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Criatividade, Inovação E Controle Nas Organizações De Trabalho
Criatividade, Inovação E Controle Nas Organizações De Trabalho
Criatividade, Inovação E Controle Nas Organizações De Trabalho
E-book581 páginas7 horas

Criatividade, Inovação E Controle Nas Organizações De Trabalho

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Sobre este e-book

O livro tem como tema central a criatividade e a inovação dentro de organizações de trabalho, de onde a importância do controle, sempre presente. O objetivo foi estudar as implicações do clima e da cultura organizacional para a eficácia da criatividade e inovação dentro de uma organização de trabalho. Em virtude da necessidade de destacar-se tanto a criatividade e inovação por um lado, como também o controle por outro, optou-se por realizar uma pesquisa de campo em organização militar e a escolhida foi o Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro - CBMERJ. Esta pesquisa fez uso tanto de instrumentos qualitativos, como também quantitativos e originalmente foi Tese de Doutorado em Psicologia Social, pela UERJ, do autor.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento29 de mai. de 2014
Criatividade, Inovação E Controle Nas Organizações De Trabalho

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    Criatividade, Inovação E Controle Nas Organizações De Trabalho - Silvério Da Costa Oliveira

    CRIATIVIDADE, INOVAÇÃO

    E CONTROLE NAS

    ORGANIZAÇÕES DE

    TRABALHO

    Silvério da Costa Oliveira

    Silvério da Costa Oliveira

    CRIATIVIDADE,

    INOVAÇÃO E

    CONTROLE NAS

    ORGANIZAÇÕES DE

    TRABALHO

    Rio de Janeiro

    2014

    CATALOGAÇÃO NA FONTE

    UERJ / Rede SIRIUS / Biblioteca CEH/A

    O 48

    Oliveira, Silvério da Costa.

    Criatividade, inovação e controle nas organizações de trabalho. / Silvério da Costa Oliveira. 2. ed. – Rio de Janeiro: [s.n.], 2014.

    579 p.

    Bibliografia.

    ISBN 978-85-916718-0-9

    Disponível on-line:

    Orientador: Wilson Moura.

    Tese (Doutorado) – Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ, Instituto de Psicologia.

    1. Psicologia Organizacional – Teses.

    2. Criatividade – Teses.

    I. Moura, Wilson.

    II. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Instituto de Psicologia.

    III. Título.

    CDU 65.013

    Arte da capa: Silvério da Costa Oliveira

    Imagem da capa: Mão com uma lâmpada em fundo azul

    Image courtesy of arztsamui / FreeDigitalPhotos.net

    Editoração eletrônica e revisão: Silvério da Costa Oliveira

    International Standard Book Number – ISBN

    ISBN 978-85-916718-0-9

    Direitos autorais

    OLIVEIRA, Silvério da Costa. Criatividade, inovação e controle nas organizações de trabalho. Rio de Janeiro: [s.n.], 2014. 579 p.

    Segunda edição: 2014

    Formato: 14,8 x 21,0 cm

    Total de páginas: 533 (corpo) + 46 (iniciais) = 579

    Total de 5 capítulos

    Impressões: 2007/2014.

    2007/2014 é uma só.

    Sendo que em abril de 2007 o livro ficou pronto no formato de Tese de Doutorado e em 2014 foi publicado pela Editora Clube de Autores.

    Copyright © by Silvério da Costa Oliveira.

    Todos os direitos reservados.

    Este livro é protegido por Registro nos Direitos Autorais em nome no autor. É permitida a leitura, cópia e citações, desde que citada a autoria, título e fonte.

    Criatividade, inovação e controle nas organizações de trabalho © abril/2007

    Livros de Silvério da Costa Oliveira

    (Nas versões impressa ou eletrônica pelo site www.doutorsilverio.com que encaminhará para a página de compra da editora)

    1- Catálogo bibliográfico sobre sexo

    2- Catálogo bibliográfico sobre drogas

    3- Catálogo bibliográfico sobre o sucesso

    4- Catálogo bibliográfico sobre criatividade

    1- Sexo, sexualidade e sociedade

    2- Conversando sobre as drogas

    3- Reflexões filosóficas: Uma pequena introdução à filosofia

    4- Estudos de psicologia e filosofia

    5- Pensamentos ardentes

    6- Kant e Piaget: Inter-relação entre duas teorias do conhecimento

    7- Vencer é ser feliz: A estrada do sucesso e da felicidade

    8- Falando sobre sexo

    9- Falando sobre drogas

    10- Primavera da prosperidade

    11- Criatividade, inovação e controle nas organizações de trabalho

    12- Sexualidade em foco: Correspondência com os leitores 1

    13- A cama compartilhada (Swing): Correspondência com os leitores 2

    14- Prisioneiro do próprio corpo (Transexualismo): Correspondência com os leitores 3

    15- Psicologia e outros temas: Correspondência com os leitores 4

    16- Prazer e dor nas drogas: Correspondência com os leitores 5

    17- Em busca do saber: Correspondência com os leitores 6

    18- A arte de viver escrevendo

    19- Reflexões de um lobo solitário

    20- O poder de convencer e motivar

    21- Profetas do sucesso

    22- Uma boa idéia!: Uma grande viagem!

