Nascido Para Amar
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Sobre este e-book
"Nascido para amar" é, no entanto, a convicção do Autor do presente livro. A partir das duas necessidades psicológicas mais íntimas do ser humano, a "construção do si" e o "sentido de pertencimento", enraizadas na tendência impulsiva a tudo o que tende à relação e abertura ao transcendente, num verdadeiro "instinto ao divino", fundamentado nas mais recentes pesquisas psicológicas, antropológicas e neuropsicológicas, Pasquale Lonata afirma que o homem tem um único objetivo na vida: ser capaz de amar. E então explica como viver uma vida sempre mais harmoniosa consigo mesmo e com os outros.
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Pré-visualização do livro
Nascido Para Amar - Pasquale Ionata
Título original:
NATI PER AMARE
© Città Nuova Editrice – Roma – 2006
Tradução:
José Eustáquio Rosa
© Editora Cidade Nova – São Paulo – 2010
Copidesque:
Rafael Varela
Revisão técnica:
Paulo Roberto Rech
Projeto gráfico:
Maria Clara de Oliveira
Conversão para Epub:
Cláritas Comunicação
ISBN 978-85-7821-101-1
(0riginal: 88-311-0737-2)
Editora Cidade Nova
Rua José Ernesto Tozzi, 198
Vargem Grande Paulista-SP – Brasil
CEP 06730-000 – Telefax: (+11) 4158.2252
www.cidadenova.org.br
editoria@cidadenova.org.br
vendas@cidadenova.org.br
Sumário
A VIDA
Confiança juvenil
Guerra gentil
Gerotranscendência
Sem raízes não se pode voar
O universo é um lugar amigo
O AMOR
Confiança originária
Ser reconhecido pelo outro
Saber reconhecer o outro
A arte de amar
Amor conjugal
A FELICIDADE
A humildade
O momento presente
Flow
O perdão
A libertação do Ego
O CÉREBRO
A Lei de Hebb espiritual
O módulo de Deus
A inteligência espiritual
O inconsciente emotivo
A empatia mútua
A FRATERNIDADE
O senso de comunidade
O efeito Gulliver
Onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome…
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
INTRODUÇÃO
Quando Otto Rank, brilhante aluno de Freud, dizia em 1905 que o neurótico é alguém que sofre por causa de criatividade frustrada – portanto, deve ser considerado um artista fracassado –, ele acreditava entrar em ação um instinto
não satisfeito que, por conta dessa frustração, autoinibia a pessoa, instinto tão vital e genuíno quanto os demais: de conservação, de reprodução, de autoexpressação, de gregarismo, de segurança e outros.
Desde os primórdios do século xx, Otto Rank não só foi confirmando esse ponto de vista, graças à sua experiência psicoterapêutica com pessoas frustradas, mas enquadrou as bases filosóficas desse instinto
específico numa compreensão humana da experiência religiosa. Alguns pesquisadores modernos não hesitaram falar em instinto religioso
. Por exemplo, na década de 1930, o biólogo Monakov considerou esse instinto um dos impulsos vitais fundamentais.
Em outras palavras, para Rank, a pessoa gera os valores morais genuinamente no interior de si, sem ser coagida pelo ambiente social a aceitá-los contra a própria vontade. Enfim, tudo parece confirmar a existência de um verdadeiro instinto de divino, que programa o homem geneticamente para viver a dimensão transcendental. Mas de que dimensão transcendental precisamente se trata?
Se considerarmos a tradição religiosa ocidental, de origem judaico-cristã, sabemos que o homem é a imagem e semelhança
de Deus, no sentido de trazer no seu dna
mais profundo a marca de Deus. Sabemos também que, para os cristãos, Deus não é somente Amor, mas é também uno e trino; portanto, para os cristãos, a marca de Deus é a Trindade (quando falamos de Trindade, entendemos explicitamente a relação mútua de amor entre as três divinas Pessoas – o Pai, o Filho e o Espírito Santo –, como bem ilustra o pintor russo Andrei Rublev em seu conhecido ícone).
Essa relação de amor
– para a tradição cristã, inscrita no íntimo do homem – parece ser cientificamente confirmada pelas mais recentes descobertas da neuropsicologia. Das estruturas básicas mais instintivas do homem, como os neurônios-espelho
, até suas mais elevadas motivações espirituais, como as grandes religiões mundiais, percebe-se que o comportamento psicológico em jogo é sempre o mesmo.
Não é por acaso que a etimologia do termo religião
seja do latim religo, que significa ligar juntos
, expressão em que se subentende tanto a relação entre o indivíduo e uma entidade sobrenatural quanto o vínculo que se estabelece entre os que praticam um mesmo culto.
Todos os antropólogos concordam em que foi possível ao homo sapiens emancipar-se evolutivamente, se comparado aos outros hominídeos e aos macacos antropomórficos, graças especialmente a duas qualidades humanas muito originais (que até então não existiam na Terra): as capacidades de simbolizar e de se agregar (por exemplo, mediante a pintura rupestre ou em ocre das grutas, o culto aos antepassados, a sepultura dos mortos em vista de um Além, o totemismo, o xamanismo, os sistemas tribais, o clã etc.).
Essas qualidades humanas estão na base daquilo que os antropólogos chamam participação mística (participation mystique), termo com o qual se tenta captar fenomenologicamente a realidade das religiões. Todavia, elas correspondem ipso facto também às duas necessidades psicológicas mais íntimas: a da construção de si
e a do senso de pertencimento
.
