Simpatias Ciganas XI

De Anastácia Benvinda

Embora hoje a maioria dos ciganos esteja bastante integrada com os padrões sociais gerais e muitas vezes até fixemos residência, cada qual com suas variações naturais, procura manter a Tradição Cigana e respeita com seriedade seus princípios básicos. A família continua sendo a base, firme e estável, o divórcio é raro. A autoridade pertence ao homem, mas a mulher exerce influência eficaz, ainda que discreta. Filhos são uma grande benção. O Kris, tribunal cigano que decide sobre as infrações e assegura a coesão do povo ainda está em voga e suas decisões são sem apelo. A Tradição está viva, o Espírito cigano passa com sucesso pelas diversas mutações de tempos e povos diferentes e chega ileso à contemporaneidade. Em breve, a humanidade presenciará um tempo onde o preconceito da nacionalidade já não terá tanta relevância, me adianto um tanto. Não importa se tem o sangue cigano em tuas veias, se o tiver em teu coração, seja bem vindo a compartilhar dos segredos da magia cigana.

• Idioma: Português
• Editora: Bibliomundi
• Data de lançamento: 20 de nov. de 2022
• ISBN: 9781526069696

Anastácia Benvinda

Pouca gente conheceu o verdadeiro nome dessa vidente e mística. Sabe-se pouco sobre sua idade e sobre sua vida. Seu trabalho era aconselhar, analisar, pesquisar e descobrir formas de auxiliar os outros, fosse através de suas poderosas Simpatias, de suas Orações ou dos Rituais místicos que realizava, sempre com muita fé e segurança. Como poucos no mundo, conhecia os segredos do baralho Tarô e dos outros baralhos. Pesquisou os horóscopos zodiacal e chinês, estabelecendo seus pontos de convergência. Os Elementais lhe eram familiares. Conhecia as ervas e as raízes. Para todos que a procuravam, tinha uma palavra de carinho, conforto e fé. Vivia modestamente, quando poderia ter vivido em um palácio suntuoso. Reis e poderosos de todo o mundo queriam sua companhia constante, mas seu espírito cigano a levou de algum ponto da Europa para uma cidadezinha do interior do país, onde continuou seus estudos e pesquisas e auxiliava todos aqueles que a procuravam.

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ADVERTÊNCIA

     As Simpatias Populares podem ser consideradas fenômenos culturais e sociológicos da máxima importância ou meras crendices e superstições, dependendo do ângulo de visão de cada um. De nossa parte, limitamo-nos a divulgar esse repertório da tradição popular, da forma como foi compilado pelo autor, junto a fontes diversas, deixando para o livre-arbítrio de cada um o julgamento pessoal.

ANASTÁCIA BENVINDA

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    Pouca gente conheceu o verdadeiro nome dessa vidente e mística. Sabe-se pouco sobre sua idade e sobre sua vida. Seu trabalho era aconselhar, analisar, pesquisar e descobrir formas de auxiliar os outros através de suas poderosas Simpatias, de suas Orações ou dos Rituais místicos que realizava, sempre com muita fé e segurança.

    Como poucos no mundo, conhecia os segredos do baralho Tarô e dos outros baralhos. Pesquisou os horóscopos zodiacal e chinês, estabelecendo seus pontos de convergência. Os Elementais lhe eram familiares. Conhecia as ervas e as raízes. Para todos que a procuravam, tinha uma palavra de carinho, conforto e fé. Vivia modestamente, quando poderia ter vivido em um palácio suntuoso. Reis e poderosos de todo o mundo queriam sua companhia constante, mas seu espírito cigano a levou de algum ponto da Europa para uma cidadezinha do interior do país, onde continuou seus estudos e pesquisas e auxiliava todos aqueles que a procuravam.

    Para alguns, era uma princesa cigana que, por volta de 1960, migrou para o Brasil, tendo percorrido estas terras por mais de vinte anos, antes de escolher sua moradia definitiva. Para outros, era um guia espiritual cuja missão era lançar luzes nos caminhos dos desesperados. Dizia ela que esse era o seu carma, depois sorria e continuava sua obra.

