Estudos De Psicologia E Filosofia
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Estudos De Psicologia E Filosofia - Silvério Da Costa Oliveira
Silvério da Costa Oliveira
ESTUDOS
DE
PSICOLOGIA
E
FILOSOFIA
Rio de Janeiro
2013
CATALOGAÇÃO NA FONTE
UERJ /Rede Sirius / Biblioteca CEH/A
O 48
Oliveira, Silvério da Costa.
Estudos de psicologia e filosofia / Silvério da Costa Oliveira. 5. ed. – Rio de Janeiro: [s.n.], 2013.
196 p.
Bibliografia.
ISBN 978-85-907540-3-9
Disponível on-line:
1. Psicologia e Filosofia. I. Título.
CDU 159.9
International Standard Book Number – ISBN
ISBN 978-85-907540-3-9
Direitos autorais
OLIVEIRA, Silvério da Costa. Estudos de psicologia e filosofia. 5. ed. rev. Rio de Janeiro: [s.n.], 2013. 196 p.
Disponível em:
Quinta edição: 2013
Formato: 14,8 x 21,0 cm
Total de páginas: 182 (corpo) + 14 (iniciais) = 196
Total de 8 capítulos
Impressões: 1995; 1996; 1997; 2007; 2013.
Copyright © by Silvério da Costa Oliveira.
Todos os direitos reservados.
Este livro é protegido por Registro nos Direitos Autorais em nome no autor. É permitida a leitura, cópia e citações, desde que citada a autoria, título e fonte.
Estudos de Psicologia e Filosofia © dezembro/1995
Estudo psicológico de O Saci de M. Lobato: Uma abordagem junguiana © junho/1988
Livros de Silvério da Costa Oliveira
(Nas versões impressa ou eletrônica pelo site www.doutorsilverio.com que encaminhará para a página de compra da editora)
1- Catálogo bibliográfico sobre sexo
2- Catálogo bibliográfico sobre drogas
3- Catálogo bibliográfico sobre o sucesso
4- Catálogo bibliográfico sobre criatividade
1- Sexo, sexualidade e sociedade
2- Conversando sobre as drogas
3- Reflexões filosóficas: Uma pequena introdução à filosofia
4- Estudos de psicologia e filosofia
5- Pensamentos ardentes
6- Kant e Piaget: Inter-relação entre duas teorias do conhecimento
7- Vencer é ser feliz: A estrada do sucesso e da felicidade
8- Falando sobre sexo
9- Falando sobre drogas
10- Primavera da prosperidade
11- Criatividade, inovação e controle nas organizações de trabalho
12- Sexualidade em foco: Correspondência com os leitores 1
13- A cama compartilhada (Swing): Correspondência com os leitores 2
14- Prisioneiro do próprio corpo (Transexualismo): Correspondência com os leitores 3
15- Psicologia e outros temas: Correspondência com os leitores 4
16- Prazer e dor nas drogas: Correspondência com os leitores 5
17- Em busca do saber: Correspondência com os leitores 6
18- A arte de viver escrevendo
19- Reflexões de um lobo solitário
20- O poder de convencer e motivar
21- Profetas do sucesso
22- Uma boa idéia!: Uma grande viagem!
23- O grande segredo: A história não contada do Brasil
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http://www.doutorsilverio.com
E-mail adress: doutorsilveriooliveira@gmail.com
SUMÁRIO
Página
Prefácio . IX
Prefácio do autor . XIII
Capítulo 1
A comunicação não verbal (linguagem corporal) e o equilíbrio em psicologia . 1
Capítulo 2
Comentário ao belo, tomando por base a CRÍTICA DA FACULDADE DE JULGAR (1790/93) de I. Kant. A diferenciação e a unidade no juízo sobre o belo . 21
Capítulo 3
Comentário a Heidegger: Curiosidade . 35
Capítulo 4
Crítica da vontade de verdade . 49
Capítulo 5
Estudo psicológico de O SACI
de M. Lobato Uma abordagem junguiana . 59
Capítulo 6
Palestra sobre Estudo Psicológico de ‘O Saci’ de Monteiro Lobato . 125
Capítulo 7
Pequenos textos . 161
Capítulo 8
Frases e reflexões . 175
PREFÁCIO
Neste livro, Silvério da Costa Oliveira, jovem professor e doutor em Psicologia, oferece uma coletânea de textos de natureza heterogênea escritos em épocas e oportunidades distintas sobre temas de Filosofia e Psicologia. Todos eles são originais, tanto no significado e importância atribuídos aos assuntos quanto no método empregado para estudá-los. Cada texto constitui um capítulo do livro, cuja leitura poderá atender a interesses diversos, desde a necessidade de obter informações atualizadas acerca dos assuntos nele tratados até a busca de incentivo para reflexões pessoais.
