-te e respeitar-te, na alegria e na tristeza, na doença e na pobreza, todos os dias de minha vida, até que a morte nos separe. – Falei o encarando sorrindo a morte estava mais perto do você pode imaginar querido. Peguei a adaga que estava sobre a bíblia e coloquei contra a palma da minha mão. — Nesta noite santa, no silêncio das trevas e sob a luz das estrelas e o esplendor da lua, formo a santa cadeia. Em nome de Dmitriev, Bratva, com palavras de humildade, sangue e honra, eu formo a santa sociedade.

    Cortei-me vendo o meu sangue escorrer por entre a página que continha apenas os nossos nomes, cada casal tinha a sua página, se algo acontecesse ela era incinerada e se o sobrevivente fosse o homem ele teria uma nova página para recomeçar, mulheres passavam o resto das suas vidas sozinhas e de luto. A única exceção era quando a mulher era a única herdeira mulher e o marido não lhe deu filhos para que o sobrenome da família fosse perpetuado, essas mulheres tinham a chance de terem um novo casamento.

    O padre segurou a minha mão e a enfaixou com o pedaço de pano branco que me cabia e voltou a colocar a adaga sobre o lugar enquanto encarava o meu excelentíssimo futuro marido, eu tinha feito os meus votos e mostrado para todos que estava disposta a aceitar aquele maldito casamento e honrado o meu nome perante a todos. Agora é a sua vez, querido!

    — Eu Apolo Marino, prometo ser fiel, amar-te e respeitar-te, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, todos os dias de minha vida, até que a morte nos separe. – Declarou ele com um sorriso debochado nos lábios, maldito italiano, o desgraçado tinha que ser tão bonito, nana deveria ter escolhido alguém mais repugnante seria mais fácil de odiar. Ele pegou a adaga e me encarou raivosamente, como se a sua vontade fosse enterrá-la no meu peito, mas, estávamos em solo sagrado e até os mafiosos respeitavam igrejas. — Nesta noite santa, no silêncio das trevas e sob a luz das estrelas e o esplendor da lua, formo a cadeia. Em nome de Marino, Cosa Nostra, com palavras de humildade, sangue e honra, eu formo a santa sociedade.

    Ele cortou a mão profundamente e o sangue se misturou ao meu e agora eu não tinha mais para onde fugir, a única seria a morte de meu marido, um homem cheio de inimigos, não seria difícil achar alguém que o matasse. O padre fez o mesmo procedimento com a sua mão deixando nossas mãos unidas até o final da cerimônia. O padre finalizou a cerimônia com o maldito beijo e dentro da máfia italiana aquilo era o selar do acordo e foi extremamente estranho e constrangedor.

    Saímos da igreja de braços dados depois de uma sessão de fotos irritante que me fez ter que sorrir até o meu rosto estar cansado, a chuva de arroz fez com que eu mordesse a minha bochecha para não gargalhar, as tradições ridículas que todos os casais tinham que passar, eu preferia uma saraivada de tiros, quem sabe uma delas não acertasse o meu marido e eu ficasse viúva antes da lua de mel, seria um sonho realizado.

    A limusine já estava a nossa espera e eu entrei arrumando aquele maldito vestido para que o mesmo não rasgasse e o vi encher um copo de whisky e o virar enquanto me encarava com os olhos cheios de raiva.

    — Você poderia parar de me encarar como se estivesse pensando onde seria melhor colocar uma bala no meu corpo. – Pedi enquanto pegava uma da taça de champanhe, eu não seria tão bruta quanto ele, já que eu era uma dama. — Eu sei que parece tentador, sua fama lhe precede um matador sem piedade, o assassino sangue fria da Cosa Nostra, Apolo Marino, o rosto do Deus do sol, porém, sua alma é do Deus da Morte. Irei lhe dar um aviso, se tentar qualquer coisa contra mim quebrará o contrato e isso me daria os mesmo direitos e você não vai querer brincar comigo, Marino.

    — E você mais irritante do que parece. – Ironizou ele e eu apenas sorri, ele não imagina o quanto eu poderia ser irritante quando me empenhava. — Apenas cala e boca, não posso marcar o seu rosto bonito nesta noite, infelizmente todos iriam perceber e como você disse, não serei eu a quebrar o acordo. Porém, não sabemos o quanto você vai aguentar?

    — Você não imagina o quanto eu posso aguentar. – Afirmei enquanto abria a garrafa enchendo a minha taça e levantei-a em um brinde silencioso. Eu não era uma garotinha mimada que tinha passado a vida inteira sendo instruída para ser uma boa esposa, eu tinha sido criado por nana para assumir o seu cargo caso algo acontecesse com ele, mas, meu querido marido não precisava saber disso. E o que ele não sabia era que um Dmitriev nunca pedia clemência.

    O hotel Marino estava preparado para a recepção, rosas vermelhas espelhadas por todos os lados, os jornalistas se espremendo na porta para conseguirem uma única foto para as colunas de fofoca do dia seguinte, os funcionários muito bem tragados e esperando apenas os recém-casados para começarem com as festividades

    Os sorrisos falsos me irritavam, as parabenizações frias me deixavam enjoada e os desejos de felicidades pareciam piadas e eu tive que cumprimentar todos os convidados antes de poder me sentar enquanto sentia olhares desconfiados sobre mim e boatos serem espalhados pelo salão e eu apenas poderia sorria e não fazer absolutamente nada. Russos e italianos comendo e bebendo no mesmo espaço, se alguém que falasse que aquilo iria aconteceu meses atrás eu iria gargalhar na cara da pessoa e mandar com que alguém a internasse em um manicômio, pois, ela estava completamente surtada. Enchi a minha taça e a virei quando a cerimonialista avisou que todos estavam esperando a valsa para abrirem a pista de dança.

    — Sorria. – Mandou Apolo enquanto nós dançávamos, aquela palhaçada estava começando a me deixar muito irritada, eu só queria mandar todo mundo a merda e ir embora daquele lugar. — Todos querem uma noiva alegre e não alguém com essa cara de morta que você está fazendo, então comece a interpretar melhor o seu papel amore ou eu irei quebrar você inteirinha quando estivermos a sós.