Trata-se de duas necessidades psicológicas que – como tentarei demonstrar progressivamente nestas páginas – têm, ambas, raízes profundas numa tendência impulsiva a tudo o que é relacionalidade, num autêntico instinto de divino
.
De modo particular, a relação inscrita no coração do homem é – como já dissemos – uma relação de amor. O homem tem um único objetivo na vida: ser capaz de amar, corresponder ao amor de Deus. Tenho a convicção de que nós nascemos para amar. Daí o título deste livro, nascido para amar
– e não, como afirma o título de outra obra conhecida de psicoterapia, nascido para vencer
.
A VIDA
Confiança juvenil
Certa vez, recebi uma carta de um leitor dos meus livros, com a seguinte pergunta:
Li com interesse seu último livro, O céu dentro da mente¹, e gostaria de saber se existe algum outro fator que provoca a epidemia depressiva entre os jovens além daqueles que o senhor mencionou nas primeiras páginas do livro.
Respondi que decerto existem outros fatores. Além daquilo que escrevi no livro citado – no qual, em resumo, falo da cultura dominante, que gera entre os jovens uma autoestima carente de fundamentos, a ponto de induzi-los a assumirem uma perspectiva desresponsabilizadora e encorajá-los ao individualismo extremo –, ocorre considerar outro fator: a excessiva confiança nos atalhos que conduzem rapidamente à felicidade (televisão, droga, shopping, sexo sem amor, vida noturna frequente, assistir esporte na poltrona em vez de praticá-lo, fumo, álcool – para citar alguns). Em outras palavras, a escolha fácil – ou seja, o atalho do prazer imediato em vez da satisfação mais exigente da gratificação – pode estar na raiz da depressão. Diante da escolha entre passar algumas horas lendo um bom livro ou assistindo a uma ficção na TV, via de regra a escolha recai nesta última opção, apesar de as pesquisas terem várias vezes demonstrado que, enquanto se assiste a uma ficção na TV, o humor médio apresenta uma depressão leve. Escolher frequentemente prazeres fáceis em vez de gratificações pode ter consequências dramáticas.
Enquanto escrevo esta frase, saboreio um pedaço de pão com manteiga e geleia. Não fui eu quem amassou nem assou o pão, não produzi a manteiga nem a geleia. Meu lanche é todo feito de atalhos, exigindo de mim pouco esforço e nenhuma habilidade. O que aconteceria se toda a minha vida fosse feita de prazeres tão fáceis e a preços baixos, sem nunca requererem de mim esforço algum e nunca me apresentarem qualquer desafio? Uma vida assim é candidata à depressão, e um dos principais sintomas disso é um perigoso egocentrismo. A pessoa deprimida dá muita atenção – até exagerada – a como se sente. O humor entristecido não é questão de vida ou morte; no entanto, para o deprimido, torna-se extremamente importante. Quando ele identifica em si tristeza, rumina esse seu estado projetando-o no futuro e deixando-o espalhar-se por todas as suas atividades, aumentando exponencialmente a própria tristeza.
Entre em contato com as próprias sensações!
– insistem sempre os gurus da autoestima em nossa sociedade. Os jovens absorveram essa mensagem, e a crença nela produziu uma geração de narcisistas, cuja maior preocupação é analisar como se sentem.
Em oposição à ordem de entrar em contato com as próprias sensações, o critério que define a gratificação é justamente a ausência de sensações, a perda da consciência de si, o pleno engajamento no mundo. A gratificação dissipa o egocentrismo e, quanto mais a pessoa experimenta o entusiasmo apaixonante que ela proporciona, menos se torna vítima da depressão. Mas, enquanto os prazeres são obtidos de maneira fácil, as gratificações – resultado da prática das potencialidades pessoais, como estudo, esporte, hobbies, serviço voluntário, entre outras – são uma conquista árdua. A firme determinação de identificar e desenvolver essas potencialidades torna-se, portanto, uma barreira extraordinária contra a depressão. E é necessário agir rápido, senão nossos jovens terão o mesmo destino dos filhos do País do Sol Nascente, que sofrem de Hikikomori (literalmente, isolar-se em casa, aninhar-se em si mesmo, separar-se). Trata-se de uma patologia que invalida as relações sociais; ela atinge mais de um milhão de jovens japoneses, induzindo-os a viver num mundo completamente privativo, em geral no próprio quarto, com portas e janelas rigorosamente lacradas, proibindo o acesso a outras pessoas. Na maioria da vezes, a permissão de entrar é concedida apenas à mãe para levar comida, única ruptura de uma existência monótona de videogames, internet, televisão e música. Em suma, já é indispensável educar nossos jovens não tanto para os prazeres, mas para as gratificações.
Claro, alguém poderia ter dúvidas sobre a oportunidade de dar confiança ou não àqueles jovens que, como muitas vezes acontece, tornam-se perigosamente adolescentes vitalícios. Mas talvez seja conveniente indagarmo-nos antes em que de fato consiste a adolescência.
É sabido que existe toda uma bibliografia sobre o tema. Quase todos os livros tratam do assunto como se a adolescência fosse uma crise perigosa, capaz de mudar completamente o caráter da pessoa. Há muitas ameaças na adolescência, mas não é verdade que ela consiga mudar o caráter; ela coloca a criança em crescimento diante de novas