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Anjo do Ar: Anjos Caídos
Anjo do Ar: Anjos Caídos
Anjo do Ar: Anjos Caídos
E-book260 páginas10 horas

Anjo do Ar: Anjos Caídos

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Sobre este e-book

Meu nome é Richard Riley. Tudo que eu sempre quis foi levar uma vida normal.

Quando eu era mais jovem, fiz algumas escolhas ruins que acabaram por me levar à prisão. Eu cumpri minha pena e agora estou tentando recomeçar minha vida.

Mas alguém me incriminou por um crime que não cometi. Eles me querem morto, e estão dispostos a matar meus amigos e familiares para chegarem até mim.

Mesmo quando tento salvar as pessoas que amo, um poder antigo e sombrio cresce dentro de mim. Eu posso sentir sua raiva aumentando.

Se eu deixar que assuma o controle, vai arrancar tudo que tenho na vida.

IdiomaPortuguês
Data de lançamento12 de jun. de 2021
ISBN9781071504635
Anjo do Ar: Anjos Caídos
Autor

Valmore Daniels

Valmore Daniels has lived on the coasts of the Atlantic, Pacific, and Arctic Oceans, and dozens of points in between. An insatiable thirst for new experiences has led him to work in several fields, including legal research, elderly care, oil & gas administration, web design, government service, human resources, and retail business management. His enthusiasm for travel is only surpassed by his passion for telling tall tales.

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    Pré-visualização do livro

    Anjo do Ar - Valmore Daniels

    Table of Contents

    Anjo do Ar

    Capítulo Um

    Capítulo Dois

    Capítulo Três

    Capítulo Quatro

    Capítulo Cinco

    Capítulo Seis

    Capítulo Sete

    Capítulo Oito

    Capítulo Nove

    Capítulo Dez

    Capítulo Onze

    Capítulo Doze

    Capítulo Treze

    Capítulo Quatorze

    Capítulo Quinze

    Capítulo Dezesseis

    Capítulo Dezessete

    Capítulo Dezoito

    Capítulo Dezenove

    Capítulo Vinte

    Capítulo Vinte e Um

    Capítulo Vinte e Dois

    Capítulo Vinte e Três

    Capítulo Vinte e Quatro

    Capítulo Vinte e Cinco

    Capítulo Vinte e Seis

    Capítulo Vinte e Sete

    Capítulo Vinte e Oito

    Capítulo Vinte e Nove

    Capítulo Trinta

    Epílogo

    Sobre o Autor

    Sobre o Tradutor

    Anjo do Ar

    por Valmore Daniels

    Isto é uma obra puramente de ficção. Nomes, personagens, lugares e incidentes são produto da imaginação do autor ou são usados ficticiamente. Qualquer semelhança com pessoas reais, vivas ou mortas, é mera coincidência. Este livro não pode ser revendido ou distribuído sem permissão por escrito do autor. Nenhuma parte deste livro pode ser reproduzida, copiada ou distribuída de qualquer forma ou por qualquer meio eletrônico ou mecânico passado, presente ou futuro.

    Copyright © 2011-14 por Valmore Daniels. Todos os direitos reservados.

    Anjos Caídos

    Anjo do Fogo

    Anjo do Ar

    Anjo da Terra

    Anjo da Água

    Anjo do Escuridão

    O Livro Completo

    Visite-o em: ValmoreDaniels.com

    Distribuído por Babelcube, Inc.

    www.babelcube.com

    Babelcube Books e Babelcube são marcas comerciais da Babelcube Inc.

    Capítulo Um

    Ecce turbo dominicae indignationis egredietur e tempestas erumpens super caput impiorum veniet.

    (Eis que o redemoinho da indignação do Senhor se manifestará, e uma tempestade sairá e cairá sobre a cabeça do iníquo.)

    —Jeremias 23:19

    Richard Riley?

    Sim, sou eu.

    Olhei para a enfermeira, e a minha primeira impressão foi que ela estava de cara feia para mim, como se eu tivesse feito algo errado.

    No entanto, quando pisquei os olhos e olhei de novo, ela tinha aquela aparência clínica de preocupação educada. Eu deveria estar cansado. Meus olhos estavam brincando comigo.

