Jesus Chorou
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Jesus Chorou - Antonio Auggusto João
JESUS CHOROU
- 2 -
ANTONIO AUGGUSTO JOÃO
JESUS CHOROU
JESUS CHOROU
ANTONIO AUGGUSTO JOÃO
1ª. Edição
SÃO PAULO
2.017
EDITOR
ANTONIO AUGUSTO JOÃO
918607
- 3 -
ANTONIO AUGGUSTO JOÃO
JESUS CHOROU
Editor JESUS CHOROU
Antonio Augusto João www.portaldoauggusto.blogspot.com.br
Antonio Auggusto João
Produção, revisão e capa Nenhuma parte desta publicação
Antonio Augusto João
pode ser armazenada, fotocopiada, reproduzida por meios mecânicos eletrônicos ou outros quaisquer sem a prévia autorização do Editor. auggusto@terra.com.br
Autor: João, Antonio Auggusto
Obra:
JESUS CHOROU
Antonio Augusto João
São Paulo / Antonio Augusto João 130p; 21cm
ISBN 978-85-918607
1. Literatura 1. Título
São Paulo 2.017
1a. Edição
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ANTONIO AUGGUSTO JOÃO
JESUS CHOROU
PREFÁCIO
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ANTONIO AUGGUSTO JOÃO
JESUS CHOROU
- 6 -
ANTONIO AUGGUSTO JOÃO
JESUS CHOROU
O SOFRIMENTO É O INTERVALO ENTRE
DUAS FELICIDADES
Todo ser humano que se presta a viver há de padecer, cedo ou tarde, das imprevisibilidades da vida. A estrada entorta, o leite derrama, o amor esfria ou amarga feito café de ontem. A gente erra, perde, desacerta o passo. É traído pela sorte, toma rasteira, apanha
do imprevisto feito condenado. Os planos sofrem fraturas expostas no caminho da estrada real, e nós, momentaneamente privados do
prazer, largamos de seguir alegres e contentes no trilho
descarrilhado de nossa miserável ilusão. Nada é capaz de predizer a fatalidade. Nem mapas, previsões astrológicas, signos, zodíacos ou quiromancias —todas essas coisas, uma hora ou sempre vão se
enganar. Esse é o momento exato em que a vida nos convoca a dar um passeio forçosamente de mãos dadas com o sofrimento. E dói, como dói a privação da alegria. Acampamos em ruínas, porém,
despertos ainda em viver, seguimos catando nossas partes vivas no chão. Sofrer é tentar juntar os restos desordenados, é ir se arrastando miúdo em direção a alguma apreensão de si. Tem dias em que é inevitável sofrer e o que nos resta mesmo é ser humano,
nada mais! É preciso dar passagem ao choro, ao grito, ao silêncio — qualquer coisa que sinta qualquer coisa apta a confirmar que até agora estamos vivos. No entanto, o sofrimento é uma agitação que
desordena, para justamente ordenar e construir o seguinte. Ao sofrer trilhamos caminhos, como quem desbrava o mato alto com uma foice na mão. Abrindo passagem para que a próxima
caminhada seja mais digna.
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ANTONIO AUGGUSTO JOÃO
JESUS CHOROU
O sofrimento (só ele) abre a gente desse jeito, deflagra nossa compreensão interior. Nos coloca em solidão, ao passo que também
nos arrasta cada vez mais, para bem perto de nossos potenciais de solucionar as tormentas. Na verdade é uma oportuna passagem, hábil a nos harmonizar intimamente, depois que o furacão se
acalma. Sofrer é o sentimento que mais nos coloca perto das transmutações que fazemos na vida. É ele quem lava nossos olhos, para enfim, enxergar a alegria. Sempre acreditei que o sofrimento e a alegria são como grandes amigos, é que um dá sentido para o
outro começar a existir. A alegria é a tristeza esquecida de ser triste, enquanto a tristeza é a alegria esquecida de alegrar-se. No momento em que sofremos não fazemos a menor ideia de que algo
novo após aquele instante nascerá. A flor cai, mas deixa o cheiro de frescor nitidamente no espaço. É a certeza de que o novo quer nascer. A existência nos faz esse pedido, vez em quando. Encerra
um ciclo, abre-se outro universo. Muito aprendeu aquele que bem conheceu o sofrimento, pois a força não se mensura por fragilizar- se, mas pela medida de nossa capacidade de transmutar. Sofrer é
uma passagem que pode nos levar a reconhecer que, por detrás da neblina, abre-se uma luz quentinha, capaz de abrasar o coração cansado, dorido. Alguma força acontece no nosso olhar, a nos garantir que é melhor seguir as estrelas do que estacionar o tempo
em incompreensões. Agora vem. Erga-se devagar — com todos os ais — mas vem. Se olhar pela janela dos sentidos, vai perceber quantos sois ainda hão de nascer pra te encontrar.
