Quando A Morte Se Aproxima
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Quando A Morte Se Aproxima - Isabella Branquinho
Quando a morte se
aproxima
Isabella Branquinho
Quando a morte se aproxima, por Isabel a Branquinho
Agradecimentos
Começo meus humildes (porém de coração) agradecimentos com a
minha mãe, que sempre viu na minha escrita algo que valesse a pena se
dedicar. Ela me apoiou, me incentivou e compartilhou comigo a alegria
quando a boa notícia da publicação do livro saiu. Ela foi a minha primeira
leitora, primeira crítica (de muitos, espero) e se emocionou com o final
dessa história. Desculpa, mãe, mas fiquei feliz por ter chorado. Sinto muito
mesmo. Eu a amo.
Agradeço meu pai, que correu atrás da publicação com seu modo
prático e pé-no-chão
, mas sempre valorizando a escrita, a minha
capacidade. Amo você, pai.
Agradeço a Sandra Freitas, do Ateliê Sandra Freitas, que fez um trabalho
incrível com o quadro/capa do livro. Ela leu o livro e, com o seu dom
maravilhoso, o seu talento, transferiu todo o intuito do livro à sua obra.
Você é show, Sandra! Amo seus quadros e me apaixono cada vez mais por
suas criações.
Não posso me esquecer dos meus amigos, fiéis, portos seguros; nem das
minhas irmãs, Camile e Carol (melhores amigas para todo o sempre). Muito
menos da melhor professora de português de todo o sempre, Michel e Melo,
que deu o impulso inicial na minha escrita. À minha tia Rosana Branquinho
minha sincera gratidão, pela força, pela torcida, pela dedicação ao
majestoso lançamento, digno de tapete vermelho! (Você nasceu para brilhar
a para fazer os outros brilharem, tia!)
São tantas pessoas que me apoiaram e que me ajudaram a tornar esse
sonho real que fica até difícil enumerar todas, mas elas sabem o quanto são
importantes para mim e o quanto sou grata! Ah, e o quanto as amo.
[ 2 ]
Quando a morte se aproxima, por Isabel a Branquinho
PRÓLOGO
Blanka
Não, não, não. Eu sou tão nova... Não era para isso estar
acontecendo, era?
Nunca tive nem mesmo medo da morte — talvez porque
nunca estive de frente para ela.
Cinco dias?
Engoli em seco.
Só porque agora que eu estava bem, terminando minha pós-
graduação, encontrando um homem que era realmente
interessante... Eu tinha certeza de que teria muitos anos para
aproveitar minha vida depois de me estabilizar
financeiramente; mal sabia eu que sempre estive enganada.
Porque simplesmente tudo acabaria...
Em cinco dias.
Victor
Por que eu era tão masoquista? Por que eu me apaixonei por
uma paciente que estava com o prazo se esgotando? E por que
ela não se preocupava nem um pouquinho com isso?
Minha secretária, Charlotte, disse que Blanka estava
tentando esconder sua tristeza de mim, para não me fazer
sofrer mais.
[ 3 ]
Quando a morte se aproxima, por Isabel a Branquinho
Para que eu iria acreditar nela? Char nunca quis que eu me
aproximasse de Blanka, nunca quis que nós nos
envolvêssemos... Eu não acreditava nela.
Na verdade, eu não quero acreditar em nada. Eu não quero
acreditar nisso!
Acreditar que Blanka iria embora, partir para sempre.
Acreditar que, enquanto outros comemoravam um aniversário
ou um casamento, ela estaria no hospital, morrendo. Acreditar
que, a cada segundo que se passa, o seu coração está preste a
parar. Acreditar que eu nunca mais a veria sorrir; que eu
nunca mais veria seus olhos brilharem, seu cabelo voar contra
o vento; que eu nunca mais ouviria seu sussurro em meu
ouvido e sentiria o seu toque, o seu corpo, o seu carinho.
Porque ela estaria morta.
Os ponteiros do relógio avançavam com uma rapidez
zombeteira; A vida é injusta.
[ 4 ]
Quando a morte se aproxima, por Isabel a Branquinho
01. Capítulo Único
Blanka
— Sim, mãe... Eu já consegui o telefone do consultório do
médico — falei, observando o fluxo de pessoas na rua. Naquela
hora do dia, todos se acumulavam nas faixas de pedestres e nos
semáforos, apressados para chegarem aos seus destinos. —
Prometo que vou ligar para lá assim que desligar aqui.
— Então tá, querida. Vê se cuida da sua saúde! Assim que
tiver notícias, mesmo que insignificantes, me avise.
Minha mãe era daquele tipo desesperada. Não que eu a
culpasse — ter uma filha que apresenta sintomas estranhos
desde a adolescência e não vê-la curada aos 24 anos deve ser
mesmo preocupante.
— Ok, mamãe. Beijos! Eu amo você.
— Também te amo.
Linha muda.
Eu estava no meu carro, estacionado a algumas ruas do
Central Park. Era oito horas da manhã, o que justificava a
movimentação de carros e pessoas na região em que eu me
encontrava.
[ 5 ]
Quando a morte se aproxima, por Isabel a Branquinho
Estava totalmente consciente de que chegaria atrasada à
aula; não era proposital. Há muito tempo eu esperava o cartão
com o número daquele médico.
O último em que eu fui realmente me fez acreditar que eu
não tinha nada grave. Isso até novos sintomas surgirem, o que
me fez ligar para o Dr. Robert e dar alguns gritos antes de
deixá-lo falar.
Foi bem assim:
— Você quer que eu o leve à justiça? Sério? Minha saúde
não é brinquedo, Dr. Robert.
— Eu sei, Srta. Wilkinson. Se eu soubesse que você tem algo
sério, teria lhe falado.
— O que quer que eu faça agora, hein? Quer me examinar
de novo? — Apesar de estar brava, eu queria descobrir logo o
que me deixava com dores intermináveis e horrendas.
— Não acho que vá adiantar... Eu não consegui descobrir o
que você tem, filha.
— E agora? – perguntei. — Devo desistir?
— Não. Eu tenho o telefone de outro médico, um ótimo
médico. Se ele não descobrir, ninguém vai.
Então, desde esse dia, venho esperando a esposa do Dr.
Robert me enviar o telefone desse tal médico. Não que eu
[ 6 ]
Quando a morte se aproxima, por Isabel a Branquinho
estivesse enlouquecendo com a pressa, mas ela ter demorado
uma semana me pareceu pirraça.
Abri minha bolsa, remexendo-a até achar o cartãozinho
preto. Minha mão tremia quando digitei os números no meu
celular, algo com o qual eu já estava acostumada.
— Consultório do doutor Hughes — disse uma voz feminina
agradável. — Aqui é Charlotte.
— Oi, Charlotte. Meu nome é Blanka Wilkinson. Foi Dr.
Robert quem me indicou o Dr. Victor. Eu queria marcar um
horário. — Segurei-me para não completar: Um horário para
hoje, ou