As Leis de Nara: Como se Tornar uma Piranha
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As Leis de Nara - Nadine Lima da Silva
As Leis de Nara: Como Ser uma Piranha
Florianópolis 2021
ÍNDICE
Capítulo Um
Capítulo Dois
Capítulo Três
Capítulo Quatro
Capítulo Cinco
Capítulo Seis
Capítulo Sete
Capítulo Oito
Capítulo Nove
Capítulo Dez
Capítulo Onze
Capítulo Doze
Capítulo Treze
Capítulo Quatorze
Capítulo Quinze
Capítulo Dezesseis
Capítulo Dezessete
Capítulo Dezoito
Capítulo Dezenove
Capítulo Vinte
Capítulo Vinte e Um
Capítulo Vinte e Dois
Capítulo Vinte e Três
Capítulo Vinte e Quatro
Capítulo Vinte e Cinco
Epílogo
Capítulo Um
Primeiro e mais importe lei, para ser uma piranha, não se apaixone.
Nara Roux:
Observo aquele bar e rolo os meus olhos, nada de interessante, peguei o meu cosmopolita e coloquei sobre o balcão, era uma noite tranquila e aquilo era bem irritante, já que eu não iria me divertir naquela noite.
Encarei o garçom e pedi outro drink enquanto cruzava as minhas pernas, havia um grupo de homens a minha direita, mas, nenhum deles chamou a minha atenção, todos héteros tops. Uma piranha podia escolher as suas vítimas e aquele tipo de homem eram presas fáceis, porém, eles sempre acham que conquistaram a mulher com o seu charme, mal sabem eles que nós que saímos para dar.
Acho que eu não me apresentei, eu sou Nara, Nara Roux, sexóloga por profissão e piranha por diversão, homens eram bons apenas na cama e para um pouco de diversão, eu não tinha saco para relacionamentos, eles me cansavam e eu desisti deles. Ser piranha é um estilo de vida e eu irei mostrar para você porque as piranhas são felizes.
— O que há com esse bar hoje? – Perguntei encarando o garçom que apenas deu uma risada. — Está parado. Aconteceu alguma coisa que eu não estou sabendo? As coisas são mais divertidas no final de semana.
— É Ação de Graças. – Respondeu ele e eu revirei os meus olhos. — Todas as pessoas estão nas suas casas, ceando com as suas família, apenas os solteiros costumam vir em datas comemorativas como essas.
— Feriados irritantes, eles acabam com a diversão das pessoas. – Resmunguei descansando um amendoim. — Eu deveria ir para casa e assistir um filme pornô e me divertir com os meus vibradores.
— Você é inacreditável doutora. – Falou ele e eu apenas dei de ombros. — Por que não voltou para casa? Com certeza o seu consultório está fechado para o feriado.
— Porque todos os meus familiares estão no sul da França, em uma fazenda de lavanda, brincando de serem fazendeiros e mimando a minha irmã caçula que acabou de ter um bebê. – Respondi o encarando e revirando os meus olhos. — Eu não tenho saco para choro de criança, odeio lavanda, fazendas e não quero ouvir minha mãe me comparando a senhorita perfeita, já que eu sou apenas a filha problemática que dá apenas desgosto a família, eles não respeitam o meu estilo de vida e eu não me importo com a opinião deles. E você me conte por que abriu o bar essa noite? Dei folga para todos os seus funcionários, porém continua aqui, dando um pouco de alegria para os pobres mortais sem família.
— Alguém precisa pagar as contas doutora. – Falou ele me encarando e eu gargalhei. — Se precisar de qualquer coisa, apenas chame, prepararei quantos cosmopolitas você quiser.
Ele deu-me as costas indo atender um homem que estava no outro lado do bar e eu apenas o analisei. Aqueles eram os piores tipos de homens, os mais perigosos, bonitos, reclusos e educados. Mulheres mantenham-se longe desse tipo de homens, eles são aqueles que dão flores e chocolates e quando você está apaixonada, irá levar um belo par de chifres e nunca mais esquecer disso na sua vida.
— Você não faz o meu estilo. – Avisei encarando o homem que parou na minha frente. — Então dê o fora que está atrapalhando a minha noite, não irá conseguir me levar para a cama, então volte para a sua mesa com o rabinho entre as pernas e avise aos seus amigos que você perdeu a aposta e terá que pagar a conta essa noite.
