Poesia Em Rede
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Poesia Em Rede - Joina Alves Bomfim
JOINA BOMFIM
Poesia
em Rede
Poesia em rede
Joina Alves Bomfim
São Luís - MA
2017
Capa e Diagramação: Editora Motres
Imagem: © Rixipix
Revisão final do autor
e-ISBN 978-85-9563-055-0
Copyright 2014-2017 © Joina Bomfim
Todos os direitos reservados.
A minha mãe, Raimunda, (in memorian) cujo olhar apurado para as questões da vida, desenvolveu em mim a sensibilidade e o gosto pela arte, sobretudo, ensinou-me a dar significado tanto às grandes quanto às pequenas coisas, tudo a seu tempo. Ela me ensinou a poesia concreta da vida;
Ao meu pai, Antonio Messias (in memorian), que me contava histórias de príncipes e princesas e tornou doce e amena a minha infância. Ele despertou em mim o gosto pelas letras.
Agradecimentos
A Deus, que me concedeu o dom da vida e com ele toda a fonte de inspiração. Ele me guarda;
A amiga e competente colega de profissão, Ana Cleia, pelas palavras brilhantes com que me apresenta ao mundo da poesia;
A Gleice Melo, competente bibliotecária, que ensinou os trâmites da publicação;
Aos amigos, que me incentivaram a publicar estes singelos poemas.
Prefácio
Poesia em Rede, como os olhos de ressaca de Capitu, nos tragou desde seu nascimento. Conectada, fui me deixando balançar na rede de poemas que eram lançados um a um tal qual uma isca. Mandacaru é talvez o poema-chave dessa rede, aquele que sintetiza o florescer poético da poeta Joina Bomfim. Teimando em nascer, como poeta, Joina nos revela: Eu não queria ser poeta. Não escolhi este destino, mas fez-me Deus, com esta alma.
Desse modo, Joina constrói (ou cria??) uma poesia que suscita a flor do mandacaru, na sua graciosidade, em consonância com os espinhos do cotidiano, em que solidão e desesperança se confundem.
Poesia em rede é feita de abandonos pessoais. São recortes do passado e impressões do presente, com destaque para a temática amorosa que horizontaliza toda a rede, encontrando nessa travessia o especular metalinguístico do fazer poético. Em seu exílio pessoal e literário, Joina provoca um encontro consigo mesma, como afirma em Exílio Voluntário: São Luís foi meu exílio voluntário, bem certo. Mas aqui me encontrei e tomei conta de mim.
Todavia, a esperança no porvir esbarra sempre na dureza do cotidiano. A felicidade andou por um triz...
mas não veio Só a estiagem permanece, é tempo seco, e nem uma lágrima escorre nesse chão de terra batida, socada, pisada.
(Tempo de Estio). Nessa tecitura, novos fios poéticos vão se entrelaçando, acomodam-se ou procuram outros caminhos. Assim, o amor faz a mala, bate a porta e vira poesia. (Fiz a Mala).
A poesia de Joina é como aquele mandacaru, a estiagem nunca o detém. "O mandacaru não enverga, inda oferece água para a sede matar, inda serve de pasto, inda pode alimentar" (Mandacaru). É a poesia nutrindo-se da emoção do dia-a-dia, dos vieses das relações humanas. É poesia entregando-se doce e áspera ao nosso deleite.
Paralelo a tudo, o olhar de Joina divide-se em momentos de solidão e nostalgia. O que passou e o que virá, sempre encontram eco em seus versos. "Ao coração alivia, uma