    Ficar sentado na sala de espera do lado de fora da ala de emergência era uma péssima maneira de passar a primeira hora do meu vigésimo primeiro aniversário. A mistura de medo e tédio estavam trabalhando em mim. Eu estava acordado desde antes das seis da manhã e já passava da meia-noite. Eu estava exausto. O tamborilar constante de chuva de Seattle batendo contra as janelas não me acalmava em nada.

    Eu estava feliz de me levantar. Minhas pernas estavam com câimbra de tanto tempo sentado.

    Prendi a respiração esperando que a enfermeira falasse novamente.

    Você pode ver sua mãe agora. disse ela. Ela finalmente estabilizou. Ela se virou e foi pelo corredor, seus sapatos de sola macia fazendo um som estridente no piso de ladrilho polido a cada passo.

    Enfiei meus dedos sob meus óculos para esfregar meus olhos, e então a segui. Cuspi o chiclete que estava mastigando na minha mão e o joguei em uma lata de lixo quando passei pela recepção. Já estava sem gosto.

    Nós abrimos caminho através de um corredor com conexão com a área de exames onde eles trouxeram minha mãe. A sala não tinha janelas e era grande o suficiente para abrigar uma dúzia de camas, cada uma separada por cortinas grossas sobre trilhos presos no teto. A enfermeira me levou até a última cama, puxou a cortina e fez sinal para eu me aproximar.

    Cerrei meus dentes ao ver minha mãe.

    Havia uma coloração pálida em sua pele, estava tão forte que parecia desumana. Seu cabelo normalmente loiro estava escuro, fino e emaranhado. Um tubo de oxigênio se estendia das suas narinas até as maçãs do rosto altas e atrás das orelhas. Um leve som de chiado saia dos seus lábios secos e rachados. Seus olhos estavam apertados como se ela estivesse com dor.

    Embora ainda estivesse inconsciente, ela envolvera as mãos na cintura e puxara os joelhos até o peito.

    Tivemos que fazer uma lavagem estomacal nela. disse a enfermeira, e desta vez seu tom de voz era mais suave, mais reconfortante.

    É ruim? perguntei, mantendo minha voz baixa. Ela vai ficar bem?

    A enfermeira inclinou a cabeça e levantou as sobrancelhas. Não cabe a mim dizer. Nós tivemos que fazer um acesso intravenoso para o soro e o oxigênio. Ela sentirá dor na garganta por causa do vômito e por causa do procedimento. Ela está fora de perigo por hora. Vamos mantê-la aqui para observação.

    Quanto tempo? perguntei, minha voz fina.

    Isso é com o médico. Talvez um dia ou dois, depende. Um momento depois, ela disse. De acordo com nossos registros, esta é a segunda vez neste ano que ela é admitida por causa disso.

    Tentei manter minha expressão impassível. Sim.

    Temos um centro de tratamento aqui no hospital, você sabe. Eu posso trazer alguns folhetos.

    Quando olhei para ela bruscamente, ela disse: Existem opções de financiamento disponíveis.

    Quando o médico irá voltar? perguntei.

    A enfermeira franziu os lábios e seu tom mais uma vez se tornou clínico. Ele já checou ela. Não está previsto a visita dele até amanhã à tarde.

    Assenti. Obrigado. Eu puxei uma cadeira de encosto de plástico perto da cama e me sentei.

    A enfermeira parou por um momento antes de sair do espaço de onde ficava a cama e fechou a cortina atrás dela.

    Meu primeiro impulso foi estender a mão para tocar o braço da minha mãe, mas parei no meio do caminho. Em vez disso, descansei meu queixo na palma da minha mão, meu cotovelo no joelho.

    Até onde conseguia me lembrar, minha mãe sempre teve uma bebida na mão. Quando ela chegava em casa do trabalho, ia diretamente para o armário de bebidas e fazia ela mesma um cosmopolitan, antes mesmo de pensar em fazer o jantar para nós dois.

    Quando criança, eu nunca pensei que houvesse algo fora do comum sobre isso, exceto nas raras ocasiões em que eu a via olhando pela janela com lágrimas nos olhos, ignorando qualquer programa de televisão que estivesse passando na época. Quando perguntava o que estava errado, ela limpava a bochecha e sorria para mim, depois perguntava se eu já havia feito todo o dever de casa.

