OS MESMOS FUNDAMENTOS DA MATEMÁTICA, DA LÓGICA, DA LINGUAGEM E DA VIDA.
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OS MESMOS FUNDAMENTOS DA MATEMÁTICA, DA LÓGICA, DA LINGUAGEM E DA VIDA. - Romildo Machado
Alguns estudiosos defenderam as semelhanças entrematemática,lógica,elinguagem,enquantooutrosenfatizavam as diferenças. A grande dificuldade é que aspalavrasdaslinguagenspossuemsignificadosdiferentesdentro do contexto e prejudica a comparação.Os gregosantigos estudaram e investigaram as línguas e perguntavamse as palavras imitavam as coisas ou se era convenção. Elespensaramapossibilidadedalinguagemseorganizarsegundoumaordemmetafísica.Estaideiabuscavaprincípiosqueintegrasseassemelhanças ediferenças.
Modernamente surgiram escolas que ora defendiam assemelhanças, ora defendiam as diferenças entre linguagens.Formalismoéaescolaquedefendeassemelhanças.Emrazãodisto,elapregaumagramáticauniversal,racional,autônoma e a língua-ideal. Esta escola generaliza e trabalhacom o todo. A sociolinguística é a escola que defende asdiferenças.Assimdefendemagramáticaregional,asociologia,ahistóriaealíngua-real.Elaestudaasparticularidadese trabalhacom as pessoas.
Contemporaneamente a estas escolas, o estruturalismosurgiu e esta doutrina tem ênfase nas estruturas, mas seminteresse na normatização e na história das línguas. Cadaelemento da língua tem valor e diferenças, mas se relacionacom o todo. Em uma analogia com o xadrez, cada peça temidentidade, depende do seu lugar e do seu valor no jogo pararelacionar com todas as outras peças. Este método deu alinguísticaàposiçãodeciência-paradigmadasciênciashumanas.
De um lado esta teoria trabalha com as identidades esuas diferenças, doutrolado trabalha com as semelhançaseotodo.Emxadrezexistempeçasiguais,masoposicionamento delas no tabuleiro promove asdiferençasentre elas no jogo. Pode-se sacrificar uma peça, pensando notodo, no objetivo do jogo, o xeque-mate. Em uma analogiacom a vida, podemos dizer que o eu
(fulano de tal, morana rua tal e coisa) seria uma peça única no jogo da vida eonde estão às diferenças para com todos. Numa visão dotodo, este eu
é um ser que vive coletivamente, onde estãoàssemelhanças com o todo.
Emseguida,Chomskyinovoucomogerativismo.Combasenamatemática,poucasregrasgramaticaispromovem uma infinidade de frases e sentidos diferentes.Ele criticava a catalogação estéril da diversidade linguística.Este pensador defendia o foco no todo, nas semelhanças aoinvésdo foco particular,nasdiferenças.
Como exposto, ora os pensamentos abordam o todo eassemelhanças,oraasparticularidadeseasdiferenças.Apesar destas e outras teorias linguísticas, ainda não temosnemumadefiniçãoouconcepçãodelíngua.Estudosdiversos têm algumas posições que influenciam a concepçãodesujeito edelíngua.
Naconcepçãodelínguacomorepresentaçãodopensamento,nóstemosumsujeitoautônomo,senhorabsoluto do seu dizer. O texto ou fala é produto dele e aoleitorpassivocabecaptararepresentaçãomentalouosentidodaquele.
Na concepção da língua como código, instrumento dacomunicação, doutrinado estruturalismo, temos o sujeitosubmetidoaosistemaeoleitor/ouvintesendoapenasum
decodificador do texto. Este é simplesmente o produto dacodificaçãoaser decodificado.
Naconcepçãosociológica/dialógica/interacional,ossujeitossãovistoscomoatores/construtoressociais,construtoresdo texto e do sentido.
Osentidodotextotambémvariaconformeaperspectiva teórica que se adote. O mesmo texto pode serconcebido de varias maneiras. Vale dizer, o mesmo textovaria de autor para autor e conforme a orientação teóricaadotada. A informação semântica do texto constitui em doisblocos:odadoeonovo,cujadisposiçãoedosageminterferemna construçãodo sentido.
