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Singela Perfeição
Singela Perfeição
Singela Perfeição
E-book400 páginas3 horas

Singela Perfeição

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Sobre este e-book

Talvez nem mesmo o poeta dos sonhos consiga explicar o amor, e muito menos as coisas que somos capazes de fazer por ele. Alguns amores são eternos. Pelo menos era nisso que Renato acreditava antes de perder seu amor, Gabriel, repentinamente, sem receber sequer alguma explicação. Em questionamentos corriqueiros, Renato procura entender qual foi seu erro, se é que ele existe, na tentativa de corrigi-lo. Ainda movido pelo amor que sente por Gabriel, pessoa de quem ele nunca esqueceu pela inexistência de um ponto final na relação dos dois, Renato leva uma vida de amargura e solidão, tentando entender o porquê de tanto sofrimento. Seria ele pior que todas as outras pessoas do mundo e por isso merecedor de tudo aquilo? Pobre Renato, mal sabe o que lhe espera. Nem imagina o que realmente aconteceu e o porquê Gabriel desapareceu sem ao menos dar satisfação. Teria ele o deixado de amar? Teria sido levado contra sua própria vontade? O que fez com que um amor tão perfeito acabasse? Será que realmente acabou?
IdiomaPortuguês
Data de lançamento17 de out. de 2015
Singela Perfeição

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    Singela Perfeição - Ivanlins Costa

    SINGELA PERFEIÇÃO

    "Alguns amores não voltam pelo

    simples fato de nunca terem ido."

    ___________________________

    Ivanlins Costa

    Copyright © 2015, por Ivanlins Costa

    Todos os direitos reservados

    - É PROIBIDA A REPRODUÇÃO –

    Capa: Ivanlins Costa

    Revisão: Cecília Sobrinho

    E. Rodrigues

    Ruan Araújo

    Tamires Monike

    1ª Edição/2015

    Nenhuma parte deste livro pode ser utilizada ou

    reproduzida sob quaisquer meios existentes sem

    autorização por escrito do autor.

    Costa, Ivanlins

    Singela Perfeição / Ivanlins Costa – Guarulhos, SP/

    2015

    1. Literatura

    2. Romance

    3. Boy’s Love (Homoafetivo/homossexual)

    2 | P á g i n a

    Para o mais singelo dos amores a quem tive a

    oportunidade de conhecer. E.M

    3 | P á g i n a

    4 | P á g i n a

    O começo do fim anteposto ao início

    do começo

    ...

    Apesar de ter vivido toda uma vida, eu sabia

    que algo em mim faltava. Havia um buraco enorme

    em mim e o meu coração ainda tocava no vazio. Eu

    tinha impregnado um sentimento de culpa enorme,

    e nunca foi bom conviver com esse sentimento. Eu

    5 | P á g i n a

    havia ferido o Renato de forma inadmissível, e aquilo

    não era certo, e há muito tempo tudo me corroía por

    dentro.

    Naquele dia eu estava disposto a consertar

    tudo o que eu havia feito. Decidi que ia tentar voltar

    no tempo e desfazer esse grande erro do passado.

    Saí de casa, embora desnorteado, sem nem saber

    por onde começar minha procura por uma solução.

    Mas solução para quê? Eu não fazia ideia do que

    teria acontecido nos últimos dez anos. E somente

    alguns acontecimentos recentes me davam uma

    projeção muito malfeita do provável.

    Peguei meu carro, e saí dirigindo sem um

    rumo naquela noite tempestuosa. O asfalto era

    quase invisível, e a única coisa mais ou menos

    nítida que eu podia ver, eram os faróis dos carros.

    Eu estava atordoado, desencontrado de mim mesmo,

    em busca de respostas e soluções as quais eu não

    fazia a menor ideia de onde tirar. Minha mãe me

    ligou inúmeras vezes preocupada, pois eu nunca

    saía àquela hora de carro. Eu não atendi nenhuma

    vez, até que ela deixou gravada uma mensagem na

    minha caixa postal.

