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Ai dos vermes
Ai dos vermes
Ai dos vermes
E-book74 páginas1 hora

Ai dos vermes

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Sobre este e-book

Rompi com Deus, com o mundo, com a
época, com a espécie… Mas gosto de balançar
sobre os abismos do futuro, e talvez haja
reconciliações…

A felicidade está no imediato, a felicidade
é o imediato! Mas o imediato se prolonga, se expande,
tem formas sucessivas. Mas, em qualquer
situação futura, é preciso demarcar com rigor o
que é imediato, e só nele apostar, só o imediato
exaltar, só ele gozar. Jamais renunciar ao imediato,
jamais sacrificá-lo! Rir de quem filosofa contra
o "imediatismo"!

A espécie humana é tudo, menos um Absoluto!
Ela é absolutamente contestável, refutável,
aniquilável.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento3 de mar. de 2022
ISBN9786589695820
Ai dos vermes

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    Ai dos vermes - Gabriel de Brito Velho

    Ai dos vermesAi dos vermes

    © Gabriel de Brito Velho 2021

    Produção editorial: Vanessa Pedroso

    Revisão: Helen Bampi

    Imagem de capa: Kin Viana

    Editoração: Nathalia B. Cecconello

    Conversão para ebook: Cumbuca Studio

    CIP-Brasil. Catalogação na Publicação

    Sindicato Nacional dos Editores de Livros, RJ

    V545a

    Velho, Gabriel de Brito

    Ai dos vermes [recurso eletrônico] / Gabriel de Brito Velho. - 1. ed. - Porto

    Alegre [RS] : Buqui, 2022.

    recurso digital

    Formato: epub

    Requisitos do sistema: adobe digital editions

    Modo de acesso: world wide web

    ISBN 978-85-8338-586-8 (recurso eletrônico)

    1. Filosofia moderna. 2. Filosofia brasileira. 3. Livros eletrônicos. I. Título.

    22-76121 | CDD: 199.81 | CDU: 1(81)

    Gabriela Faray Ferreira Lopes - Bibliotecária - CRB-7/6643

    17/02/2022 22/02/2022

    Todos os direitos desta edição reservados à

    Buqui Comércio de Livros Eireli.

    Rua Dr Timóteo, 475 sala 102

    Porto Alegre | RS | Brasil

    Fone: +55 51 3508.3991

    www.editorabuqui.com.br

    www.facebook.com/buquistore

    www.instagram.com/editorabuqui

    Ai dos vermes

    Dedico a minha amiga infinita

    Marisa Cherubini

    Ele tinha uma visão redentora, absolutória, dos piores criminosos. Segundo ele, é sempre uma série infeliz de acidentes biográficos que está por trás dos criminosos. Eu sou um pensador, dizia ele. Eu sei como são as coisas e para onde vão as coisas! Há no criminoso um potencial de criação, de generosidade e de beleza que não existe no homem comum. O criminoso é um herói incompreendido, injustiçado! (Eu estou usando palavras dele!) Ele insistia em utilizar uma situação hipotética em que ele acreditava ter uma força reveladora decisiva! Ele pretendia escrever um tratado filosófico-jurídico explorando o potencial fulgurante dessa situação, que era paradigmática. Acho que Aristóteles e Kant ficariam fascinados pelo estro desse pensador (que era procurador do Estado e foi meu aluno particular). Eu fico trêmulo, hesitante, ao descrever essa intuição prodigiosa, que poderia originar, finalmente, um país sem grades…! No país mais inteligente do mundo, teríamos enfim esse ideal realizado! A situação hipotética acontece em um lugar remoto, em uma ilha deserta. Uma anciã, de uns 90 anos, corcunda, trêmula, soltando gemidos que chegam a parecer uivos, se depara com um riacho turbulento, tormentoso, que Dante poria no pior círculo do Inferno! Ela tem que atravessá-lo! Não pode não atravessá-lo! Meu aluno filosófico (vou declinar seu nome: Manoel) me olha com um sorriso triunfal e pergunta: Quem se disporia a ajudar essa criatura tragicamente miserável, tragicamente fraca e perdida? Juro que nem um único burguês no planeta Terra mexeria um dedinho para socorrê-la! Juro que nenhum campeão de natação faria algum movimento para auxiliá-la! E juro também que um criminoso, quanto mais celerado for ele! repito: quanto mais celerado for ele! tanto mais impetuosamente se lançará na tarefa de salvar a velhinha do afogamento, levando-a até a outra margem do horrendo riacho! E isso, ele fará arriscando sua vida. Mas vou ainda mais, muito mais longe, pois adoro o que é extremo, e comparo o grande criminoso aos heróis de Plutarco e declaro que, mesmo sem saber nadar, ele se jogará em um ato heroico, acreditando que seu heroísmo fará milagres e que ele sairá Vencedor! Professor Gabriel, vejo, pelo seu semblante, que a Verdade se apoderou do senhor, o senhor foi raptado pela Verdade! Esse rapto muda a sua vida. O senhor tornou-se um discípulo da Verdade! O senhor também se tornará um apóstolo dum novo Brasil! E assim o país mais inteligente do mundo, o país que mais deveria colecionar prêmios Nobel, se tornará também um país sem grades! Os criminosos serão finalmente entendidos e justificados! E isso será o ápice de uma tendência óbvia do país, uma vocação nacional para o crime, que só cegos não enxergam! Deputados, senadores, governadores, prefeitos, altos funcionários darão uma festa colossal e gritarão, em uníssono, enfim fomos entendidos, nosso exemplo vingou, prosperou".

    Robespierre, ressuscita! E toma conta do país imundo! E solta tua fúria! Muitíssimo mais de cem mil cabeças esperam a tua lâmina. Apaguemos a elite dos criminosos. Ela assalta continuamente a riqueza do país! Ela rouba todos os dias bilhões, bilhões! Até quando permitiremos que essas aves de rapina dominem o país e saqueiem os bens do povo, da pátria? O país está mergulhado em um suicídio infinitamente burro!!! E vomitemos nos Indulgentes! Eles são traidores e asquerosos. Eles são um lixo esnobe e oportunista.

    Minha força é a minha fúria. Bendita fúria! Delirante? Mesmo assim bendita…

    Nossas leis penais têm sangue de barata. Os legisladores são uma cruza de carneiro com barata. Essa cruza gera vermes.

    Vocação nacional para a corrupção, para a fraude, para a moleza e a safadeza. A massa bestial se deleita!

    Adoro viver murado!

    Eu queria ser Rousseau… Morei um ano na cidade dele, Genebra. Mas foi um ano infeliz.

    Minhas afinidades patológicas com Rousseau… Elas são incuráveis. Felizmente…

    Não é normal? Não é normal?! Mas que bom, que bom! Maioria burra, média nojenta, não sou dos teus!

    Ele não vai se escapar do meu ódio! Meu ódio tem braços imensos…

    "Nada consegue retirar,

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