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Noites Sem Lua
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E-book220 páginas3 horas

Noites Sem Lua

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Sobre este e-book

Mesquita é uma cidade relativamente tranquila durante os dias, mas tem suas noites povoadas e disputadas por seres obscuros. A história se inicia quando um desses seres tenta tornar-se visível para toda a sociedade, inflamado por um sentimento de arrogância, atacando pessoas. Dois policiais lutam contra suas crenças e vêem a realidade a que estão acostumados se transformar quando tomam parte na milenar batalha entre o Bem e o Mal. Fernando, um dos policiais envolvidos, homem cético que é violentamente confrontado em suas convicções quando por ocasião de seu trabalho tem sua casa invadida por seres que parecem saídos de um terrível pesadelo; ele trava uma batalha de vida ou morte para proteger sua pequena filha e sua esposa, mas quase não consegue escapar, percebe então que o monstro que andava por Mesquita atacando as pessoas já o estava perseguindo, portanto se vê sem saída a não ser caçá-lo ou perder sua paz, sua sanidade e sua família. Marco, parceiro de trabalho e amigo pessoal de Fernando entra na batalha para ajudar o companheiro sem saber que teria de confrontar o mal dentro de si; veria coisas que muitas pessoas nasceram e morreram sem ver e sentiria na própria carne os efeitos do Mal carregado pelo monstro. Bruno, um padre estudioso do comportamento e da evolução das forças sombrias nas cidades enfrenta seu maior desafio para deter o avanço dos servos das sombras, ele sente-se pressionado por seu zelo para com os moradores locais e acaba tomando o lugar do antigo padre que tombou em combate tentado impedir que os habitantes soubessem o que realmente ocorria durante as noites da cidade. Peça chave no desenrolar da trama, Bruno acaba guiando os dois policiais na caçada que mudou suas vidas. Este município localizado na baixada fluminense, Rio de Janeiro, torna-se mais uma vez palco do insólito embate entre os exércitos da Luz e as legiões das Sombras, testemunhando o desfecho de uma história que começou há mais de cem anos na antiga Áustria-Hungria
IdiomaPortuguês
Data de lançamento22 de mai. de 2009
Noites Sem Lua

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    Noites Sem Lua - Luiz Cézar Da Silva

    Noites Sem Lua

    Copyright© by Luiz Cézar da Silva

    Editora Clube de Autores

    http://clubedeautores.com.br/

    noitessemlua.blog.com

    Rio de Janeiro

    2009

    Prelúdio

    "... a madrugada estava sombria como costumava ser naquela época do ano, ventava e já passava de meia noite, as tochas e os archotes de todos que consegui trazer ardiam em fúria pedindo por vingança; vingança por Martina, minha esposa dedicada que sucumbira diante das artimanhas de um homem terrivelmente cruel, uma criatura sem humanidade que vendeu sua alma.

    Ele estava cercado, de um lado o rio Danúbio e do outro estávamos eu e os moradores com nossas tochas e armas; terminaria naquela noite, o vampiro avançava rosnando e gritando para tentar nos amedrontar e já tinha derrubado muitos de nós durante a caçada, mas assim como eu, as pessoas não tinham mais o que perder, ele tinha levado de nossas vidas as pessoas mais importantes, cada cidadão ali presente tinha perdido um parente querido nas garras do monstro; uma esposa, uma irmã, prima, tia ou filha. Ele devorava todas as mulheres que encontrava e nós teríamos que carregar essas marcas para sempre".

