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Ádvena: Volume 2
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E-book148 páginas1 hora

Ádvena: Volume 2

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Sobre este e-book

Schatten Inaiê é uma errante nativa das terras verdes, que se mudou para os pântanos por um tempo. Inaiê acorda no meio da madrugada com um pesadelo, logo escuta um grande barulho e desce as escadas, deparando-se com um olhar assassino e misterioso do outro lado da janela. A estranha criatura tenta invadir sua casa, e, na fuga, Inaiê depara-se com o corpo de seu tio morto ao lado de fora de sua casa. Na fuga, perde-se em pensamentos tentando entender o que era a coisa que matou seu tio. Depois de alugar um barco, parte para sua terra natal, em busca de respostas, onde encontra dois príncipes, um das terras verdes, e o outro das terras vermelhas, que já suspeitavam da existência de criaturas estranhas na região.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento26 de jul. de 2022
ISBN9786553553385
Ádvena: Volume 2

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    Ádvena - Ynauak

    CAPÍTULO 1

    Fuga

    Não restava nada, apenas andar; andar em um pântano de águas encantadas, que desmancham a vida e perturbam a mente. Em singelas angústias, perambulando como calaceiro por eternos vales, com a vida escorrendo em suas mãos.

    Sentia o corpo trêmulo, olhava atentamente as mãos; as mãos suspendidas ao céu, com as pontas dos dedos congelando, escutando, quase não sentia as mãos congeladas.

    O silêncio mais se parecia com o barulho desesperador que incomodava os ouvidos, partindo de dentro do peito, e aumentando cada vez mais, até se dissipar, estranhamente, sentindo o amargo na boca seca, o bater forte e devagar do coração, e começar de novo apertando o peito com tremenda angústia, enquanto rastejava os pés pela terra gelada que arrepia o corpo, empurrando os largos e pesados ombros para frente, com ardor no rosto seco, queimando a pele com o ar denso e frio. A fadiga tomava o corpo, e do pescoço o sufoco se espalhava pelo corpo.

    Olhamos a pele seca e gelada que cobria em um imenso vermelho, as águas do pântano. Espalhada pelas águas rasas, sentia cada vez mais o vento pesado batendo no rosto e desmanchando o vermelho que incomodava os olhos nas águas escuras. A pele rachada, como malfeito secava, com o sangue do corpo, espalhado pela vasta visão.

    Parava.

    Parava, esperava, sem nada passando pela perturbada mente, escutava escorrendo da grama azul para as águas escuras, sentia escorrendo pelo corpo, enquanto o vento batia forte, assustando em um grito do vento, silencioso ensurdecedor, fitava-o, enquanto parada, aprofundava, observava, sentia arrepios pelo corpo, escutando as veias esvaziarem, o corpo colapsar, enquanto escutava o sangue e sua vida fluindo em suas veias por todo o corpo.

    O sopro do céu arrepiava o corpo, e logo o céu começava a cantar, e as singelas gotas congelantes da chuva se espalhavam pelo corpo arrepiado.

    O som do silêncio se fazia música para os ouvidos, e se perdem, no infinito. O suor escorre pelos lábios secos. O rosto gelado com o vento que se desmancha, nos olhos encharcados. Sentia o coração desmanchando no peito, a profunda dor que transparecia nos olhos afligindo e angustiando o peito.

    O corpo, sujo e machucado, sentia na pele a força que lhe restava deixando o corpo aos poucos, os pés descalços e calejados pisam em uma grama fria e molhada.

    O vento gelando os pés, as gotas frias e vermelhas manchando dolorosamente o azul da grama fria e úmida, ardendo a pele gelada.

    Podia apenas sentir, o sopro do céu no corpo molhado e pesado, como se carregasse o peso do próprio mundo nas costas. Arrastando o corpo, sentia a vida se dissipando em suas veias.

    Deitada sob as águas escuras e rasas, o vento frio, desperta calafrios no corpo molhado. Os cabelos nas águas são dominados por pequenas luzes brilhantes e azuis, que lembram as estrelas no céu. O vento gelado perturba o corpo molhado, deitado nas águas rasas. A cabeça mergulha na água, o rosto arde e os olhos fecham. Submersa nas águas, o corpo desfeito, não se movia.

    As veias pulam no pescoço e os olhos queimam. A água avança por entre seu rosto, ardendo à pele. Em meio sua morbidez, continuava a andar. Erguia a cabeça para o céu, e respirava o ar que ardia o peito, com o abatimento carregado no rosto, com os olhos voltados para o céu, puxando o ar e sentindo a vida fluindo nas veias e se espalhando pelo corpo.

    As estrelas brilhavam na imensidão do céu escuro, observava como as cores se desmanchavam no céu deixando-o lindamente intenso com os brilhos azuis em sua imensidão, e de longe, vagamente podia ver as três Montanhas Brancas do Sul, que surgiam inesperadamente como alento para os profundos olhos perdidos, que ardiam com o sopro do céu, relutando para ficarem abertos.

    O som do vento levando as folhas das árvores, e a chuva caindo na grama, despertando a caótica ansiedade difundindo-se no corpo como a chuva dentro do corpo, enquanto os olhos distantes embaçavam e aos poucos, sua vista desaparecia.

    O niilismo no coração impedia os olhos de enxergarem o branco do céu, mas só era possível ver que, por trás das montanhas, o fogo era deixado no esquecimento, desaparecendo em meio a imensidão do céu.

    Sentindo o vento nos pés molhados, o vento que balançava a grama inquietando o coração.

    Ao entardecer, o frio se intensificava cada vez mais, a escuridão cobria os olhos. Ainda estava longe; teria de esperar, esperar a noite terminar.

    Deita-se na grama úmida e sente a dor do corpo se espalhar. Os olhos ainda abertos, pesam cada vez mais, e a última coisa que vê, é o céu estrelado bem diante de seus olhos. Sentia o corpo se apagar, precisava de força para caminhar ao amanhecer, porque não poderia demorar, pensava enquanto sua consciência desaparecia e o frio tomava seu corpo.

    Havia um grande rio, o Rio Negro, tão brilhante a noite, que podia tocar o céu. O rio corta as Terras Azuis, Vermelhas e Verdes, e cerca as Montanhas Brancas do Norte. Raso nos pântanos, profundo nas Grandes Terras. As criaturas do rio fluíam com suas águas, brilhavam na imensidão e na escuridão de suas cores. Pareciam brincar umas com as outras, eram pequenos botos que pulavam no rio.

    O rio era grandioso, extenso, e profundo demais, teria de encontrar um bote para chegar às outras terras.

    Com o nascer do Sol, Schatten Inaiê, tem a boca seca e machucada, no frio. Restaram apenas pequeninas frutas. A água, ela bebe das estrelas. Arruma as vestes enquanto se levanta, avista à sua frente, uma senhora, sentada na grama, segurando em suas mãos uma bolsa de couro, e uma corda amarrada a um pequeno bote. A senhora vestia mantos vermelhos e roxos, tinha olhos escuros e um cabelo tão branco que doía os olhos.

    Começou a caminhar com o olhar e a cabeça baixa, seguia caminhando com passos pesados se aproximando cada vez mais.

    -Senhora, o que faz com este barco? Perguntou Inaiê com a voz grossa em um sussurro.

    -Por acaso queres alugá-lo? Perguntou a senhora com uma voz rouca e alta. -Pobre mulher, espero eu, que não percas tua vida tão inutilmente. Ir-te-ás, para longe! Disse a mulher, abaixando a cabeça enquanto falava. Calafrios percorrem o corpo de Inaiê, e uma estranha sensação de inutilidade surge em sua

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