    Coloquei sorriso mais falso no rosto e o encarei com uma sobrancelha arqueada como se estivesse esperando com que ele falasse mais alguma coisa, uma única coisa que iria fazer com que ele estrebuchasse naquele chão aos meus pés. Ele me deixou no meio da pista de dança quando a valsa foi encerada e voltou para o seu lugar, se ele estava achando que iria me importar com aquilo, eu estava era feliz por ficar longe daquele maldito. Dancei as minhas irmãs e com nana, fazendo com que eu aproveitasse um pouco daquela maldita festa.

    — Acho que eu fui o único que ainda não dançou com a noiva. – Indagou uma voz dura nas minhas costas fazendo com que eu desse de cara com Ares Marino, o temido Dom da Cosa Nostra, o poderoso Marino. — Espero que me dê a honra dessa contradança.

    — Com prazer. – Disse aceitando a mão dele e sorrindo ironicamente, por mais que eu não quisesse o desrespeitar de qualquer maneira seria a minha morte. — Ares Marino, então você é o homem por trás do acordo com meu pai, mandou seu próprio irmão para a forca. Deveria agradecê-lo por isso ou amaldiçoar a sua linhagem por anos?

    — Você tem uma língua afiada, para alguém tão pequena. – Comentou ele fazendo com que eu risse, ele ainda não tinha visto nada. — Mas, tenha cuidado com as suas palavras, não sou um homem paciente e me ofendo com facilidade e não quero ser o responsável por deixar meu irmão viúvo antes da lua de mel. Isso seria um desastre, pois, acordo não duraria um dia. Algum dia irá me agradecer por isso, assim que eu coloquei os meus olhos em você soube que era a mulher perfeita para Apolo, mesmo sendo russa, é a única que conseguirá aturá-lo e parece que seu pai acha o mesmo que eu, ele entregou a sua herdeira, a filha preferida que ele tanto ama para se casar com um italiano, já que ele sabia que as suas irmãs se matariam em uma semana se tivesse que viver com o meu irmão.

    — Se estiver falando isso para me assustar, não irá conseguir, eu não sou uma mulher que se assusta com poucas palavras ou com ameaças vazias. – Avisei séria e fazendo uma pequena reverencia e me afastando dele. — Acho está na hora da saída a francesa, essa festa está caída demais.

    Saí do salão a passos rápidos, minha cabeça parecia que iria explodir e tudo que eu queria era um pouco de paz, mas, isso parecia não me ser permitido naquela noite, já que meu excelentíssimo marido me segurou pelo braço me encarando furiosamente e eu apenas revirei os olhos, tudo que se passava pela minha cabeça era encontrar uma maneira de tirar aquele maldito vestido antes que eu morresse por parada respiratória decorrente de esmagamento.

    — Você perdeu a cabeça ao sair sozinha? – Perguntou ele me prensando contra a parede do elevador e pressionando o meu pescoço com força. — Irei avisar isso apenas uma vez e espero que me entenda, você agora me pertence, é minha por direito, seguira todas as minhas regras na risca se quiser continuar com o seu lindo rostinho intacto. Nunca mais deixe um salão em sim, você me deve submissão e eu irei adorar ensiná-la isso.

    — Se você quer alguém para seguir as suas ordens, compre uma cachorra e a adestre. – Rosnei chutando o meio das suas pernas e fazendo com que ele gemesse de dor. — Eu nunca serei submissa de um maldito italiano, então abra os seus olhos querido, pois, você pode não acordar no dia seguinte e tenha certeza que as minhas mãos estarão limpas e eu serei apenas a viúva inconsolável de Apolo Marino.

    Ele me encarou raivosamente fazendo com que eu sorrisse e saísse da sua frente do elevador e entrasse na maldita suíte nupcial.

    — Pode abrir o maldito vestido? – Perguntei sem o encarar, tudo que eu queria era me livrar daquele maldito trapo rendado. — Eu não consigo alcançar o maldito zíper.

    — Você está muito assanhada, esposa. – Avisou ele me empurrando na direção da cama. — Você é uma vadia, ansiosa para abrir as pernas. Será que ainda é virgem ou seu pai não soube educar você? Não duvido disso, vocês russos não são confiáveis, tentei falar isso para Ares, mas, ele está mais cego pelo poder que tem nas mãos. Porém, ninguém me engana com tanta facilidade, eu não sobrevivi todos esses anos apenas acreditando nas palavras das pessoas. Não se preocupe querida, irei lhe ajudar com o vestido e quem sabe abaixar o maldito fogo que você está entre as pernas.

    Ele me virou com brusquidão e rasgou o vestido fazendo com que o ar voltasse a circular pelos meus pulmões. O maldito agarrou os meus cabelos com força e eu trinquei os meus dentes para não gemer quando ele torceu os meus cabelos nas suas mãos e puxou a minha cabeça para trás, pelo meu eu não iria ter que olhar para a sua cara nojenta enquanto ele me comia. Mas, ele apenas aproximou a sua boca do meu ouvido e soltou uma gargalhada.

    — Eu preferi pagar para qualquer uma vagabunda que rodam bolsinha na esquina e pegar uma doença do que colocar o meu pau dentro de você. – Sussurrou ele fazendo com que eu serrasse as minhas mãos em punhos, ele estava com sorte por ter os meus cabelos entre as suas mãos ou nesse momento ele teria um nariz quebrado. — Tenho nojo de você vadia russa, se está com tanto fogo alivie-se sozinha e se não quiser ter a sua honra manchada amanhã arrume um jeito de todos saberem que você não é mais virgem, isso se você ainda for virgem. E um último recado, sonhe em me trair com qualquer um de seus amantes e eu matarei você da forma mais cruel possível e você será a desonra de toda a sua família, desgraçada.

    Ele me empurrou contra os travesseiros e saiu batendo a porta com força, deveria ter outro quarto na suíte presidencial. Ele não poderia dar as caras naquela noite ou iriam perceber que aquilo tinha sido uma farsa.