O sentido não está no texto, mas se constrói a partirdele. Ilustrando temos a metáfora do iceberg, em que todotexto tem uma pequena superfície visível e uma imensa áreasubmersa.Parasechegaràsprofundezasdoimplícitoeextrairumsentido,faz-senecessárioorecursoaváriossistemasdeconhecimento.Mesmoassim,construiremosum
sentido enãoo
sentido.
Estasimplicaçõesgeraramconflitos.Ofilosofoaustríaco Ludwig Wittgenstein implementou a Filosofia daLinguagem em sua obra Investigações Filosóficas
. A 1ªfasedelefoiumatentativadeconstruirumalinguagemideal. Acreditava que a frase seria uma imagemlógica deumfatoequetodafraseteriaumsignificadopreciso,correspondenteao queelarepresenta.
Esteprojetoafundou.Wittgensteinpercebeuquealinguagem e seu uso são mais do que a lógica. As frases nãopodiamserentendidasisoladamenteeumadependiadeoutra.Sualinguagemidealcaiaemambiguidadesecontradições, pois as palavras dependiam de seu contexto enãoapenasdoqueelapoderepresentar.Usuáriosda
linguagemdevemdominaragramática,ovocabulário,regrasimplícitaseocontexto.Ousodalinguagemédecisivopara aconstituição dosignificado.
JaquesDerridainovacomadesconstruçãodetodotexto. Esta ideia promovia um modo especial de ler textos,buscandoparadoxosecontradiçõesocultas.Quandoescrevemos, o sentido das palavras depende da relação designificado entre elas e o contexto. Ele usou esta fraquezadaspalavras paradescontruiros textos.
Emoutradesinformação,opós-estruturalismocriticao estruturalismopor pareceruma pansofia ouuma espéciedeteologiadassociedades.Estainstânciaimaterialesuperiordeterminariaosdestinoshumanos.Tambémcriticavam as generalizações em oposição à diversidade. Opós-estruturalismo era cético com as metanarrativas. Estassãoreflexõesqueabarcamtodoconhecimentoetodahistóriahumana.
As escolas de linguística dividiram o pensamento dalinguagem.Oradefendemaforma,oradefendemafunçãodalíngua.Osformalistasvêmautonomianoestudodaslínguaseumaestruturaqueindependedapráticadosfalantes. Os funcionalistas defendem a função comunicativadaslínguasem situaçõesreais.
Realmenteasdiferençaseassemelhançaspareceminconciliáveis. A diversidade é algo inegável. Entretanto, asciências,asreligiões,asfilosofiasbuscamleisegeneralizaçõesdentrodopluralismo.Oconhecimentonecessita da unicidade de interpretação da linguagem. Nósadvogamosqueasdiferençasbuscamindividualizarumaentidadedentrodeumtodo,enquantoassemelhançasbuscama coletivização.
Estudiosos vêm oposição entre as escolas, mas paranós elas são complementares. Enquanto uma foca seu estudona parte, a outra foca seu estudo no todo. A realidade podeser dividida na parte e no todo, no micro e no macro, no eu enonão-eu.Entãopodemosfalaremgramáticapessoalegramáticauniversal, reflexo do eu edo todo.
Emsintoniacomoexposto,nósvamosdefiniralíngua como as palavras em interação com o todo (texto econtexto). Ao longo do nosso estudo, vamos defender esteconceitoe conceitos similaresemmatemáticaelógica.
Alinguagemmatemática,diferentementedalinguagemhumana,temúnicainterpretação.Alógicatambém busca unidade de interpretação, mas ela encontradificuldadespor usaracomplexalinguagem humana.
Poristoalógica,quandousaaslínguasnaturais,sempre fica prejudicada com a linguagem. Mas a linguagemmatemática é mais forte. Então o argumento lógico busca ométododeumademonstraçãomatemática:iniciacomafirmações(premissasmaior),depoispassapelodesenvolvimentodentrodeumdualismo(premissasmenores)parachegaraoresultado(conclusão).Conectarlógica e matemática têm complicações da linguagem, pois alógica está sujeita a sutilezas da linguagem. Construir umargumento envolve sempre usar a linguagem com cuidado eprecisão.