    "Gabriel, para aonde você foi? Estou ficando

    preocupada! Estou com um pressentimento ruim.

    Por favor, volte para casa."

    6 | P á g i n a

    Ignorei a mensagem, e segui viagem, de

    encontro a coisa alguma. Não fazia ideia do que

    poderia encontrar. Continuei dirigindo até perceber

    que precisava abastecer meu carro. Parei em um

    posto de gasolina pequeno, numa rua deserta e

    escura. Além do meu carro que acabara de chegar,

    havia um outro carro abastecendo. Olhei rápido

    para o rapaz que conduzia o veículo e minhas vistas

    escureceram. Era ele, eu tinha certeza!

    7 | P á g i n a

    8 | P á g i n a

    ...

    9 | P á g i n a

    10 | P á g i n a

    Capítulo I

    É uma cálida noite. Nada ouço além do lufar

    do vento sobre a janela semicerrada. A solidão mais

    uma vez interrompeu por sobre o meu peito.

    Encontro-me em frangalhos, perdido, desencontrado

    em mim mesmo. Não sei o que eu fiz ou o que deixei

    de fazer. Só sei que algo me falta, há um imenso

    abismo por sobre meus olhos nesse instante.

    Num lampejo, me vem imagens desconexas

    de cenas que preferiria apagar da minha memória.

    Cenas estas que adoram me fazer companhia

    11 | P á g i n a

    esporadicamente. Geralmente é assim: eu sozinho,

    silêncio. Perfeita situação para atiçar meus

    pensamentos mais obscuros. Por que ele fugiu de

    mim? Em que eu errei? Eu ainda o amava, quer

    dizer, ainda o amo...

    Ainda o amo, é verdade. Apesar de todo esse

    tempo sem uma ligação, apesar de todos esses anos

    sem contemplar seu sorriso, sentir o seu toque, falar

    sandices no seu ouvido. 10 anos se passaram e

    ainda estou preso a ele. 120 meses da mais pura

    forma de isolamento.

    Parece que tudo aconteceu há alguns

    minutos atrás, mas já se passou 1 década. Muito

    tempo. Tempo esse no qual meu coração não

    conseguiu encontrar mais ninguém. Ninguém como

    ele. Ninguém com o mais perfeito encaixe. Ninguém

    com as qualidades que só ele portava. Tentei por

    várias vezes me permitir, tentei admirar outros

    sorrisos, mas sem sucesso. Até hoje, somente o seu

    me interessa, apesar de nem ao menos saber se

    aquele sorriso ainda é o mesmo.

    Como se fosse ontem, ainda me lembro do

    nosso primeiro encontro... Até hoje não entendo

    porque me recebeu trajando somente cuecas. Disse

    que havia sido o calor, mas... sei lá, vai ver tinha em

    mente segundas, terceiras, milésimas intenções. Eu

    como sempre, nada pontual, toquei a campainha de

    sua casa dez minutos atrasado – preciso de algumas

    aulas de pontualidade com um britânico – ele abriu

    12 | P á g i n a

    a porta, e logo de cara me deixou sem reação com

    seu lindo sorriso. Que sorriso... exalava perfeição.

    - Oi amor, você chegou rápido.

    - Haaa, não minta tanto, cheguei atrasado.

    Te avisei que não era pontual.

    - Deixe de besteira. Entre.

    A impressão que eu tinha é a de que nos

    conhecíamos há anos. Talvez essa fosse a realidade.

    Nossas almas, de forma alguma, eram recém-

    conhecidas. A nossa sintonia não era tão recente...

    Nosso primeiro contato íntimo: um abraço. Tão

    caloroso, me trazia a linda sensação de segurança.

    Parecia que ele me protegia. Confesso que nosso

    primeiro beijo não deu muito certo - Huunnfffrr,

    maldito aparelho o que ele usava - tivemos que

    tentar por horas até encontrarmos uma forma ideal

    de nos beijarmos.