    23- O grande segredo: A história não contada do Brasil

    HP e E-mail

    Convido o leitor a visitar minha home page na Internet, ler meus textos ali disponíveis e encaminhar um e-mail com críticas, sugestões e opiniões. Entre em contato, apresente suas idéias e contribuições. Eu, como autor, fico feliz com cada nova carta ou e-mail que recebo de meus leitores.

    Em minha página na Internet, disponibilizei fotos, artigos, entrevistas, currículo,vídeos e fotos de todos os meus livros e modo de adquiri-los. Também encontrará disponível Catálogos Bibliográficos e outros materiais de pesquisa.

    Estou aguardando sua correspondência, não esqueça de entrar em contato. Espero que você goste da leitura de meus livros, todo o trabalho foi feito pensando em você, na sua leitura e prazer. Desde já lhe desejo muito sucesso, prazer, alegria e felicidade em sua vida.

    O leitor pode comprar todos os meus livros na versão impressa, via Correios, ou eletrônica, via e-mail, por meio de meu site, que o redirecionará para a página de compra da editora, com links para todos os meus livros.

    http://www.doutorsilverio.com

    E-mail adress: doutorsilveriooliveira@gmail.com

    Sumário

    Dedicatória . XVII

    Agradecimentos . XIX

    Epígrafe . XXIII

    Resumo . XXV

    Abstract . XXVI

    Resumé . XXVII

    Lista de ilustrações . XXVIII

    Lista de tabelas . XXIX

    Prefácio . XXXIII

    Palavras iniciais do autor . XLIII

    1 INTRODUÇÃO . 1

    1.1 Tema/Assunto . 5

    1.1.1 Título . 5

    1.2 Delimitação . 5

    1.3 Justificativa . 6

    1.3.1 Pertinência e importância do estudo . 7

    1.3.2 Relevância . 7

    1.3.2.1 Relevância científica . 8

    1.3.2.2 Relevância social . 8

    1.3.3 Interesse . 9

    1.3.4 Viabilidade . 10

    1.4 As fontes . 10

    2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA . 29

    2.1 Aspectos históricos do estudo da criatividade . 31

    2.1.1 Introdução . 31

    2.1.2 A conceituação e características do fenômeno criatividade . 33

    2.1.3 Abordagens clássicas . 37

    2.1.3.1 Modelo teórico da estrutura do intelecto e criatividade . 38

    2.1.3.2 A criatividade pelo prisma da Psicanálise . 42

    2.1.3.3 A criatividade pelo prisma da Gestalt . 48

    2.1.3.4 A psicologia Existencial Humanista e a questão da criatividade . 52

    2.1.4 Alguns autores brasileiros de destaque . 55

    2.1.5 Outros autores de destaque sobre o tema da criatividade . 60

    2.1.6 O processo criativo esquematizado por autores . 64

    2.2 A criatividade e os atributos individuais . 67

    2.2.1 Introdução . 67

    2.2.2 Criatividade e personalidade: aspectos individuais . 68

    2.2.3 A fisiologia do cérebro e a criatividade . 76

    2.2.4 O pensamento e a criatividade . 77

    2.2.5 Inteligências múltiplas e criatividade: modos distintos de ser criativo . 82

    2.2.6 Desenvolvimento da personalidade e exercício da criatividade . 84

    2.2.6.1 Desenvolvendo características propícias a criatividade . 87

    2.2.6.2 Sociedade e família . 90

    2.2.6.3 Produzindo idéias criativas . 97

    2.3 Cultura e grupos diante da criatividade e inovação: Uma relação dramática, mas inevitável . 107

    2.3.1 Introdução . 107

    2.3.2 Barreiras ao exercício da criatividade e inovação . 108

    2.3.3 Filosofia . 118

    2.3.4 Sociedade e cultura . 120

    2.3.5 Grupos e inovação . 125

    2.3.6 Ambiente propício a criatividade . 130

    2.3.7 Entendendo e desenvolvendo a criatividade e inovação . 133

    2.4 A criatividade e a educação . 139

    2.4.1 Introdução . 140

    2.4.2 Desenvolvimento de testes para a criatividade . 143

    2.4.3 O desenvolvimento da criatividade . 145

    2.5 A criatividade nas organizações . 155

    2.5.1 Introdução . 155

    2.5.2 Algumas características do campo organizacional . 156

    2.5.3 Ergonomia, trabalho e criatividade . 166

    2.5.3.1 Erro humano . 171

    2.5.3.2 Acerto humano . 172

    2.5.4 Criatividade no grupo, cultura e clima organizacional . 173

    2.5.5 Criatividade: controle e poder . 176

    2.5.5.1 Criatividade e controle: Um dilema das organizações . 177

    2.5.5.1.1 Introdução . 177

    2.5.5.1.2 Uma abordagem psicanalítica das organizações . 180

    2.5.5.1.3 Interesses e dinâmica organizacional . 192

    2.5.5.1.4 A cultura organizacional . 194

    2.5.5.1.5 A racionalidade burocrática e a dinâmica organizacional . 201

    2.5.5.1.6 A organização e a instituição . 204

    2.5.5.1.7 A organização e a história . 206

    2.5.5.1.8 A organização e a complexidade . 209

    2.5.6 Gerenciamento e desenvolvimento da criatividade e inovação nas organizações modernas: Uma opção, ou, uma necessidade de sobrevivência em um mercado conturbado? . 217

