O Que É Ser Militar? Uma Construção Hegemônica, Volume Ii
De Mário Wilson
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O Que É Ser Militar? Uma Construção Hegemônica, Volume Ii - Mário Wilson
Mário Wilson
Título
O que é ser militar?
Uma construção hegemônica
Tema
SUPLÍCIO E SUBJUGAÇÃO
2017
Brasília – DF
Dados do Livro
Autor: Mário Wilson
Tipo de pesquisa: Investigação Bibliográfica da história Antiga, Moderna e Contemporânea.
ISBN: 978-85-922739-0-3
Todos os direitos são reservados ao autor.
O homem superior faz uso da mente, o comum faz uso do corpo. Quem usa a mente governa, quem usa o corpo é governado. (MAX SAVELLE, 1.968:18)
AGRADECIMENTOS
Aos amigos que acompanharam a angústia da escrita deste livro, aos que pacientemente ouviram os anseios, os desejos de acertar e caminhar em tão dura pesquisa.
Aos que não puderam ver esta obra pronta e aqueles que pacientemente esperavam por tão nobre conclusão.
Aos professores que me orientaram deram dicas e aos novos amigos que me aproximei, não somente pelo conhecimento que tinham, mas pelo apoio que deram em colaborar no desenvolvimento deste modelo dissertativo entre autores.
Agradeço também aos doutores que publicaram seus livros, ao qual, alguns cederam-me, inclusive, seu manuscrito.
Peço desculpas aos que não pude alcançar com este conhecimento global sobre os militares.
E como sempre, agradeço a Deus por ter dado a oportunidade de alcançar esta pequena parcela do conhecimento.
RESUMO
Este livro pode ser considerada uma ferramenta que ajudará a compreender a lógica do militarismo do mundo e do Brasil, não estando ainda completa, pois o caminho nos revela terríveis acontecimentos da história, contudo nos traz novidades e um novo olhar sobre a organização militar do mundo e seu porque e pra que foram criados e nos acompanham até a história moderna.
O doutor Mário Maestri abre nosso discurso apontando o que é escravidão e como identificá-la, tornando mais abrangente nossa visão sobre a dominação do outro, chegando ao ápice da sociedade em 476 d.C. quando finalmente o império romano chega a seu fim.
No primeiro capítulo é explanado de forma aberta sobre momentos históricos que marcam o desenvolvimento do Estado e suas formas de controlar a sociedade, momento no qual os teóricos explanam seus achados na história da humanidade, abrindo caminho para o homem moeda e a utilização dos espólios de guerra, chegando ao ponto de classificar os tipos de força de trabalho expostos para venda.
Ainda em continuidade a exposição de marcos históricos, são classificadas às castas, as quais, são separadas por tipos diferentes de sociedades, mas comuns em sua forma de segregar.
No capítulo dois, chegamos ao ponto de definir, segundo a investigação bibliográfica e apontamento dos doutores e mestres da história, abrimos caminhos para a mutação das classes, que saíram do campo e foram para as cidades e, mais uma vez, voltam ao campo. Nesse ir e vir, ocorrem várias mutações marcadas por uma miscigenação de culturas. Contudo, com o mover de um lado para o outro, as classes, em seu interior, moviam-se com sede de mudar sua situação, gerando um grande resultado, a revolta. Essa por sua vez trouxe coisas novas na cultura de ambos, os dominantes e os dominados.
No capítulo três trouxemos a mutação do escravagismo para a servidão, que após a virada do século e momentos de guerras, perseguições e fome, os humanos se tornam servos.
Os humanos aprenderam uma nova forma de sobreviver, diante da igreja e dos dominantes a moeda agora não era mais o homem e sim às terras. Chegamos ao ponto de termos as legiões como forma de tropas de guerra e proteção, o homem da guerra transformou-se em vassalo e deixa de ser apenas um trabalhador recebedor de soldo: soldado.