    Gargalhei até as lágrimas escorressem pelos meus olhos, se ele estava pensando que eu iria deixar com que ele me humilhasse daquele jeito estava muito enganado, eu não era uma boneca que ele iria manipular a seu bel prazer e eu deixaria com que ele fizesse isso, pois, eu era Nalla Dmitriev e não tinha medo dele.

    Joguei o que sobrou do vestido em um canto e entrei no banheiro, enchi a banheira e joguei alguns sais antes de entrar sentindo a água quente relaxar os meus músculos doloridos, saí da banheira apenas quando a água ficou gelada. Peguei a camisola e a vesti depois encarei os lençóis brancos e imaculados, eu não deixaria com que aquele maldito manchasse a minha honra, mesmo que ela continuasse intacta eu iria esfregar o lençol das núpcias na cara dele.

    Vasculhei a minha nécessaire em busca de algo que pudesse me ajudar e reabrir o ferimento da minha mão e peguei a minha linha passando pela mão e sentindo o sangue escorrer pelo meu ferimento e eu passei no lençol e depois fui até o banheiro colocando a minha mão sobre a água até que o sangramento tive estancado e coloquei um novo curativo.

    Joguei o lençol longe e me deitei enrolando-me no pesado cobertor, a noite quente de verão  não iria esquentar o meu corpo naquela noite, eu queria apenas acordar e perceber que tudo que se passou naquele dia tinha sido um pesadelo e que eu estava no meu quarto na mansão dos Hamptons com as ondas quebrados a alguns metros de mim e os gritos histéricos de minha mãe por faltar alguma das suas bebidas, mas, aquilo era apenas uma ilusão de uma garota que teria de aprender a andar com as próprias pernas e em um caminho tortuoso.

    Nana poderia não ser o melhor pai do mundo, porém, ele amou cada uma de suas filhas, do seu jeito rude e desajeitado e ele teria amado minha mãe se ela não fosse uma vadia sem coração e agora eu não teria mais aquela proteção.

    Eu tinha me casado com um monstro de olhos castanhos e rosto bonito, que já tinha demonstrado que me odiava com todas as suas forças e certamente ele faria da minha vida um inferno e aquele o meu purgatório particular e eu não teria nem ao menos como reclamar, já que era para a vida inteira ou até que a morte nos separasse e eu sabia que não seria a minha morte, pois, eu o mataria antes de morrer.

    Virei-me na cama e encarei o teto branco, parecia eu iria ter uma noite de insônia, já que era um pouco difícil dormir com todos aqueles barulhos vindo do quarto ao lado, parecia que Marino queria me mostrar que ele tinha arrumado uma vagabunda para esquentar a sua cama e esfregar na minha cara que eu não era necessária para nada na sua vida. Se ele soubesse que eu estava nas nuvens por aquilo estar acontecendo, pois, eu estava aliviada por não ter estrupada pelo meu marido, pois, era isso que aconteceria naquela noite se ele me quisesse, afinal, por ser uma mulher eu era uma propriedade do meu marido e não tinha direito nenhum de lhe dizer não, ele poderia fazer o que quisesse com o meu corpo e eu teria apenas que concordar e nenhuma mulher deveria passar por uma humilhação como aquela. E se eu não seguisse aquelas malditas regras estaria desonrando a minha família e arruinando o contrato que foi assinado com o meu casamento e Marino teria o direito de me devolver se essa fosse a sua vontade e então o nome Dmitriev seria jogado na lama, eu seria uma mulher desonrada e uma vergonha para toda a minha família e não fosse morta pelo concelho, seria exilada em alguma cidade onde a máfia não tinha ramificações e passaria o resto da minha vida remoendo os meus erros.

    Eu adormeci quando o sol começou a passar pelas frestas da cortina sabendo que aquele era o primeiro dia do meu inferno particular. 

    CAPÍTULO II

     Nalla Marino:

    Acordei com o sol batendo no meu rosto e resmunguei colocando a minha cabeça contra o travesseiro e gritei quando percebi que não tinha sido um pesadelo e eu estava realmente casada com aquele filho da puta. Levantei-me e caminhei até o banheiro, fiz as minhas higienes demorando mais do que o normal, já que eu não ter que encarar o meu marido e apenas aqueles pensamentos fizeram com que o meu mau humor matinal aumentasse.

    Meus cabelos ainda estavam embaraçados por conta do maldito penteado do dia anterior e eu passei quase meia hora para conseguir os domar e prende-los em um coque simples, era melhor deixá-los presos, pois, meus longos cabelos estavam revoltados naquele dia. Peguei a minha nécessaire e fiz uma maquiagem básica apenas para esconder as olheiras presentes no meu rosto, eu não iria correr o risco de ser fotografada ostentando aquelas imensas olheiras.

    Tirei a minha camisola e me enrolei no roupão do hotel e saí do banheiro, a pequena mala que tinha sido deixada na suíte tinha uma muda de roupa e eu soube que tinha sido as minhas irmãs que a preparavam, pois, Natasha não sabia nem ao menos o que eu gostava de usar. Peguei a blusa branca básica e saia de chiffon mid rose e calcei as minhas sandálias de salto.

    Peguei a minha bolsa e saí do quarto dando de cara com o desgraçado sentado na antessala com um sorriso irônico nos lábios e um copo de whisky nas suas mãos.

    — São duas horas da tarde e apenas agora a madame resolveu sair do quarto. Você acha que eu tenho o dia todo para lhe esperar? – Perguntou ele enquanto tomava seu whisky, ainda bem que eu já estava acostumada com alcoólatras. — Sua roupa não está apropriada para sair ao meu lado, está parecendo uma suburbana que compra roupas em um brechó. Você agora é esposa de um empresário respeitado, deveria pensar em se vestir adequadamente. Não quero meu nome das revistas de fofoca falando que me casei com uma hippie feminista.

