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Estrelas Cadentes
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E-book132 páginas1 hora

Estrelas Cadentes

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Sobre este e-book

A antiga arte do conto; a mais nobre das formas de narrativa, e que exerce um fascínio todo especial em cada leitor de um modo diferente. Uma forma concentrada, pulsante e veloz de dominar a realidade; presente passado e futuro. Trata-se nada mais nada menos da síntese de cada gênero; é o terror na sua forma mais pura, o suspense do modo mais tenso, a ficção em sua máxima manifestação, o drama mais intenso e assim por diante. Em suam, o conto é a escrita em seu mais alto grau de vida, e neste livro “Estrelas cadentes” o autor estará trazendo vinte e dois relatos que vão buscar a forma e o conteúdo que faz jus à antiga arte. As vinte e duas estrelas cadentes. Estranho és uma sombra que te esconde no escuro e no silêncio. (...) O vulto é um ser da escuridão que não vive sem luz. Estranho és uma sombra que te esconde no escuro e no silêncio.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento21 de nov. de 2010
Estrelas Cadentes

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    Estrelas Cadentes - Luiz Cézar Da Silva

    Aimã e o gigante

    Um grupo de soldados estava no chão se arrastando e contorcendo de dor; quando um grupamento de ajuda chegou ao lugar percebeu que já era tarde para salvá-los; um dos comandantes de batalha gritou em alto e bom som para que todos os seus comandados pudessem ouvir:

    _ O exército que combateu e venceu estes homens leais a mim será encontrado e eu vingarei cada homem que tombou nesse solo.

    Aimã-Hazar era o nome deste comandante, muito habilidoso e destro na arte da guerra, comandava um grupamento de cem homens altamente preparados para confrontos sob o sol e nas areias do deserto, costumava arrendar suas habilidades de comando e seus homens para quem pagasse maior valor, ou seja, era um exército de mercenários nômades.

    Um dos homens que ali estava agonizando ainda podia falar e chamando seus companheiros disse:

    _ Nós não confrontamos um exército, meu comandante. Foi apenas um homem quem fez isso à nossa guarnição.

    _Um homem!_ exclamou Aimã._ como isso pode ser possível? Já vi muitos homens poderosos em confrontos de guerra, mas nunca alguém que pudesse derrotar cinqüenta soldados, sozinho.

    _ Ele é mais do que um simples homem; é um gigante.

    _Gigante!

    _ Tão poderoso que nem mesmo cem guerreiros poderão derrotá-lo; ele tem quase três vezes o tamanho de uma pessoa comum, usa uma armadura quase intransponível, da cabeça aos pés, exceto por pequenas fendas nas juntas onde nenhum golpe mortal pode ser infligido.

    Aimã ficou tão inquieto que ordenou a seus combatentes que se preparassem para uma nova batalha, iria perseguir o tal gigante e fazê-lo pagar por tirar a vida de metade dos homens.

    _Qual é o nome desse gênio do deserto?_ perguntou o comandante_ para que eu possa encontrá-lo e vingar meus soldados tombados aqui.

    O guerreiro, ferido mortalmente, que conversava com Aimã parou um tempo e contorceu-se de dor, fora transpassado pela lança do gigante e lhe sobrava pouco tempo de vida.

    _ Lami. Esse é o nome dele._ respondeu._ Ele vem da cidade chamada Gate, cujas muralhas aparecem ao norte no horizonte e segundo os que com ele andam, pertence a uma linhagem superior de homens.

    Sentindo que o fim estava próximo o soldado deu o derradeiro recado:

    _Meu comandante, eu fiz o que ele me pediu, agora é a hora de o senhor vivenciar a mesma experiência que eu.

    Dito isso, calou-se.

    Aimã_Hazar não teve tempo de fazer absolutamente nada, pois de um amontoado de corpos de soldados mortos se ergueu a figura de quem falavam. Lami, o gigante, estava ali o tempo todo escondido sob uma cova coberto por corpos sem vida, espreitando como numa arapuca bem armada.

    O gigante levantou-se como se ele mesmo fosse um ser mitológico; o próprio deus da guerra, com sua armadura cor de ferrugem e tão fechada que era quase impossível ter certeza de que havia um homem por baixo dela. Ele trazia numa mão um escudo quase do tamanho de um soldado e na outra uma lança tão grande e pesada que seriam necessário duas ou mais pessoas para erguê-la.

    Aimã desembainhou sua espada árabe e gritou com toda a força de seus pulmões nômades, imediatamente os cinqüenta combatentes fizeram tal como o comandante. Batalhariam.

    Pouco tempo depois todos estavam derrotados; aqueles que foram afortunados perderam a vida rapidamente, já os outros tiveram de implorar pelo fim.

    Lami, o gigante, era o mais cruel e hábil guerreiro já visto por Aimã; ajudado, é claro, pelo seu tamanho fora do comum, mas mesmo assim era tão rápido quanto o vento do deserto e praticamente invulnerável. Os cinquenta guerreiros de Aimã foram reduzidos a uma multidão de corpos que serviriam apenas para alimentar as feras do deserto e as aves do céu.

