Ádvena: Volume 2
De Ynauak
()
Sobre este e-book
Autores relacionados
Relacionado a Ádvena
Ebooks relacionados
Travessia: A história de amor de Anita e Giuseppe Garibaldi Nota: 0 de 5 estrelas0 notasilhós Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO Dragão E O Anel Nota: 0 de 5 estrelas0 notasVioleta profundo e outros contos Nota: 0 de 5 estrelas0 notasCiclos Nota: 0 de 5 estrelas0 notasNoturnas Nota: 0 de 5 estrelas0 notasVerso Inverso Controverso Nota: 0 de 5 estrelas0 notasKaná: Da terra do sol nascente para a terra dos frutos de ouro Nota: 0 de 5 estrelas0 notasPrimeiro eu tive que morrer Nota: 5 de 5 estrelas5/5Nelumbia Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA Luz de Joy Nota: 0 de 5 estrelas0 notasAldeia do silêncio Nota: 0 de 5 estrelas0 notasReaper Nota: 0 de 5 estrelas0 notasClepsidra Por Camilo Pessanha Nota: 0 de 5 estrelas0 notasVersos de Bulhão Pato Nota: 0 de 5 estrelas0 notasNo Reino Das Àguas Nota: 0 de 5 estrelas0 notasOs Estranhos Amores De Lili Nota: 0 de 5 estrelas0 notasDiogo e Catharina Nota: 0 de 5 estrelas0 notasSeminal Nota: 0 de 5 estrelas0 notasEpilepsia: Uma fábula Nota: 0 de 5 estrelas0 notasLua Nova de Fevereiro Nota: 0 de 5 estrelas0 notasMarés da vida Nota: 5 de 5 estrelas5/5Cantos do Infinito Nota: 0 de 5 estrelas0 notasRus in Urbe Nota: 0 de 5 estrelas0 notasIlha de Chem Nota: 0 de 5 estrelas0 notasDescem Águas Novas Das Barrancas Do Rio Pituaçu Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA SOMBRA DE BAUHAUS Nota: 0 de 5 estrelas0 notasAmálgama De Pedra E Vidro Absolutos Nota: 0 de 5 estrelas0 notasHypnos Dormindo Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA Coroação do Exilado: Um conto sobre a virtude Nota: 0 de 5 estrelas0 notas
Ficção Geral para você
Pra Você Que Sente Demais Nota: 4 de 5 estrelas4/5Para todas as pessoas intensas Nota: 4 de 5 estrelas4/5Poesias Nota: 4 de 5 estrelas4/5A Arte da Guerra Nota: 4 de 5 estrelas4/5Invista como Warren Buffett: Regras de ouro para atingir suas metas financeiras Nota: 5 de 5 estrelas5/5Palavras para desatar nós Nota: 4 de 5 estrelas4/5Mata-me De Prazer Nota: 5 de 5 estrelas5/5MEMÓRIAS DO SUBSOLO Nota: 5 de 5 estrelas5/5A Morte de Ivan Ilitch Nota: 4 de 5 estrelas4/5Onde não existir reciprocidade, não se demore Nota: 4 de 5 estrelas4/5A Sabedoria dos Estoicos: Escritos Selecionados de Sêneca Epiteto e Marco Aurélio Nota: 3 de 5 estrelas3/5Noites Brancas Nota: 4 de 5 estrelas4/5Vós sois Deuses Nota: 5 de 5 estrelas5/5A peregrina: Edição ilustrada Nota: 5 de 5 estrelas5/5100 dias depois do fim: A história de um recomeço Nota: 5 de 5 estrelas5/5Gramática Escolar Da Língua Portuguesa Nota: 5 de 5 estrelas5/5Sidarta Nota: 5 de 5 estrelas5/5Novos contos eróticos Nota: 0 de 5 estrelas0 notaseu mesmo sofro, eu mesmo me dou colo Nota: 5 de 5 estrelas5/5Simpatias De Poder Nota: 5 de 5 estrelas5/5O Casamento do Céu e do Inferno Nota: 4 de 5 estrelas4/5As Melhores crônicas de Rubem Alves Nota: 5 de 5 estrelas5/5O Ano em que te conheci Nota: 5 de 5 estrelas5/5Civilizações Perdidas: 10 Sociedades Que Desapareceram Sem Deixar Rasto Nota: 5 de 5 estrelas5/5Para todas as pessoas apaixonantes Nota: 5 de 5 estrelas5/5
Categorias relacionadas
Avaliações de Ádvena
0 avaliação0 avaliação
Pré-visualização do livro
Ádvena - Ynauak
CAPÍTULO 1
Fuga
Não restava nada, apenas andar; andar em um pântano de águas encantadas, que desmancham a vida e perturbam a mente. Em singelas angústias, perambulando como calaceiro por eternos vales, com a vida escorrendo em suas mãos.
Sentia o corpo trêmulo, olhava atentamente as mãos; as mãos suspendidas ao céu, com as pontas dos dedos congelando, escutando, quase não sentia as mãos congeladas.
O silêncio mais se parecia com o barulho desesperador que incomodava os ouvidos, partindo de dentro do peito, e aumentando cada vez mais, até se dissipar, estranhamente, sentindo o amargo na boca seca, o bater forte e devagar do coração, e começar de novo apertando o peito com tremenda angústia, enquanto rastejava os pés pela terra gelada que arrepia o corpo, empurrando os largos e pesados ombros para frente, com ardor no rosto seco, queimando a pele com o ar denso e frio. A fadiga tomava o corpo, e do pescoço o sufoco se espalhava pelo corpo.