    — Irei repensar todo o meu guarda-roupa se isso lhe agrada. – Ironizei sorrindo e sabendo que não importasse o que eu usasse, ele sempre iria achar um defeito para me ofender e eu não iria mudar por causa de um escroto. — Um presente da noite de núpcias, fique sabemos que foi muito mais prazeroso fazer isso sozinha.

     Joguei o lençol na sua direção vendo os seus olhos brilharem de raiva enquanto eu pegava uma maça na mesa do café, ele queria brincar, vamos brincar querido, quero ver o quanto você me aguenta.

    — Você não disse que estava atrasado? – Perguntei o encarando antes de caminhar na direção da porta. — Quero conhecer a minha nova casa, espero que ela seja adequada para alguém do meu padrão social.

    Ele jogou o lençol na cara do pobre soldado que estava a nossa espera para fazer a escolta até um local seguro, seguimos direto para o subsolo, pois, os paparazzi estava se aglomerando na frente do hotel esperando apenas uma foto para fazerem das nossas vidas um inferno. Meu marido era um dos solteiros mais cobiçados de Nova York e um casamento surpresa tinha sido uma bomba para a imprensa local, já que ninguém esperava por aquilo, Apolo era conhecido como o maior conquistador entre os irmãos Marino, por ser dono das casas noturnas mais badaladas do país, ele está sempre cercado pelas mais belas mulheres e não era difícil conseguir encontrar um escândalo envolvendo o seu nome.

    Os irmãos Marino, eles estavam em todos os cantos do país, Apolo com as suas casas noturnas, Ares com os hotéis e Aquiles com seus restaurantes, eles eram considerados os reis dos negócios, tinham triplicado um patrimônio já estável e agora com a cidade nas suas mãos eles iriam realmente virarem os reis do mundo.

    O carro negro já estava a nossa espera e o segurança abriu a porta para que nós entrássemos, coloquei os meus óculos depois de me acomodar no banco o mais longe possível do meu querido marido que estava mal humorado.

    — Para cada Alvin. – Mandou-o cruzando os seus braços e tirando o celular de dentro do paletó. — Despiste os malditos paparazzi eu não quero que nenhuma foto seja divulgada. Esse casamento já me deu problemas demais para continuar a ser divulgado pela mídia, isso vai apenas fazer com que os meus negócios tenham mais percas do que quando anunciei o maldito noivado.

    O segurança concordou e ligou o carro, eu sabia que Apolo Marino tinha uma cobertura no Central Park, por ele ser solteiro e ser o Subchefe da Cosa Nostra ele precisava ter todas as formalidades de um Dom e um apartamento em Manhattan era mais prático, já que assim ele poderia fiscalizar toda a cidade sem precisar sair de casa.

    O caminho foi mais tranquilo do que eu estava imaginando, mas, o tal Alvin parecia conhecer muito bem todos os atalhos até o prédio e não foi seguido por nenhum paparazzi. Ele estacionou o carro e abriu a porta para que eu saísse e depois nos seguiu até o elevador digitando o código e eu cruzei os meus braços olhando para o painel de led.

    — Seja bem vinda a sua nova casa. – Ironizou ele apontando para a sala e fazendo-me revirar os olhos. — A cobertura é um tríplex, então você vai ter muito espaço para cuidar, Abigail vai mostrar tudo para você. Não quero você arrume problemas com os meus funcionários, eu me livrarei de você antes de me livrar de qualquer um deles. Cuide dos problemas da casa, afinal, você se casou para ser uma dona de casa e não me espere, pois, eu não tenho horário fixo para chegar em casa. E o mais importante, eu não divido da minha cama com ninguém.

    — Eu sou sua esposa ou sua nova empregada? – Perguntei encarando-o. — Não responda, o dia está lindo demais para estragá-lo com o seu humor, já entendi que Abigail é o seu braço direito, eu sigo as regras dela e tudo saíra bem. Você não estava com o seu dia cheio? E não podemos repatriar Andreas? Ele é meu segurança desde que eu tinha 6 anos, já estou acostumada com ele e nana não se importaria de sede-lo.

    — Não. – Respondeu ele fazendo com que eu arqueasse uma sobrancelha. — Não trabalho com russos, agora você é uma mulher italiana, acostume-se com isso e esqueça daqueles malditos russos que um dia fizeram parte da sua vida, agora é esposa do subchefe da Cosa Nostra, pare de agir como uma garotinha mimada. Henrique será o seu novo segurança, acostume-me com a ideia, pois, você só saíra dessa casa acompanhada por ele.

    — Ou você repatria Andreas ou eu irei fazer com que o seu segurança peça para sair e isso não seria nada bom para o subchefe da máfia, todos iriam pensar no motivo que o segurança da sua esposa se despediu ou o escândalo seria enorme. – Avisei encarando-o e abrindo um sorriso. — Acostume-se com os russos, um dia irá se tornar o Dom da Bratva e eu quero ver você ter o respeito deles com essa sua arrogância, será morto em menos de uma semana. E eu irei adorar ver isso.

    — Se você ainda estiver viva até lá querida. – Disse ele apertando o meu rosto e me puxando para perto dele. — Acostume-se com Henrique, pois, ele é o único segurança que você terá e se fizer algo contra ele, não será nele que eu irei descontar a minha raiva, querida.

    Ele saiu me deixando sozinha e eu respirei fundo para não surtar nas primeiras horas dentro daquela casa. Apenas respire fundo Nalla, você é superior a tudo isso, precisa apenas canalizar as suas energias e não mandar ninguém para o inferno. Encarei a sala revirando os meus olhos, era tudo masculino demais, porém, eu não poderia esperar o contrário, afinal, ele era um homem solteiro e pelo que eu entendi não tinha nenhuma pretensão de se casar.

    Não que eu me importasse para decoração, mas, eu preferia as cores neutras, aquele ambiente escuro demais me deixava um pouco irritada, passei os meus dedos pelas teclas do piano, pelo menos eu iria ter alguma diversão, já que eu sabia que ele iria me proibir de sair pela cidade para fazer as minhas fotografias ou qualquer um dos meus trabalhos como influencer.