Númerosepalavrassãoabstraçõesarbitrárias.Masdepois de conceituados as relações entre as palavras e entreos números são lógicas. Matemática parece uma espécie delinguagem.Algunsestudiososasseveramqueagramáticaeo raciocínio estão relacionados com uma álgebra. Apesar demuitaslínguas,todaselastêmestruturaemcomum:abstração,evolução,negaçãoeabertura(vocêpodemontar
uma frase nunca antes feita e ser compreendida). Estas sãocaracterísticascomunstambémdamatemática.Chomskymencionou o conceito de gramática universal – princípiosquegovernam todasas linguagens.
Há relações entre gramática e lógica, entre lógica ematemáticae,porconsequência,entregramáticaematemática.Algunsestudiososnegamrelaçõesentretaisdisciplinas,masnosiremosdefender assemelhanças,ouseja, os mesmos fundamentos, pois elas têm origem comum.Asdiferençassãoapenasparadiferenciarentidadesdogrupo,ou umaidentidadedegrupo em relação aoutro.
A questão principal é a natureza da matemática. Nósadvogamosqueelaéumaentidademetafísica.Parafinsdidáticos,metafísicasignificaestaralémdafísica.Estapossui uma trindade (tempo-espaço-matéria) que não fazemparte da matemática. A matemática não existe no tempo,nem no espaço e nem materialmente, embora seja utilizadapara mensurá-los. Já a gramática trabalha com o espaço-tempo-matéria e circunstâncias diversas. Todos se lembramdas orações adverbiais de tempo, lugar, modo, entre outras.Nisto a gramática difere da matemática, pois esta não lidacomascircunstâncias.Masamatemática,igualmentealógicaealinguagem,sãoabstrações,ouseja,sãometafísicas.
Tais circunstâncias acima mencionadas são variáveis,relativas e não existem no mundo matemático, pois este lidacom o absoluto. Entretanto tais variáveis são passíveis deseremquantificadaspelamatemática.Digamosqueamatemática trabalha com valores absolutos: 3 + 2 = 5 emqualquer circunstância de tempo, espaço, modo. Chova oufaçasol.
A lógica também trabalha com as circunstâncias. Estassão efêmeras, pois se diluem no tempo. Mas, ainda assim, alógicaéumatentativadeaproximaragramáticadamatemática, o relativo do absoluto, conforme advogamos aolongodaobra.
Nosso sistema filosófico responde ao questionamentogrego: existe uma ordem no mundo para a linguagem quesegueassemelhançasoudiferenças?OExistencialismoMetafísico irá advogar que em razão do ato da existência davida e do universo, existe pluralismo, dualismo e monismoabsolutoseváriospluralismos,dualismosemonismosefêmeros.Dentrodopluralismo,a partir da definiçãodeumaentidade(onderesidemasdiferenças),elapassaainteragircomasoutrasentidadesdopluralismo(onderesidem as semelhanças). Esta interação passa por dualismospara chegar a um resultado. Esta estrutura funciona para amatemática, a lógica, as linguagens, as pessoas e todas asáreasdoconhecimento.
Damesmaformaqueamatemática,lógicaealinguagem são entidades e suas interações, nóssomos umser espiritual dentre outros, em interação com outros seresespirituais,emdireçãoaumresultado.Nossosistemafilosóficodefendequeasentidades,sejamquaisforem,passamporregrasepelodualismorumoàintegração.Enquanto as diferenças atuam nas entidades, as semelhançasatuamno conjunto, no eu-coletivo.
Como a explanação aproximou-se de uma teologia oumesmo de uma religião, faz-se necessário apresentar esteautor. Ele não tem religião, não frequenta templos, não fazqualqueroração,nãocultuanenhumdeus.AdvogaummundometafísicoeumCriadorcomoasreligiões,mascriticasuasteologiasinfantiseseuslivrossagrados.Isto
pode ser demonstrado em outro livro da lavra deste autor:Decálogo,Leis Humanas
.
O autor é advogado e delegado de polícia aposentado.Tanto o trabalho de um como doutro é regido por fatos eprovas. Assim seu trabalho sempre foi e ainda é pautado porfatose provas.
