Contos Profícuos
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Contos Profícuos - Lupita Amorim
De clandestina a puta, o meu corpo está marcado pra morrer nesse cistema que não vê o nosso lado.
(Rosa Luz)
agradecimentos
Quero agradecer a todas as coautoras, Lupita Amorim, Luisa Lamar, Sophie Silva, Melissa Mel e Angie Hope, por terem compartilhado momentos tão íntimos de suas vidas. Gostaria de enaltecer todas vocês, por essas histórias maravilhosas que me fizeram adentrar um pouco mais no mundo individual de cada uma e comungar das suas felicidades e dores. Também, quero agradecer a todas as pessoas que se esforçaram para que este livro pudesse se tornar realidade e, a partir dele, a concretização de um lindo sonho nosso, que é a Congregação Trans da Mata. Agradeço ao meu amigo e cúmplice, Antônio Leôncio, que sempre me incentivou a dar o meu melhor, e a todas as amigas maravilhosas que me foram apresentadas nesta vida, em especial, Ariadne Marinho, que não é só uma amiga, mas uma fonte de inspiração, força e uma grande mentora!
Onde minha existência é um ato de protesto e meu autocuidado é resistência!
(Luna Tsunami)
apresentação
O livro Contos profícuos surge de uma ideia minha, como organizadora da obra, de dar voz e visibilidade às travestis/transexuais do Mato Grosso. Este livro foi uma forma que busquei de dar o pontapé inicial à ideia da visibilidade trans. Sendo assim, esta obra é construída a partir de histórias declaradas oralmente por cada uma de nossas coautoras e depoentes. Começamos pela literatura, mas queremos transpor o horizonte para que possamos ser vistas em todas as áreas, logo...
Contos profícuos surge com a coleta de histórias de transexuais do Mato Grosso. Foram organizadas entrevistas e uma conversa com cada pessoa escolhida para fazer parte deste projeto. Eu buscava histórias que pudessem humanizar a condição das transexuais, mostrar à sociedade que somos de carne e osso, sofremos e sangramos como todos os mortais. Achei emocionante cada relato, alguns por já ter vivenciado algo parecido. Na organização desta obra, eu me comovi, porque me enxerguei em muitos momentos das situações relatadas. O que espero do público leitor é empatia pelas travestis que relataram suas histórias, espero que sinta o que elas sentem e compreenda suas realidades moldadas pela transfobia estrutural, pois poucos compreendem o que é a falta de acesso à educação, à família e a um trabalho formal.
Para a publicação deste livro, por exemplo, foram criadas vaquinhas e mais vaquinhas no intuito de arrecadar o dinheiro necessário, mas, com esse movimento, um sonho se realizou em parceria com muitas pessoas trans maravilhosas que conheci. Estamos criando a ONG Congregação Trans da Mata, que foi