    Como eu estava nervoso naquele dia... Meus

    olhos estavam vermelhos, a ponto dele perceber e

    achar estranho. Não havia dormido na noite

    anterior. Minha ansiedade não permitiu. Além disso,

    o calor que fazia havia me deixado assim.

    Queria muito deitar por sobre seu peito.

    Queria sentir suas texturas, até que não resisti e

    acabei pedindo para o fazer. Nos deitamos e

    começamos a conversar.

    13 | P á g i n a

    Nos beijamos por um longo período, até que

    nos faltou ar – ele beijava tão bem - . Ele então, me

    fez um pedido estranho.

    - Renato, promete que não vai achar

    estranho se eu pedir-te uma coisa?

    - Prometo, Gabriel. Pode pedir.

    - Haa, deixa para lá. Não sei se é certo pedir

    isso no primeiro encontro.

    - Não seja tolo e peça logo. Rsrsrsrs

    - Passe sua língua nos meus mamilos?

    Ele ficou vermelho, mas eu amei a ideia.

    Essa é a melhor forma de dar prazer a alguém. A

    sensação de ver-lhe arrepiado quando assim o fiz, foi

    inenarrável. Por pouco ele não caiu da cama se

    contorcendo de... talvez tesão.

    Novamente silêncio, e nós nos beijamos.

    Mordi seus lábios, suas orelhas, seu pescoço. Me

    empolguei, ele também. Eu estava extremamente

    excitado e ele correspondia. Propus que tirássemos a

    camisa, e mais tarde ele propôs que tirássemos a

    calça. Não imaginei que ele fosse mais assanhado

    que eu. Seu corpo era escultural. Tenho a plena

    certeza de que foi esculpido por uma força divina e

    endereçado a mim. A todo instante tudo aquilo

    parecia tão meu. Suas formas, a modelagem dos

    seus cabelos – que um dia foram lisos - , seu olhar

    que sempre pedia mais. Talvez realmente fosse. Se

    14 | P á g i n a

    bem que, analisando o que hoje acontece, não era

    nada meu.

    Depois de muitos beijos, abraços e amassos,

    percebi que as horas haviam se passado. Maldito

    tempo que passava tão rápido quando eu tinha sua

    companhia. Eu precisava ir embora, mesmo contra

    minha própria vontade. Seus pais chegariam logo

    mais, e eu, ainda precisava passar na casa de uma

    tia, antes de retornar para casa. Do mesmo modo,

    ele não queria que eu fosse. Alguma coisa nos

    acorrentava.

    - Gabriel, eu tenho mesmo que ir embora?

    - Haaa, acredite que eu queria ficar aqui

    nesse quarto com você pelo resto da vida, mas...

    - Okay,Okay. Entendi. Vou indo então.

    Tchau.

    - Hey, não se esqueceu de nada?

    - Bobo...

    Ele me jogou contra a parede e me beijou. Me

    senti extremamente vulnerável naquele momento.

    Meu corpo lhe pertencia. Ele podia fazer o que

    quisesse comigo. Seu beijo tão doce fez com que eu

    me excitasse novamente. E o mesmo aconteceu com

    ele. Ele me abraçou com uma força que até então só

    meu pai tinha. Depois, nos beijamos novamente.

    - Estou ficando excitado, Renato.

    15 | P á g i n a

    - Eu também.

    - Melhor ir agora.

    - Tudo bem. Até mais.

    - Até.

    - Psiu. Te amo.

    - Eu também.

    Sai de lá abobalhado. Sorrindo feito um leso.

    Quase fui atropelado e ainda fui xingado. Nem dei

    importância. Nada tiraria a minha sensação. Nada

    quebraria aquele encanto. Queria chegar em casa

    logo, para deitar, dormir e sonhar. Sonhar com ele.

    Ele que ultimamente ocupava os meus pensamentos

    por todo dia, e que agora me deixou. Mas, por quê?

    Logo quando cheguei em casa liguei para ele.

