Histórias das exposições: Casos exemplares
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Histórias das exposições - EDUC – Editora da PUC-SP
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO
Reitora: Maria Amalia Pie Abib Andery
EDITORA DA PUC-SP
Direção: José Luiz Goldfarb
Conselho Editorial
Maria Amalia Pie Abib Andery (Presidente)
José Luiz Goldfarb
José Rodolpho Perazzolo
Ladislau Dowbor
Karen Ambra
Lucia Maria Machado Bógus
Mary Jane Paris Spink
Matthias Grenzer
Norval Baitello Junior
Oswaldo Henrique Duek Marques
© Fabio Cypriano, Mirtes Marins de Oliveira. Foi feito o depósito legal.
Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Reitora Nadir Gouvêa Kfouri / PUC-SP
História das exposições. Casos exemplares / orgs. Fabio Cypriano, Mirtes Marins de Oliveira. - São Paulo : EDUC.
1. Recurso on-line: ePub
Disponível em formato impresso: História das exposições. Casos exemplares / orgs. Fabio Cypriano, Mirtes Marins de Oliveira. - São Paulo : EDUC, 2016. ISBN 978-85-283-0530-2
Disponível para ler em: todas as mídias eletrônicas.
Acesso restrito: http://pucsp.br/educ
ISBN eletrônico 978-85-283-0573-9
1. Arte - Exposições. 2. Arte - História. 3. Exposições - História. I. Cypriano, Fabio. II. Oliveira, Mirtes Marins de
CDD 700.74
709
EDUC – Editora da PUC-SP
Direção
José Luiz Goldfarb
Produção Editorial
Sonia Montone
Preparação e Revisão
Siméia Mello
Editoração Eletrônica
Gabriel Moraes
Waldir Alves
Capa
Imagem de desenhos: Nicolas Robbio (2016)
Designer: Lautaro Cisneros
Administração e Vendas
Ronaldo Decicino
Produção do ebook
Waldir Alves
Revisão técnica do ebook
Gabriel Moraes
Rua Monte Alegre, 984 – sala S16
CEP 05014-901 – São Paulo – SP
Tel./Fax: (11) 3670-8085 e 3670-8558
E-mail: educ@pucsp.br – Site: www.pucsp.br/educ
Prefácio
Este livro nasceu a partir de algumas confluências. De certa forma o curador e pesquisador Pablo Lafuente pode ser apontado como o catalizador do processo que introduziu o estudo das histórias das exposições no Brasil. Foi a partir de sua presença aqui, em 2011, a convite de Lisette Lagnado, para falar no VIII Seminário Semestral de Curadoria no curso de mestrado em Artes Visuais da Faculdade Santa Marcelina, agora extinto, que se criou interesse em aprofundar essa pesquisa no Brasil.
Um segundo momento foi quando, Lagnado junto a Mirtes Marins de Oliveira criaram o curso Curadoria: Histórias das Exposições na Escola São Paulo, reunindo um grupo de curadores e pesquisadores, alguns participantes deste livro, que abordaram em algumas aulas e de forma crítica algumas das mais importantes exposições estrangeiras e brasileiras nas últimas décadas.
Finalmente, um terceiro momento foi quando um grupo de professores da PUC-SP, Fabio Cypriano, Cauê Alves e Priscila Arantes, de distintos departamentos que ministram aula no curso Arte: História, Crítica e Curadoria, recentemente criado na PUC-SP, depararam-se com um desafio: abordar em suas aulas uma temática essencial para o curso, mas absolutamente carente de pesquisa e bibliografia no país.
Com um perfil pioneiro no Brasil, o curso de graduação Arte: História, Crítica e Curadoria é o primeiro a se dedicar exclusivamente à formação de críticos e curadores. Para tanto, é fundamental não só abordar a história da arte – temática com bibliografia e pesquisa bastante extensa no país, especialmente nos últimos vinte anos –, mas também as histórias das exposições e de suas relações com a própria história da arte, uma temática carente de estudos: no que as duas disciplinas diferem e se diferem? Quais objetos enfocam cada uma delas? Existe diferença de método? É possível falar de uma historiografia específica que caracteriza as histórias das exposições? Como afirma Lafuente na entrevista a seguir, muitas vezes a melhor forma de se compreender uma obra de arte é quando e no lugar no qual ela se relaciona com o público e, por isso, estudar como ocorreram as exposições é essencial.
Mas sendo a história uma disciplina que fundamenta sua elaboração a partir de documentos, qual o documento específico que registra o encontro entre obra e público?
Não é à toa, portanto, que, em três distintas instituições pioneiras no Brasil e em momentos muito próximos, criaram-se fóruns para o debate, a pesquisa e a produção de textos e encontros sobre histórias das exposições. Para quem estuda arte, é inegável, por exemplo, a influência da Bienal de São Paulo no desenvolvimento desse campo no Brasil. Já em sua origem, em 1951, e graças ao primeiro prêmio entregue na 1ª Bienal de São Paulo ao artista suíço Max Bill, por sua obra Unidade Tripartida, é corrente relacionar a influência da instituição fundada por Ciccillo Matarazzo no fortalecimento da arte concreta no país.
Contudo, essa relação é pouco investigada, tornando-se breve comentário de livros que abordam artistas construtivos ou o movimento concreto em geral. O que se aponta aqui é a necessidade de, para além de uma análise fetichista que privilegie obras e artistas, voltar a atenção para o peso que as instituições têm na disseminação e consagração desses objetos/ações e seus produtores. Não existe uma instituição neutra, e cada detalhe material das exposições que abriga indica possíveis matrizes conceituais e ideológicas.