    Os crucifixos e cruzes não faziam nenhum efeito sobre ele sem que um homem dedicado ao sacerdócio o estivesse empunhando; podíamos ver o brilho nos olhos do monstro a cada vez que ele urrava; tremíamos por dentro ao ver seus dentes grandes como as presas de um cão. Alguns choravam lembrando daqueles que se foram e sabíamos que ele lutaria como cem homens para não morrer, mas ao meu sinal avançamos tentando queimá-lo, decapitá-lo ou empalá-lo; ele, porém, movia-se como um vendaval derrubando cada um de nós, um após o outro, e bebendo do sangue dos que tombavam para se recuperar. Eu tentei me aproximar dele, mas a multidão não deixava, estava cercado e cada um queria levar até o fim a sua vingança particular. Quando finalmente fiquei frente a frente com a besta" em meio a todo aquele alvoroço brandi minha estaca feita com um galho de árvore retirado dos jardins da igreja Votivkirche e ataquei, mas errei. Não acertei o coração, e ele não tombou, ao contrário, ele retirou a estaca de seu peito e a enterrou em meu abdômen; perdi a fala nesse dia; fui arremessado no rio e não vi o fim da batalha; peço todos os dias pelos que não se salvaram naquela época e agora que já está quase na minha hora, peço-te que não se envolva, não tente vingar-se nem por mim nem por sua mãe. Viva sua vida e com sorte ele não cruzará o seu caminho".

    Viena, Áustria, 05 de agosto de 1954.

    Parte traduzida de uma carta de Raniere Andreas Rovereto Merano para seu filho.

    1

    Mesquita é uma cidade que está em constante evolução; emancipada do município de Nova Iguaçu em 25 de Setembro de 1999, tinha no ano 2000 cerca de cento e oitenta e cinco mil habitantes divididos em 17 bairros; não é um local com muitos relatos do tipo lendas urbanas, porém os poucos que existem são extremamente intrigantes; como o dos três garotos que juravam ter visto uma bola de fogo atravessando a rua na qual moravam, voando por sobre as casas. E outros como o dos jovens que dizem ter sido atacados por uma criatura presa dentro da casa de um deles em uma pequena vila na rua Barão de Saluce, próximo à rua Mercúrio. Experiências desse tipo não são facilmente ouvidas, e nunca se acha uma explicação por mais absurda que ela seja para os poucos relatos que se escuta.

    A prefeitura ainda estava em construção, muitas obras estavam sendo feitas por todo o território da cidade, as pessoas tocavam suas vidas sem saber do perigo que rondava todas elas, sorrateiro como uma serpente, pelas ruas.

    Em todos os cantos da cidade, em cada esquina, em cada bar é possível ver pessoas trocando idéias, vez por outra acontecem festas de ruas e paróquias, ainda que com uma freqüência cada vez menor, que reúnem um grande número de pessoas em diversas datas comemorativas; e durante todo o ano acontecia aos domingos, próximo à praça central de Mesquita a festa chamada de Passarela do Rock, uma espécie de festa que reunia roqueiros de todas as tribos e estilos, não só desse município como também de diversas partes do Estado para curtir, beber, paquerar, ouvir muito Rock and Roll, entre outras coisas. Essa festa juntamente com a praça; são, digamos, o ponto de partida para os acontecimentos sombrios que se abateram sobre a cidade com muito mais força.

    Nos dias úteis alguns locais próximos dessa mesma praça e seus arredores servem como ponto de ônibus de muitas empresas que ligam o município de Mesquita com o resto do Rio de Janeiro, como por exemplo, as linhas que ligam Mesquita à Pavuna, onde se pode fazer a integração com o metrô e em pouco tempo estar no Maracanã ou em Copacabana. A linha que liga Mesquita à Praça Mauá e ainda a linha que faz conexão com o centro da cidade, Praça quinze e praça onze. Há também muito próximo da praça, a estação ferroviária da Supervia cuja linha faz o trajeto ligando o município de Japeri até a estação Central do Brasil no centro da cidade e que juntamente com as outras duas estações dos bairros satélites ao centro, Presidente Juscelino e Édson Passos, formam as três estações que servem ao município.

