Encontre milhões de e-books, audiobooks e muito mais com um período de teste gratuito

Apenas $11.99/mês após o término do seu período de teste gratuito. Cancele a qualquer momento.

Moysés Soares da Fonseca - Pioneiro Pentecostal
Moysés Soares da Fonseca - Pioneiro Pentecostal
Moysés Soares da Fonseca - Pioneiro Pentecostal
E-book157 páginas3 horas

Moysés Soares da Fonseca - Pioneiro Pentecostal

Nota: 5 de 5 estrelas

5/5

()

Ler a amostra

Sobre este e-book

Conheça a emocionante história do Pr. Moysés Soares da Fonseca, ordenado ao Santo Ministério da Palavra, aos 21 anos, pela imposição das mãos do Missionário Gunnar Vingren e, do Pr. João Evangelista. A obra narra de forma rica sua trajetória de pioneirismo e desbravamento pentecostal no interior fluminense, e o rastro inextinguível de devoção, probidade e obediência ao Pai.
IdiomaPortuguês
EditoraCPAD
Data de lançamento1 de jun. de 2022
ISBN9786559681068
Moysés Soares da Fonseca - Pioneiro Pentecostal

Relacionado a Moysés Soares da Fonseca - Pioneiro Pentecostal

Ebooks relacionados

Artigos relacionados

Avaliações de Moysés Soares da Fonseca - Pioneiro Pentecostal

Nota: 5 de 5 estrelas
5/5

1 avaliação1 avaliação

O que você achou?

Toque para dar uma nota

A avaliação deve ter pelo menos 10 palavras

  • Nota: 5 de 5 estrelas
    5/5
    Uma história inspiradora de fé, submissão e dedicação a obra de Deus. Um exemplo a ser seguido. Glória a Deus!!!

Pré-visualização do livro

Moysés Soares da Fonseca - Pioneiro Pentecostal - Ubiracy Xavier

1

UM PIONEIRO PENTECOSTAL NO RIO DE JANEIRO

Moysés Soares da Fonseca nasceu no dia 8 de agosto de 1909 numa pequena fazenda na Serra do Sambê, município de Rio Bonito/RJ. Era uma terra excelente para o cultivo de milho, feijão, café e outros alimentos. O solo, relativamente úmido, fornecia água de qualidade incomparável e de sabor indescritível — apesar de dizerem que é uma substância insípida. Havia muito verde por toda a parte.

Naquele tempo, a ambição da especulação imobiliária ainda não chegara à devastação — como se vê hoje em dia —, trazendo sério comprometimento ao equilíbrio ecológico. Por isso, podia-se gabar da privilegiada extensão de mata virgem, com plantas exóticas e da presença de muitos animais nativos. Ele amava muito aquele lugar, de maneira incondicional.

Os seus pais eram muito simples. A sua mãe chamava-se Maria Jesuína. Ela era relativamente alegre, porém, quase não falava — tímida como a maioria das mulheres da roça naquela época. O seu pai chamava-se João Soares da Fonseca. Ele era membro fervoroso da Igreja Batista local; homem simples e rude na verdade, porém interessado nas atividades da sua denominação.

Ele não escondia a admiração profunda por aquele homem de vida piedosa ter sido o seu pai, pois, segundo ele, o criou no temor do Senhor e ensinou-o a amar a sua Santa Palavra. Ele sempre se lembrava com muito respeito dos seus conselhos valiosos em Provérbios 22.6: Instrui o menino no caminho em que deve andar, e, até quando envelhecer, não se desviará dele.

A sua casa era uma grande sede de uma fazenda: espaçosa, apesar de modesta. A sala principal era bastante ampla, de modo que podiam reunir-se todas as noites, juntamente com alguns dos empregados, para a prosa costumeira. Ali se ouviam os mais engraçados (por vezes exagerados) contos dos caçadores e dos lenhadores que por lá transitavam. Era muito bom! — dizia ele.