    Faleceu há alguns anos, anonimamente, como escolheu viver.

    Com exclusividade para você, o conhecimento e a sabedoria dessa cigana!

MARAVILHAS DAS SIMPATIAS CIGANAS

     Em suas andanças, o povo cigano já passou pelos quatro cantos do mundo, como se costuma dizer, embora o planeta não seja quadrado. Em cada país que passamos trocamos diversos bens e recebemos diferentes designações.

     Assim, na França somos conhecidos como égyptiens; na Inglaterra, como nos Estados Unidos, gypsies; na Hungria, egyptener; na Espanha gitanos e na Turquia, farawni. Perceba que os nomes apontam certa crença na origem egípcia dos ciganos.

     Embora a estirpe cigana remonte à Antiguidade e mesmo ainda antes, tempos da submersa Atlântida, embora seja tão antiga, tem a essência desconhecida pelos gadjos, que dificilmente conseguem compreender o que é ser cigano.

     A identidade é hereditária, mas ainda mais, sociocultural: o modo como vive, sente e vê a vida, hábitos e costumes, conduta, crenças e dignidade. O âmago do espírito cigano não pode ser traduzido com palavras, mas um cigano o sabe quando o é, mesmo que não tenha nascido em nenhuma tribo.

     A lógica social de um cigano é muito diferente da de um gadjo, como diferentes são nossos valores. Entre nós, predominam as relações de confiança e embora haja alguns tabus e certa organização, a liberdade é o dom supremo de um homem.

     As famílias costumam unir-se por linhagens matrilineares e patrilineares. Chamamos Kumpanias quando várias famílias de linhagens diferentes se agrupam, unidas por interesses econômicos. A pessoa mais capacitada exerce posição de liderança. Muito embora haja referências a reis ciganos e respeito à autoridade, nunca houve nenhuma organização geral ou internacional de ciganos, nenhuma cúpula ou Governo Central. Os grupos são considerados autônomos.

     Podemos dizer que o povo cigano se encontra dividido em três grandes grupos:

     1. Os rom são considerados como os que conservam as tradições mais puras e formam um grupo muito abastado.

     2. Os manus, sinté ou sinti são muitas vezes comerciantes ambulantes ou feirantes. A maioria está na Europa.

     3. Os calé ou gitanos situam-se principalmente na Espanha, mas também por toda a Europa, assim como na África e Américas.

     Embora hoje a maioria de nós esteja bastante integrada com os padrões sociais gerais e muitas vezes até fixemos residência, cada qual com suas variações naturais, procura manter a tradição cigana e respeita com seriedade seus princípios básicos.

     A família continua sendo a base, firme e estável. O divórcio é raro. A autoridade pertence ao homem, mas a mulher exerce influência eficaz, ainda que discreta. Filhos são uma grande benção.

     O Kris, tribunal cigano que decide sobre as infrações e assegura a coesão do povo, ainda está em voga e suas decisões são sem apelo.

     A tradição permanece viva. O espírito cigano passa com sucesso pelas diversas mutações de tempos e povos diferentes e chega ileso à contemporaneidade. Em breve, a humanidade presenciará um tempo onde o preconceito da nacionalidade já não terá tanta relevância. Não importa se tiver o sangue cigano em suas veias; se o tiver em seu coração, seja bem vindo a compartilhar dos segredos da magia cigana.

ESTAÇÕES DO ANO

OUTONO E PRIMAVERA

     É necessário que a humanidade desperte o senso de fraternidade e amor pelo planeta e cuide melhor dele. A destruição da camada de ozônio tem provocado perigosas transformações no clima de todo o mundo. A Terra está se transformando numa grande estufa. A discussão atual envolve as consequências do excesso de carbono e o desmatamento. Tudo isso ainda precisa ser equacionado para acomodar a necessidade do aumento da produção de alimentos para uma população mundial que não para de crescer.

     A ambição desmedida pelo progresso e pelo desenvolvimento industrial gerando ganho financeiro tem