    Antes da emancipação da cidade que pertencia ao município vivinho, chamado Nova Iguaçu, a praça do centro chamava-se Manuel Duarte, mas depois das reformas propostas e realizadas pela nova prefeitura como tantas outras coisas recebeu uma nova cara, mais atraente aos visitantes e muito mais aconchegante aos moradores locais; foram colocados vários brinquedos infantis distribuídos de forma que parte do espaço se parecesse com um playground, bancos e lixeiras para coleta seletiva também foram espalhada por toda a extensão do local e a banca de jornais central de Mesquita foi totalmente reformulada a fim de melhor atender os clientes; tabuleiros de xadrez e dama foram dispostos junto a quiosques para que os aposentados que sempre estão por ali possam aproveitar um pouco mais as manhãs e as tardes em gostosos jogos com os amigos. Somente o antigo chafariz não recebeu cara nova, porém foi devidamente restaurado respeitando seu antigo molde, mas ainda sim combinando com todo o resto das inovações; a praça passou a se chamar Secretária Elizabeth e tornou-se ainda mais um símbolo desse novo município.

    *

    As primeiras mortes aconteceram muito esporadicamente sem nenhuma ligação aparente, mas à medida que elas não paravam de ocorrer, começaram a chamar atenção. Principalmente porque foram acompanhadas por uma onda de desaparecimentos sem explicação, alguns que até hoje são um mistério, pessoas que simplesmente pareceram ser tragadas pela terra sem deixar vestígios. Em sua maioria mulheres.

    As autoridades policiais da cidade se viam diante de uma situação até certo ponto inédita e começaram a intensificar o patrulhamento a fim de consegui evitar futuros ataques e outros desaparecimentos; a sociedade como um todo nunca ficou sabendo por completo do que aconteceu, tampouco quem cometeu esses assassinatos e muito menos o que os causou. Por um curto período de tempo após realizar algumas prisões, os homicídios paravam e os desaparecimentos diminuíam, mas eram retomados semanas depois; pelo menos uma pessoa era atacada por semana, e sempre do mesmo jeito; elas eram encontradas com um semblante de horror em suas faces onde quer que fossem achadas; como se a última coisa que viram fosse algo tão terrível que foi capaz de lhes roubar a vida, mas nunca havia qualquer sinal de violência. Dentre as que foram encontradas duas foram demasiado estranhas para as pessoas que as viram no raiar do outro dia.

    A primeira, um senhor de sessenta anos encontrado na escadaria da igreja de Nossa Senhora das Graças, padroeira da cidade; ele estava estirado nos degraus e segurava uma chave em uma das mãos, seu rosto transmitia o característico horror tão marcante nos últimos corpos encontrados, o que tornava a cena ainda mais bizarra. Seu nome era José Firmino, coveiro do cemitério público de Mesquita fazia trinta e nove anos, e segundo uma investigação pessoal de dois policiais intrigados com o caso a pedido da família, ele não tinha inimigos que pudessem querer a sua morte, não fumava, não bebia, não jogava e era muito respeitado na Av. São Paulo, rua onde morava há trinta anos.

    A segunda fora ainda mais terrível que a anterior, um corpo encontrado no cemitério sem nenhum documento, vestindo unicamente uma calça jeans muito surrada e sem bolsos, um pé trazia um tênis e outro jazia descalço; com seu peito dilacerado como se tivesse sido atacado por algum animal de grande porte, como um grande cão ou algo ainda maior. A cena era medonha e havia vestígios de combate corporal por toda parte; fosse quem fosse aquele homem tinha tentado resistir com todas as suas forças, mas não conseguiu. Mais ou menos a dez metros do corpo estava sobre um dos túmulos uma arma, um revólver calibre 38 contendo em seu tambor duas balas. De prata.

    2

    Manhã de sábado e a viatura da polícia ainda estava vasculhando algumas ruas do município, tentando garantir um pouco de segurança aos moradores; era fim de turno e dentro dela dois dos policiais que achavam aqueles acontecimentos realmente estranhos, e incansáveis patrulhavam tentando dar um pouco mais de sensação de segurança aos moradores locais enquanto a polícia civil se ocupava de tentar achar o criminoso ou criminosos por trás dos ataques e buscava a solução desse enigma medonho.

