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Cartas Poéticas - Sinceras
Cartas Poéticas - Sinceras
Cartas Poéticas - Sinceras
E-book267 páginas3 horas

Cartas Poéticas - Sinceras

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Sobre este e-book

Cartas poéticas é o volume II de uma reunião de textos que relatam a vida do autor, suas alegrias, tristezas e acontecimentos, escritos em prosa e verso.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento25 de jun. de 2020
Cartas Poéticas - Sinceras

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    Pré-visualização do livro

    Cartas Poéticas - Sinceras - Antonio Auggusto João

    A MULHER QUE EU ADORO

    Escrever as cartas poéticas mais uma vez é reviver toda felicidade que transbordou minha alma por anos e anos, desde o dia que a Dona Julieta, minha primeira professora, disse murmurando no meu ouvido que eu seria um poeta, depois de me premiar com nota máxima a redação feita como lição de casa. Bem que gostaria que a Dona Julieta pudesse ler esse livro, pois tenho certeza que ela iria se orgulhar de mim. Mas, de onde quer que ela esteja a capa deste livro, acompanhada desse poema, é dedicada a ela que lá do céu vai me presentear com bênçãos, com toda devoção: Amulherqueeuadoro é multicor!Elatemasutilezadarosaquando desabrocha, enãomeimportaoperfumedaflor.Amulherque eu desejotemosolhosdeébano,luzquepenetraa alma, luzquefazhipnotizar.Eseamulherquedesejotiver os olhosdacordomar,ora!Éclaroquevoudesejar,o que importaéacordocoração.Amulherqueeuquero, tem acordopecado,nãoimportaacordapele,poiso amor nãoéracista.Sãotantascoreseumasómulherno meu coração, idolatrada por sua beleza, seja ela branca, preta, azul, verde ou amarela, o que importa é o vermelhodeseu coração!

    AntonioAuggusto João

    CAPA: BILLANTONAKOS–FACE VI

    CARTAS POÉTICAS

    VOLUME II

    ANTONIO AUGGUSTO JOÃO 1a. EDIÇÃO

    SÃO PAULO

    2.020

    EDITOR

    ANTONIO AUGUSTO JOÃO

    918607

    J89c João, Antonio Auggusto

    Cartas poéticas — volume 2 / Antonio Auggusto João. – 1ª ed. – São Paulo, SP : edição do autor, 2020.

    300 p.

    ISBN: 978-65-00-05027- 1

    1. Poesia brasileira — Brasil. I. João , Antonio Auggusto. II. Título.

    CDD B869.1

    CDU 82- 1=134.3(81) Índice para catálogo sistemático:

    1. Poesia brasileira —Brasil: B869.1

    PREFÁCIO

    Vocênãoprecisameexcluirdeseuconvíviosocialseos meus textoseasminhasimagenstelevamaalgumdogmaquesejadiferente do seu.Aminhareligiãoéotamanhodaminhafé,eeuestareiemtodos os lugaresondeeusentirapresençadeJesusCristo,apresençade Deus!

    AntonioAuggusto João Escreversobreoamoréfácil!Sedesejaramulherque admiro,

    escrevocomexclamação!Seexistirdúvidassobreapaixão,escrevo por que?Secomeçarmosumadiscussãologoescrevoumavírgula.Nofogo da paixão, seosolhos dela brilharem eaboca ficar trêmula, lá vem às reticências...E,seporalgummotivoaparecernotextoàpalavraadeus – Adeusnãofoifeitoprasedizes-Euapagotudoecomeçooutra vez!

    AntonioAuggusto João Oqueseparaavidadamorteéumcorredorestreito, gelado,

    comluzesamarelaseraioscomosefosseosoltentandopenetrar para aquecer ocorredor gelado. Depois, nenhuma ferida irá mais sangrar, nenhumadorteráquesercombatida,poisestaremosnolugarque Deus reservou,ondeosolnuncaseapagará,ondeospássarosnãovãoparar de cantarsempreumacançãosuavearelaxar.Quandoláchegar,vou correr pelasbeiradasdoslagosdeáguasazuis,cristalinas,erolarnomato com gostodeframboesaeavistaraolongevocêchegar,paravoarmos para bemlonge,paraalgumlugar...Pranuncamais voltar.