    2.5.6.1 Introdução . 217

    2.5.6.2 Fatores ambientais e sua repercussão na criatividade e inovação nas organizações . 218

    2.5.6.3 Gerenciamento da inovação nas organizações . 225

    2.5.6.4 Gerenciamento da criatividade e inovação diante do lúdico, dos jogos e do uso do computador . 233

    2.5.6.5 Gerenciando a personalidade criativa . 243

    2.5.6.6 Desenvolvimento da criatividade e crítica social . 245

    2.6 A criatividade frente aos instrumentos manipulatórios do poder (IMP): Um desafio organizacional . 251

    2.6.1 Introdução . 251

    2.6.2 Sobre o poder e a criatividade: Início de um debate . 256

    2.6.3 Sobre o poder e a autoridade . 264

    2.6.4 Dominação, medo e religiosidade . 270

    2.6.5 Estado, sociedade e grupos . 279

    2.6.6. Liderança e política . 282

    2.6.7 Igualdade, fraternidade e liberdade . 286

    2.6.8 A pulverização do poder. 290

    2.6.9 A luta pelo poder . 295

    2.7 Criatividade e virtual: A emergência do virtual e a decadência do real . 303

    2.7.1 Introdução . 304

    2.7.2 Real e virtual a par com a evolução do pensamento . 307

    2.7.3 Real e virtual na visão de Baudrillard . 309

    2.7.4 Real e virtual na visão de Lévy . 318

    2.7.5 Real e virtual a par com o cinema . 323

    2.7.6 Real e virtual a par com a criatividade . 325

    2.8 Conclusões parciais . 329

    3 METODOLOGIA . 347

    3.1 Modelo de pesquisa . 350

    3.1.1 Limitação e delimitação do estudo . 351

    3.2 Problema . 351

    3.3 Hipóteses . 352

    3.4 Variáveis . 353

    3.5 População e amostra . 353

    3.5.1 O campo pesquisado: uma organização militar . 353

    3.5.1.1 Hierarquia de comando . 355

    3.6 Objetivos . 358

    3.6.1 Objetivo geral . 358

    3.6.2 Objetivos específicos . 358

    3.7 Plano operacional . 358

    3.7.1 Instrumentos . 359

    3.7.2 Coleta e análise dos dados . 361

    3.7.3 Organização do material . 363

    3.8 Definição de termos e conceitos . 364

    4 RESULTADOS . 365

    4.1 Quartel 1: Tendências no instrumento quantitativo: ICC . 365

    4.1.1 Fator por fator no ICC para cada grupo . 369

    4.1.1.1 Praças da prontidão . 370

    4.1.1.1.1 Barreiras à criatividade no ambiente de trabalho . 370

    4.1.1.1.2 Estímulos à criatividade no ambiente de trabalho . 370

    4.1.1.2 Oficiais . 371

    4.1.1.2.1 Barreiras à criatividade no ambiente de trabalho . 371

    4.1.1.2.2 Estímulos à criatividade no ambiente de trabalho . 371

    4.1.1.3 Cadetes . 372

    4.1.1.3.1 Barreiras à criatividade no ambiente de trabalho . 372

    4.1.1.3.2 Estímulos à criatividade no ambiente de trabalho . 373

    4.1.1.4 Docentes . 373

    4.1.1.4.1 Barreiras à criatividade no ambiente de trabalho . 373

    4.1.1.4.2 Estímulos à criatividade no ambiente de trabalho . 374

    4.1.2 Todos os grupos de guadalupe em comparação . 375

    4.1.3 Comentários ao ICC a partir da observação de campo e entrevistas informais . 378

    4.2 Quartel 1: Tendências nos instrumentos qualitativos . 387

    4.2.1 Entrevistas escritas . 387

    4.2.2 Grupos focais . 387

    4.2.3 Entrevistas individuais . 388

    4.2.4 Observação e entrevistas informais não gravadas . 388

    4.2.5 Observação de campo . 389

    4.2.6 Resultado das categorizações das falas . 389

    4.2.6.1 Análise das falas dentro das categorizações . 394

    4.2.7 Narrativas sobre criatividade e ações divergentes . 415

    4.3 quartel 2: Tendências no instrumento quantitativo: ICC . 417

    4.3.1 Fator por fator no ICC para cada grupo . 417

    4.3.1.1 Praças da prontidão . 418

    4.3.1.1.1 Barreiras à criatividade no ambiente de trabalho . 418

    4.3.1.1.2 Estímulos à criatividade no ambiente de trabalho . 419

    4.3.1.2 Oficiais . 422

    4.3.1.2.1 Barreiras à criatividade no ambiente de trabalho . 422

    4.3.1.2.2 Estímulos à criatividade no ambiente de trabalho . 423

    4.3.2 Todos os grupos de niterói em comparação . 425

    4.3.3 Comentários ao ICC a partir da observação de campo e entrevistas informais . 426

    4.4 Quartel 2: Tendências nos instrumentos qualitativos . 427

    4.4.1 Entrevistas escritas . 427

    4.4.2 Grupos focais . 427

    4.4.3 Entrevistas individuais . 428

    4.4.4 Observação e entrevistas informais não gravadas . 428

    4.4.5 Observação de campo . 428

    4.4.6 Resultado das categorizações das falas . 429

    4.4.6.1 Análise das falas dentro das categorizações . 431

    4.4.7 Narrativas sobre criatividade e ações divergentes . 435

    5. CONCLUSÃO . 441

    5.1 SUGESTÕES . 447

    BIBLIOGRAFIA . 449

    APÊNDICES

    Apêndice A – Soluções para o problema dos nove pontos . 483

    Apêndice B – Amostra total e suas divisões . 495

    Apêndice C – ICC questões por fatores . 497

    Apêndice D – Categorias de análise do instrumento qualitativo . 507

    Apêndice E – Instrumento qualitativo: roteiro para as entrevistas . 509

    Apêndice F – Termo de consentimento livre e esclarecido . 511

    ANEXOS

    Anexo A – Instrumento quantitativo ICC . 513

    Anexo B – Estrutura fatorial do ICC . 529

    Anexo C – Dados biográficos revistos . 531

    Dedicatória

    Aos meus amados pais

    Eduardo de Oliveira Peixeiro (in memorian)