    Ao volante da viatura estava o cabo PM Marco Antônio de Araújo, e ao seu lado o segundo Sargento PM Fernando de Alencar Peixoto, ambos moradores do próprio município de Mesquita e por isso estavam tão preocupados com a onda de crimes que vinha ganhando força nos últimos meses; se a população soubesse dos assassinatos e dos requintes de crueldade utilizados nesses atos, logo o pânico tomaria conta das pessoas instalando-se definitivamente na cidade, e isso seria muito ruim para as intenções das polícias civil e militar de capturar o culpado, portanto o quanto antes eles conseguissem levar o meliante á justiça, melhor.

    _ Chefe._ Chamou o cabo.

    _O quê?

    _ Com que tipo de maníaco estamos procurando desta vez? Quem mata pessoas dessa forma?

    _ Não sei cara, mas acho bom ele rezar pra não encontrar comigo.

    Ambos os policiais riram por uns segundos para descontrair e disfarçar a terrível tensão na qual estavam mergulhados já havia algumas semanas.

    Marco era relativamente novato, possuía apenas vinte e quatro anos, trabalhava no vigésimo batalhão de policia militar de Mesquita, na área burocrática (papeladas), mas como todos os homens já estavam envolvidos em alguma outra operação, sobrou para ele assessorar o seu superior hierárquico e amigo pessoal nessas rondas pela cidade. Já Fernando possuía muita experiência e habilidade, aos trinta e quatro anos de idade, participou de muitas ações de alto risco, fora muito bem treinado e sempre exibia com orgulho o fato de ser um dos melhores atiradores do grupamento, já havia sido condecorado por bravura uma vez, por uma ação no centro do Rio de Janeiro, quando desconfiou de dois homens que entraram no mesmo ônibus no qual estava. Fernando sentara-se no banco atrás do trocador e observara com qual mão os dois homens suspeitos retirariam do bolso o dinheiro da passagem; ambos fizeram com a mão direita e seguiram para frente, Fernando já tinha visto um deles, sabia que se tratava de um homem procurado, mas não sabia ao certo de onde conhecia a feição do outro; ele se levantou sacando de forma discreta a sua arma, não podia arriscar que aqueles homens anunciassem um assalto no ônibus e o identificassem como policial. Teve de agir.

    Passando pelo trocador pediu que este buscasse abrigo; os homens ao chegarem no meio do veículo sacaram suas pistolas, com a mão direita, e anunciaram o assalto. Tudo aconteceu muito rápido, um dos assaltantes percebeu Fernando de pé no corredor a poucos metros deles e virou-se; aí dois tiros foram disparados e as armas de ambos os criminosos caíram no assoalho do ônibus; o policial havia disparado duas vezes com precisão assombrosa ferindo ambos em seus braços, bem na junção com o ombro, inutilizando a mão boa de cada um dos bandidos que não conseguiram segurar as armas, frustrando assim o que se tornou uma tentativa de assalto. Houve grande repercussão desse fato nas mídias e junto à sociedade carioca, mas passado um tempo caiu no esquecimento popular, exatamente como tudo que ocorre no país. Ele nunca tinha admitido para outras pessoas, mas fora muita sorte.

    Para Fernando esse maníaco de Mesquita não duraria muito, mas queria prendê-lo o quanto antes.

    _ Siga para o cemitério Marco. _ disse o sargento num estalo.

    _Por quê?

    _Vamos dar uma passada lá antes de voltar para o batalhão; só para ver se está tudo em ordem. Estou pensando numa coisa.

    _Você está achando que o cara vai estar por lá_ o motorista disse brincando.

    _Quem sabe._ Provocou.

    _ Certo.