    Não queria atrapalha-lo pois sei que o mesmo

    precisava estudar. Mas não resisti. Logo, no

    primeiro toque, ele atendeu. Pareceu esperar a

    minha ligação.

    - Gabriel?

    - Oi meu amor. Está tudo bem?

    - Sim, sim! Só senti saudades e resolvi ligar.

    Atrapalho?

    - Nunca, meu anjo!

    16 | P á g i n a

    - Gabriel, gentil como sempre. Quer

    conversar um pouco?

    - Pode ser! Sobre o que quer falar?

    - Não sei. Sobre o que aconteceu hoje talvez...

    A propósito, leu a crônica que te mandei?

    - Li sim. E como sempre, mais uma vez você

    me emudeceu, assim como uma avó velha que num

    supetão é surpreendida pelo neto e por uma

    pequena fração de tempo seus sentidos cessam. E

    assim como o mais mudo dos mudos que só

    consegue balbuciar, balbuciarei. A palavra AMOR

    ganhou um novo sinônimo hoje, tão poderoso

    quanto a palavra por si só. Quer saber qual é?

    - Sim, diga-me.

    Eu já estava encantado e com os olhos rasos

    d’’água do outro lado da linha. Sabia que ele me

    deixaria sem palavras quando completasse o que

    estava falando.

    - Nós, sim, nós! No momento em que

    nossos lábios se tocaram, que nossos corpos se

    conectaram e as nossas respirações coadunaram-se,

    fizemos do NÓS, a mais singela forma de amor.

    Meio sem sentido isso, não acha? Não sou tão bom

    com as palavras. Mas, quis dizer que foi perfeito,

    apesar de singelo.

    - Tem todo sentido, meu anjo. Me deixou sem

    o que dizer, como sempre. Fico feliz que tenha sido

    17 | P á g i n a

    tão perfeito para você quanto para mim. Obrigado

    por tornar meus dias melhores.

    - Eu que agradeço, bebezão.

    - Te amo.

    - Eu também. E que seja eterna nossa

    singela perfeição.

    - Que seja eterna.

    - Boa noite!

    - Boa noite meu amor. Durma bem.

    Demorei um pouco a dormir. Tudo voltava

    em minha mente como um flashback. Havia sido

    tudo tão perfeito. Tinha medo de que aquilo

    acabasse. Mas não queria pensar nisso. Queria que

    durasse para sempre. Ou que pelo menos durasse o

    necessário.

    No dia seguinte, fiquei aflito por não ter tido

    nenhuma notícia dele. Tentei ligar inúmeras vezes,

    mas o celular se mantinha fora de área. Havia

    chovido o dia todo na cidade, talvez o sinal tivesse

    caído. Pensei em ir até sua casa, mas não

    concretizei meu pensamento. Peguei meu livro

    favorito e reli pela quinta vez. No começo da noite,

    Cléo, minha melhor amiga, me ligou e me chamou

    para sairmos. Então, fui.

    18 | P á g i n a

    A Cléo era a única pessoa que me entendia.

    Ela sabia exatamente o que eu pensava e antes

    mesmo que eu fizesse algo, ela já adivinhava. – Acho

    que se eu fosse hétero, rolaria alguma coisa entre

    nós -, bobagem, somos amigos, quase irmãos. Ela

    sempre soube me dar sábios conselhos, sempre

    soube me guiar em alguma direção. Nem me lembro

    como nos conhecemos, mas isso não importa.

    Naquela noite fomos numa cafeteria e falamos da

    escola e sobre planos para o futuro. Não quis falar

    do Gabriel com ela, pois, certamente ela iria querer

    um relatório completo sobre nós, e eu havia selado

    com ele um pacto de confiabilidade e sigilo.

    Retornei para casa quase meia-noite, e liguei

    para o Gabriel. Ele não havia deixado nenhuma

    mensagem. E aquilo era muito estranho. Me

    atendeu na terceira tentativa. Estava com a voz de

    sono.

