Versos de Bulhão Pato
()
Sobre este e-book
Relacionado a Versos de Bulhão Pato
Ebooks relacionados
Versos de Bulhão Pato Nota: 0 de 5 estrelas0 notasPoesias Completas Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA mensageira das violetas Nota: 0 de 5 estrelas0 notasNoturnas Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO Canto Do Cisne Nota: 0 de 5 estrelas0 notasUns Mundos: Outros Poemas Nota: 0 de 5 estrelas0 notasCanário e gaiola e outros poemas Nota: 0 de 5 estrelas0 notasNocturnos Nota: 0 de 5 estrelas0 notasFlores do Campo Nota: 0 de 5 estrelas0 notasCamões e o amor no aniversario 304 da morte do poeta Nota: 5 de 5 estrelas5/5Janelas Da Alma Nota: 0 de 5 estrelas0 notasCharneca em flor Nota: 0 de 5 estrelas0 notasLira dos 20 anos Nota: 0 de 5 estrelas0 notasQualquer Poesia Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA cancela da estrada e outros poemas Nota: 0 de 5 estrelas0 notasMinha Alma Poeta Nota: 0 de 5 estrelas0 notasSons poéticos Nota: 0 de 5 estrelas0 notasPoesia Nua Nota: 0 de 5 estrelas0 notasFantasia Nota: 0 de 5 estrelas0 notasPoesias para alma Nota: 0 de 5 estrelas0 notasFlores Límpidas: Os Universos Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO mar que nunca dorme - poemas escolhidos Nota: 0 de 5 estrelas0 notasPoesias dispersas Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA Última Poesia Nota: 0 de 5 estrelas0 notasCantos Religiosos Nota: 0 de 5 estrelas0 notasMeu Retrato Nota: 0 de 5 estrelas0 notasDoces Ardis Nota: 0 de 5 estrelas0 notasPoesias Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA Vida 100 Poesia Nota: 0 de 5 estrelas0 notasVersos À Uma Moça Nota: 0 de 5 estrelas0 notas
Poesia para você
Eu tenho sérios poemas mentais Nota: 5 de 5 estrelas5/5Pra Você Que Sente Demais Nota: 4 de 5 estrelas4/5meu corpo minha casa Nota: 5 de 5 estrelas5/5o que o sol faz com as flores Nota: 4 de 5 estrelas4/5Tudo Nela Brilha E Queima Nota: 4 de 5 estrelas4/5Sede de me beber inteira: Poemas Nota: 4 de 5 estrelas4/5Sonetos Nota: 0 de 5 estrelas0 notasMarília De Dirceu Nota: 0 de 5 estrelas0 notasPoesias para me sentir viva Nota: 4 de 5 estrelas4/5Alguma poesia Nota: 4 de 5 estrelas4/5Tudo que já nadei: Ressaca, quebra-mar e marolinhas Nota: 5 de 5 estrelas5/5Antologia Poética Nota: 5 de 5 estrelas5/5Todas as flores que não te enviei Nota: 5 de 5 estrelas5/5Se você me entende, por favor me explica Nota: 5 de 5 estrelas5/5Reunião de poesia: 150 poemas selecionados Nota: 4 de 5 estrelas4/5O Profeta Nota: 5 de 5 estrelas5/5Melhores Poemas Cecília Meireles (Pocket) Nota: 0 de 5 estrelas0 notasWALT WHITMAN - Poemas Escolhidos Nota: 3 de 5 estrelas3/5Bukowski essencial: poesia Nota: 5 de 5 estrelas5/5Desculpe o exagero, mas não sei sentir pouco Nota: 5 de 5 estrelas5/5Jamais peço desculpas por me derramar Nota: 4 de 5 estrelas4/5Para não desistir do amor Nota: 5 de 5 estrelas5/5As palavras voam Nota: 5 de 5 estrelas5/5O Navio Negreiro Nota: 5 de 5 estrelas5/5Laços Nota: 5 de 5 estrelas5/5Todas as dores de que me libertei. E sobrevivi. Nota: 4 de 5 estrelas4/5Aristóteles: Poética Nota: 5 de 5 estrelas5/5Coisas que guardei pra mim Nota: 4 de 5 estrelas4/5Textos Para Serem Lidos Com O Coração Nota: 5 de 5 estrelas5/5
Categorias relacionadas
Avaliações de Versos de Bulhão Pato
0 avaliação0 avaliação
Pré-visualização do livro
Versos de Bulhão Pato - Raimundo António de Bulhão Pato
Raimundo António de Bulhão Pato
Versos de Bulhão Pato
Publicado pela Editora Good Press, 2022
goodpress@okpublishing.info
EAN 4064066408114
Índice de conteúdo
A HELENA
I
A CONVALESCENTE NO OUTONO
II
FELIZ DE AMOR!