    Enquanto dirigia a viatura, Marco continuava pensando nos corpos e no modo como foram eliminados. Chegando ao cemitério municipal do centro, no lado leste da cidade, do outro lado da linha do trem, o cabo estacionou o carro bem em frente ao portão e eles saíram do veículo, sendo recebidos por outro funcionário do local que estava junto às capelas junto ao portão.

    _ Bom dia senhores. Vocês são os policiais que estão encarregados de investigar essas mortes horripilantes? _ perguntou o homem com uniforme azul e exibindo um pouco de desconfiança mesmo vendo as fardas dos policiais.

    Fernando se adiantou estendendo a mão:

    _ Não. A polícia civil está fazendo isso, nós estamos apenas patrulhando. Eu sou o sargento Alencar e este é o cabo Araújo; e o senhor é?

    _ Ambrósio _ completou o funcionário finalmente apertando a mão do sargento, e continuou __ Que bom que resolveram voltar.

    _ Por quê? _ perguntou Marco colocando os óculos escuros recém tirados do bolso.

    _ Porque eu achei algo que talvez os interesse.

    Ambrosio fez sinal para que os policiais o seguissem e se colocou a caminhar por entre as lápides, túmulos, sepulturas e os corredores formados por elas, em poucos minutos eles passaram pelo lugar onde o corpo com o peito dilacerado tinha sido encontrado, e do lado oposto ao de onde foi achada a arma das balas de prata, o coveiro parou e apontou para o chão junto a uma sepultura, lá estava uma pequena caderneta vermelha. Marco se abaixou com cuidado e recolheu o pequeno livro, ao abri-lo para examinar, viu, primeiro, a foto do homem achado a poucos metros dali.

    _ É a foto do último que nós encontramos. _ Ele olhou para o coveiro e depois para o sargento. Que perguntou:

    _ É só isso que tem aí?

    _ Não, tem também o nome do sujeito; Pe. Giovanne Poggimartro.

    Eles não precisavam analisar muito o documento para verificar que se tratava de um passaporte, porém um tanto diferente, e a julgar pela inscrição, Governo D’Itália em sua contra-capa; logo chegaram à constatação de que se tratava de um passaporte Italiano.

    _ Parece que o cara era um turista italiano._ anunciou Marco como se tivesse descoberto a pólvora.

    _ Isso fica entre nós por enquanto._ declarou o sargento_ Muito obrigado senhor Ambrósio, isso será de grande ajuda, mas por hora devemos visitar outros lugares e ver se achamos pistas que nos levem a esse matador.

    Fernando estava decidido a prosseguir tentando encontrar o responsável pelos ataques antes das autoridades.

    Ao virarem-se na direção da saída, ambos foram interrompidos pelo novo chamado do coveiro:

    _ Vocês não poderiam ficar só mais um minuto, ainda tenho algo a dizer.

    Eles se voltaram com a feição interrogadora querendo saber por que ele estava fazendo aquele jogo, mas ficaram espantados ao ver que o pobre homem agora estava tremendo muito como se fosse ter um ataque a qualquer segundo.

    _ Senhor Ambrósio, o senhor está bem? _ Fernando correu para prestar socorro ao trêmulo senhor._ Marco, vá chamar uma ambulância par...

    _ NÃO! _ Gritou Ambrósio, com a voz irrompendo pela garganta_ eu estou bem, por favor, apenas me escutem, é importante.

    Marco parou no meio do movimento de iniciar sua corrida e ouviu o que ele tinha a disser.

    _ Sobre o que você quer falar? _ Perguntou Fernando ajudando o coveiro a se sentar em um túmulo.

    Aos poucos ele foi se recuperando, tremendo menos e começou a falar:

    _ É sobre o .

    O sargento se perguntou quem seria esse Zé, e se recordou do outro funcionário do cemitério encontrado nas escadarias da principal igreja católica de Mesquita.

    Ambrósio recomeçou:

    _ Naquela noite estávamos aqui, o Zé e eu, tínhamos muito trabalho a fazer iríamos colocar um caixão dentro daquele mausoléu._ Ambrosio se deteve por um

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