Neste capítulo veremos como cresce nos humanos um sentimento, esquecido há muito tempo na criação do império romano e ressurge com mais força e veemência, o valor em ser, ou seja, o tornar-se alguém de valor, que protege, que luta, que está, isto é, como diz a doutora Lívia Borges em sua obra a alma do guerreiro.
No capítulo quatro veremos a história da igreja que teve uma forte influência na formação de nossa nação e sentimento do homem, pois na antiguidade a história estava nas famílias, depois foi para o Estado e um pouco mais a frente estava no coração dos humanos.
No capítulo cinco conheceremos a lógica da cultura do militarismo e a influência da igreja na formação das tropas.
No capítulo seis falaremos diretamente sobre o suplício e a subjugação, o seu quê e por quê de serem duas palavras que andam juntas e nos forçam a abrir e ampliar a discussão teórica proposta neste livro. E diante dos fatos, chegamos diretamente ao corolário que nos da margem a refletir como os militares foram formados e como ultrapassaram gerações, nações e povos, por toda nossa história.
Boa navegação nos marcos da história.
ÍNDICE
AGRADECIMENTOS 7
RESUMO 9
INTRODUÇÃO 15
SEGUNDO O DOUTOR MÁRIO MAESTRI (1.987) 17
BREVE CONCLUSÃO 19
CAPÍTULO I 20
A FORMAÇÃO DA ESCRAVIDÃO E SERVIDÃO 20
EXPLANAÇÃO DOS TEÓRICOS DOUTORES 20
Tabela 01: formulada pelo autor. 28
O HOMEM MOEDA 32
AS CASTAS 41
CAPÍTULO II 46
OS ESCRAVOS NO CAMPO 46
A TRANSFORMAÇÃO DAS CLASSES 46
REVOLTA COMO RESULTADO DAS OPRESSÕES 59
CAPÍTULO III 66
O ESCRAVAGISMO SE TRANSFORMA NOVAMENTE EM SERVIDÃO 66
A MUTAÇÃO SOCIAL DAS LEGIÕES 73
VALOR MILITAR 81
CAPÍTULO IV 100
A INFLUÊNCIA DA IGREJA NA FORMAÇÃO DAS TROPAS 100
CAPÍTULO V 122
A LÓGICA DA CULTURA MILITAR 122
INTRODUÇÃO 122
EFEITO DA HISTÓRIA MEDIEVAL 124
AS TROPAS NA ERA MEDIEVAL 129
AS ORDENS RELIGIOSAS 131
CONFLITOS ENTRE IGREJA E OS REIS 135
A METAMORFOSE SOCIAL 140
CAPÍTULO VI 141
SUPLÍCIO E SUBJUGAÇÃO 141
INTRODUÇÃO 141
SUBJUGAÇÃO 141
SUPLÍCIO 144
SUPLÍCIO E SUBJUGAÇÃO MODERNOS 146
O PENSAR EM UMA DECISÃO 148
COROLÁRIO 151
NOTAS DO AUTOR 156
BIBLIOGRAFIA 157
DICIONÁRIO REMISSIVO 160
INTRODUÇÃO
Nesta pesquisa bibliográfica foi feito um diálogo entre os autores para uma melhor interpretação sobre o suplício e subjugação.
O formato discursivo que segue, propõe uma confirmação sobre as informações posta à luz pelo Doutor Mário Maestri, sendo a principal fonte de análise, os outros autores darão suporte as falas do Doutor.
No período de investigação bibliográfica foram pesquisados alguns autores: Franceses, Alemães, Russos e Ingleses, alguns em suas línguas nativas e outros já traduzidos.
Nesta pesquisa sistemática, iniciada em 2.010, já conta com um enorme fichário para a união dos dados. A melhor forma encontrada para explanar a investigação foi um diálogo entre três autores que trazem a luz informações mais precisas sobre os suplícios e subjugações, os outros autores que são citados apenas confirmam as informações analisadas dos três autores principais, devido à antiguidade da pesquisa destes doutores.