    E

    Elza da Costa Oliveira.

    Agradecimentos

    Um trabalho de Tese de Doutorado demanda quatro anos de pesquisa e esforços e neste período de tempo encontramos pessoas e instituições que nos facilitam a vida nos ajudando em nossa pesquisa e permitindo que o trabalho de tese siga seu caminho até a sua conclusão. Aqui neste espaço pretendemos lembrar da importância e significado que tais pessoas e instituições tiveram para o nosso trabalho.

    Em primeiro lugar quero lembrar que se hoje estou aqui cursando um Doutorado é porque na minha infância e adolescência tive o apoio e carinho necessários para me permitir e incentivar o prosseguimento nos estudos e o alcance de metas que hoje me trazem a conclusão deste curso, por tal motivo, lembro com todo o carinho da importância que tiveram na minha infância e começo da adolescência os meus avós maternos Silvério Rodrigues do Fundo e Elza da Costa Silvério, lamentando que eles não estejam mais aqui conosco. Lembro também dos meus pais Eduardo de Oliveira Peixeiro e Elza da Costa Oliveira, sentindo ainda muita saudade do primeiro, que penso nos deixou muito cedo.

    Cabe lembrar do apoio, carinho e compreensão de Márcia Cristina Gomes de Pinho e da estrada que trilhamos juntos desde a época da faculdade e posteriormente com os mesmos cursos e orientadores de mestrado e doutorado, nestes quase vinte anos de relacionamento. E com quatro anos incompletos cabe lembrar da minha filha Karen Alana Pinho Oliveira, que me traz muitas alegrias e cuja enorme energia me anima e revigora em meu trabalho.

    E claro está que amei poder cursar meu doutorado junto a colegas maravilhosos e aqui não teria como citar o nome de todos os colegas mestrandos e doutorandos com quem convivi nestes quatro últimos anos, mas quero que todos saibam que gostei muito de poder compartilhar de suas companhias neste período de nossas vidas. E não poderia jamais me esquecer do meu amigo e orientador nestes quatro anos, que me proporcionou uma visão mais ampla de nossa profissão e da atividade de pesquisador, com todo o respeito e carinho, aproveito este espaço para homenagear ao professor doutor Wilson Moura.

    Também cabe agradecer do fundo do coração a

    todos os profissionais que participaram desta pesquisa, não me é possível citar o nome de todos, não somente pela quantidade, mas também porque parte dos instrumentos aplicados zelavam pelo anonimato, no entanto, quero que saibam que sou-lhes profundamente grato a todos pelo tempo, atenção e carinho dispensados a minha pessoa e a nossa pesquisa.

    À FAPERJ (Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro), pelas duas bolsas de Doutorado que me concedeu neste período, a primeira normal e a segunda, nos dois últimos anos, a bolsa nota 10. Sou profundamente grato a FAPERJ que me permitiu dedicar os últimos quatro anos ao exercício da atividade de pesquisador, podendo por tal forma me ausentar da sala de aula do ensino superior e me dedicar integralmente a esta pesquisa.

    Aos meus amigos de mesma turma: Jorge Guido Steffan, Maria de Lurdes, Ronaldo Ledo, Antônio Medina, Rovena. E ao amigo Marcelo Reis Zambrano, secretário do Pepcemat na UERJ. Aos funcionários da secretaria e a todos os professores do PPGPS da UERJ.

    Aos oficiais e praças do CBMERJ (Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro) e a Secretaria da Defesa Civil do Rio de Janeiro na figura de seu secretário, por me abrirem gentilmente o espaço da corporação e me receberem tão bem. Agradeço a acolhida pela Escola de Bombeiros Coronel Sarmento; Escola Superior de Comando Bombeiro Militar – ESCBM; Academia de Bombeiro Militar D. Pedro II – ABMDPII; Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças – CFAP; o Destacamento de Bombeiro Militar – DBM de Guadalupe; o 3° Grupamento de Bombeiro Militar – GBM de Niterói.

    Aos oficiais do CBMERJ Ten. Cel. BM José Ricardo Bento Garcia de Freitas; Ten. Cel. BM Wilson Duarte de Araújo; Ten. Cel. BM Carlos Rodrigues; Ten. Cel. BM Sidnei de Sá Raposo; Ten. Cel. BM João Paulo Mori; Cel. BM Ramalho; Cel. BM Luiz Dias; Major BM Ribeiro Lopes; Ten. BM Kelli Cristina (psicóloga); Sub. Ten. BM Sebastião; a profª Eunice Mancebo (UNI-RIO); a profª Adriana, coordenadora da área de saúde dos cursos da ESCBM.