    Durante a minha adolescência, quando eu ficava acordado até mais tarde, comecei a perceber que às vezes ela não chegava à sua cama à noite. Muitas vezes, às dez ou onze horas, ela desmaiava no sofá. A essa altura eu já tinha idade suficiente para perceber que ela estava indo direto para uma sepultura prematura.

    Certa noite, quando eu tinha quatorze anos, a confrontei quanto a isso. Ela deu um tapa no meu rosto e me disse para calar a boca, que não era da minha conta.

    Até então, eu sempre pensara em nós como uma unidade, mãe e filho. Claro, nós tínhamos nossos problemas. Eu estava me adaptando em ser um adolescente, tentando descobrir quem eu era. Ela não queria que eu crescesse. Eu sabia disso.

    Admitir que eu estava envelhecendo significava admitir que um dia eu estaria sozinho e a abandonaria. De fato, eu estaria abandonando-a. Isso, eu sabia, era o que ela mais temia. Meu pai havia se separado antes de eu nascer. Lembro-me de pensar que nunca poderia deixar minha mãe; isso a devastaria. À medida que envelhecia, no entanto, a relação entre nós mudou, e eu comecei a acreditar que eu tinha que ficar por conta própria.

    Quando eu tinha quinze anos, meus amigos começaram a se tornar mais importantes para mim. Logo, divergências cresceram entre minha mãe e eu que mal podíamos falar uma palavra um com outro sem que ela começasse a gritar. Quando você está naquela terra de ninguém entre ser uma criança e ser um adulto, isso não registra o quanto tudo o que você faz afeta as pessoas ao seu redor. Admito que me tornei cada vez mais agressivo e egoísta com o passar dos anos. Abandonando-a emocionalmente, mesmo enquanto eu ainda vivia fisicamente em casa.

    Nós discutimos feio quando ela me surpreendeu pegando uma bebida de seu armário de bebidas alguns meses antes de eu completar dezesseis anos. Naquele momento, não me importei com o quanto ela gritava. Eu percebi que ela era uma hipócrita, e isso me dava o direito de fazer o que eu quisesse.

    No meu décimo sexto aniversário, ela me pegou fumando maconha no meu quarto. Brigamos por horas e jogamos na cara um do outro tudo o que tínhamos. Mas foi quando eu a chamei de ‘vadia bêbada’ que ela me deu um tapa na cara.

    Fugi naquela noite. Acreditava que estava melhor sozinho. Eu não a vi novamente até dezoito meses atrás.

    Eu a odiava por tentar me impedir de fazer o que eu queria quando, ao mesmo tempo, ela se embriagava todas as noites. Eu achava que tinha idade suficiente para tomar minhas próprias decisões e não precisava de uma alcoólatra para me dizer o que fazer.

    No fim das contas, se houvesse um jeito certo e um jeito errado de fazer qualquer coisa, eu basicamente achava um jeito de piorar.

    Minha vida pelos três anos seguintes foi uma grande confusão após outra: abandonar a escola; mendigar nas ruas da cidade; dormir nos banheiros de restaurante fast-food no inverno; torcer para ter algo para comer nas lixeiras. Eu roubava sempre que não tinha dinheiro suficiente para comprar o que precisava para sobreviver.

    Era uma maravilha que eu tiver sobrevivido tanto quanto sobrevivi, sem ser preso pelos policiais. Claro, até eles finalmente me pegarem, e um juiz pôr fim à minha vida nas ruas.

    Antes de me designar para uma série de cursos de competências básicas, a primeira pergunta que o conselheiro da prisão fez foi se eu tinha algum histórico profissional. Aos dezenove anos, eu não tinha terminado a escola e nem profissão. O pensamento de tentar encontrar um emprego legítimo não passou pela minha cabeça durante todo o tempo em que estive longe de casa. Conseguir um emprego das nove às cinco teria sido a última coisa em minha mente, mesmo que eu tivesse um bom modelo para isso.

    Tanto quanto me lembro, minha mãe nunca faltou um dia de trabalho ou se atrasou, por mais que bebesse.

    Claro, isso foi uma verdade até este ano, e isso foi por minha causa.