    AntonioAuggusto João

    O SOFRIMENTO É O INTERVALO

    ENTRE DUAS FELICIDADES

    Todo ser humano que se presta a viver há de padecer, cedo ou tarde, das imprevisibilidades da vida.

    A estrada entorta, o leite derrama, o amor esfria ou

    amarga feito café de ontem. A gente erra, perde, desacerta o passo. É traído pela sorte, toma rasteira,

    apanha do imprevisto feito condenado.

    Os planos sofrem fraturas expostas no caminho da estrada real, e nós, momentaneamente privados do prazer, largamos de seguir alegres e contentes no

    trilho descarrilhado de nossa miserável ilusão. Nada é

    capaz de predizer a fatalidade. Nem mapas, previsões astrológicas, signos, zodíacos ou quiromancias —

    todas essas coisas, uma hora ou sempre vão se enganar. Esse é o momento exato em que a vida nos

    convoca a dar um passeio forçosamente de mãos dadas com o sofrimento.

    E dói, como dói a privação da alegria. Acampamos em ruínas, porém, despertos ainda em viver, seguimos catando nossas partes vivas no chão. Sofrer é tentar

    juntar os restos desordenados, é ir se arrastando miúdo em direção a alguma apreensão de si.

    Tem dias em que é inevitável sofrer e o que nos resta mesmo é ser humano, nada mais! É preciso dar passagem ao choro, ao grito, ao silêncio — qualquer

    coisa que sinta qualquer coisa apta a confirmar que

    até agora estamos vivos. No entanto, o sofrimento é uma agitação que desordena, para justamente ordenar

    e construir o seguinte.

    Ao sofrer trilhamos caminhos, como quem

    desbrava o mato alto com uma foice na mão. Abrindo

    passagem para que a próxima caminhada seja mais digna.

    O sofrimento (só ele) abre a gente desse jeito, deflagra nossa compreensão interior. Coloca-nos em

    solidão, ao passo que também nos arrasta cada vez mais, para bem perto de nossos potenciais de

    solucionar as tormentas. Na verdade é uma oportuna

    passagem, hábil a nos harmonizar intimamente, depois que o furacão se acalma.

    Sofrer é o sentimento que mais nos coloca perto das transmutações que fazemos na vida. É ele quem

    lava nossos olhos, para enfim, enxergar a alegria.

    Sempre acreditei que o sofrimento e a alegria são como grandes amigos, é que um dá sentido para o

    outro começar a existi r.

    A alegria é a tristeza esquecida de ser triste, enquanto a tristeza é a alegria esquecida de alegrar - se. No momento em que sofremos não fazemos a

    menor ideia de que algo novo após aquele instante nascerá. A flor cai, mas deixa o cheiro de frescor

    nitidamente no espaço. É a certeza de que o novo quer nascer.

    A existência nos faz esse pedido, vez em quando. Encerra um ciclo, abre-se outro universo. Muito aprendeu aquele que bem conheceu o sofrimento, pois

    a força não se mensura por fragilizar-se, mas pela medida de nossa capacidade de transmutar.

    Sofrer é uma passagem que pode nos levar a reconhecer que, por detrás da neblina, abre-se uma luz quentinha, capaz de abrasar o coração cansado,

    dorido.

    Alguma força acontece no nosso olhar, a nos garantir que é melhor seguir as estrelas do que

    estacionar o tempo em incompreensões.

    Agora vem.

    Erga-se devagar — com todos os ais — mas vem. Se olhar pela janela dos sentidos, vai perceber

    quantos sois ainda hão de nascer pra te encont rar. Ruth Borges

    Pratique o amor. Nunca deixe de revela-lo, de deixar transparecer nos seus gestos, em suas atitudes. Oamor e a paixão explodememchamasequeimamcomofogofurioso.Nenhuma quantidade deáguapodeapagarofogodoamor,enenhumriopodeafogá-lo. Se alguémquisessecompraroamoreporeleoferecesseassuas riquezas, receberiasomenteodesprezo.Nãofaçacomqueafaltadeamor sufoque suaalmaapontodevocênãoconseguirrespirar,poiscomoDeus quis invocaremseunovomandamento-Pratiqueoamor-Ameo próximo comoati mesmoenão importa sesomos pretos, brancos, amarelos, verdesouazuis...Oimportanteéquenossoscoraçõessão vermelhos!