    O apartamento era grande, nada comparado a uma mansão nos Hamptons, mas, era espaçoso, o primeiro piso tinha a sala de estar e jantar, uma biblioteca que séria um dos meus cômodos preferidos, tinham livros interessantes por ali, o escritório do meu marido que eu nem ousei entrar para que ninguém me acusasse de alguma coisa e a cozinha que parecia ser o território da tal Abigail, a senhora baixinha e mal encarada que me encarou de cima abaixo como se estivesse me medindo e depois franziu o seu cenho. Estava bem claro que nós não iriamos nós dar bem.

    — Você deve ser a senhora Marino. – Indagou ela com certo desdém e eu apenas concordei colocando um sorriso frio nos meus lábios. — Estávamos a sua espera, Apolo pediu para que eu mostrasse o apartamento para a senhora. Podemos começar ou a senhora quer continuar vasculhando o apartamento da sua maneira?

    Concordei apenas para me ver um pouco mais longe daquela mulher, ela era fria como um iceberg, já estava com saudades de Kristen e seus grandes e carinhosos olhos azuis. O terceiro piso do apartamento era uma piscina privada, com direito a sauna e um vestuário separado por sexo e uma academia, o segundo piso tínhamos os quatro quartos. E eu estava acomodada na última com uma vista privilegiada do parte.

    — Obrigado pela visita senhora Abigail. – Agradeci quando vi que ela ainda estava parada no meio do quarto. — Não se preocupe, eu irei desfazer as minhas malas e arrumar as minhas coisas, não irei precisar da sua ajuda ou de nenhuma das funcionárias. Quero arrumar as minhas coisas do meu agrado.

    — O jantar é servido às oito em ponto quando o senhor está em casa. – Avisou ela fazendo com que eu concordasse. — Ele gosta de massas, mas, eu posso preparar algo para a senhora se quiser uma comida mais leve. Eu costumava cuidar de todos os afazeres da casa quando o senhor era solteiro, mas, podemos nos adaptar as ordens da senhora, já que a nova dona desse apartamento.

    — Não costumo comer muito durante as noites. – Informei. — Apenas uma salada. Obrigado. Eu não sou uma pessoa exigente, pode continuar com as suas funções como se eu não estivesse por aqui, não quero mudar a dinâmica de nada dentro dessa casa, acho que o meu marido não ficaria satisfeito com isso e eu não quero problemas.

    Ela não pareceu nem um pouco satisfeita com as minhas resposta, mas, saiu deixando-me sozinha. Peguei a minha nécessaire e segui para o banheiro arrumando os meus itens de higiene com cuidado, não gostava que as pessoas mexessem nas minhas coisas, principalmente se fossem desconhecidos que não gostavam de mim. Terminei de arrumar as coisas no banheiro pendurando o meu roupão felpudo e branco com as minhas iniciais e coloquei as minhas toalhas perfeitamente arrumadas no local e segui para o closet vendo que as minhas malas tinham sido colocadas ali.

    Abri a primeira vendo que tinham apenas sapatos, então comecei a disponibilizados pelos meus preferidos e eram os que eu usava no meu dia a dia e dispensei alguns que iriam para a doação. A segunda mala estavam os vestidos que foram pendurados nas araras e separados pela palheta de cores, dos mais claros para os mais escuros e assim como nos sapatos eu tirei alguns que já não estavam mais sendo usados e seriam aproveitados por alguns instituição de caridade.

    Ivana e Sasha pareciam realmente ter embalado todas as minhas coisas com muito cuidado para que nada se perdesse no meio do caminho. Tirei a minha caixa de joias de dentro da última mala e coloquei-a em cima da ilha que tinha no meio do closet e arrumei a mala junto com as outras no espaço vago.

    Joguei as roupas que eu tinha separado para a doação dentro da caixa e suspirei aliviada vendo que tudo estava perfeitamente organizado e do jeito que eu gostava, eu precisava apenas arrumar um local para colocar alguns joias que eram preciosas demais para ficarem expostas e não seriam usadas no dia a dia.

    — O que diabos você pensa que está fazendo? – Perguntou o excelentíssimo senhor Marino entrando no meu closet sem nem ao menos ter se anunciado, aquele homem era extremamente deselegante, eu poderia estar em trajes íntimos. — Você já deveria estar arrumada para receber os nossos convidados.

    — Que convidados? – Perguntei colocando a minha tiara sobre o balcão e o encarando. Parecia que tinha um pequeno problema de comunicação e eu tinha certeza de que a culpa seria colocada sobre mim. — Não fui informada que teríamos convidados para o jantar.

    — Meus irmãos viram jantar conosco nesta noite. – Respondeu ele fazendo com que eu revirasse os meus olhos. Essas pessoas não tinham nenhum censo, éramos recém-casados, deveríamos ter um pouco de privacidade. — É uma tradição familiar, todas as semanas nós jantamos juntos. Você deveria saber disso se fosse uma esposa melhor e tivesse perguntado para Abigail sobre o cronograma dessa semana. Porém, estou vendo que prefere se espelhar nessa maldita tiara como uma vadia mimada.

    — Na verdade eu fico muito bem espelhada em centenas de diamantes. – Informei colocando a peça dentro da sua caixa. — Sua querida governanta apenas me informou que o jantar seria servido às oito, ainda teve a audácia de me perguntar o que eu gostaria de jantar. Não se preocupe querido, seus irmãos iram me amar, eu serei a melhor anfitriã que eles já tiveram. Agora dê o fora do meu quarto e deixe com que eu me arrume para essa tradição de família que eu estou ansiosíssima para conhecer, quem sabe eu não tenho sorte e você morra engasgado com a comida. Não se preocupe se isso acontecer eu prometo que irei chorar sobre o seu caixão, como uma viúva muito desolada em perder o seu marido um dia depois do seu casamento.

    — Faça algo que me ofenda e eu irei quebrar você. – Rosnou ele apertando o meu rosto e me puxando para perto dele. — Na verdade eu iria adorar ver você pedir por clemência.