    Dentre muitos outros que me ajudaram nesta pesquisa, cito aos oficiais Ten. Mariana; Ten. Ronzei; Ten. Luis Henrique; Cap. Renato Carvalho; Ten. Odilon; 2° Ten. Walace Medeiros; Ten. Altamir; Cap. Anna Gonçalves; Ten. Renata Tavares (assistente social); Ten. Eliane Cristine (psicóloga); Maj. Alexandre Jesus; Cap. Albino. E também aos praças Sd. Márcia; Sd. Vianna; Sgt. Alexandre; Sgt. Nóbrega; Cb. Assis; Sgt. Calvosa; Cb. Inácio; Sgt. Souza; Sd. Costa; Sd. Daniel; Cb Cleber; Sgt. Alfredo; Sgt. Reis; Sgt. Moreira; Sgt. Monteiro; Sgt. Gilson; Sgt. Adilson; Cb Nilton; Cb Guimarães.

    Cabe agradecer ao Professor Doutor Mário Cesar Rodriguez Vidal (UFRJ – COPPE) que participou da banca de defesa do projeto de tese em dezembro de 2004 e que no decorrer do ano de 2002 me recebeu com todo o carinho como aluno ouvinte participante do curso de doutorado da COPPE; ao Professor Doutor Francisco de Assis Palharini (UFF), que participou da defesa do projeto de tese em dezembro de 2004; a Professora Doutora Márcia Cristina Gomes de Pinho (CNEN); a Professora Doutora Virgínia Souza Drummond (UFRJ), minha amiga sempre disposta a ajudar; ao Professor Doutor Marcos Aguiar de Souza (UFRRJ – Univ. Fed. Rural RJ), que muito me ajudou em 2005 a compreender melhor o programa de computador SPSS; a Professora Doutora Maria de Fátima Bruno de Faria, que me permitiu utilizar o instrumento Indicadores de Clima para a Criatividade – ICC.

    Um agradecimento especial aos professores que compuseram a banca de defesa da Tese de Doutorado que me concedeu o título de Doutor em Psicologia Social pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ, em 9 de abril de 2007. A banca foi formada pelos professores: Wilson Moura (orientador); Ataliba Vianna Crespo; Marcos Jardim; Cílio Ziviani; Francisco de Assis Palharini.

    Rio de Janeiro, abril de 2007.

    Silvério da Costa Oliveira.

    As pessoas que ocupam posições de poder e influência nem sempre chegaram a elas por meio de uma facilidade para ter idéias novas. Durante o esforço para subir em uma organização ortodoxa, as idéias novas podem ser muito mais um empecilho do que um trunfo. Esforço, energia e uniformidade mental são qualidades muito mais eficazes, e, como tais, são as premiadas. DE BONO, Edward. O pensamento lateral, p. 121.

    Resumo

    A pesquisa aborda como tema central a criatividade e a inovação, havendo ampla revisão bibliográfica sobre o assunto. O tema é abordado dentro de organizações de trabalho, de onde a importância do controle, sempre presente. A pesquisa teve como objetivo geral estudar as implicações do clima e da cultura organizacional para a eficácia da criatividade e inovação dentro de uma organização de trabalho. Em virtude da necessidade de destacar-se tanto a criatividade e inovação por um lado, como também o controle por outro, optou-se por realizar a pesquisa de campo em uma organização militar. Utilizou-se na pesquisa instrumentos quantitativos e qualitativos. Foi aplicado um instrumento quantitativo chamado Indicadores de clima para a criatividade – ICC em uma amostra de 223 sujeitos. Como instrumentos qualitativos utilizou-se: entrevistas gravadas; entrevistas informais não gravadas e observação de campo; entrevistas por escrito no formato de comentários espontâneos dos sujeitos participantes; grupos focais. Realizou-se um total de 48 entrevistas gravadas e foram recolhidos 115 comentários escritos. Houve a montagem de 11 grupos focais com a soma total de participantes em 165 sujeitos.

    Palavras-chave: Criatividade. Inovação. Controle.

    Abstract

    The research approaches as central theme the creativeness and the innovation having a large bibliographical revision on the subject. The theme is approached inside labor organizations thence the importance of control always present. The research had as general object studying the implications of the climate and of the organizational culture in the efficacy of the creativeness and of the innovation in a labor organization. In virtue of the necessity of to be in such way distinguished the creativeness and the innovation on the other hand as well the control for another one it was opted for making the field research in a military organization. Quantitative and qualificative instruments were used in the research. It was applied a quantitative instrument named Indicators of climate for the creativeness - ICC - in a sample of 223 subjects. It was used as qualificative instruments recorded interviews; not recorded informal interviews and field observation; written interviews in the format of spontaneous comments of the participants subjects; focal groups. It was effected a total of 48 recorded interviews and was fulfilled 115 written comments. It had the assembly of focal 11 groups of the total addition of partipants in 165 subjects.

    Key-Words: Creativeness. Innovation. Control.