O autor, além de aplicar-se ao estudo sistemático de problemas teóricos e práticos dos campos já referidos, dedica-se à clínica psicológica, atendendo sobretudo a pessoas que têm sua vida pessoal e experiência familiar prejudicadas e colocadas em risco, devido a dificuldades que experimentam em decorrência do uso de drogas e de insatisfações no exercício da sexualidade. Nessa atividade, um ponto a destacar na prática do psicólogo clínico Silvério da Costa Oliveira é o uso do toque físico, que descreve de maneira objetiva, enfatizando a necessidade de empregálo de maneira ética e profissional.
A variação no estilo dos escritos, sentida pelo leitor, deixa-se explicar pela diversidade de situações nas quais o autor procurou expor seus argumentos e informações acerca de sua experiência profissional. De modo geral, a linguagem é direta, objetiva e espontânea, sem circunlóquios, embora nem sempre apresente argumentos exaustivos, ou seja, um aprofundamento na análise das questões que, devido a tais ou quais razões, veio a abordar ao longo de suas atividades dedicadas à reflexão e à busca de sentido em seu trabalho intelectual. Esta última característica, que o leva a deixar inconcluso o escrutínio de questões às quais veio a se dedicar, pode ser entendida ou ao menos tomada como incentivo dado ao leitor no sentido de que ele procure conquistar o tema para si e dê continuidade aos argumentos dos quais haja tomado consciência.
Dos capítulos desta coletânea de textos, são de particular importância os dedicados a Immanuel Kant, Martin Heidegger e Friedrich Nietzsche, pois os temas analisados por esses filósofos referem experiências significativas, na cultura e na existência humana. Sob esta perspectiva podemos destacar a curiosidade, que Heidegger elevou à condição de tema de reflexão filosófica. No rastreamento analítico desse tema encontra-se, de um lado, a motivação e a experiência sensorial daquele que percebe e, de outro, o objeto por ele colimado. E, se o objeto for um semelhante, instala-se um complexo jogo de atribuição de significados, não raro expressos através de declarações semanticamente empobrecidas devido à ausência ou fragilidade dos fundamentos lógicos de seus enunciados ou em razão de sua pobreza ideativa. Pobreza de idéias e de linguagem resultante do emprego de lugares comuns e da reprodução, desacompanhada de pensamento crítico, de expressões, frases e argumentos de circulação social desimpedida.
De resto, cabe ressaltar a originalidade do método utilizado pelo doutor Silvério da Costa Oliveira na interpretação psicológica das narrativas de Monteiro Lobato, particularmente das que compõem o Sítio do pica-pau amarelo. Na visão do autor desta coletânea, os mitos inseridos no livro desse notável escritor brasileiro, podem ser analisados mediante conceitos e técnicas de interpretação da Psicologia Profunda de Carl Gustav Jung. No fundo, temos aqui uma sugestão para o estudo de processos psicológicos coletivos. Há outros incentivos ao estudo e ao pensamento nos demais capítulos desta rica coletânea de textos.
Helmuth Krüger
Doutor em Psicologia
Diretor da Faculdade de Psicologia da Universidade Católica de Petrópolis
Prof. Dr. Helmuth Ricardo Krüger possui graduação em Filosofia pela Universidade do Estado da Guanabara (1964), graduação em Psicologia pela Universidade do Estado da Guanabara (1970), Mestrado em Psicologia Aplicada pela Fundação Getúlio Vargas - RJ (1975) e Doutorado em Psicologia pelo Fundação Getúlio Vargas - RJ (1984). Atualmente é professor titular da Universidade Católica de Petrópolis e Diretor da Faculdade de Psicologia da Universidade Católica de Petrópolis. Tem experiência na área de Psicologia, com ênfase em Psicologia Cognitiva. Atuando principalmente nos seguintes temas: Filosofia da Psicologia, Metateoria, Metodologia.
PREFÁCIO DO AUTOR
Este livro se apresenta como uma pequena coletânea dos meus trabalhos no período de 1993 à 1995. Como o título indica, os temas aqui tratados versam sobre psicologia e filosofia.