    — Nem nos seus sonhos. – Avisei afastando-me dele. — Coloque um sorriso no rosto querido, você acabou de se casar, deveria estar feliz e relaxado, não irritado ao ponto de ameaçar a sua querida esposa. Dê o fora ou não teremos nenhum maldito jantar.

    Ele saiu batendo a porta com força e fazendo com que eu rolasse os meus olhos, aquele homem era temperamental, completamente temperamental e desequilibrado. Minha vontade era fazer com que ele passasse a maior vergonha da sua vida naquele jantar, mas, eu sabia que se fizesse isso as consequências dos meus atos seriam severas e eu apreciava muito o meu rosto para deixar com que aquele imbecil encostasse um dedo nele.

    Entrei no banheiro e optei por tomar uma bucha, pois, se eu entrasse naquela banheira não iria sair de lá tão cedo. Me enrolei no roupão e saí do banheiro secando os meus cabelos com a toalha e parei na frente da arara de vestidos passando o dedo por ele em busca de algo que me agradasse.

    Optei por um vestido preto, ombro a ombro e com uma pequena fenda na minha perna esquerda e ele batia acima dos meus joelhos, básico e elegante, calcei minhas sandálias de salto pretas e sentei-me na penteadeira fazendo uma maquiagem básica, afinal, um rosto bonito com o meu não precisava de muita maquiagem e prendi os meus cabelos em um rabo de cavalo deixando o meu pescoço e colo em destaque. Coloquei um par de brincos de diamantes e sorri ao me encarar no espelho, se eu fosse homem eu me pegaria.

    Eu era uma mulher bonita, minha pele era branca como porcelana, meus olhos eram azuis, azuis límpidos e claros, eu não era uma mulher alta, mas, estava dentro da estatura média. Meu corpo era feminino e sensual, eu possuía seios meios, minha barriga era chapada e apesar das minhas pernas não serem longas eram torneadas. Uma mulher bonita dessas e aquele bastardo estava me rejeitando, ele realmente não sabia apreciar o que era belo.

    Coloquei a maldita aliança no dedo, ela conseguia estragar todo o meu look e saí do quarto descendo as escadas e vendo que a governanta estava arrumando a mesa.

    — Abigail, pode deixar que eu arrumarei a mesa. – Avisei quando vi que ela estava arrumando as flores no vaso. — Você pode cuidar do jantar, não quero que os convidados fiquem esperando pela comida, isso é deselegante. E tire essas malditas rosas vermelhas da minha frente, apenas o cheiro faz com que o meu estomago fique embrulhado. E mande com que alguém tire o arranjo da sala, eu odeio rosas vermelhas.

    — Rosas vermelhas são as flores preferidas da senhora Marino. – Disse ela fazendo com que eu erguesse uma sobrancelha. — O senhor Apolo que mandou comprá-las quando a senhora Lavínia vem o visitar, ele diz que as rosas sempre a deixam feliz.

    — E o que eu tenho a ver com isso? Enrique! – Chamei fazendo com que ele aparecesse como um fantasma ao meu lado, pelo menos ele era eficiente. — Tem uma floricultura na esquina, desça até lá e mande com que eles façam dois belos arranjos de lírios, eu adoro lírios. Quero isso pronto em dez minutos. Você pode fazer isso por mim?

    — Claro signora. – Respondeu ele. — Irei imediatamente.

    — Você deveria ser mais parecida com ele Abigail. – Avisei encarando-a sorrindo falsamente. — Tire essas rosas da minha frente, você não deveria agradar a Lavínia Marino, mas, a mim, eu sou a sua patroa.

    Ela saiu contrariada levando as rosas vermelhas consigo, sentei-me na poltrona e coloquei o meu melhor sorriso no rosto, iria ser divertido conviver com ela e fazer com que Abigail seguisse todas as minhas ordens.

    Enrique voltou com os meus arranjos de lírios, eles eram lindos, sofisticados, delicados e perfeitos para aquela ocasião e não tinham aquele cheiro enjoativos de rosas. Arrumei a mesa com esmero colocando todo o meu empenho naquilo e coloquei o segundo arranjo no aparador da sala. Perfeito!

    — Onde estão as rosas vermelhas que eu mandei com que Abigail comprasse? – Perguntou Apolo descendo as escadas enquanto arrumava as mangas da camisa, ele não usava o habitual terno, estava usando apenas uma camisa social dobrada até o cotovelo e uma calça social. Filho da puta, por que você tem que ser tão gostoso? Foco Nalla, seu papel é fazer a vida dele um inferno e não ter pensamentos libidinosos.

    — Mandei-a jogar fora, odeio rosas vermelhas. – Respondi virando-me para encará-lo. — Espero que não se importe com isso, estou apenas agindo como a dona da casa e a esposa perfeita que você mandou com que eu fosse. Você não queria uma anfitriã, pois, aqui está a sua anfitriã.

    — Minha cunhada adora rosas vermelhas. – Falou ele aproximando-se perigosamente, mas, eu não tinha medo, ele não iria fazer nada com os irmãos para chegar. — Quero essas malditas rosas brancas fora e as rosas vermelhas de volta.

    — São lírios e eles ficam. – Avisei me aproximando dele sorrindo. — Se sua cunhada gosta tanto de rosas vermelhas, mande entregá-las na casa dela. Está é a minha maldita casa e eu irei colocar as porcarias de flores que quiser e não para agradar uma de suas cunhadas, então acostume-se com isso. Sorria querido, seus irmãos estão chegando.

    — Você não vai se safar desta, mantenha isso na sua cabeça durante todo o maldito jantar querida. – Rosnou ele no meu ouvido. — Iremos resolver os nossos problemas quando meus irmãos forem embora e eu irei lhe mostrar de quem é a maldita casa.

    Se ele estava pensando que iria me intimidar com apenas uma ameaça como aquele, Apolo Marino realmente não conhecia a mulher com que ele tinha se casado. Manti os meus olhos sobre ele enquanto preparava uma bebida, eu deveria ter colocado veneno naquele maldito whisky apenas para ver ele estrebuchar na minha frente até a morte.