    O comandante nômade sobreviveu não por misericórdia, mas como um troféu e pôde finalmente, após contemplar sua derrota brutal, falar com o único vitorioso:

    _ Vá e diga a seu povo que todos em sua cidade serão conquistados,_ falou o gigante_ vá e diga que o maior guerreiro que já pisou por esses desertos liderará um exército contra todas as cidades que estiverem em nosso caminho.

    Aimã sabia que Lami era poderoso e ficaria feliz em viver para confrontá-lo novamente em suas terras.

    _ Minhas tropas estarão prontas quando você e os seus chegarem._ disse Aimã juntando forças para falar.

    Ao que o outro respondeu com uma voz poderosa que só mesmo um gigante pode produzir:

    _ Não irei até sua cidade; meu povo mandará nosso maior soldado, herói de guerra, jamais derrotado e muito mais destro do que eu.

    Naquele momento o medo se instalou no coração de Hazar, como poderia existir alguém ainda mais poderoso e habilidoso do que Lami; se isso fosse possível certamente não se trataria de um homem, nem mesmo de um gigante como aquele.

    _ Se não é você, então quem é o herói de seu povo?_ perguntou Aimã curioso e amedrontado.

    A voz de Lami era tão diferente que se fosse ouvida na batalha era capaz de atemorizar até o mais bravo dos combatentes.

    _ Meu irmão; Golias. E se alguém de sua cidade vencê-lo em combate, seremos seus escravos, mas se ele vencer, não restará nada de seu povo; tomaremos os bens e a glória para nós e todos vocês um a um perecerão.

    Dito isso o gigante fincou sua lança no solo e foi-se, deixou o comandante derrotado só, com seus pensamentos de medo por ter de enfrentar um exército de homens que não podiam ser derrotados, liderados por alguém mais violento e do que Lami. O pavor tornou-se tão grande que Aimã_Hazar tombou ali onde estava e não viu a esmagadora derrota imposta ao seu povo pelo exército liderado pelos gigantes.

    Um gole de 200km/h

    O carro sacudiu e saiu do chão; Simon e Nádia, assustados dentro dele, tentavam entender o que exatamente estava ocorrendo; só sabiam que tudo estava muito errado...

    Haviam acabado de sair de uma festa organizada por seus melhores amigos; lá, tinham conversado muito, brincado um pouco e bebido um tanto além da conta.

    Nádia perguntou ao namorado Simon:

    _Você está bem para dirigir? Bebeu um tanto a mais.

    Simon estava em perfeitas condições, ao menos ele considerava isso. Não tinha tomado tanto álcool que não pudesse dirigir seu próprio carro, apenas algumas cervejas e um pouco de vinho, além do mais, naquela hora da noite não haveria transito nas ruas, já era tarde e, portanto, o risco de ser pego por algum guarda também era quase nulo.

    _ Estou ótimo_ disse ele balançando as chaves do veículo.

    Isso tinha sido a poucos minutos antes do caos.

    Nádia entrou no carro, mas não estava totalmente confiante, porém, não tinha motivos para duvidar dele, Simon nunca tinha se envolvido em nenhum incidente que fosse. Saíram da casa dos amigos para a casa da jovem; o motorista ligou o rádio e mudou algumas estações até parar numa onde tocava a música Carta aos missionários, da banda Uns e Outros. Seguiram ouvindo a música.

    Quase quatro horas da madrugada e Nádia percebeu que o namorado estava imprimindo uma velocidade maior do que deveria; olhando para ele notou também que ele piscava repetidas vezes, como que querendo espantar uma soneca que vinha sorrateiramente se insinuando; ela mesma estava cansada pelo dia de trabalho emendado numa pequena festividade particular, apenas para amigos mais chegados, não via a hora de chegar em casa, tomar um banho e cair na cama.

    _ Quanto exatamente você bebeu lá? _Perguntou ela.

    Ele sorriu forçadamente antes de responder tentando brincar.

    _ Só um gole_ disse num tom irônico.

    Ela balançou a cabeça negativamente enquanto pensava que às vezes ele se comportava como uma criança.

    _Não se preocupe, estou bem. _Simon queria passar segurança e realmente estava conseguindo, exceto pelo fato de que a velocidade do veículo continuava aumentando consideravelmente em uma área de ruas estreitas e residências em ambos os lados.

    Nádia percebia isso e tentava fazer com que o namorado não continuasse tentando mostrar que podia dirigir perfeitamente bem mesmo depois de muitos e muitos goles de várias bebidas; ela puxava assunto e por vezes se pegou dizendo para ele diminuir a velocidade.

    Ela não tinha como ver ou mensurar, mas o carro já estava numa velocidade muito próxima de 200Km/h, poucas vezes eles tinham andando numa velocidade como aquela, e, poucas vezes também Simon tinha mergulhado tão fundo nos copos de bebida quanto naquela noite. Nádia pensou que poderiam ter deixado o carro estacionado na frente da casa de seus amigos, onde a festa ainda tinha continuado mesmo depois que eles dois saíram, e, quem sabe, telefonado para um táxi; mas provavelmente não houvesse nenhum taxista trabalhando por aquelas redondezas. Não importava, agora ela tinha apenas que confiar em seu namorado feliz ao volante e torcer para que a noite continuasse calma como esteve até então.

    Por causa da velocidade elevada, Simon fazia algumas

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