    Resumé

    L’enquête aborde comme thème central la créativité et l’innovation en y ayant une ample révision bibliographique sur le sujet. Le thème est abordé á l’intérieur d’organisations de travail dans des organisations de travail dont l’importance du contrôle, toujours présente. L’enquête a eu pour objectif général d’étudier les implications du climat et de la culture organisationnelle pour l’efficacité de la créativité et de l’innovation dans une organisation de travail. En vertue de la nécessité de se détacher de telle façon la créativité et l’ínnovation comme aussi le contrôle, par autre, on a opté pour réaliser l’enquête de champ dans une organisation militaire. Dans l’enquête on a utilisé des instruments quantitatifs et qualificatifs. Un instrument quantitatif appelé: " Indicateurs de climat pour la créativié - ICC - a été appliqué dans une échantillon de 223 sujets. On a utilisé comme des instruments qualificatifs: des entrevues enregistrées; des entrevues informelles non enregistrées et observations de champ; des entrevues écrites dans le format de commentaires spontanés des sujets participants; des groupes focaux. On a réalisé un total de 48 entrevues enregistrées et rassemblés 115 commentaires écrits. Il a eu une assemblage de 11 groupes focaux avec la somme totale de participants dans 165 sujets.

    Mots-Clé: Créativité. Innovation. Contrôle.

    Lista de Ilustrações

    Página

    1- Esquema do modelo SI . 41

    2- Figura/problema dos nove pontos . 51

    3- Modelo do cérebro como um dipolo, de Bergström . 98

    4- Modelo em espiral criação/catástrofe, de Bergström . 99

    5- Modelo esquemático para inovação, de Tang . 226

    6- Modelo para o comportamento criativo, de Udwadia . 228

    7- Modelo para o processo de inovação, de Udwadia . 229

    8- Estrutura e processo do jogo, de Anderson . 234

    9- Esquema do jogo vinculado a situação de trabalho, de Anderson . 236

    10- Esquema da criatividade no ciclo de vida de um projeto, de Blankevoort . 238 à 239

    11- Modelo esquemático para a criatividade nas organizações, de Tan . 247

    12- Soluções para o problema dos nove pontos . 485 à 493

    Lista de tabelas

    Página

    1- O processo criativo . 65

    2- Amostra SPSS: gráfico grupo a que pertence . 367

    3- Gráfico prontidão e 24x72 – Barreiras a criatividade – Guadalupe . 368

    4- Grupo a que pertence – Barreiras – Guadalupe . 379

    5- Função do oficial – Barreiras – Guadalupe . 380

    6- Docentes por escola – Barreiras – Guadalupe . 381

    7- Grupo a que pertence – Estímulos – Guadalupe . 383

    8- Função do oficial – Estímulos – Guadalupe . 384

    9- Docentes por escola – Estímulos – Guadalupe . 385

    10- Prontidão e 24x72 – Estímulos – Guadalupe . 386

    11- Tendências no instrumento qualitativo – Praças . 389

    12- Tendências no instrumento qualitativo – Oficiais . 390

    13- Tendências no instrumento qualitativo – Cadetes . 391

    14- Tendências no instrumento qualitativo – Docentes . 392

    15- Praças – Falas . 393

    16- Oficais – Falas . 394

    17- Oficias – Falas . 395

    18- Praças – Falas . 396

    19- Oficiais – Falas . 397

    20- Praças – Falas . 397

    21- Oficiais – Falas . 399

    22- Praças – Falas . 399

    23- Praças – Falas . 400

    24- Oficiais – Falas . 401

    25- Oficiais – Falas . 402

    26- Praças – Falas . 402

    27- Oficiais – Falas . 403

    28- Praças – Falas . 403

    29- Praças – Falas . 403

    30- Praças – Falas . 404

    31- Oficiais – Falas . 405

    32- Praças – Falas . 405

    33- Oficiais – Falas . 406

    34- Praças – Falas . 406

    35- Oficiais – Falas . 407

    36- Praças – Falas . 408

    37- Praças – Falas . 410

    38- Praças – Falas . 411

    39- Praças – Falas . 412

    40- Praças – Falas . 413

    41- Praças – Falas . 414

    42- Gráfico SPSS Barreiras – Praças de Guadalupe e Niterói . 419

    43- Gráfico SPSS Estímulos – Praças de Guadalupe e Niterói . 421

    44- Gráfico SPSS Barreiras – Oficiais de Guadalupe e Niterói . 423

    45- Gráfico SPSS Estímulos – Oficiais de Guadalupe e Niterói . 425

    46- Tendências no instrumento qualitativo – Praças .429

    47- Tendências no instrumento qualitativo – Oficiais . 430

    48- Sujeitos do instrumento quantitativo divididos por grupos . 495

    49- Sujeitos das entrevistas gravadas . 495

    50- Sujeitos das entrevistas escritas . 496

    51- Sujeitos dos grupos focais . 496

    Prefácio

    Uma das capacidades mais expressivas dos seres humanos é a de problematizar o mundo. Conseguir acentuar o que muitos não veem e não sentem. O empenho em demonstrar que a realidade apresenta algumas dificuldades que se escondem, que se camuflam e, por conseguinte, demandam um estudo. São impasses, contradições para aqueles que mais atentos, obtêm uma maior nitidez do campo perceptivo de forma a permitir, através da reflexão, ressaltar o que é mais relevante, o que é mais essencial à nossa sobrevivência e evolução como espécie.

