Letras e educação: encontros e inovações: Volume 5
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Letras e educação - Lígia Gomes do Valle
APRENDIZAGEM COLABORATIVA A PARTIR DE METODOLOGIAS ATIVAS
Elaine Hoffmann Tenfen
Mestra
http://lattes.cnpq.br/0540509126977935
hoffmann.elaine634@gmail.com
DOI 10.48021/978-65-252-6579-7-C1
RESUMO: O presente trabalho tem como tema a aprendizagem colaborativa a partir de metodologias ativas. Nesse sentido, temos por objetivo compreender o que é aprendizagem colaborativa e como as metodologias ativas podem contribuir para a formação de sujeitos críticos, ativos e protagonistas na construção do próprio conhecimento. Para tanto, realiza-se uma pesquisa bibliográfica na qual busca-se entender os conceitos de aprendizagem colaborativa e metodologias ativas, refletindo sobre a importância das mesmas na prática educativa, considerando que vivemos numa sociedade na qual o desafio deixa de ser o acesso aos conteúdos e passa ser a aplicação prática dos mesmos na resolução de problemas. As considerações apontam para a necessidade de rever as formas de ensinar e aprender, para formar sujeitos capazes de inserir-se de forma ativa nessa realidade.
Palavras-chave: Aprendizagem Colaborativa; Metodologias Ativas; Práticas Educativas; Ensino e Aprendizagem.
1. INTRODUÇÃO
O presente trabalho traz uma discussão sobre o que se entende por aprendizagem colaborativa e como promovê-la a partir do uso de metodologias ativas de aprendizagem. Apesar de não ser um tema novo, ganha destaque nos últimos anos a partir da seguinte problemática: Como promover um ensino eficaz e atraente aos estudantes numa realidade na qual, como o desenvolvimento dos recursos tecnológicos, os conteúdos estão disponíveis a qualquer hora e lugar?
O ponto central a discutir-se nesse sentido é que mais do que permitir o aprendizado de conteúdos, a educação precisa ocupar-se da formação de pessoas ativas na comunidade em que se inserem. Nesse sentido, a partir de uma pesquisa bibliográfica, este texto objetiva compreender o que é aprendizagem colaborativa e como as metodologias ativas podem contribuir para a formação de sujeitos críticos, ativos e protagonistas na construção do próprio conhecimento.
Como o espaço que temos é limitado, propomo-nos a compreender os temas aqui apresentados e instigar o nosso leitor a continuar uma investigação que lhe permita aplicar as metodologias ativas na sua prática educativa.
A seguir tratamos sobre o que se entende por aprendizagem colaborativa, metodologias ativas e discutimos forma de aplicar essas metodologias na prática.
2. APRENDIZAGEM COLABORATIVA E METODOLOGIAS ATIVAS: O QUE É E COMO SE FAZ
A sociedade na qual estamos inseridos é cada vez mais tecnológica e o acesso à informação vai deixando ser de ser um problema ao passo que precisamos preparar sujeitos capazes de aplicar esses conhecimentos na prática, de forma crítica, autônoma e eficaz na solução de problemas reais.
O processo de ensino e aprendizagem deixa de ser de um (professor) para muitos (alunos) e passa a ocorrer a partir uma rede complexa, de muitos para muitos. A todo momento estamos todos nós não apenas consumindo conteúdos, mas também produzindo, compartilhando e discutindo.
Com base nessa realidade, a seguir trazemos uma reflexão sobre o que é aprendizagem colaborativa, o que são metodologias ativas e como elas acontecem na prática educativa.
2.1. Aprendizagem colaborativa
Ao falarmos sobre aprendizagem colaborativa, em primeiro lugar, é necessário deixar claro que ela não tem o mesmo significado de aprendizagem cooperativa. Esta última refere-se a um trabalho em equipe no qual cada membro tem uma função definida, diferente daquelas exercidas pelos demais.
A aprendizagem colaborativa acontece de forma bem mais complexa envolvendo estudantes e professores numa grande rede, onde todos exercem diversos papéis simultaneamente ou não. Todos devem refletir, interagir, propor, partilhar, etc.
Conforme Cataluna (2016, p. 15-16),
a aprendizagem colaborativa centra-se no aluno, que deverá ter uma atitude proativa relativamente ao conhecimento, surgindo o professor como um mero facilitador/orientador. Mas as diferenças não terminam aqui, pois, enquanto na aprendizagem tradicional se privilegia de forma individualizada, na aprendizagem colaborativa privilegia-se o aprender fazendo e o trabalho realizado coletivamente, alterando a dinâmica da sala de aula.
Dessa forma, o aprendiz é um participante ativo no processo de aprendizagem, envolvido na construção do próprio conhecimento a partir da interação com colegas e especialistas.
Figura 1 – Aprendizagem Colaborativa
Fonte:
Como podemos observar na imagem anterior, a aprendizagem colaborativa ocorre numa rede complexa, na qual todos exercem os mesmos e diversificados papeis, não há uma função específica para cada membro de uma equipe. Todos interagem, precisam refletir e discutir os temas de estudo. Esse é um cenário comum à EAD (Educação à Distância), no qual, a mediação tecnológica permite que grupos com interesses comuns se conectem a essas redes de aprendizagem colaborativa. No entanto, nada impede que esse processo ocorra de forma presencial.
A BNCC (Base Nacional Comum Curricular), traz uma proposta de educação integral, entendendo-a como aquela que permite ao sujeito desenvolver-se integralmente, ou seja, não ser apenas conhecedor de conteúdos, mas alguém capaz, com competências socioemocionais para conviver em comunidade e habilidades para construir e reconstruir o próprio aprendizado de forma autônoma, contínua e colaborativa, sendo capaz de utilizar recursos digitais para mediação desse processo.
É necessário ao sujeito
reconhecer-se em seu contexto histórico e cultural, comunicar-se, ser criativo, analítico-crítico, participativo, aberto ao novo, colaborativo, resiliente, produtivo e responsável requer muito mais do que o acúmulo de informações. Requer o desenvolvimento de competências para aprender a aprender, saber lidar com a informação cada vez mais disponível, atuar com discernimento e responsabilidade nos contextos das culturas digitais, aplicar conhecimentos para resolver problemas, ter autonomia para tomar decisões, ser proativo para identificar os dados de uma situação e buscar soluções, conviver e aprender com as diferenças e as diversidades (BRASIL, 2018, p. 15).