Entendo ser importante a discussão de determinados temas em filosofia e psicologia, visando ampliar o espaço de compreensão de pontos fundamentais, tanto no pensamento como também no convívio humano, tal é o caso do comportamento não verbal em discordância com o verbal, quando o indivíduo se apresenta em um estado de desequilíbrio emocional, ou mesmo, a importância da temática vinculada a verdade e a curiosidade no contexto humano.
Gostaria de agradecer aos meus hoje já falecidos avós maternos (Silvério Rodrigues do Fundo e Elza da Costa Silvério) e aos meus pais (Eduardo de Oliveira Peixeiro e Elza da Costa Oliveira). Gostaria também de agradecer a Márcia Cristina Gomes de Pinho, ao seu apoio e compreensão.
Também cabe meus agradecimentos a Marcos Inácio Nunes Montes pelas figuras que ilustram o capítulo 5, Estudo psicológico de
O Saci de M. Lobato: Uma abordagem junguiana
.
Silvério da Costa Oliveira
CAPÍTULO 1
A COMUNICAÇÃO NÃO VERBAL
(LINGUAGEM CORPORAL)
E O EQUILÍBRIO EM
PSICOLOGIA(1)
1. Apresentação do tema e do orador
1.1 Mencionar minha formação profissional
1.2 O porquê da escolha do tema e sua relação com o cotidiano do profissional de massagem.
2. O equilíbrio a partir de Jung
2.1 Consciente e inconsciente
2.2 Tipos psicológicos
2.3 A sombra (Cristo, Anti-Cristo, O saci)
2.4 O patológico a partir de um estado de desequilíbrio
2.5 O desequilíbrio a partir da repressão sexual e corporal e suas seqüelas para o massagista.
3. A linguagem corporal/O corpo fala
3.1 Tanto o equilíbrio quanto o desequilíbrio são naturalmente expressos pelo corpo.
3.2 Mesmo que a pessoa minta ou não conheça sua própria verdade, seu corpo, postura, tom da voz, pontuação empregada no discurso, gestos, vestuário, etc., que no somatório chamaremos de linguagem corporal, sabe a verdade e o afirma constantemente para qualquer bom observador.
3.3 Uma pessoa em estado de desequilíbrio o demonstrará a partir de seu corpo, estendendo-se a seguir ao seu ambiente familiar, local de trabalho, relações com amigos ou conhecidos e enfim, com todo o círculo de relações que o envolve.
3.4 A nossa sociedade e cultura tende a proporcionar o desequilíbrio e não o equilíbrio.
3.5 Esta mesma sociedade e cultura tende a fazer com que ignoremos os sinais corporais, na medida em que olhamos e não vemos, respiramos e não sentimos odores, evitamos o toque corporal e quando o fazemos procuramos tocar sem sentir pelo tato o que e como tocamos.
3.6 A importância do bom entendimento da linguagem corporal e de um estado de equilíbrio para a saúde do indivíduo e do grupo social.
3.7 O contracenso, por vezes entre linguagem verbal e corporal. A técnica de teatro (amor e ódio) do sub-texto
.
3.8 A inoperância das relações humanas a partir da má comunicação.
3.9 O que se pode passar para o cliente a partir da postura pessoal e profissional e da aparência externa quando condizente com o interno que se sobrepõe ao que queremos externalizar.
3.10 A persona em Jung
4. Conclusão
4.1 A importância da linguagem não verbal.
4.2 A importância do equilíbrio físico e mental.
4.3 A importância de primeiro nos encontrarmos para depois podermos encontrar os outros, seja ao nível pessoal ou profissional.
4.4 A honestidade e a verdade tem de começar do indivíduo para consigo próprio, se este não tem consciência de si, também não pode ter consciência da imagem que passa constantemente para os que com ele partilham o ambiente.
4.5 A terapia da última fase de Reich.
4.6 O processo de individuação em Jung.
O tema desta minha comunicação pode ser colocado como a comunicação não verbal e o equilíbrio em Psicologia
. Aparentemente temos dois temas vinculados pela partícula e
, no entanto, procurarei demonstrar que a comunicação não verbal e o equilíbrio estão intimamente ligados, não tendo sentido uma destas noções isolada da outra.
Na verdade, o que temos a maior parte do tempo, tanto no indivíduo como também nas sociedades e culturas é o estado de desequilíbrio, daí termos por vezes uma comunicação não verbal destoante e mesmo contraditória com a comunicação expressa verbalmente.