    Existem alguns problemas que após um período de notoriedade, desaparecem, talvez pela constatação de que muitas das suas impressões são ilusórias, e por isso são considerados simples modismos passageiros. Outros, devido a sua natureza, tendo em vista as suas múltiplas ramificações, tornam-se imperecíveis, afinal existiram desde sempre. Estes, sim, devem ser objeto de teses de doutorado. Não quer dizer com isso que seus estudiosos consigam solucioná-los, mas o que importa é que ao analisá-los com seriedade e espírito científico, contribuem para sua melhor compreensão. Este é o caso do objeto da tese, convertido neste livro – a criatividade e inovação nas organizações. A questão em apreço já traz de início muitos desafios. A começar pelo fato de que a própria convivência social organizada já se constitui, em si, num enorme desafio para o ser humano. É que o aprendizado da convivência organizacional implica numa constante conciliação mútua de interesses individuais e coletivos. Como consequência, isto acarreta na imposição de limites não só do coletivo em relação a cada integrante, como também os que cada integrante impõe ao coletivo a fim de impedir a invasão de sua intimidade. Como todos nós bem sabemos, os limites nem sempre são respeitados, motivo pelo qual a convivência social organizada se torna um eterno desafio. Se acrescentarmos a essa dinâmica de convivência os dois ingredientes mencionados, a situação se torna ainda mais complicada.

    Conforme claramente definido neste livro, existem diferenças significativas entre os fenômenos abordados. Quando nos referimos à criatividade nas organizações o que se deseja acentuar é que se trata da ocorrência de uma manifestação no plano micro, na pessoa, em especial na esfera cognitivo-comportamental. É lógico que em decorrência do relacionamento interpessoal existente haverá uma grande possibilidade de que os comportamentos exibidos provoquem reações que tendem a se alastrar e contaminar todo o tecido social. Quando nos referimos, no entanto, à inovação estamos destacando uma resposta que se observa na esfera macro, da organização como um todo, em forma de mudança planejada. Este fenômeno se consagra pela capacidade do coletivo de institucionalizar normas e práticas de forma a alterar a maneira do conjunto produzir, ou seja, do fazer coletivamente.

    Acontece que ao nos aprofundarmos numa análise destes fenômenos, nos deparamos com alguns impasses, no mínimo instigantes. Embora todos nós enalteçamos a criatividade, como um atributo dos mais desejáveis do ser humano, fundamental e responsável por todo o processo civilizatório até agora realizado, quando esmiuçamos o que acontece quando alguém se predispõe a ser criativo num coletivo, a coisa fica um pouco mais complicada. É que todos, em princípio, lutamos pelo direito de sermos criativos, mas em contrapartida, rejeitamos a criatividade do próximo. A criatividade do outro significa para nós, o não previsto e, como tal, nos desorganiza. Os padrões culturais subjacentes a que fortemente nos adaptamos se encarregam de nos tornar vigilantes contra a manifestação de imprevistos. E quanto mais fiéis formos à tradição vigente, maior será, por consequência, a repressão que manifestamos aos comportamentos inopinados dos outros. Se considerarmos, ainda, o que acontece na esfera macro, a das organizações, pode-se estimar sem muita dificuldade as resistências que surgirão diante das tentativas de adoção de inovações.

    O que parece num primeiro momento um enorme contra-senso, já que se trata de um esforço visando a melhoria de desempenho da organização, apresenta, contudo, fortes razões para os seres humanos assim se comportarem. Trata-se de uma reação intrínseca desencadeada diante de todo o medo que sentimos quando nos deparamos com a imprevisibilidade do mundo. Como ressaltado pelos filósofos existencialistas, diante de todas as incertezas que o mundo nos reserva, preexiste uma pretensão humana de acreditar que se pode prever a realidade que nos cerca. E toda mudança retira, pelo menos nos momentos iniciais, a nossa capacidade de prever, daí o aumento de nossa insegurança.

    E o imprevisto, nos coletivos organizados, torna-se algo desconcertante porque as pessoas não sabem como se colocar diante das situações novas vivenciadas. Por isto mesmo, o sucesso na implantação de inovações requer uma longa trajetória de aprendizados, onde o exercício da tolerância frente ao medo provocado e, em consequência, as reações de resistência exibidas, serão uma constante. A aceitação de erros, de condutas inadequadas, irá exigir, por certo, o desenvolvimento de uma capacidade institucionalizada de convivência em situação de risco, tanto para as pessoas no desempenho de seus respectivos papéis, como para o coletivo como um todo.

    O curioso é que quanto mais as organizações crescem e se ampliam neste nosso mundo atual, globalizado e interdependente, sob as mais diferentes formas: transnacionais, subsidiárias, filiais ou franquias, mais carecem de criatividade e inovações para sobreviverem, ao mesmo tempo em que, por receio do descontrole, criam cada vez mais mecanismos que impeçam o aumento da entropia. Logo, frente ao dilema apontado, encontra-se a chave da sobrevivência. Como conciliar o anseio desesperado pelo novo com a necessidade de aumento cada vez mais de mecanismos de controle eficazes?

    É neste cenário de aparente contradição que o então doutorando Silvério trabalhou, com o intuito de melhor compreender as diversas articulações presentes de forma a buscar conhecimentos que permitissem o favorecimento de iniciativas capazes de proporcionar uma convivência mais harmônica entre as forças aparentemente opostas. Em que pese as suas pesquisas terem sido realizadas num campo organizacional de natureza militar, dotadas, como sabemos, de características bem diferenciadas das demais organizações, acreditamos que a sua inserção na dinâmica organizacional e a posterior extração de informações relevantes podem ser perfeitamente objeto de transposição, seguida de reflexão para qualquer dinâmica de convivência social organizada.