— As mais difíceis são as que eu mais gosto. – Falou ele e eu revirei os olhos, por isso eu odiava os héteros tops, eles se achavam a última bolacha do pacote. — Posso pagar uma bebida?
— Eu sou piranha, não vou cair nesse seu papo furado. – Informei pegando o meu copo e sorrindo. — Não será dessa vez que você irá me levar para casa, então dê o fora ou eu irei começar a gritar que você é broxa e correu quando eu disse que queria você. Irá virar uma piada entre os seus amigos.
— Você é realmente uma piranha. – Rosnou ele irritado e saiu fazendo-me gargalhar.
As pessoas pensavam que me ofendiam falando daquela maneira, elas realmente não me conheciam.
Tomei mais um gole da minha bebida e vi uma mulher sentar-se ao meu lado e pedi um Bloody Mary para o garçom e se debruçar no balcão.
A observei enquanto apreciava o meu drink, pelas suas feições ela tinha levado um pé na bunda, ninguém chorava tomando um Bloody Mary.
— Ele lhe trocou por quem? – Perguntei a encarando e vendo-a pedir outro drink. — Pelas suas feições, com certeza foi por alguém próximo ao você.
— Como você sabe disso? – Retrucou ela me encarando e os seus soluços aumentaram e eu rolei os meus olhos. — Você conhecia Petter? Aquele cretino desgraçado além de transar a minha irmã e a engravidar, ainda me traiu com outras mulheres.
— Não conheço nenhum Petter. – Garanti a encarando e pedindo mais dois drinks. — Mas, eu conheço filhos da putas como esse tal Petter, eles não merecem as suas lágrimas.
— Obrigado por tentar me consolar. – Agradeceu ela estendendo a mão na minha direção. — Eu sou Molly, Molly Herrero.
— Nara, Nara Roux. – Apresentei-me apertando a sua mão delicadamente. — Nunca chore por homens, eles são uma a pior espécime da fase da terra. Eles têm apenas uma serventia, dar prazer a nós, mulheres.
— Você está equivocada. – Falou o engomadinho fazendo com que eu o encarasse furioso, ele não deveria se meter na conversa dos outros. — Seres humanos precisam de amor, ocitocina correndo pelas nossas veias.
— Se eu comer um chocolate eu irei produzir ocitocina. – Retruquei sorrindo. — Não preciso de um sentimento criado pelo comercio para vender mais durante as datas comemorativas. Os seres vivos foram criados para reprodução, o homem serve apenas para isso, nada além de sexo. E quem é você para estar se metendo no meio da nossa conversa?
— Eros Campbell. – Apresentou-se ele e eu revirei os meus olhos. — Mais conhecido com o doutor do amor, psicólogo com especialização em comportamento humano, eu sou conhecido por encontrar o perfil do seu grande amor.
— Oh! – Exclamou Molly e eu revirei os meus olhos. — Existe um perfil ideal? Onde eu posso marcar uma consulta?
— Não acredita nele. – Mandei vendo-a me encarar confusa. — Se existe mesmo um perfil ideal. Qual seria o meu doutor do amor?
— Pelas minhas primeiras observações, você precisa de um macho alfa dominador. – Respondeu ele e gargalhei, aquele homem só poderia estar maluco. — Alguém que consiga controlar os seus instintos selvagens.
Eu gargalhei até a minha barriga doer deixando os dois confusos, aquela tinha sido uma ótima piada.
— Eu sou piranha. – Afirmei vendo-o revirar os seus olhos. — Eu sou o macho alfa da relação, eu acabei de comprovar que você é apenas um charlatão, doutor do amor, pois, se tivesse me analisado de maneira correta teria descoberto isso quando me viu flertar com o dono do bar mesmo ele sendo casado.
— Você não é aquela maluca que fala de sexo todas as manhã no Good Morning América? – Perguntou ele me encarando.
— Isso mesmo. – Respondi sorrindo. — E eu não sou maluca, eu sou sexóloga e tenho um quadro para ajudar as mulheres a apimentarem as suas relações sexuais e cuidarem da sua saúde intima. Doutora Nara Roux, médica ginecologista e sexóloga, marque uma consulta senhor Campbell, posso ajudar o senhor a resolver os seus problemas com sexo, eu tenho muitos pacientes do gênero masculino.
