Atividades De Monitoria

De Fernando Rezende Da Cunha Junior

Este livro descreve como ocorreu o desenvolvimento, implementação e continuidade do projeto de monitoria em sala de aula. O projeto foi desenvolvido na Escola Estadual Cônego José Eugênio de Faria, em Cachoeira de Minas, sul de Minas Gerais. Todo trabalho desenvolvido durante o projeto teve um caráter crítico-colaborativo, ou seja, todos os participantes tiveram a oportunidade de falar e agir, de forma que fossem realizadas as adaptações necessárias no decorrer do processo. Agindo de maneira crítico-colaborativa, os participantes deixam de ser meros participantes, tendo a possibilidade de se tornarem agentes colaborativos da atividade.

• Idioma: Português
• Editora: Clube de Autores
• Data de lançamento: 18 de set. de 2015

Pré-visualização do livro

Fernando Rezende da Cunha Júnior

Atividades de Monitoria:

Reorganizando a sala de aula colaborativamente

Cachoeira de Minas

Edição do autor

2015

Copyright ©2015 - Fernando R. Cunha Júnior

ISBN: 978-85-919876-1-0

Capa: foto do prédio onde funcionava a Escola Cônego durante a realização do projeto de Monitoria.

INTRODUÇÃO

Quando falamos sobre projetos de intervenção em contexto escolar, uma das primeiras questões que surgem é a questão da imposição do projeto pelas equipes gestoras e de políticas públicas aos professores. Essa imposição pode vir do Ministério da Educação, com os novos programas educacionais, das Secretarias Estaduais e Municipais de Educação, bem como da própria equipe gestora da escola.

Todavia, a imposição de um projeto de intervenção escolar aos professores, que consequentemente trabalharão com os alunos, pode causar restrições quanto à sua implementação, pois muitas vezes não considera os aspectos contextuais em que ele será desenvolvido, fazendo com que os projetos sejam abandonados. Dessa forma, faz-se necessária a busca por novas formas de intervenção escolar, visando diferentes formas de colaboração entre as partes envolvidas.

Como tentativa de minimizar os problemas durante a fase de implementação do projeto de pesquisa, temos como proposta incluir todos os níveis hierárquicos da escola no processo de desenvolvimento e implementação do projeto de intervenção. Neste contexto em específico, abordaremos como se realizou o desenvolvimento, implementação e continuidade de um projeto envolvendo o uso de atividades de monitoria na Escola Estadual Cônego José Eugênio de Faria, de ensino médio, no sul de Minas Gerais (Cunha Jr, 2006; 2009; Faria, 2010). A Escola Cônego, como é chamada na cidade, é a única escola de ensino médio do município e atende cerca de 400 alunos.

Ao considerarmos os diversos níveis hierárquicos da escola, temos como resultado um maior engajamento dos participantes, com a possibilidade de criação de espaços colaborativos, tanto entre alunos quanto entre os professores e equipe gestora. A colaboração efetiva entre os sujeitos da atividade possibilita que estes se tornem agentes colaborativos, conceito este que vem sendo desenvolvido em parceria com a pesquisadora Monica Ferreira Lemos¹, da Universidade de Helsinki, e que será discutido nos próximos capítulos. Entretanto, Lemos enfoca a agência colaborativa entre a equipe gestora, professores e comunidade.

De acordo com Paulo Freire (1967), a educação deve ser feita para o homem-sujeito, e não para os homens-objeto. Logo, todos envolvidos nas atividades de ensino-aprendizagem, desde o aluno até a equipe gestora, devem ser sujeitos nas atividades. Dessa forma, é importante que todos os sujeitos envolvidos tenham voz e vez no processo. Primeiramente, os professores constroem as regras iniciais em reuniões de formação. Em seguida, os alunos são apresentados ao projeto e têm o direito de colaborar com sugestões. Essas sugestões são levadas aos professores, que por sua vez reconstroem as regras. Esse processo se repete durante toda a realização do trabalho, de forma que professores e alunos reconstruam as regras e objetivos do projeto repetidas vezes.

Assim, para a realização do projeto de monitoria, realizamos reuniões de formação tanto com os professores quanto com os alunos. Em relação aos alunos, houve ainda a necessidade de se fazer reuniões com os grupos de alunos monitores e com os não monitores.

Quanto às atividades de monitoria com alunos, podemos citar dois