    AntonioAuggusto João QuandoDeusnoscriouestavainspirado.Comoumartista, um

    pintorqueacertaamedidaeaobranãoéintrínsecanemabstrata... É verdadeiraefeitacomamor.Todosnóstemosdireitoàvidaesomos uma ObradeArte,feitapelo Criador.

    AntonioAuggusto João

    Quandovocêdescobrirqueseucoraçãopodeparardebater a qualquer momento,vai selembrar doamorqueficou escondido numa gavetaqualquer doseupensamento,dasfrases edosversos que não couberamnolivrodememóriasedovaciloquevocêdeuquandonão disse Euteamo.Avidapassadepressademaiseocoração,nãoseiporque, tem pressa em parar de bater, desde o dia que alguém sumiu do seu pensamento,desdeavezquevocênãopodeverosolnasceroutra vez!

    AntonioAuggusto João

    PERDÃO

    Muitas vezes temos dificuldades de perdoar alguém que tenha nos feito mal ou perdoar a nós mesmos,

    assim, procuramos mostrar vários motivos para justificar tal atitude. Não raramente dizemos que até

    queremos, no entanto, não conseguimos, então, enumeramos centenas de justificativas para não

    conseguir dar ou se perdoar. Perdoar é algo muito

    profundo que nos livra e tira toda a culpa e ressentimentos existente de alguém. Na verdade, o

    perdão é um desligamento de outrem, alias, é muito mais que e isso, é um processo de amor ainda maior

    pelo outro e para comigo mesmo. Perdoar é olhar para

    nossa própria miséria humana e perceber que erramos também e assim livrarmos de uma ligação consciente

    ou inconsciente nociva das culpas. A falta do perdão nos aprisiona independente de ter ou não razão de

    tais ressentimentos. Por outro lado, poderíamos dizer que o não perdoar é ser egoísta e um ato profundo de

    orgulho. Para tomar a atitude de perdoar é necessária

    uma dose intensa de humildade. Esta humildade está muito relacionada à nossa estrutura psíquica, a

    formação espiritual, a educação familiar.

    CARTAS POÉTICAS – VOLUME II

    É importante também dizer que quando temos uma relação profunda com determinadas pessoas ou

    devido a nossa personalidade temos dificuldade em desligar de alguns sentimentos sejam s entimentos

    benéficos ou prejudiciais. Sendo assim, muitos

    ressentimentos são motivações para preservamos determinados ligações com determinadas pessoas e perdoar significa abrir mão desta ligação, por isso,

    relutamos no perdão. Também perdoar significa

    render-se à um sentimento, devido nossa estrutura psíquica para alguns perdoar significa perder o jogo, e

    mais do que isto, significa ter um comportamento

    diferente sobre algo que não se admite estar errado. Olhando então por este prisma o perdão para uns é

    frustrante e angustiante. Mas aí fica um paradoxo. Embora, possa haver tantos motivos para não perdoar,

    e mesmo assim ter que o fazer! É porque na verdade o perdão mesmo dando para o outro, sou eu quem

    está recebendo benefício deste gesto. Pois, o perdão

    alivia a dor, tira a culpa, afasta do ressentimento, em outras palavras, liberta. Se refletirmos a Palavra de

    Deus, veremos que todo o projeto de Deus, da vinda de Jesus tinha exclusivamente o ponto de partida o

    Perdão. Quando falamos em salvação, na verdade estamos falando de perdão também.

