Poesias Desleixadas
De Artur Kopper
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Poesia para você
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Poesias Desleixadas - Artur Kopper
POESIAS
DESLEIXADAS
DESTINO
As decisões que eu tomo para estar contigo
Seus resultados é o que chamam de Destino
Caminhando pelas ruas com um sonho
dilacerado
Imaginação tal qual a carne: corpo cremado
Esgueirando-se pelas ruas, desesperado
Tal qual o mais poderoso dos animais,
amedrontado
Depois do que sofri você vem me perguntar
Chorar
Magoar
Acalentar
Você vem a mim, depois de dias sem dormir
Ferir
Despir
Usufruir
Meu caminho até você de destino
eu chamei É minha trilha de abismos que preciso
percorrer
Parece muito lindo, mas foi por ele que chorei
Esse destino é muito frio e a solidão me faz
sofrer
E você me vê como um garoto ainda imaturo e
imoral
Que vive de festas, bebidas e coisa e tal
Pois saiba que sou um homem de amor
irracional
Com saúde, estudo, vontade e um emprego
normal
Que te quer e que te ama, nunca irá te fazer
mal
Pois amar assim alguém é um sentimento
sobrenatural
Para o diabético, o açúcar, para o hipertenso,
o sal
Te abraçar e te beijar faz o tempo se tornar
cabal
É do meu destino que estou tratando neste
recital
Por isso afirmo que, mulher, você não é o meu
final
É apenas o meu início!
SEM VOCÊ / COM VOCÊ
Inverno. 6:00 horas da manhã. O despertador
toca.
Os olhos vermelhos e ardidos de uma noite
mal dormida procuram o botão para desligar o
som ininterrupto, infernal. Mas ele não se
importa...
O frio incessante corrói-lhe a alma, cravejando
os seus órgãos com gelo. O corpo exausto
sofre em agonia. Os músculos, latejando de
dor, não possuem mais forças para o
caminhar. O levantar-se é terrível. Mas, para
ele, é irrelevante...
Penar e vagarosamente, dirige-se à cozinha.
O pão mofado chama sua atenção, com seu
cheiro azedo e seu verde embolorado
característico. Um pedaço de carne
pendurada na janela, coberta por moscas e
outros animais, ainda não reconhecidos
cientificamente, alimentam-se dela. Seu
estado de putrefação exala um odor fortíssimo
que se compõe com o do pão. Porém, ele não
dá a mínima...
Os berros da criança que mora ao lado, os
uivos incessantes do seu vira-latas pulguento
e as atividades do