    — Sejam bem-vindos. – Desejei quando eles chegaram. — Estávamos esperando ansiosamente por vocês.

    — Você é mil vezes mais bonita e mais educada que mio fratello. – Falou Aquiles sorrindo e me abraçando desprevenidamente. — Gostei de você.

    — Obrigado. – Agradeci sorrindo. — Por favor, sintam-se em casa. Irei ver se o jantar já está pronto para ser servido.

    Sorri e andei a passos largos na direção da cozinha, aquilo tinha sido constrangedor e eu não gostava nem um pouco daquela sensação. Eu tinha conversado pouco com Ares e a sua esposa na festa do casamento, mas, ela parecia ser uma mulher contida e delicada, porém, tinha algo muito errado e que me causava arrepios. Aquiles era divertido e por isso eu tinha gostado dele e nós tínhamos quase a mesma idade, então isso facilitava a nossa comunicação.

    — O jantar estará pronto em cinco minutos senhora. – Avisou Abigail encarando-me quando eu entrei na cozinha. — Só espero que a senhora não se oponha ao cardápio do jantar desta noite, está em cima da hora para mudarmos.

    — Podemos discutir isso no próximo jantar, quem sabe você não faça um prato típico russo para me agradar – Provoquei fazendo com que ela sorrisse forçadamente. — Sirva o jantar assim que ele estiver pronto.

    Respirei fundo e saí da cozinha e voltei para sala, vendo que todos já estavam acomodados nós seus lugares, sentei-me na ponta de frente para o meu marido que não parecia nada confortável com a situação, peguei a minha taça de vinho e tomei um gole e suspirei aquele jantar seria um martírio, eles falavam praticamente o tempo inteiro em italiano, a comida era pesada para noite e eu sentia saudades de casa.

    — Como foi o primeiro dia de casada Nalla? – Perguntou Lavínia me encarando curiosamente. — Espero que Apolo não esteja sendo irritante e intransigente, ele era um solteirão convicto a adaptação para essa vida de casado pode ser difícil.

    — Está tudo maravilhoso. – Menti sorrindo enquanto brincava com a comida no meu prato, se eu comesse um prato de macarronada iria passar a noite inteira correndo na esteira até conseguir digerir toda aquela massa. — Estamos começando a nos conhecer melhor, mas, tenho certeza de que tudo terminará bem. Deve falar isso por experiencia própria, nunca é fácil se casar com alguém com um posto tão visado.

    — Oh não! – Exclamou ela sorrindo e eu como uma ótima mentirosa conseguia conhecer outra de longe e aquela mulher era falsa como um lobo em pele de cordeiro. — Ares é um homem e marido sensacional, ele foi a escolha mais certa que eu já fiz na minha vida.

    Vi os olhos do marido focarem nela e ele apertar sua mão sobre a mesa, mas, não foi isso que chamou a minha atenção. Sim a expressão corporal de Apolo, seus músculos se retesaram e ele se remexeu na cadeira como se aquela conversa o incomodasse, seus olhos estavam fixos na cunhada enquanto ela lhe encarava de canto de olho, tinha alguma coisa ali, por mais que eu não quisesse admitir que os dois pudessem ser tão idiotas e eu irei descobrir aquele segredo sujo, pois, aquilo com certeza séria o meu passe para o paraíso

    — Espero que você e Apolo encontrem alguns pontos em comum. – Disse ela sorrindo. — Casamentos dentro da máfia podem ser cruéis quando o casal realmente não tenta se conhecer melhor. O amor pode surgir dos casais mais improváveis.

    Sorri antes de virar a minha taça de vinho em apenas uma vez, Aquiles quebrou aquele clima pesado e fez uma piada fazendo com que os irmãos o repreendessem, mas, ele não parecia preocupado e continuou a falar coisas sem sentido. Pelo menos o foco saiu de cima de mim e eu podia tomar o meu vinho em paz.

    Eles foram embora cedo para os meus parâmetros, sempre que nana recebia alguém eles passariam quase a noite inteira e eu tinha que ficar fazendo sala para os convidados.

    — A próxima vez que flertar com mio fratello na minha frente irei quebrar a sua cara. – Avisou ele pegando o meu braço com força e fazendo com que eu arqueasse uma sobrancelha. — Não deveria ficar lisonjeada com elogios de outros homens, principalmente se ele for seu cunhado.

    — Aquiles foi apenas simpático. – Rosnei puxando o meu braço com força. — Não irei ser mal educada com o garoto, ele é apenas um pouco mais velho, não se preocupe não irei para a cama com ele se é isso que está lhe preocupando, não me rebaixaria a esse ponto. Estar casada com um italiano já é humilhante e eu não me submeteria a uma situação que poderia me levar a morte, isso seria um pesar para a sociedade. Encoste um maldito dedo em mim e eu irei acabar com você. Agora me dê licença marido, irei me recolher, pois foi um longo dia.

    Subi as escadas tranquilamente com um sorriso vitorioso nos meus braços, eu tinha ganho naquela noite e estava me sentindo excepcionalmente bem. Tranquei a porta do quarto e coloquei a minha camisola antes de ir na direção do banheiro, fiz as minhas higienes pessoais e tirei a maquiagem fazendo a minha rotina de skincare antes de voltar para o quarto.

    Peguei o meu notebook e comecei a editar algumas fotos para postar nos dias seguintes, as pessoas gostavam de saber da minha rotina, eu tinha milhões de seguidores nas redes sociais. Por vir de uma família de mafiosos e ser uma mulher eu não tive a oportunidade de ir para a universidade, por mais que eu tivesse tido a melhor educação do mundo, viajado para diversos países, conhecidos centenas de culturas diferentes, dentro da máfia as mulher ainda não poderiam frequentar universidade, apenas alguns casos raros. Porém, eu tinha os meus seguidores e era feliz com aquilo, apenas não sabia se iria poder continuar com os meus trabalhos depois do casamento, já que nana fazia vista grossa para aquilo e nunca reclamou, mas, Apolo não seria tão bondoso comigo.