III
VAES PARTIR!
IV
A JULIA
(Da Paquita)
V
IMPROVISO
VI
A UM RETRATO
VII
QUIEN NO AMA, NO VIVE
VIII
AMANHÃ!
ANJO CAÍDO
X
PIEDADE!
XI
BELLEZA E MORTE
XII
ORAÇÃO DA MANHÃ
Á filha do meu amigo Magalhães Coutinho
XIII
CARIDADE
Á Ex. ma Sr. a Viscondessa d'Asseca
XIV
BELLA SEM CORAÇÃO
XV
PERDOASTE!
XVI
TRES RETRATOS
(Num album)
XVII
ADEUS
XVIII
A VISÃO DO BAILE
XIX
RECEIOS
XX
LEMBRAS-TE?
XXI
POIS SER PALLIDA É DEFEITO?
XXII
DEVER
XXIII
Á morte da Ex. ma Sr. a D. M. Henriqueta de Campos Valdez
XXIV
PARISINA
A Pedro Jacome Corrêa
PARISINA
Imitação
XXV
A VALSA
XXVI
RECORDAÇÕES
XXVII
SÊ FELIZ
XXVIII
A FOLHA DESBOTADA
XXIX
NUM ALBUM
XXX
ONDE SE ENCONTRA A VENTURA?
XXXI
QUEM DIRÁ?
XXXII
UM BRINDE
(Improviso)
XXXIII
AQUELLE DIA!
XXXIV
PARA RECITAR AO PIANO
(Primeira)
XXXV
(Segunda)
XXXVI
(Terceira)
XXXVII
CIUMES DO PASSADO
XXXVIII
NUM ALBUM
(Improviso)
XXXIX
AMOR E DUVIDA
XL
NUM ALBUM
XLI
SE CORAS NÃO CONTO.
XLII
ANJO E VIRGEM.
XLIII
A M. ME LOTTI
Na noite em que cedeu o producto do seu beneficio a favor de um asylo de infancia desvallida.
XLIV
PRIMAVERA
XLV
VOLTAS
(Improviso)
XLVI
LELIA
XLVII
HYMNO DA INFANCIA DESVALIDA
XLVIII
GRATIDÃO E SAUDADE
(Recitada no Theatro)
XLIX
Diante do tumulo de Salvador Corrêa de Sá (Visconde d'Asseca) e de sua filha.
L
CANÇÃO DOS PIRATAS
(Traduzido do Corsario de Byron)
LI
NUM ALBUM
Onde o meu amigo e joven poeta, D. Thomaz de Mello, tinha escripto uns versos.
LII
Á memoria da Ex. ma Sr. D. Maria Gertrudes Manuel da Cunha.
A HELENA
Índice de conteúdo
Lembras-te, Helena, o dia em que deixámos
O teu saudoso valle, e lentamente
Pela elevada encosta caminhámos?
O sol do estio ardente,
Já não brilhava nos frondosos ramos
Do arvoredo virente.
Chegára o fim do outono: a natureza,
Sem ter os mimos da estação festiva,
Nem aquelle esplendor e gentileza
Que tem na quadra estiva,
Na languida tristeza,
Na luz branda e serena
D'aquelle ameno dia,
Que immensa poesia,
E que saudade respirava, Helena!
Subindo pelo monte,
Chegámos ao casal onde habitava
A tua protegida,
Aquella pobre anciã que se agarrava
Aos restos d'esta vida!
Assim que te avistou, ergueu a fronte
Curvada ao peso de tão longa edade,
Sorrindo nesse instante
Com tal vida, que a luz da mocidade
Parecia alegrar o seu semblante!