Enquanto considera-se que a historiografia da arte teve início na Itália, em 1550, com a publicação de A vida dos Artistas, por Giorgio Vasari, portanto, há quase cinco séculos – livro publicado no Brasil apenas há quatro anos –, as histórias das exposições é uma questão muito mais recente, sem ainda um compêndio que seja considerado o documento que dá origem a essa temática, e sem ainda uma leitura crítica sobre essa própria história. Nesse sentido, sua perspectiva plural – as histórias – propõe, na partida, uma perspectiva que sugere o diálogo, mas também o debate e os ruídos entre diferentes versões dos agentes que constroem o tecido histórico.
Nesse cenário ganha relevância a editora Afterall, fundada por Charles Esche e Mark Lewis, em 1998, vinculada à Central Saint Martins da University of the Arts London, e que, desde 2010, vem publicando a série intitulada Exhibition Histories
(Histórias da Exposição). O sexto volume da série será dedicado a 24a Bienal de São Paulo.
No Brasil, poucas publicações dedicaram-se a essa temática de forma programática, como ocorre agora com Histórias das exposições. Casos exemplares. Nosso objetivo foi, em primeiro lugar, apresentar a abordagem que a Afterall, por meio de uma entrevista com Pablo Lafuente, criou para o estudo das histórias das exposições, gerando assim uma base para pesquisas futuras.
Em segundo lugar, reunimos um grupo de pesquisadores, já envolvidos com essa temática, propondo a cada um que escrevesse sobre questões essenciais que envolvessem as histórias das exposições: dos dispositivos arquitetônicos usados ao longo do século XX a estudos de caso específicos.
Esperamos, desse modo, contribuir para o desenvolvimento da pesquisa desse campo no Brasil assim como auxiliar os próprios organizadores de exposições ao levarem em conta essa complexidade das histórias.
Fabio Cypriano
Mirtes Marins de Oliveira
Sumário
Prefácio
A história das histórias das exposições
por Pablo Lafuente
Entrevista por Fabio Cypriano e Mirtes Marins de Oliveira
Anotações para pesquisa: histórias das exposições e a disseminação do cubo branco como modelo neutro, a partir do Museum of Modern Art, de Nova York
Mirtes Marins de Oliveira
Rumo a uma arqueologia das exposições
Vinicius Pontes Spricigo
Exposição como processo: o legado experimental dos Domingos da Criação e da 6ª JAC
Ana Maria Maia
3ª Bienal da Bahia: refazendo tudo
Fernando Oliva
O arquivo como dispositivo curatorial
Priscila Arantes
Debates em torno da mostra Projeto Construtivo Brasileiro na Arte
Cauê Alves
Como viver junto: a bienal que reconfigurou a instituição
Fabio Cypriano
A história das histórias das exposições
por Pablo Lafuente
¹
Entrevista por Fabio Cypriano²
Mirtes Marins de Oliveira³
Com a série de publicações Exhibition Histories
(Histórias da Exposição), a editora inglesa Afterall criou uma metodologia para um novo campo de pesquisa dentro da história da arte.
Fundada, em 1998, por Charles Esche e Mark Lewis, na Central Saint Martins (University of Arts London), a Afterall vem abordando de forma complexa e inovadora, mostras que transformaram o fazer curatorial. Em seu primeiro livro, por exemplo, Exhibiting the New Art: Op Losse Schroeven
and When Attitudes Become Form
1969, duas mostras que ocorreram no mesmo ano são comparadas de modo a relativizar Attitudes, organizada por Harald Szeemann, em geral considerada o primeiro grande gesto radical de curadoria.
Nos últimos dez anos, o curador espanhol Pablo foi um dos responsáveis pela série e teve como último trabalho na Afterall a edição do volume dedicado a uma exposição brasileira: Cultural Anthropophagy: The 24th Bienal de São Paulo 1999, lançado em 2015.
Um dos curadores da 31ª Bienal de São Paulo, Como (...) de coisas que não existem
, Lafuente acabou radicando-se no Brasil após o fim da edição da mostra, em 2014. No início de 2015, ele deu uma longa entrevista explicando o método desenvolvido na Afterall para o estudo das histórias das exposições
. Leia a seguir:
Mirtes Marins (MM): Você sabe, estamos editando um livro sobre histórias das exposições. A origem desse trabalho foi uma ideia do Fabio Cypriano de aprofundamento e divulgação de parte de um material que havíamos elaborado para um curso sobre o assunto. Mas ainda é importante frisar que nosso contato com esse assunto também está relacionado com um momento em 2012, quando de sua primeira vinda ao Brasil para os Seminários Curatoriais, que eram organizados por Lisette Lagnado. Naquele seminário você apresentou o primeiro volume da série e também o segundo, sobre a série de exposições dos números, de Lucy Lippard.
Fabio Cypriano (FC): Como você começou a trabalhar com histórias das exposições?
Pablo Lafuente (PL): Faz algo em torno de seis, sete ou oito anos. Dentro da Afterall mesmo, havia a revista e uma coleção de livros sobre obras de arte, uma obra de arte relacionada a determinados temas: obra de arte e mudança social, obra de arte e movimento, etc. Então percebi uma coisa: que aquele momento em que a arte entra em contato com o público é muito definitivo para a arte, talvez um momento mais definitivo do que aquele em que a arte