    Eu sabia que, no fundo, não era minha culpa que ela tivesse afogado sua miséria em álcool durante todos esses anos, mas não tinha dúvidas de que eu era o único que tinha feito isso piorar para ela. Eu fugi e a abandonei.

    Desde a minha soltura há seis meses, fiz o meu melhor para facilitar a vida dela. No começo, foi bom, mas nos últimos três meses as coisas começaram a decair. Às vezes, acreditava que meu retorno tinha sido pior do que a minha fuga em primeiro lugar.

    Nos últimos meses, sua bebedeira se tornou incontrolável. Ela geralmente era incoerente às oito horas e desmaia no sofá às nove da noite.

    Esta noite tinha sido uma das piores. Ela tinha ido além do ponto sem retorno, e quase tinha se embriagado até a morte.

    A cena continuava sendo revivida na minha cabeça:

    Desci para tomar um copo de água antes de dormir e encontrei minha mãe deitada no chão da sala de estar em uma poça de seu próprio vômito. Congelei de medo. Ela estava morta?

    Mas não havia tempo para pensar. Corri e senti seu pulso. Ela estava viva, mas sua respiração era superficial e rouca. Eu sabia que não havia tempo para esperar por uma ambulância. Peguei-a e a levei para o hospital, acelerando e passando pelos semáforos como alguém possuído.

    Nas últimas duas horas—com a espera me enlouquecendo—fiz uma dúzia de promessas. Assim que chegasse em casa, encontraria e destruía toda a bebida dela. Sabia que isso não a impediria. Queria levá-la a um programa de tratamento, como o que a enfermeira mencionou, mas eu sabia que nenhum de nós tinha dinheiro. Com o meu passado, não havia nenhuma maneira de obter financiamento e minha mãe sempre viveu apenas com o salário. Atormentei minha cabeça tentando arranjar um jeito de fazer as coisas certas. Mas eu não conseguia pensar.

    Eu me sentia impotente.

    Sempre me senti impotente quando se tratava da minha mãe. Pensando nisso, tenho certeza de que era parte do motivo pelo qual eu estava tão facilmente frustrado e zangado com o resto da minha vida.

    Richy?

    No começo, porque sua voz era tão baixa e suave, eu não percebi que minha mãe estava acordada.

    Olhei para cima e estremeci. Ela estava com dor, mas as lágrimas em seus olhos não eram de seu desconforto físico. Era de vergonha.

    Mãe?

    Você não deveria estar aqui. disse ela, virando a cabeça. Eu não quero que você me veja assim.

    Eu sabia que ela não queria ouvir, mas eu disse de qualquer maneira: Você não pode continuar fazendo isso a si mesma, mãe. Isso vai te matar.

    Em vez de ficar com raiva—e eu sabia que eu merecia que ela ficasse, por tudo que eu a fizera passar—ela se virou e enterrou o rosto no travesseiro para esconder as lágrimas.

    Fiquei lá mais alguns minutos, sem saber o que dizer para não a fazer se sentir pior.

    Para preencher o silêncio, eu disse: A enfermeira me disse que eles manteriam você aqui por mais algum tempo, só para ter certeza de que tudo vai ficar bem. Você quer que eu pegue algumas coisas em casa para você?

    Sem virar a cabeça para mim, ela fez um gesto me enxotando com a mão.

    Sua voz era fraca. Eu não me importo. Apenas me deixe em paz.

    Vi seu peito expandir e contrair rapidamente várias vezes, e percebi que ela tinha começado a chorar novamente.

    Estendi a mão, mas antes que eu pudesse tocá-la, ela disse: Por favor, vá. Apenas vá.

    Sentindo-me tão mal quanto podia, fiquei de pé, olhando para o chão. Tudo bem, eu vou mãe. Eu vou tentar vir amanhã de manhã antes do trabalho.

    Ela não me respondeu, mas eu podia ouvi-la soluçar mesmo depois de ter saído do hospital.

    Capítulo Dois

    A chuva caia na parte de trás da minha cabeça e do meu pescoço como mil pequenas agulhas. Não tive tempo de pegar uma jaqueta quando saí de casa, e minha camisa fina grudou nos meus ombros e costas, abraçando minha pele como plástico. Eu estava completamente encharcado quando cheguei ao carro da minha mãe, procurei as chaves e entrei.