    Entre os vários aspectos apontados na sua tese gostaríamos de destacar alguns que consideramos mais inquietantes. O primeiro deles diz respeito ao significado e as implicações para o tema do fenômeno hierarquia. Se é verdade que a hierarquia para as organizações militares se revela como um grande valor a ser cultuado, não se pode deixar de considerar a sua importância, também, para a convivência social, qualquer que seja o tipo de estrutura na qual o ser humano se insira. Até nos grupos que buscam obsessivamente a igualdade, a hierarquia se faz presente, já que reflete uma diferenciação que regula as relações entre os seus integrantes. É que a hierarquia espelha a desigualdade de atributos, naturais ou adquiridos, exibidos por cada ser humano. No caso dos ambientes sociais organizados define os comportamentos distintos a serem manifestados por cada integrante, no desempenho dos seus respectivos papéis. O que ocorre, contudo, é o uso dessa diferença no desenvolvimento de práticas de coerção e submissão dos que se encontram no nível hierárquico inferior. Diante do grau de dependência no qual as pessoas se encontram, o receio de punições e retaliações impede que sequer ousem sugerir ou tomar qualquer iniciativa que represente mudança de comportamentos, que não seja devidamente autorizada pelo superior hierárquico. Daí a necessidade de uma oportuna reavaliação do que representa a hierarquia e seus efeitos positivos ou negativos, caso as organizações desejem efetivamente trabalhar com criatividade. Isto exige uma mudança no clima e na cultura organizacional de forma a se obter uma convivência na qual as relações hierárquicas não sejam utilizadas como fator de inibição das iniciativas criadoras de nenhum de seus integrantes. Pelo contrário, deve ser um elemento de estímulo na busca de novas maneiras de superar as dificuldades na medida em que o mais importante é a qualidade da criatividade produzida e suas implicações positivas para o coletivo.

    Outro aspecto levantado, e que hoje em dia se transformou em lugar-comum, é o trabalho em equipe. Indiscutivelmente o grau de integração e interdependência existentes em qualquer coletivo, são elementos essenciais para explicar a produtividade resultante. Por esta razão, a capacidade que uma pessoa apresenta de trabalhar em equipe é considerada modernamente como um grande indicador de competência profissional. Entretanto, conforme mencionado neste livro, devemos avaliar com cuidado até que ponto o fato de nos depararmos com uma equipe bem estruturada, nos leva a acreditar que nos encontramos diante de um campo totalmente favorável a emergência da criatividade de seus membros. Existem alguns aspectos que podem, todavia, impedir ou dificultar as iniciativas no âmbito dessa equipe. A começar pela responsabilidade total atribuída ao dirigente e/ou chefe e/ou responsável pela equipe diante dos erros ou qualquer resultado negativo. Em princípio, uma equipe não é responsabilizada juridicamente. O que acontece é que os culpados serão sempre as pessoas ou, o que é muito frequente, o superior hierárquico. Ora, diante dessa condicionante de ordem burocrática, o superior hierárquico tende a reprimir iniciativas que possam vir a ser objeto de riscos, já que no final, se houver algum imprevisto, a responsabilidade será toda sua. Um outro detalhe que pode passar despercebido ao leigo, mas que, entretanto, tem sido apontado em várias pesquisas realizadas no âmbito da Psicologia Social, é que quanto mais coesa se torna uma equipe, maior será a pressão exercida pelos seus membros no sentido de evitar desvios de comportamentos. Ora, a criatividade, como já se viu, representa uma desordem, um desvio de conduta, logo, diante da intolerância da equipe restará a inibição de quaisquer iniciativas. É importante, antes de mais nada, deixar registrado que o trabalho em equipe não é incompatível com o desenvolvimento de comportamentos criativos. O que, no entanto, deve ser objeto de meditação, é que o resultado positivo a ser obtido irá depender não só do clima interno existente na dinâmica da equipe, capaz de estimular as iniciativas e aceitar a entropia gerada, como também do ambiente externo capaz de estimular e tolerar as consequências dos trabalhos realizados pelas diferentes equipes.

    A repulsa pelas incertezas aumenta a necessidade de controle, daí a preocupação sempre presente nas organizações de evitar riscos. Apesar de todas as precauções que podem anteceder as iniciativas criativas, a resultante sempre será uma incógnita. Elas poderão resolver e melhorar o desempenho, ou poderão dar origem a reações entrópicas imprevisíveis. Logo, os riscos devem ser anulados ou reduzidos, uma vez que só aumentam as incertezas que tomam conta do ambiente. É aí, que se inscreve o ponto crucial, talvez um divisor entre as organizações que simplesmente desejam e aquelas que efetivamente buscam estimular e trabalhar com a criatividade de todos os seus membros. Isto naturalmente implica em todo um investimento no sentido de se preparar para enfrentar um aumento de riscos, das situações inusitadas e da diminuição ou da falta de controle sobre as situações vivenciadas.

    É por isso que, no minucioso estudo realizado ao longo desta tese, concluiu-se sobre a imbricação entre clima e cultura organizacional e sua íntima influência na ambiência geradora de criatividade. A atmosfera facilitadora de manifestações de criatividade, exige que as organizações calibrem os seus inúmeros mecanismos de poder e controle de forma a, simultaneamente, conviverem com os

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