Baseado na ideia dessas reuniões é que o seu pai resolveu transformá-las em culto evangélico. Foi a partir de então que a casa passou a ser uma florescente congregação batista. Todos ficaram muito alegres, pois a igreja central era distante, e eles tinham que caminhar muitos quilômetros a pé.

Além disso, o seu lar ficou sendo um local onde se hospedavam pastores e missionários que visitavam o povoado: Dr. A. B. Christh, Kleber Monteiro, Manoel Nunes Saraiva, pastor Joaquim F. Lessa, Cândido Inácio e muitos outros.

Havia muito temor de Deus naquele tempo e muita consideração para com os obreiros. Eram recebidos com imensa alegria e respeito (Hb 13.2): Não vos esqueçais da hospitalidade, porque, por ela, alguns, não o sabendo, hospedaram anjos.

Os seus pais sentiam-se imensamente felizes em recebê-los. Pela simplicidade do povo, havia mais consideração para com os ministros de Deus, embora entendamos que cada época tenha a sua peculiaridade cultural.

O seu pai, por exemplo, tinha tanto respeito ao seu pastor que, quando nascia um filho, o consultava acerca do nome que ele deveria colocar. Os seus irmãos mais velhos comentavam que o seu nome é um exemplo disso. Quando nasceu, perguntou-o que nome deveria colocar. Respondeu: Moisés, por ser um nome bíblico e de um grande homem de Deus!. Por isso, gostava muito do seu nome!

Cresceu amando a Deus e à sua obra.

Quando tinha 7 anos de idade, ele gostava de orar ajoelhado e com as mãos levantadas, e sentia muitas vezes a presença de Deus. Naquela época, começou a perceber um claro desejo de ser um ministro do evangelho. Creio que já era o sinal do chamado de Deus na sua vida.

Por isso, quando ainda vivo, ele sempre dizia que o chamado de Deus para o ministério não é algo que acontece num momento repentino. Ela já está dentro de cada um e vai amadurecendo e crescendo até que seja definido e revelado claramente no tempo oportuno.

Vários servos de Deus dos tempos bíblicos tiveram essa experiência desde o ventre materno. Foi o caso de Sansão (Jz 13.1,5), Paulo (Gl 1.15), João Batista (Lc 1.13-16) e outros, dizia ele. Podemos afirmar, particularmente, que o chamado de Deus na sua vida foi tão marcante que nem as duras experiências vividas pelo seu pai desanimaram-no. Conforme já foi mencionado, ele não era um pastor, mas, sim, um amante da evangelização. Jamais negligenciou a menor oportunidade. Por isso, foi muito perseguido e muitas vezes preso na Delegacia local.

Nessa mesma época, ouviu falar de uma das mais terríveis cenas de perseguição ao povo de Deus. Foi num lugarejo denominado Imbaú, distrito de Silva Jardim/RJ. Havia naquele humilde povoado uma numerosa congregação batista, animada e operosa, que era dirigida pelo pastor Manoel Nunes Saraiva, um piedoso homem de oração e poderoso na Palavra.

Certo dia, havia uma turba enfurecida — não se sabia bem com o quê, mas não importava o motivo. Bastava anunciar o evangelho e pertencer à denominação batista para ser o alvo de retaliação daquela gente. Atacaram com paus e pedras o pequeno salão, que funcionava na casa de um irmão chamado Antônio Silva.

O pastor estava presente, mas não se intimidou, recebendo os vândalos com a Bíblia aberta. Mesmo assim, eles invadiram o prédio, espancaram os irmãos e, depois, depredaram e incendiaram tudo. O pastor foi tremendamente maltratado com socos e pontapés a ponto de desmaiar.

Depois, sem qualquer respeito ao ser humano, pegaram o seu corpo inerte e puseram-no amarrado de costas sobre o lombo de um jumento. Era conforme os palhaços divulgavam as exibições dos circos no interior.