    ANTONIO AUGGUSTO JOÃO

    [ 12 ]

    CARTAS POÉTICAS – VOLUME II

    A própria paixão de Cristo foi a loucura maior de perdão que poderíamos imaginar. O próprio Deus, se

    fazendo vitima para mostrar-nos o valor do perdão. Temos varias passagens nas Escrituras que e podemos

    observar. Há textos bíblicos que está centralizado no perdão. Há varias curas por Jesus que antes de serem

    realizados primeiro ele perdoava aquele que

    necessitava do milagre. Também há varias parábolas que o centro delas é o perdão. Perdoar é um gesto de

    misericórdia, seja para com o outro, seja para comigo. Muitas vezes dizemos que errar é humano, perdoar é

    divino e isto é a pura verdade. Porque o perdão é um

    Dom de Deus para com a humanidade, para com o homem, pois, Ele se faz misericórdia e assim, nos dá o

    Dom do perdão para que nos tornemos livres dos pesos que a falta de perdão nos envolve. Esta graça

    somente ocorre quando de fato nos propomos a perdoar. Quando caímos em si e vemos que este

    ressentimento atingi diretamente a mim. Quando

    deixo de ser egoísta, orgulhoso e proponho a dar o primeiro passo rumo ao perdão, a partir daí, Deus já

    me concedeu o Dom do perdão.

    Ataíde Lemos

    ANTONIO AUGGUSTO JOÃO

    [ 13 ]

    CARTAS POÉTICAS – VOLUME II

    DEIXE O CORAÇÃO SANGRAR

    Um dia, chega o período conturbado da vida; uma fase em que os mais sinceros sentimentos despertam

    de suas profundezas. Fica tudo meio confuso. Diante

    de porquês sem respostas, a angústia surge

    impiedosa: atropela certezas e derruba conquistas.

    Morando só ou acompanhado, sua casa parece grande, gelada e vazia. Sem rumo, você não sabe se

    vai ou se fica, se resiste ou se entrega. Por fim, você

    se abandona. E fica completamente sozinho.

    Resta o silêncio da voz que antes cantava alegria.

    Resta também o barulho da chuva. Porque chove lá fora e você se molha por dentro. Você deseja afogar

    os seus tormentos; nadar em mágoas para a enxurrada de lágrimas levarem desilusões embora.

    Entretanto, seus compromissos seguem indiferentes às suas lamúrias. Enquanto a vida chove, você entra no

    piloto automático. Acorda. Trabalha. Dorme. E se

    torna um sonâmbulo de sonhos perdidos. Para sentir a si mesmo e os seus segredos, você acaba se afastando

    de tudo e de todos. É o seu tempo de reflexão. Tempo de olhar para o Holden Caulfield dentro de você.

    Pode ser por rebeldia ou qualquer coisa que o valha.

    Mas também pode ser por medo, incerteza ou exaustão. Seus campos internos estão alagados.

    ANTONIO AUGGUSTO JOÃO

    [ 14 ]

    CARTAS POÉTICAS – VOLUME II

    O fluxo de seu sangue carrega suas dores. As águas frias que te percorrem vão direto ao buraco cravado no peito. Neste isolamento momentâneo de si

    mesmo, chega a hora de decidir: ou você pula no

    buraco, ou se segura na beira desse abismo e apanha suas dores — antes que elas afundem o seu coração.

    Ao agarrar-se a cada dor que te levaria ao precipício,

    você aprende a deixar doer. Como disse Clarice Lispector, sentimentos são água de um instante. Ao

    mergulhar em seu sofrimento, você aprende a sentir: quando a alma dói, é possível enxergar a poesia

    através da solidão. É que a solidão só passa quando

    você se entrega a ela; não como um vencido, mas como quem enfrenta o incompreensível. Você se

    agarra a si mesmo e não se permite cair em desespero. Por mais que este exílio sufoque e

    desalinhe a alma, você continua nadando firme contra a correnteza que te leva para longe de você mesmo.

    Nesse anoitecer sem estrelas, você encontra a

    inspiração do poeta: solidão é compor vida com a arte de não morrer. Nessa tempestade de dores e trovões,

    logo seus campos alagados serão um terreno de semeadura. Mesmo que nesse momento a vida tenha

    se tornado uma vereda inexplicável, você refresca o coração com a poesia de João Guimarães Rosa:

    ANTONIO AUGGUSTO JOÃO

    [ 15 ]

    CARTAS POÉTICAS – VOLUME II

    Sofre, sofre, depressa, que épara as alegrias novaspoderemvir… .