Coulanges (Francês traduzido pela editora Martin Claret versão de 2.002), Sottomayor (autores russos pesquisadores sendo eles Vladimir Diakov e Sergey Kovalev, tradução de 1.976 publicado em Lisboa Portugal), Martin Van Creveld (Holandês e historiador militar, seu livro é traduzido para o português em 2.004) e Mário Mestri (Brasileiro nascido em Porto Alegre e seu doutorado tem base na escravidão e foi utilizada a Edição de 1.987 – O seu ensaio Breve História da escravidão e o Livro O escravo antigo – 1.988).
O diálogo que segue pode ser um mecanismo elucidador como se deu a história da construção do suplício implantado nos regulamentos disciplinares militares, podendo ser um marco para a explicação da construção dos regulamentos tão controversos utilizados na atualidade pelas forças armadas brasileiras.
Não podendo deixar de citar que outros autores de datas mais antigas ou que escreveram sobre os períodos citados neste livro. Eles foram usados para dar maior consistência ao apontamento dos suplícios e subjugações ocorridas de várias formas para criação de tropas militares.
SEGUNDO O DOUTOR MÁRIO MAESTRI (1.987)
Por mais de 300 anos, o escravismo regeu os destinos da história brasileira, esse foi o país que apresentou condições para o desenvolvimento da escravidão colonial e foi o último país a aboli-la o que influenciou os múltiplos aspectos hodiernos. O fim da escravidão deu seu primeiro sinal de abolição com a consolidação da Constituição Federal de 1.988 – CF/88.
Não existem comparações à época entre a escravidão brasileira antiga com as que ocorrem nas atualidades, os apontamentos são sempre pautados na fartura de alimentação e o esforço do trabalho, não compara aquelas com estas, o trabalhador atual.
A única literatura com o tema bem difundido e que tem sua quase totalidade se dá devido aos estudos soviéticos e alemães, iniciados por Kuziscin (s.d.), Staerman (s.d.), Trofimova (s.d.), produziram diversos estudos sobre a escravidão romana.
Para uma pessoa ser considerada escrava é necessário que cumpra alguns requisitos:
a) Para ser considerado como uma mercadoria deve estar sujeito as eventualidades próprias e aos bens mercantilizáveis – aluguel, venda, compra e outros;
b) A totalidade do produto do seu trabalho deve pertencer ao senhor e seu salário deve ser habitação, alimento e vestimentas o que dependia da vontade do senhorio;
c) O status escravo deve ser vitalício e transmissível aos filhos.
Não é simplesmente se tornar escravo da noite para o dia, existe a necessidade de uma subjugação, seja ela uma necessidade social ou uma coerção para a permanência sobre o julgo de outra pessoa.
Os escravos precisavam produzir produtos em excesso para poder subsistir, o excedente será todo de seu senhor.
Para um sujeito estar submisso a outro é necessário a dependência e fatores ambientais para completar esta dependência. Um dos fatores da época era a propriedade de terras o que gerava uma servidão de diversas classes.
Não necessariamente o escravagismo foi um impulsionador da economia mundial, porém foi também uma das causas, um escravo poderia ser um empregado, como assalariado (recebedor de soldo) para guerras, um guarda-costas, um doméstico, concubino, pagem e outros, com direito a salário que geralmente eram a morada e a alimentação.
A produção escrava alcançou seu apogeu na Grécia antiga e passou pelos Impérios Romanos e sua decadência, logo após sua queda em 476 d.C..
BREVE CONCLUSÃO
Verificamos que realmente era uma prática da época, não há escravidão, porém a servidão, geralmente organizada por famílias que ao passar do tempo uniram-se em conglomerados e formaram as cidades.
O efeito da dissolução destas comunidades agrícolas e de artesanato permitiu a expansão do escravagismo assim como o crescimento do submetimento