Estendeste-lhe a mão, entre as mãos d'ella,
Grosseiras pelo habito constante
Do trabalho da terra,
Queimadas pelo vento sibilante,
E pelo sol da serra,
Produzia essa mão graciosa e bella,
Effeito similhante
Ao que por entre o mato
Produziria a rosa de Benguela,
A flor mais alva e de mais fino trato!
Vinte annos tu contavas nesse dia;
A fiel servidora,
Era a primeira vez que não podia
Deixar a casa ao despontar da aurora,
E cheia de alegria
Caminhar para o valle como outr'ora,
Depôr uma lembrança em teu regaço,
E unir-te ao coração num meigo abraço!
Tu, na força da vida,
Circundada de luz e formosura,
Foste levar á pobre desvalida
Os dons do lar paterno;
Alegrar com teu riso de ternura
Aquelle frio inverno!
Ao ver-te com teus braços,
Nos seus braços senis entrelaçados,
A ventura nos olhos encantados,
A inspiração na fronte deslumbrante,
Afigurou-me então o pensamento
Ver um anjo descido dos espaços,
D'aspecto fulgurante,
Enviado por Deus nesse momento,
Para animar os derradeiros dias
De quem cançado do lidar constante
Abre o seio na morte ás alegrias!
As lagrimas de gosto,
Corriam cristalinas
No rosto d'ella e no teu bello rosto!
Como orvalhos do ceo aquelles prantos,
Um brilhava na hera das ruinas,
Outro na flor de festivaes encantos,
Na rosa das campinas!
Quando voltaste a mim illuminava
O teu semblante uma alegria infinda.
Depois quizeste ainda
Ir visitar a ermida que ficava
No apice do monte:
Firmaste-te ao meu braço, e caminhámos.
No esplendido horisonte
Já declinava o sol quando chegámos.
Era singelo, mas sublime o quadro!
Em roda o mato agreste;
No meio a pobre ermida; ao lado d'ella
Um secular cypreste,
E sobre a cruz do adro
Pendente uma capella
De algumas tristes, desbotadas flores,
Talvez emblema de profundas dores!
Oh! como tu, suspensa
Num extasi ideal de sentimento,
Expandias o livre pensamento
Pela amplidão immensa!
Como depois descendo das alturas
Aonde te arrojára a phantazia,
Parece que a tua alma me trazia
Occulto premio de immortaes venturas!
Tanto expressava o teu olhar profundo,
Que o ceo, a terra, o mar, quanto rodeia
O homem neste mundo,
Jámais me trouxe a idéa
Do suppremo poder da Providencia
Com tamanha eloquencia!
O sol quasi no termo
Com um brando reflexo,
Cingia a cruz do ermo
Em amoroso amplexo!
O rei da creação, o astro orgulhoso,
Que enche a terra de luz,
Tambem vinha prostrar-se saudoso
Aos pés da humilde cruz!
Era solemne e santo
Naquell'hora supprema o teu aspecto!
Nos labios a oração, no rosto o pranto,
As mãos cruzadas sobre o seio inquieto,
Os olhos postos na amplidão do espaço,
E em derredor da frente
Um luminoso traço
A inundarte de luz resplandecente!
..................................
Branda a tarde expirou! D'aquelle dia,
E de outros dias de íntimas venturas,
De immensa poesia,
Nasceram essas paginas obscuras,
Que hoje a teus pés deponho,
Como saudoso emblema,
Do tempo em que sorrira
O nosso bello sonho!
Terias um poema,
Se tão gratas memorias
Podessem ser cantadas numa lyra
Votada a eternas glorias!
Emfim: se um pensamento,
Se uma singela idéa onde transpire
O perfume de vivo sentimento,
Nestas folhas traçar a minha penna...
A estrophe, o canto que o leitor admire,
Seja o teu nome, Helena!
6 de Junho de 1862.
I
Índice de conteúdo
A CONVALESCENTE NO OUTONO
Índice de conteúdo
Revive teu rosto pallido
Á chamma do meu amor;
De novo com mais ardor
Pula em teu seio, querida,
O sangue, o prazer, a vida.
O sopro que na existencia
D'esta luz nos illumina,
Não se ha de extinguir jámais;
Oh! provém da mesma essencia,
Da mesma porção divina,
Com que a mão da Providencia
Torna as almas immortais!
Firma teu braço ao meu braço,
Vem commigo respirar
Este ar vivo