Perdi Meu Custo
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Perdi Meu Custo - Eric Ferreira Dos Santos
Apresentação
O trabalho de profissionais preocupados com custos é excepcional. Eles assumem a existência de uma mutabilidade multifacetada e precisam ser inteligentes para lidar com as questões custos. O mercado competitivo exige isso. Estar pronto para enfrentar desafios pode não ser algo fácil, mas conhecer de antemão os desafios pode auxiliar num planejamento de ações para enfrentá-los.
Este livro foi escrito a partir de vários pequenos textos, os quais escrevi durante o meu curso de mestrado acadêmico. São textos despretensiosos. As vezes são sérios, as vezes não são. Talvez infantil em alguns momentos, porém divertidos. Por diversas vezes, quando eu ficava cansado pelo excesso de leituras de textos científicos, eu descansava lendo outros textos e escrevendo os textos que você encontra neste livro. Esta técnica me ajudou a desfocar o foco por um momento para que pudesse descansar daquele volume enorme de leituras. Depois, quando eu fui ler o que tinha escrito, acabei percebendo que havia algo em comum entre os textos.
Todos eles abordavam de um jeito ou de outro a importância dos custos. Por isso, resolvi unir todos eles num livro. Este é o meu primeiro livro independente. Se estiver ruim, você já sabe a razão. Divirta-se com ele. Estes textos contêm como base uma mistura total de notícias, pesquisas cientificas, crônicas, fatos, brincadeiras, toques de humor, ficções, trechos de conversas com amigos, poesias, piadas, narrativas, relatos sérios, exemplos, informativos e muito mais. Em alguns momentos irá parecer confuso. Em outros momentos, tudo estará claro. Aproveite tudo e pegue o que for útil para você.
O livro é direcionado para jovens acadêmicos, empresários, contadores, administradores e curiosos. Parte dos conceitos apresentados neste livro, geralmente, não são discutidos em sala de aula na graduação. Por isso, pode apresentar novidades instigantes para aventureiros da área. O livro desperta reflexões, fornecendo uma visão mais abrangente sobre o que seria custos em diversas angulações, no entanto o livro não esgota isso. Onde houver custos, haverá a necessidade de pensamentos criativos e críticos acerca dos fenômenos contábeis pelas vias gerenciais, tais como os apresentados neste livro. Curta os textos, mas se necessário, deteste-os. Aproveite o livro a sua maneira, mas visualize os custos.
Eric Ferreira
Londrina, PR, Janeiro de 2018.
Perdi meu custo!
Perdi meu custo! Onde foi que eu o perdi? Quanto perdi?
Não tenho tempo para ficar preocupado com comparações financeiras, pesquisas de preços, impostos, mudanças nas leis, taxas de juros, inflações, gastos de energia elétrica, despesas, custos. É claro... Saber dessas coisas ajudam a nossa vida e o nosso dia-a-dia, mas seria alguma coisa disso uma motivação daquelas bem desejada, uma lembrança inesquecível ou algo de muito entusiasmo? Eu falo de uma paixão ou sonho. Nunca esqueci daquela vez quando eu insisti bastante para a minha mãe comprar um computador para mim da década de 1990. Ficou marcado. Ganhei um Tamagotchi. Não foi uma total decepção. De certa forma, era um computador, porém daqueles de alimentar bichinhos. Isto ajudou nossas vidas e o nosso dia-a-dia.
O fato de eu ficar distraído, tentando fazer o monstrinho virtual crescer, ajudava muito ela. Ela focada no trabalho e eu me distraía. Com isso, ela pôde retardar a compra do primeiro computador pessoal por quatro ou cinco anos, economizando alguns mil reais, sem me desanimar, mas não privou de eu utilizar os computadores dos outros com os quais eu me distraía também. Além da economia feita por ela, havia coisas para eu aprender antes de realmente ter um computador. Você já teve a sensação de perder custos? Entre outras coisas, aprender certas coisas pareceria perder de tempo, valor e conhecimento, porém com o tempo eu perceberia que não. Mais tarde eu descobriria que isto se repetiria várias vezes na vida. O vaso sanitário já sabia disso. Felizmente, nunca precisei calcular o custo da privada.
