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Jongo - Do Cativeiro Aos Dias Atuais
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Jongo - Do Cativeiro Aos Dias Atuais
E-book194 páginas50 minutos

Jongo - Do Cativeiro Aos Dias Atuais

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Sobre este e-book

O jongo é uma manifestação cultural que integra canto, dança circular e percussão de tambores, confeccionados a partir de tronco de madeira e couro de animal. Sua origem vem das antigas senzalas das fazendas produtoras de cana-de-açúcar e posteriormente de café do Sudeste brasileiro. Nesta época, o jongo era uma expressão poética e, ao mesmo tempo, uma forma de comunicação baseada em “pontos” enigmáticos criados por negros bantu-angoleses que, assim, alimentavam uma complexa rede de resistência, bem como um espaço para exercitarem a sua sociabilidade em meio à situação de cativeiro.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento5 de jul. de 2017
Jongo - Do Cativeiro Aos Dias Atuais

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    Jongo - Do Cativeiro Aos Dias Atuais - José Geraldo Oliveira Mion

    Jongo – do cativeiro

    aos dias atuais

    Saga da escravidão em Itapemirim

    José Geraldo Mion Oliveira

    Releitura

    Itapemirim

    2017

    Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

    Elaborado pela Biblioteca Pública Municipal

    Thomé de Souza Machado

    O482j Mion Oliveira, José Geraldo.

    JONGO – DO CATIVEIRO AOS DIAS ATUAIS:

    saga de escravidão em Itapemirim [Releitura] / José

    Geraldo Mion Oliveira. -2. Ed. - Itapemirim, 2017.

    104 p.il. color.

    1. Itapemirim. 2. Jongo. 3. História. 4. Cultura

    Africana. 5. Escravidão.

    BPMTSM / PMI CDU – 394.3

    [ 2 ]

    [ 3 ]

    "Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas

    usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os

    nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos

    lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-

    la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós

    mesmos".

    (Fernando Pessoa)

    [ 4 ]

    SUMÁRIO

    Negreiros eram os navios ............................................................... 7

    Cantos de escravidão ..................................................................... 9

    Sonho de liberdade ...................................................................... 13

    Barão de Itapemirim: vilão ou herói? ............................................. 15

    Escravizados nas terras de Itapemirim .......................................... 21

    Zumbi dos Palmares ..................................................................... 23

    Enfim, a liberdade?! ..................................................................... 25

    Afinal, o que é jongo? .................................................................. 27

    Jongo - patrimônio imaterial brasileiro ........................................... 29

    Jongo - celebração da vida! .......................................................... 31

    Jongo e sua dinâmica ................................................................... 33

    Jongo: é preciso continuar ............................................................ 35

    Jongo: vestimentas, adereços e costumes ..................................... 37

    Jongo e sua relação com as lendas, crendices e superstições.......... 43

    Jongo e a diáspora negra ............................................................. 47

    Jongo e a Lei 10.639/03 ............................................................... 51

    Jongo e a comunidade quilombola ................................................ 53

    [ 5 ]

    Jongo de Itapemirim: onde tudo começou ..................................... 57

    Jongo de Itapemirim e a ratificação de Rubem Braga ..................... 59

    Jongo local: homenagem ao Mestre Bento ..................................... 63

    Jongo mirim de Itapemirim ........................................................... 65

    Jongo e sua contextualização ....................................................... 67

    Dez anos de jongo mitim no bicentenário ...................................... 71

    Mestra Quequê - baluarte do jongo mirim ..................................... 73

    Vó Geralda - a veterana! .............................................................. 79

    Parabéns, jongueiros de Itapemirim .............................................. 81

    [ 6 ]

    Negreiros eram os navios...

    Lá pelos idos de 1560, do outro lado do oceano

    Atlântico, mais precisamente na África do Sul, milhares de

    negros foram raptados para serem escravizados numa

    terra recentemente ‘descoberta’ pelos europeus.

    Capturados, foram espalhados por todas as regiões do

    'Novo Mundo' e deixando rastros de sua tradição e de

    seus costumes por todas as partes do Brasil, em especial,

    na Região Sudeste.

    Bantos ou nagôs, não se sabe ao certo, sua origem.

    Incontestável é a riqueza cultural que esses africanos nos

    deixaram como legado. O patrimônio histórico-cultural

    brasileiro é, sem dúvidas, em fração considerável, mais

    rico, graças à participação desses que, mesmo sob os

    açoites dos coronéis durante os quase três séculos de

    escravidão, deram suas vidas para a construção do Brasil.

    Atabaque, agogô, berimbau, afoxé. Samba,

    maracatu, lambada e maxixe. Não, nada disso! Jongo e

    tambor – O início de tudo!

    Torturados desde o sequestro em sua terra natal

    até o desembarque no novo continente, foram submetidos

    a condições subumanas dentro dos porões dos navios

    negreiros, sendo tratados como se fossem animais

    selvagens.

    [ 7 ]

    Jongo – do cativeiro aos dias atuais, por José Geraldo Mion Oliveira

    Ao aqui chegarem, eram obrigados a trabalhar à

    base de chibatadas e dos grilhões. Não tinham tempo

    para fazer nada além daquilo que os senhores lhes

    ordenavam.

    Não podiam, nem mesmo, praticar suas crenças ou

    quaisquer outras atividades sem ser o trabalho servil e,

    além do tratamento animalesco, também eram obrigados

    a adorar os santos de seus senhores, ou seja, os santos

    católicos, sendo assim, suas próprias crenças, culturas e

    tradições foram deixadas de lado.

    http://www.vectors4all.net/preview/dogger-clip-art.jpg

    [ 8 ]

    Jongo – do cativeiro aos dias atuais, por José Geraldo Mion Oliveira

    Cantos de escravidão

    Século XVI...

    Eles chegavam cantando, mesmos amontoados nos

    porões dos navios negreiros! Não, ainda não era o jongo!

    Era o início da escravidão negra africana no Novo

    Mundo...

    http://dancasfolcloricas.blogspot.com.br/2011/07/jongo.html

    [ 9 ]

    Jongo – do cativeiro aos dias atuais, por José Geraldo Mion Oliveira Como se mercadorias fossem, eram transportados

    em condições desumanas. Os que morriam antes do

    desembarque, no Brasil, eram lançados ao mar. Os

    capitães os encorajava à dança e à música, para reduzir o

    risco de depressão e morte durante a viagem!

    Desde então, foram despojados de seus pertences,

    aliás, a vida já

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