Obrigaram-no a cavalgar até a estação de trem do povoado de Cesário Alvim, distrito de Silva Jardim/RJ. Durante o percurso, espancavam tanto o animal quanto o pastor Saraiva. Ele só não caiu de cima do animal porque estava amarrado. Em seguida, colocaram o corpo do pastor no vagão de um trem que ia em direção a Niterói/RJ. Era um vagão sujo, que conduzia todo tipo de animal para o mercado.

Ao chegar à estação de Itambi, distrito de Itaboraí/RJ, não resistiu aos ferimentos e faleceu sem qualquer socorro médico. Faleceu, entretanto, como um guerreiro honrado, um mártir, um verdadeiro soldado de Cristo (Sl 116.15): Preciosa é à vista do SENHOR a morte dos seus santos.

Diante de todo esse amargo acontecimento, ele não se deixou abater. Ao contrário, fez aumentar cada vez mais no seu peito o forte desejo de servir ao Senhor no ministério da Palavra, mesmo que fosse para sofrer perseguição e morte, pois está escrito: [...] quem perder a sua vida por amor de mim achá-la-á (Mt 10.39b).

2

A MUDANÇA PARA O DISTRITO DE PEROBAS – ITABORAÍ/RJ

Em 1918, com 9 anos de idade, já não era tão inocente quanto aos acontecimentos da vida. Ao contrário, ele era bastante ativo e consciente das coisas com as quais convivia. Nessa época, o seu pai vendera a fazenda em Rio Bonito/RJ e transferira-se para o distrito de Perobas, em Itaboraí/RJ. Foi um terrível golpe para todos da família, principalmente para ele, que amava o lugar onde nascera e fora criado.

Todos estavam muito ligados àquelas coisas nativas: costumes, pessoas, principalmente aos irmãos da igreja local. O novo lugar era estranho; a terra não era tão boa quanto a sua terra natal; não tinham amigos; não havia Igreja Batista. Os primeiros dias foram penosos.

Para complicar a situação, estranharam o novo clima, por ser inconstante. Consequentemente, todos foram acometidos da febre malária. A reação é bem conhecida de todos. O seu pai teve muita dificuldade nesse período crítico. Sem recurso básico, e praticamente sem ajuda, custaram a recuperar-se do surto.

A complicação tornou-se maior com o surgimento de outra epidemia de âmbito internacional, que poderíamos chamá-la de pandemia, denominada febre espanhola. Parecia um castigo apocalíptico! Não tinham como socorrer as vítimas. Nenhuma família do povoado ficou imune. Tudo o que podiam fazer — e faziam — era orar para que fossem guardados por Deus.

Podemos dizer que o clamor foi ouvido. Todos os dias, ouviam-se notícias de morte de algum vizinho. O cemitério local já não era suficiente diante da demanda. Por isso, fora ampliado muitas vezes.

Contudo, a sua casa e toda a sua família foram milagrosamente guardadas pelo Senhor! Glória a Deus! Está escrito: Não temerás espanto noturno, nem seta que voe de dia, nem peste que ande na escuridão, nem mortandade que assole ao meio-dia. Mil cairão ao teu lado, e dez mil, à tua direita, mas tu não serás atingido (Sl 91.5,6).

Outra coisa que muito o consolou em meio a tanta adversidade foi o fato de o seu pai ter conseguido com o pastor Cândido Inácio da Silva, da Igreja Batista de Rio Bonito/RJ, a realização de um culto mensal na sua casa. Nesse culto, era celebrada a Santa Ceia. Mesmo assim, sentiam falta dos cultos diários na antiga residência.

Naquela época, não havia televisão, e eles não tinham o hábito de ouvir rádio. A única alegria e motivação disponível era servir ao Senhor (Ne 8.10b).

Com o passar do tempo, os seus contatos com os vizinhos foram-se ampliando, até que descobriram a casa de um crente de nome Fidelis Alcântara, que era membro da Igreja Congregacional e realizava cultos em sua própria casa. Assim, quando o pastor Inácio não comparecia, iam

Está gostando da amostra?
Página 1 de 1