Quando grandinho, vivi aquela fase de adolescente. Passei momentos me perguntado sobre o que eu seria quando crescesse. Não tinha dado conta da minha estatura, a qual parava de crescer. Por pouco, nunca encostei a cabeça no teto. Um dia, nas aulas do ensino médio, eu e um grande amigo meu estávamos decididos que iriamos fazer o vestibular. Fomos os primeiros da turma a falar isso em um bom som. Faltou cartaz com foto colada e giz de pintar para frisar o dito. No ano seguinte, desistimos da ideia. O nosso problema não eram as notas, a vontade de estudar ou a dedicação. Simplesmente não sabíamos que curso escolher. Ele já trabalhava e eu era meio fução
. Não era habilidoso em nada ou, pelo menos, não ainda. Fiquei com o sentimento de que já tinha tido essa sensação antes. Por ser curioso, comecei a aprender sozinho sobre programas de computadores que não se enquadrava em nenhum dos cursos da universidade. Nessa época aprendi muito sobre filmagem e edição. Foi fantástico. Já tinha computador. Sem perceber estava aprendendo. Meu Tamagotchi era outro. Fui aprendendo sozinho a parte técnica, mas ganhando experiência junto com um primo meu, e graças ao meu tio que incentivou. Após a primeira filmagem oficial de um aniversário de 15 anos, eu e meu primo dividimos os ganhos meio a meio e consumimos rápido, pensando que aquilo era lucro. Era receita. Perdemos os custos. O investimento tinha sido feito pelo meu tio. Ele fez a cara de quem realmente tinha perdido custo. Eu ainda não era contador. A feição dele era muito parecida com aquela sensação que tive antes. Ele acabou explicando vagamente que teríamos que arcar com algumas despesas com o dinheiro desse lucro
.
Depois de uns dois anos mais ou menos, resolvi fazer o vestibular, mas não ainda sabia o curso. Fiz três pré-cursos para descobrir o curso que faria: um de gestão empresarial, um cursinho de pré-vestibular e um de sono pesado. Palpitei em escolher o curso segundo minhas facilidades do ensino médio. Elas eram matérias de matemática e português. De repente, me veio na lista e na cabeça, a contabilidade. Nessa hora, perdi meu custo. Já senti isso antes. Não sabia ao certo o que era a contabilidade, muito menos custos, nem se eu passaria no vestibular e nem como eu me envolveria nisso.
Após conhecer a contabilidade, me dei conta da existência de custos. Mais ainda. Me dei conta da perda de custos. Por instante, deixei isso para lá. Depois, fui procurar. Não poupei silêncios. Olhei na demonstração do resultado e não o encontrei. Olhei nos estoques e não o encontrei. Na demonstração do valor adicionado, também procurei, nada. Pelo cheiro do balanço, o custo estava com outro caráter. Perguntei para a controladoria, nada. Um amigo me disse o meu currículo não poderia contê-lo. Descobri que o custo possuía muitas facetas. Então, me deram a dica: não seria possível conhecer todas elas, mas compreender algumas delas, formaria o contexto para localizar o custo e seu significado.
Eu pensava que essa coisa de perder custos, era apenas coisa minha. Não estou com perda de memórias. Não ligava para isso de custos até entender. O que foi que eu disse mesmo? Talvez você tenha perdido o seu também e ainda não se deu conta. Coloque na conta. Ponha na ponta do lápis. Na ponta do giz. Na ponta do computador. Veja se ele está por aí perto de você. O custo dá suspiros e sentimentos. Os empresários são especialistas em senti-lo. Já procurei de baixo do tapete. Atrás das portas. No vaso do quintal. Até chamei uns amigos para procurá-lo e nada. A paciência e os pensamentos gerenciais são excelentes para encontrar o custo. Essas coisas ajudam a nossa vida e o nosso dia-a-dia. São eficazes quando implantados nas empresas. Mas alguma coisa disso viraria uma motivação daquelas, uma lembrança inesquecível ou algo de muito entusiasmo? Uma paixão ou um sonho? Muitas pessoas ficam raivosas quando ouvem a palavra custos. Para elas, talvez seja como trauma de numerologia. A solução disso está na visão das facetas dos custos e no chá. Quer encontrá-lo? Então, vamos tomar um chá.
O que poderia ser feito para recuperar o custo perdido? O custo é recuperável porque ter ficado perdido ou será que ficou perdido por ser recuperável?
.
O paradoxo do custo!
"Bem-vindo(a). Vou preparar lhe um chá, enquanto eu conto uma história."
Sabe, eu estava aqui pensando. Por que o chá é tão caro? Você já pensou nisso? Eu aqui falo de tomar chá fora de casa, sabe. Sempre que você for tomar um chá, ou mesmo um café da manhã, com os amigos fora, - sim, fora de casa (a sua e a dos outros) - lembre-se que o item a ser consumido não é apenas o chá ou o café, mas toda a boa estrutura de acomodação, atendimento e serviço, além dos impostos e outros itens que interferem no preço final do consumidor.
Ainda não inventaram uma impressora 3D que pudesse dispensar o garçom para disponibilizar a opção de um autosserviço em ambientes não tão acomodáveis fisicamente, inclusive em ambientes virtuais. Já pensou se pudéssemos imprimir o chá instantaneamente? Imagine se seu chá ou café chegasse até você no momento após o envio de um e-mail ou o aperto de um clique de mouse. Cômodo não? Não se preocupe com o garçom. Garanto a você que se o garçom deixar de ser garçom e tornar-se vendedor de impressoras 3D ou empreendedor inteligente de e-commerce, ele