    Depois de ligar a ignição, sentei-me ali, deixando o carro em ponto morto enquanto organizava meus pensamentos.

    Eu estava tentando mudar minha vida e fazer as coisas certas. Parecia não importar o quanto eu tentasse, no entanto, nada fazia diferença. Talvez eu tenha feito tanta coisa errada no passado que minha mãe nunca acreditaria que eu tinha mudado.

    Ou talvez ela estivesse tão distante em seu alcoolismo que não havia nada que eu pudesse fazer para ajudá-la. Eu não podia aceitar que nosso relacionamento estivesse tão destruído que nunca poderia ser consertado, mas eu não tinha ideia de como fazer isso.

    Nos últimos seis meses desde a minha soltura, andei na linha. Ia trabalhar todos os dias e fazia meu trabalho sem reclamar. Contribuía com boa parte do meu pagamento para as contas domésticas e para as dívidas que minha mãe acumulara, principalmente com minhas contas legais. Tentei o meu melhor para seguir as condições da minha liberdade condicional, não importava o quão estúpidas algumas delas fossem. Por exemplo, fui proibido de entrar em qualquer propriedade residencial sem o consentimento por escrito do proprietário. Sob essa condição, eu não poderia ter um emprego de entregador de pizza se eu quisesse. Eu fui banido de qualquer lugar que servisse álcool, o que significava que não podia frequentar a maioria dos restaurantes. Minhas opções eram limitadas.

    Minha mãe mexeu uns pauzinhos no Worldwind Avionics, onde trabalhava, e conseguiu um emprego de manutenção. Não era muito emocionante, mas era um contracheque.

    Já era uma hora da manhã e eu tinha que estar no trabalho em seis horas. Não havia muito tempo para dormir, mesmo que meu cérebro se desligasse tempo suficiente para eu adormecer.

    Talvez eu precisasse de um ouvido simpático; talvez eu não quisesse ir para casa. Em vez de voltar para minha casa, fui com o carro na direção oposta e segui para a casa de Stacy, que ela dividia com seu irmão, Chuck.

    Eu estava saindo com Stacy há alguns meses e, embora ficássemos a maior parte do tempo na minha casa, eu já tinha ido lá algumas vezes. Contudo, nunca tinha ido sem um convite, mesmo que casualmente, mas naquela noite eu precisava conversar com alguém.

    As luzes estavam acesas e vários veículos estavam estacionados no meio-fio do lado de fora. Parecia que Stacy e Chuck estavam tendo uma pequena festa em casa.

    A chuva diminuiu para uma garoa. Parei atrás de uma picape e desliguei o motor, mas não saí.

    Eu realmente não conhecia nenhum dos amigos de Stacy ou de Chuck. Embora eu tivesse visto alguns deles algumas vezes, de repente me senti desconfortável em aparecer sem avisar. Estava ficando tarde e eu ia pagar por isso no dia seguinte.

    Com um suspiro de determinação, contornei com o carro e resolvi ir embora.

    Pisei no acelerador e imediatamente pisei no freio quando alguém pulou na rua na minha frente.

    Era Stacy. Ela pulou para trás. Colocando a mão na boca, ela soltou uma gargalhada.

    Depois de estacionar o carro, abri a porta e saí, insanamente preocupado.

    Você está bem? perguntei, meu coração ainda acelerado no meu peito.

    Seus olhos brilhavam maliciosamente. Sim.

    Ela não estava usando sapatos e, quando se deparou com uma poça, perdeu o equilíbrio ao tentar saltar a água fria. Ela se segurou agarrando a porta traseira da caminhonete. Seus pés deviam estar congelando.

    Ela estava vestindo uma saia jeans e uma camisa branca fina. Ambas se agarravam a ela como uma segunda pele. A chuva rapidamente achatou seu cabelo preto normalmente encaracolado em sua cabeça e ombros, e o rímel em seus olhos azul-acinzentados borrava um pouco suas maçãs do rosto altas. O ar fresco da noite havia deixado sua pele bronzeada pálida.

    O que você achou que estava fazendo? perguntei. Havia um pouco de calor na minha pergunta agora que eu sabia que ela estava bem.

    Eu vi você sentado aqui no seu carro. Pensei em te assustar. Ela se aproximou de mim e se inclinou, segurando

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