Olhamos a pele seca e gelada que cobria em um imenso vermelho, as águas do pântano. Espalhada pelas águas rasas, sentia cada vez mais o vento pesado batendo no rosto e desmanchando o vermelho que incomodava os olhos nas águas escuras. A pele rachada, como malfeito secava, com o sangue do corpo, espalhado pela vasta visão.
Parava.
Parava, esperava, sem nada passando pela perturbada mente, escutava escorrendo da grama azul para as águas escuras, sentia escorrendo pelo corpo, enquanto o vento batia forte, assustando em um grito do vento, silencioso ensurdecedor, fitava-o, enquanto parada, aprofundava, observava, sentia arrepios pelo corpo, escutando as veias esvaziarem, o corpo colapsar, enquanto escutava o sangue e sua vida fluindo em suas veias por todo o corpo.
O sopro do céu arrepiava o corpo, e logo o céu começava a cantar, e as singelas gotas congelantes da chuva se espalhavam pelo corpo arrepiado.
O som do silêncio se fazia música para os ouvidos, e se perdem, no infinito. O suor escorre pelos lábios secos. O rosto gelado com o vento que se desmancha, nos olhos encharcados. Sentia o coração desmanchando no peito, a profunda dor que transparecia nos olhos afligindo e angustiando o peito.
O corpo, sujo e machucado, sentia na pele a força que lhe restava deixando o corpo aos poucos, os pés descalços e calejados pisam em uma grama fria e molhada.
O vento gelando os pés, as gotas frias e vermelhas manchando dolorosamente o azul da grama fria e úmida, ardendo a pele gelada.
Podia apenas sentir, o sopro do céu no corpo molhado e pesado, como se carregasse o peso do próprio mundo nas costas. Arrastando o corpo, sentia a vida se dissipando em suas veias.
Deitada sob as águas escuras e rasas, o vento frio, desperta calafrios no corpo molhado. Os cabelos nas águas são dominados por pequenas luzes brilhantes e azuis, que lembram as estrelas no céu. O vento gelado perturba o corpo molhado, deitado nas águas rasas. A cabeça mergulha na água, o rosto arde e os olhos fecham. Submersa nas águas, o corpo desfeito, não se movia.
As veias pulam no pescoço e os olhos queimam. A água avança por entre seu rosto, ardendo à pele. Em meio sua morbidez, continuava a andar. Erguia a cabeça para o céu, e respirava o ar que ardia o peito, com o abatimento carregado no rosto, com os olhos voltados para o céu, puxando o ar e sentindo a vida fluindo nas veias e se espalhando pelo corpo.
As estrelas brilhavam na imensidão do céu escuro, observava como as cores se desmanchavam no céu deixando-o lindamente intenso com os brilhos azuis em sua imensidão, e de longe, vagamente podia ver as três Montanhas Brancas do Sul, que surgiam inesperadamente como alento para os profundos olhos perdidos, que ardiam com o sopro do céu, relutando para ficarem abertos.
O som do vento levando as folhas das árvores, e a chuva caindo na grama, despertando a caótica ansiedade difundindo-se no corpo como a chuva dentro do corpo, enquanto os olhos distantes embaçavam e aos poucos, sua vista desaparecia.
O niilismo no coração impedia os olhos de enxergarem o branco do céu, mas só era possível ver que, por trás das montanhas, o fogo era deixado no esquecimento, desaparecendo em meio a imensidão do céu.
Sentindo o vento nos pés molhados, o vento que balançava a grama inquietando o coração.
Ao entardecer, o frio se intensificava cada vez mais, a escuridão cobria os olhos. Ainda estava longe; teria de esperar, esperar a noite terminar.
Deita-se na grama úmida e sente a dor do corpo se espalhar. Os olhos ainda abertos, pesam cada vez mais, e a última coisa que vê, é o céu estrelado bem diante de seus olhos. Sentia o corpo se apagar, precisava de força para caminhar ao amanhecer, porque não poderia demorar, pensava enquanto sua consciência desaparecia e o frio tomava seu corpo.
Havia um grande rio, o Rio Negro, tão brilhante a noite, que podia tocar o céu. O rio corta as Terras Azuis, Vermelhas e Verdes, e cerca as Montanhas Brancas do Norte. Raso nos pântanos, profundo nas Grandes Terras. As criaturas do rio fluíam com suas águas, brilhavam na imensidão e na escuridão de suas cores. Pareciam brincar umas com as outras, eram pequenos botos que pulavam no rio.
O rio era grandioso, extenso, e profundo demais, teria de encontrar um bote para chegar às outras terras.
Com o nascer do Sol, Schatten Inaiê, tem a boca seca e machucada, no frio. Restaram apenas pequeninas frutas. A água, ela bebe das estrelas. Arruma as vestes enquanto se levanta, avista à sua frente, uma senhora, sentada na grama, segurando em suas mãos uma bolsa de couro, e uma corda amarrada a um pequeno bote. A senhora vestia mantos vermelhos e roxos, tinha olhos escuros e um cabelo tão branco que doía os olhos.
Começou a caminhar com o olhar e a cabeça baixa, seguia caminhando com passos pesados se aproximando cada vez mais.
-Senhora, o que faz com este barco? Perguntou Inaiê com a voz grossa em um sussurro.
-Por acaso queres alugá-lo? Perguntou a senhora com uma voz rouca e alta. -Pobre mulher, espero eu, que não percas tua vida tão inutilmente. Ir-te-ás, para longe! Disse a mulher, abaixando a cabeça enquanto falava. Calafrios percorrem o corpo de Inaiê, e uma estranha sensação de inutilidade surge em sua