Simpatias Cigana III: Volume III

De Anastácia Benvinda

Há algumas coisas que os gadjos devem sempre ter em mente. Em nossas práticas, usamos alguns elementos que são desconhecidos para eles, como a Cartomancia, a Quiromancia, a Arosofia, o uso dos lenços coloridos, dos metais, das pedras preciosas e outros que podem surpreender hoje, da mesma forma como surpreenderam Paracelso, quando conviveu com nosso povo e lançou as bases da medicina moderna. O que apresentamos não é novo, pois tem o respaldo da História.Anastácia Benvinda

• Idioma: Português
• Editora: Bibliomundi
• Data de lançamento: 10 de mar. de 2022
• ISBN: 9781526053909

Anastácia Benvinda

Pouca gente conheceu o verdadeiro nome dessa vidente e mística. Sabe-se pouco sobre sua idade e sobre sua vida. Seu trabalho era aconselhar, analisar, pesquisar e descobrir formas de auxiliar os outros, fosse através de suas poderosas Simpatias, de suas Orações ou dos Rituais místicos que realizava, sempre com muita fé e segurança. Como poucos no mundo, conhecia os segredos do baralho Tarô e dos outros baralhos. Pesquisou os horóscopos zodiacal e chinês, estabelecendo seus pontos de convergência. Os Elementais lhe eram familiares. Conhecia as ervas e as raízes. Para todos que a procuravam, tinha uma palavra de carinho, conforto e fé. Vivia modestamente, quando poderia ter vivido em um palácio suntuoso. Reis e poderosos de todo o mundo queriam sua companhia constante, mas seu espírito cigano a levou de algum ponto da Europa para uma cidadezinha do interior do país, onde continuou seus estudos e pesquisas e auxiliava todos aqueles que a procuravam.

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ADVERTÊNCIA

     As Simpatias Populares podem ser consideradas fenômenos culturais e sociológicos da máxima importância ou meras crendices e superstições, dependendo do ângulo de visão de cada um. De nossa parte, limitamo-nos a divulgar esse repertório da tradição popular, da forma como foi compilado pelo autor, junto a fontes diversas, deixando para o livre-arbítrio de cada um o julgamento pessoal.

SIMPATIAS CIGANAS

     Muitas coisas que ao longo dos últimos tempos foram considerados tabus, por força de um fanatismo que se impôs religiosamente à força das armas e do terror, estão retornando à tona e fazendo os mais esclarecidos pensarem a respeito de algumas verdades consideradas universais, mas postas em cheque por ciências muito bem estabelecidas, como a arqueologia e até a própria medicina.

     Em compensação, recentes descobertas arqueológicas foram cuidadosamente preservadas de olhos profanos, sob a alegação de que seu conteúdo poderia chocar a humanidade.

     O que poderia haver de tão terrível, que desse a alguém o direito de determinar o que a humanidade deve ou não conhecer? Será o mesmo direito utilizado para esconder a última das revelações de Fátima?

     Nós ciganos somos um povo crente e jamais nos imiscuímos em questões que não nos dizem respeito, mas temos uma tradição a nos escudar. Não surgirmos ontem na História da Humanidade, nem ficamos restritos a determinados limites geográficos.

     Nossa origem é antiga. Passamos pela Índia, pelo Egito, pela Pérsia e por todos os centros culturais importantes dos últimos milênios e assimilamos conhecimentos que até hoje preservamos.

     Se houve um tempo em que nossos líderes haviam decidido ocultá-los, era simplesmente porque a divulgação desse conhecimento lhes custaria a vida. Hoje em dia já não ocorre mais isso, pelo menos na maioria dos países onde existem ciganos.

     Quando falamos em Simpatias Ciganas, não é por vaidade ou engrandecimento que acrescentamos o termo Maravilhas. A tradição de alguns séculos no cultivo de um conhecimento tão rico e tão útil, principalmente quando um período negro de perseguições destruiu quase tudo que havia de maravilhoso no mundo, dá-nos esse direito.

     Muitas das nossas simpatias continuam sendo realizadas hoje da mesma forma como o foram por príncipes indianos, princesas egípcias, reis e rainhas persas, governantes e gente do povo de toda a Europa e Ásia Antiga.

     Em nossas andanças pelo mundo, fomos coletando o que havia de mais precioso e de mais interessante, incorporando ao nosso já vasto repertório.

     O resultado é esse vastíssimo cabedal de informações, conhecimentos e práticas tradicionais, postas a serviço de todos aqueles que delas necessitarem.

     Culturalmente há algumas coisas que os gadjos devem sempre ter em mente. Em nossas práticas, usamos alguns elementos que são desconhecidos para eles, como a Cartomancia, a Quiromancia, a Arosofia, o uso dos lenços coloridos, dos metais, das pedras preciosas e outros que podem surpreender hoje, da mesma forma como surpreenderam Paracelso, quando conviveu com nosso povo e lançou as bases da medicina moderna.

     O que apresentamos não é novo, pois tem o respaldo da História.

AMULETOS & TALISMÃS

           Chama sempre a atenção das pessoas as joias que os ciganos usam, principalmente moedas e medalhas, algumas com símbolos que não são conhecidos pela maioria das pessoas, além de outros, já mais comuns, como os glifos dos signos (sinais gráficos que representam cada um dos signos do Zodíaco), os arquétipos (símbolos de conhecimento comum, como a pomba branca, simbolizando a paz, por exemplo), e outros símbolos.

     Na realidade, tudo isso tem, para nós, outra denominação. São as chamadas imagens talismânicas que, funcionam como uma espécie de sintonizador e amplificador de forças e fluídos positivos que captamos e emitimos.

     Falar nisso pode parecer um tanto vago, mas tente explicar a um nativo perdido no meio da floresta como funciona um rádio. É o mesmo que explicar modernamente o papel de uma imagem talismânica, só que temos uma vantagem: conhecemos o rádio e sabemos que aquelas peças mágicas têm o poder de captar ondas invisíveis no ar e transformá-las em som.

     Só que, para isso, não basta amontoar peças numa caixa. É preciso certa ordem. E isso os amuletos e talismãs também exigem.

     Vejamos como!

     PARA INICIAR UM EMPREENDIMENTO

     Determinar o ritmo e estabelecer o equilíbrio de um empreendimento, antes mesmo de iniciá-lo pode parecer algo difícil, mas é extremamente necessário. E não tão difícil assim.

     Tudo que é novo necessita abrir um espaço no mundo vivo para se introduzir, da mesma forma que se faz para plantar uma semente. Nós ciganos temos um símbolo que representa muito bem essa força primaveril, necessária para que tudo que esteja brotando o faça com força e vigor.

     Para tanto, pegue uma amêndoa e enterre-a num jardim florido, dando a ela o nome do seu empreendimento. Depois compre uma em ouro ou folheada, na forma de um broche ou de um prendedor de gravata, usando-a bem à vista das pessoas, por até quinze dia depois do início do seu projeto.

Observação: entre os ciganos, essas amêndoas em ouro ou prata eram aplicadas a um anel usado para prender um lenço que, neste caso, era verde, simbolizando a floração e o crescimento.

     PARA SER PROMOVIDO