Trabalho policial se aproxima da ciência. O trabalhocientífico em ciências sociais inicia com a observação de umproblema (na polícia, com um crime); adota uma hipótese(umalinhadeinvestigação);buscaroldeprovasemexperiências, argumentospara provar, ounão,a hipótese(concluir peloindiciamentoou não). Em duaspalavraséuma defesa de tese. O advogado, evidentemente, defendetese contrária. O que são doutorados senão defesa de tese? Oquefazemelessenãolevantarhipótese,juntarprovaseconcluir com a sua defesa de tese? Todos, acadêmicos ejuristas,buscam a verdadepela defesadesua tese.
Vale salientar que se pode ver claramente a estruturade nosso sistema em trabalho policial ou científico. Dentreváriasobservaçõescientíficasoucrimes(pluralismo),qualquer uma delas passa pelo dualismo (provas contra e afavor da hipótese ou suspeito) para se chegar a um resultadoou indiciamento do suspeito. Igualmente as defesas de tesepassampela antíteseparachegaràsíntese,aconclusão.
Como todo cientista, este autor se especializou (emciências criminais). As ciências se multiplicam num caosespecialista. Mas até a especialização busca conectar com otodo. Busca ligar o micro ao macro. O que são as defesas detesesedissertaçõessenãoconectaromicroao macro,aciência à filosofia, o pensamento analítico ao pensamentosintético. Indução e dedução estão no centro do pensamentoracional.Cadaanálisedevepassarpelatriagem dasíntese.
Opensamentosintéticosempreatrai,poisasespecializaçõesdaciênciarumamaoinfinitoealém.Afilosofiadeveriabuscarumpensamentounificadorquealcanceatudoeatodos.Nãoumaespecializaçãoparapoucos. Porém a ciência e a tecnologia triunfaram depois darevoluçãoindustrialeafilosofiafixouendereçonaAcademia.Hodiernamenteelatendeaoespecialismo,aohermetismoeaoceticismo.Afragmentaçãodafilosofiapromoveu a falência de grandes sistemas filosóficos e deumaunificação.
Todaviagrandesfilósofosdopassadosempreprocuraramaunificação,asistematizaçãoenãoafragmentação.Spinozabuscavaperceberunidadenadiversidade,encontrarasíntesenaqualosopostosecontradiçõesseencontrassemesefundissem.Comêniodedicou grande parte de sua vida a unificação da totalidadedoconhecimentohumano.Seupensamentoúltimoeraacompreensãouniversalqueuniriatodahumanidade.Estabase filosófica ele denominou Pansofia, um princípio queharmonizassetodoosaber.Pensadoressemprebuscaramuma chave para o conhecimento de todas as coisas, umateoria para explicar todo o funcionamento do mundo, umaciênciaqueabarcassetodo o universo.
Modernamente a física, ciência da onda, busca a teoriadotudo.Umaequaçãoparaintegrartodasasforçasdocosmo. Tivemos até um candidato a tal façanha: StephenHawking, físico inglês, aquele cientista de voz mecanizada etodo deformado fisicamente. Hawking declarou a morte dafilosofia,masnãochegouanenhumaequaçãodotudoenema umaequação do nada.
De fato, a ciência e a tecnologia venceram e a vidapassaaserumamáquina.Aspessoasnãodesgrudamde
seus celulares. Sonham com carros caros, casas grandes. Emcontato com pessoas,com a mídia, principalmente aTv,percebe-sequeosentidodavidaéumconsumismoexageradoesemsentido.Oaugedavidaéserumacelebridade, seja atleta,cantor,ouator, mesmoque vaziosdeconteúdo. Asuperficialidadeimperajuntoàciência.
Precisamosmudarestarealidade.Estaobratempretensões de conexão e síntese. Adotará conceitos simples,conhecidosesemdelongasemconceitos,citaçõescientíficasefilosóficas.Tambémtempretensõesdebuscade verdades eternas, como dizia Platão. Tem pretensões deunificação do conhecimento. Tem pretensões de buscar oporquê
dosfenômenos,jáqueasciênciassópodemdizero como
dos fenômenos. Visa uma síntese filosófica nãosomente com base em provas e fatos, mas também com basenarazãoeemargumentoscientíficos,filosóficoseteológicos, desdequenão contraditóriosou paradoxais.
A ideia foi considerar todos os conhecimentos naquiloquesãofortes,desprovidosdeparadoxos.Naquiloqueforem contraditórios descartamos pelo princípio do