    É assim que prossegue a vida, em seus ciclos e a seu tempo. Ciclos de chuva e sol; tempo de chorar e

    brilhar. Caminhando nessa estrada de palavras, sentidos e sonhos, você sabe que a melhor parte é

    poder voltar para casa. Voltar para todos a sua volta. Voltar para dentro de você.

    Rebeca Bedone

    ANTONIO AUGGUSTO JOÃO

    [ 16 ]

    CARTAS POÉTICAS – VOLUME II

    MÃE E FILHO:

    UMA RELAÇÃO DE AMOR INCONDICIONAL

    Aquela manhã de domingo estava ensolarada e

    Jandira tomou seu café da manhã com tranquilidade, pois ainda estava no horário combinado de pegar uma

    amiga e seguirem para a cidade de interior que ficava a oitenta quilômetros de onde moravam.

    Não quis acordar seu marido, pois já haviam se

    despedido antes de dormirem. Jandira então tomou o seu carro e seguiu para o local combinado no dia

    anterior, onde iria pegar sua amiga Wanda, que se

    encontrava no horário e local combinado, e seguiram rumo à estrada que as levariam para o Centro de

    Estudos Meteorológico, onde participariam de um simpósio. A estrada estava tranquila, até deserta, e as

    duas amigas seguiam conversando sobre os temas que iriam discutir no simpósio, até que de repente um

    caminhão foi avistado seguindo em zigue zague logo à frente, na pista contraria.

    Jandira segurou firme no volante de seu carro, mas

    o espaço que o caminhão deixou para que ela passasse com seu carro foi muito pequeno, na estrada

    estreita.

    Quando o caminhão se aproximou, foi difícil para Jandira controlar o carro. Procurou desviar, mas ao

    ANTONIO AUGGUSTO JOÃO

    [ 17 ]

    CARTAS POÉTICAS – VOLUME II

    lado existia uma ribanceira e um precipício, o que fez com que Jandira não tentasse uma manobra pelo lado direito, sendo inevitável a batida no caminhão:

    - Nãoooo! Wanda morreu no local.

    Jandira ainda foi levada com vida para o hospital

    da cidade bem próxima, mas seu estado era

    desesperador.

    Quando Xavier, marido de Jandira chegou ao

    hospital, os médicos não lhe deram nenhuma

    esperança. Jandira estava em estado de coma, ligada a aparelhos.

    - Senhor Xavier! Chamou o Médico.

    - Sim...

    - Sua esposa sofreu um trauma muito grave e fo ram

    afetadas várias regiões do cérebro. Ela vai permanecer um coma e ligada a aparelhos e vamos ter que

    aguardar quarenta e oito horas para vermos se ela reage.

    - Sim...

    Xavier não conseguia dizer uma só palavra, apenas olhava para o médico com cara de assustado e com os

    olhos esbugalhados de tanto chorar.

    Entretanto, na sequencia, o médico lhe daria uma notícia que a principio fez com que Xavier ficasse apreensivo, mas que fez com que esboçasse um leve

    sorriso:

    ANTONIO AUGGUSTO JOÃO

    [ 18 ]

    CARTAS POÉTICAS – VOLUME II

    - Sua esposa estava grávida e o bebê sobreviveu ao trauma. Depois de seis meses o bebê nasceu.

    Um menino que recebeu o nome de Gabriel. A mãe continuava em coma, desenganada pelos médicos, e

    era cuidada pelo marido.

    Desde então, Gabriel passou todos os dias no hospital ao lado da cama da mãe.

    Para grande surpresa dos médicos, depois de três anos em estado vegetativo, milagrosamente Jandira

    abriu os olhos, acordando com Gabriel fazendo a maior bagunça ao seu lado.

    A partir de então o garotinho começou a conversar

    todos os dias com a mãe. Isso a fez comer, sorrir e ter em seu filho o principal motivo para lutar para viver.

    O amor de um filho para com a mãe é o remédio que cura a mais cruel das doenças e faz com que um

    simples sorriso possa vencer todas as dores e fazer com que a esperança, luta e perseverança sejam mais

    suáveis no caminho para se recuperar de qualquer doença.

    AlgumasPalavras–VolumeIV–Todasas Mães AntonioAuggusto João

    ANTONIO AUGGUSTO JOÃO

    [ 19 ]

    CARTAS

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