    - Amor, por que sumiu o dia todo? Senti sua

    falta.

    - Oi bebezão, desculpa. Fui dormir muito

    tarde noite passada. Aproveitei a tarde para

    descansar um pouco e depois das 18hs voltei a

    estudar. Está tudo bem?

    - Sim meu lindo! E com você?

    - Melhor agora ouvindo sua voz!

    19 | P á g i n a

    Por um momento tive a vaga impressão de

    que ele havia aprontado alguma coisa, mas

    rapidamente tirei esse pensamento mais que bobo

    da minha cabeça. Fiquei em silêncio por alguns

    segundos.

    - Amor, ainda está aí?

    - Oi, meu anjo. Estou sim.

    - Tenho que voltar a estudar. Lembre-se que

    tenho que recuperar o tempo que perdi brincando

    durante todo o ensino médio. Queria que estivesse

    aqui comigo. Estou precisando do conforto do seu

    abraço.

    Nesse momento, sua voz mudou de tom.

    Estava agora num tom de choro. A voz arranhava na

    garganta e quase não saia. Fiquei apreensivo.

    - O que aconteceu, meu amor?

    - Nada. Só alguns problemas.

    - Me conte. O que aconteceu?

    - Nada, meu anjo. Discuti com minha mãe.

    Só isso. Coisa boba.

    De repente ouvi a porta do quarto dele se

    abrindo, e era Dona Eva, sua mãe, adentrando. Ela

    era extremamente conservadora e de família

    bastante tradicional, além de ser evangélica. Ouvi

    meu nome sendo pronunciado, mas não ouvi o que

    20 | P á g i n a

    ela havia dito por completo, pois o Gabriel havia

    abafado o telefone com a mão. Depois de algum

    tempo ele retornou. E agora, com voz ainda mais

    chorosa.

    - Amor, vou desligar agora.

    - Gabriel, o que aconteceu? Porque sua mãe

    falou meu nome?

    - Não foi nada meu lindo. Amanhã

    conversamos na escola. Boa noite.

    - Tudo bem! Até amanhã.

    - Amo-te meu bebezão. Lembre-se sempre

    disso.

    - Também te amo Tintinho. Durma bem.

    Fui dormir preocupado naquela noite. Pela

    primeira vez tive medo do dia seguinte. Estava

    ansioso para chegar na escola e ao mesmo tempo

    tinha receio do que poderia acontecer lá.

    Meu celular despertou às 5:30, mas acordei

    15 minutos atrasado. Mal tomei café e saí correndo

    para não chegar depois do horário na escola. Gabriel

    me esperava no portão, com um sorriso que só ele

    tinha. Coadunamos nossos corpos e entramos. Seu

    sorriso me tranquilizou, era o que eu precisava para

    saber que estava tudo bem, e caso não estivesse,

    logo iria ficar.

    21 | P á g i n a

    Ainda queria muito saber o que sua mãe

    havia lhe falado na noite anterior, que havia lhe

    deixado tão triste. Eu estava muito curioso, mas não

    queria desfazer seu sorriso. Era tão sublime e me

    trazia muita paz. Optei por ficar curioso. Talvez,

    mais tarde eu o perguntasse o que tinha acontecido.

    22 | P á g i n a

    Capítulo II

    A chuva ainda cai nessa noite tão nostálgica.

    Mais e mais memórias de bons momentos me vêm

    em mente. Toda essa solidão não me faz bem. Me

    deixa triste... Mas, continuando...

    Naquela mesma tarde, depois da escola, fui

    até sua casa e ficamos lá por algum tempo. Evitei ao

    máximo tocar em assuntos desagradáveis. Deitei

    sobre seu peito por alguns minutos, e nos beijamos.

    Sua fronte, embora bela, exprimia preocupação. Ele

    não havia me falado o motivo pelo qual estava

    23 | P á g i n a

    chorando na noite anterior. Teria sua mãe lhe

    ameaçado de alguma forma? Teria ela descoberto

    alguma coisa? Mas,

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