— Eu não tenho problemas. – Rosnou ele todos descompensado, com certeza ele tinha muitos problemas. — Você é a pessoa mais insuportável que já tive o desprazer de conhecer.
— Vocês dois podem parar com isso. – Pediu Molly. — Sou eu quem estou com problemas, fui traída pelo meu noivo e agora ele irá virar meu cunhado e vocês dois brigando por nada?
— Não se preocupe eu posso ajudar você. – Garanti a encarando e sorrindo. — E quando eu terminar você será uma nova mulher.
— Não acredite nessa mulher. – Falou ele colocando a mão no ombro de Molly. — Podemos trabalhar no meu perfil quando se sentir confiante para um novo relacionamento. Tenho certeza de que você será muito feliz com o seu verdadeiro amor.
— Verdadeiro amor! – Ironizei revirando os meus olhos. — Isso só existe em livros de romance e dos mais cliques. Vamos focar na realidade, eu posso transformar você em uma nova mulher, nunca mais irá depender de um homem para ser feliz.
— Não a escute. – Mandou-o e eu revirei os meus olhos. — Ela está apenas tentando confundir a sua cabeça.
— Vamos fazer uma aposta, eu e você. – Falei o encarando. — Se eu não a transformar em uma piranha convicta em três meses, irei deixar com que você me encontre o meu tipo ideal e irei a cinco encontro com eles para comprovar a sua teoria e ainda irei me retratar em rede nacional falando que eu estava errada e que o verdadeiro amor existe.
— E se você ganhar? – Perguntou ele me encarando e eu sorri.
— Se eu ganhar. – Disse me aproximando dele e sorrindo. — Você irá saber na hora certa.
— Ei! – Exclamou Molly nos encarando indignada. — É sobre a minha vida que vocês estão apostando, eu não deveria concordar com isso.
— Você quer se vingar da sua irmã e do filho da puta do Petter, pois, nós iremos fazer isso em grande estilo. – Garanti a encarando. — Encontro você amanhã Molly. Au revoir.
Coloquei as notas sobre o balcão e peguei a minha bolsa dando-lhe as costas e saindo do bar, você está nas minhas mãos doutor do amor e eu irei lhe esmagar.
Capítulo Dois
A Segunda Lei para ser uma piranha, mulheres não precisam de homens, eles dão apenas dor de cabeça e rugas. A única exceção é Kim Seokjin.
Nara Roux:
Acordei com o celular despertando e me espreguicei e saí da cama. Entrei no banheiro e fiz a minha higiene pessoal e entrei embaixo da água quentinha, tomando o meu merecido banho matinal.
Saí do banheiro e abri as cortinas enquanto me enrolava no roupão, estava nevando e eu odiava o inverno e o frio.
Caminhei até o closet e peguei uma lingerie a vestidos e um par de meias calças fio 40 e nude. Peguei uma blusa de básica branca e uma overole azul empoeirado, calcei um scarpan preto e coloquei um sobretudo preto por cima e peguei uma bolsa.
Sequei os meus cabelos e os deixei solto sabendo que eles dariam um jeito no studio e passei uma maquiagem muito básica e saí pegando o meu celular e as chaves do carro.
O trânsito estava ainda mais infernal naquela manhã e eu levei o dobro do tempo para conseguir chegar até a emissora. Por sorte eu era uma mulher organizada e sempre saia cedo de casa para não me atrasar.
— Senhorita Nara, você entrará em meia hora. – Avisou a assistente do produtor me encarando. — A equipe já está a sua espera e aqui está o seu café.
— Obrigado. – Agradeci sorrindo e cumprimentando os outros membros da produção antes de entrar no meu camarim e deixar com que a equipe de maquiadores cuidasse de mim.
Enquanto eles arrumavam os meus cabelos e retocavam a minha maquiagem eu lia as notícias do dia e dava uma olhada no tema daquela manhã.
— Está pronta. – Avisou a maquiadora e eu sorri a agradecendo e saindo do camarim quando avisaram que eu entraria no próximo bloco.
Entrei no