Bem, esclarecido o tema desta comunicação, devo me apresentar e conjuntamente explicar meu interesse por tal tema. Como a maioria aqui já o deve saber, eu sou licenciado em Psicologia, bacharel e psicólogo pela UGF, possuo também a licenciatura e o bacharelado em Filosofia pela PUC/RJ, sou mestre em Psicologia pela UFRJ e cursei um ano do doutorado em Filosofia pela UFRJ tendo trancado a matrícula em março deste ano.
Meu interesse pelos respectivos temas decorre de meu interesse maior pela clínica psicológica, onde também se encaixam meu interesse por Jung e também por Reich, ambos psicólogos da primeira metade deste século e discípulos dissidentes de Freud.
Uma preocupação que tive na escolha do presente tema foi que o mesmo se adaptasse à realidade vivenciada pelo profissional de massagem, no seu cotidiano tanto profissional como também pessoal.
O profissional de massagem, mais que outros profissionais, tem um contacto direto com o cliente/paciente, de forma a não somente um contacto por proximidade, mas também um contacto corporal dado pelo toque das mãos do massagista sobre o corpo do cliente.
Em tais circunstâncias penso que o interesse pelo corpo deve ser mais intenso nesta profissão do que em outras onde a intensidade desta proximidade corporal possa ser menor.
Quando aqui me refiro à linguagem corporal, o faço pensando tanto na figura do profissional massagista como também no cliente deste, pois a partir de um estado de equilíbrio ou desequilíbrio psíquico e físico tais pessoas irão de uma forma ou de outra passarem seus sentimentos e emoções, digamos, sua verdade interior
para os que o cercam e com ela tomam contacto.
Já ouvi aqui em ocasiões passadas o receio de alguns em terem seu trabalho profissional confundido ou mesmo deturpado a partir do momento em que, por exemplo, a expressão massagista
é empregada pelos jornais para alojar os anúncios, não da verdadeira massagem, mas sim da prostituição, tanto masculina como feminina. Também já ouvi o receio diante das possíveis fantasias que o cliente possa ter sobre o profissional que trabalha com a massagem. No entanto, devo dizer ser minha opinião que tal é relativo à postura profissional e pessoal do massagista, pois antes mesmos que este possa expressar verbalmente o que tem em mente, seu corpo, gestos, comportamentos e atitudes já expressaram, por vezes, muito mais do que este talvez gostasse ou quisesse conscientemente dizer.
Em suma, as pessoas se aproximam ou se afastam, se comportam desta ou daquela outra forma conosco, a partir daquilo que expressamos sem nem ao menos dizer uma palavra ou apesar de todas as palavras que possamos de fato dizer.
Bem, pretendo continuar discorrendo sobre a noção de equilíbrio, tomando em particular o pensamento de C. G. Jung e de comunicação corporal a partir de W. Reich, dentre outros tantos nomes importantes.
A noção de equilíbrio é talvez uma das mais importantes em nossa cultura e em vários saberes, sejam estes científicos, técnicos ou mesmo místicos e religiosos. É no entanto fato, que cada saber em particular dará um peso, um contexto e por vezes um nome a esta preciosa noção de equilíbrio. Desta forma discutimos sobre o equilíbrio na Física, na Química, na Biologia e também na Psicologia.
Falamos em equilíbrio, mas talvez devêssemos falar em desequilíbrio, pois o que mais vemos ao nível social, cultural e individual não é o estado de equilíbrio e sim um doentio estado de desequilíbrio, de onde alguns autores, dentre os quais Freud e Reich, afirmarem ser a nossa sociedade doente. Talvez irremediavelmente doente, pois caímos num círculo vicioso ao tentar uma terapêutica de cura
numa estrutura tão complexa e doentia como a sociedade humana.
Em Jung temos um grande peso e importância concedidos à noção de equilíbrio. A bem da verdade, não só em Jung como também em outros autores, não podemos falar em um indivíduo emocional ou socialmente sadio se este se mostra de alguma forma profundamente desequilibrado em algum segmento de sua vida.
Para entendermos melhor esta noção de equilíbrio, bem como posteriormente a forma como a comunicação não verbal se expressa de modo mais verdadeiro que a verbal, devemos primeiro tentar entender as noções de consciência e inconsciente. Bem, de início quero explicar porque emprego a expressão inconsciente e não a expressão