    Antes de dormir eu respondi as mensagens das minhas irmãs, elas estavam ansiosas para saber como estava sendo a minha vida de casada e eu apenas menti para não as preocupar falei que tudo estava bem e que Apolo era um gentleman e assim que eu conseguisse um tempo eu iria as visitar nos Hamptons.

    Eu já imaginava que o meu marido iria sair atrás de uma vagabunda qualquer para esquentar os seus lenções, eu estava apenas pensando se ele estava pensando que aquilo iria me afetar de alguma maneira, pois, eu não estava nem um pouco preocupada com o que ele fazia naquele quarto e nem com todos os barulhos e risadas que vinham de lá, se ele soubesse que eu dormiria muito bem apenas em saber que não precisava dividir a cama com ele, o desgraçado não teria se dado ao luxo de pagar uma vagabunda.

    E para o desprazer do meu marido eu dormi divinamente bem naquela noite ouvindo Mozart tocar nos meus fones de ouvido e sem escutar nenhum barulho que eles poderiam estar fazendo. Afinal, nada melhor do que um clássico para fazer com que eu esquecesse do mundo e dormisse com os anjos.

    Abigail já tinha colocado o lixo para fora quando eu acordei, mas, a maneira com que ela me encarou como se eu não estivesse cumprindo com os meus deveres de uma esposa quase me vez mandá-la para o inferno, mas, como eu tinha acordado de bom humor não iria arrumar confusão com alguém que estava apenas esperando por um dos meus surtos para ir correndo contar para o seu patrão.

    As malditas rosas vermelhas estavam de volta no aparador fazendo com que eu respirasse fundo, Apolo Marino estava brincando com fogo e ele iria acabar se queimando.

    CAPÍTULO III

    Nalla Marino

    Dias Depois:

    Acordei cedo naquela manhã, o sol estava começando a nascer, laranja e vibrante. Joguei as cobertas de lado e me espreguicei antes de levantar-me e andar até o banheiro, fiz a minha higiene enquanto pensava no que eu iria fazer naquele dia.

    Entrei no closet e coloquei uma roupa de corrida, um conjunto preto e branco que era composto de um top e um short saia, calcei os meus tenis de corrida e amarrei os meus cabelos, peguei um óculos e uma toalha antes de sair do quarto. Eu não tinha a praia onde correr, mas, o Central Park estava a minha disposição.

    — Senhora Marino aonde está indo? – Perguntou Enrique quando eu passei por ele. — O senhor Marino não permitiu a saída da senhora sem um segurança.

    — Irei apenas dar uma corrida no parque Enrique. – Avisei apertando o botão do elevador e o encarando. — Nada demais irá acontecer, será rápido, seu patrão nem vai perceber a minha pequena saída.

    Ele não parecia nem um pouco confortável com aquela situação, mas, apenas permaneceu ao meu lado como o seu patrão tinha ordenado. Cumprimentei o porteiro e coloquei os meus fones de ouvido colocando uma música animada e atravessei a rua começando a minha corrida. Mesmo ainda sendo cedo o Central Park já tinha alguns visitantes que deveriam ter tirado o dia apenas para conhecer o parque e os moradores que estavam fazendo os seus exercícios ao ar livre, não eram todos que gostavam de ficarem presos dentro de academias e preferiam o ar livre do parque.

    — Deve ser desconfortável correr de terno Enrique. – Comentei quando parei para comprar uma água, ele estava soando incessantemente e eu fiquei com um pouquinho de pena do meu segurança. — Não está com roupas adequadas para uma corrida. Teremos que resolver isso, adoro esportes ao ar livre, não gosto de me sentir presa dentro de uma academia e como eu irei sair para correr todos os dias, acho melhor arrumar roupas mais confortáveis, pois, eu não irei dar moleza para você.

    Joguei uma garrafa de água para ele e deixei com que o pobre coitado se recuperasse, antes de fazer o caminho de volta, eu tinha corrido apenas 5 km, eu estava realmente ficando preguiçosa depois que me mudei para aquele apartamento, eu tinha que voltar a me mexer ou iria virar uma orca por conta de todas as comidas gordurosas que eram feitas por Abigail.

    — Senhora Marino tem uma concentração de paparazzi e jornalistas na frente do prédio. – Avisou Enrique fazendo com que eu suspirasse, aqueles carniceiros não iriam sair do nosso pé até conseguissem o que queriam, uma fofoca. — Será melhor entramos pela garagem, assim despistaríamos os abutres e não teríamos problemas com o senhor Marino.

    — Okay. – Concordei sabendo que seria um inferno passar pelo hall de entrada.

                Enrique foi mais esperto do que eu esperava, entramos uma quadra antes do apartamento, assim não seriamos visto e a chance de sermos seguidos era pequena, passamos por uma pequena viela que ligava os prédios e dava de frente para a garagem do edifício.

    Ele digitou o código de segurança e eu cruzei os meus braços vendo-o ofegar, aqueles seguranças precisavam de mais condicionamento físico, tínhamos corrido apenas alguns quilômetros e ele estava ofegando, eu nem ao menos tinha suado.

    — Onde diabos você estava? – Perguntou um Apolo irritado assim que eu saí do elevador. — E que malditas roupas são essas? Espero que você não tenha saído do prédio com essas roupas indecentes.

    — Eu estava correndo no parque, estamos no meio do verão, então faz um maldito calor infernal nessa cidade e eu não estou vendo problemas com a minha roupa. – Falei passando por ele. — E seu segurança me acompanhou o tempo inteiro, essa não era a regra para que eu pudesse sair de casa? Não se preocupe eu estava segura o tempo inteiro. Agora irei fazer a minha yoga e depois quem sabe ir passear pelo shopping para gastar o seu dinheiro, não é isso que as mulheres casadas fazem?

    — Você está proibida de sair desta casa. – Rosnou ele fazendo om que eu arqueasse uma sobrancelha como desafio. Ele estava realmente

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