Ruth Borges
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ANTONIO AUGGUSTO JOÃO
JESUS CHOROU
DEIXE O CORAÇÃO SANGRAR
Um dia, chega o período conturbado da vida; uma fase em que os mais sinceros sentimentos despertam de suas profundezas. Fica
tudo meio confuso. Diante de porquês sem respostas, a angústia surge impiedosa: atropela certezas e derruba conquistas. Morando só ou acompanhado, sua casa parece grande, gelada e vazia.
Sem rumo, você não sabe se vai ou se fica se resiste ou se
entrega. Por fim, você se abandona. E fica completamente sozinho. Resta o silêncio da voz que antes cantava alegria. Resta também o barulho da chuva. Porque chove lá fora e você se molha por dentro.
Você deseja afogar os seus tormentos; nadar em mágoas para a enxurrada de lágrimas levarem desilusões embora. Entretanto, seus compromissos seguem indiferentes às suas lamúrias.
Enquanto a vida chove, você entra no piloto automático. Acorda. Trabalha. Dorme. E se torna um sonâmbulo de sonhos perdidos. Para sentir a si mesmo e os seus segredos, você acaba se
afastando de tudo e de todos. É o seu tempo de reflexão. Tempo de olhar para o Holden Caulfield
dentro de você. Pode ser por rebeldia ou qualquer coisa que o valha. Mas também pode ser por
medo, incerteza ou exaustão. Seus campos internos estão
alagados. O fluxo de seu sangue carrega suas dores. As águas frias que te percorrem vão direto ao buraco cravado no peito. Neste isolamento momentâneo de si mesmo, chega a hora de decidir: ou
você pula no buraco, ou se segura na beira desse abismo e apanha suas dores —antes que elas afundem o seu coração. Ao agarrar-se a cada dor que te levaria ao precipício, você aprende a deixar doer.
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ANTONIO AUGGUSTO JOÃO
JESUS CHOROU
Como disse Clarice Lispector, "sentimentos são água de um instante". Ao mergulhar em seu sofrimento, você aprende a sentir:
quando a alma dói, é possível enxergar a poesia através da solidão. É que a solidão só passa quando você se entrega a ela; não como um vencido, mas como quem enfrenta o incompreensível. Você se
agarra a si mesmo e não se permite cair em desespero. Por mais que este exílio sufoque e desalinhe a alma, você continua nadando firme contra a correnteza que te leva para longe de você mesmo. Nesse anoitecer sem estrelas, você encontra a inspiração
do poeta: solidão é compor vida com a arte de não morrer. Nessa tempestade de dores e trovões, logo seus campos alagados serão um terreno de semeadura. Mesmo que nesse momento a vida
tenha se tornado uma vereda inexplicável, você refresca o coração com a poesia de João Guimarães Rosa: Sofre, sofre, depressa, que é para as alegrias novas poderem vir…
É assim que prossegue a
vida, em seus ciclos e a seu tempo. Ciclos de chuva e sol; tempo de chorar e brilhar. Caminhando nessa estrada de palavras, sentidos e sonhos, você sabe que a melhor parte é poder voltar para casa.
Voltar para todos a sua volta. Voltar para dentro de você.
Rebeca Bedone
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ANTONIO AUGGUSTO JOÃO
JESUS CHOROU
JESUS CHOROU
ANTONIO AUGGUSTO JOÃO
1ª. Edição
SÃO PAULO
2.017
EDITOR
ANTONIO AUGUSTO JOÃO
918607
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ANTONIO AUGGUSTO JOÃO
JESUS CHOROU
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ANTONIO AUGGUSTO JOÃO
JESUS CHOROU
Escrever sobre o amor é muito fácil
! Se desejo a mulher dos meus sonhos, escrevo com exclamação! Se existir dúvidas sobre a paixão, escrevo por que
? Se começarmos uma discussão, logo escrevo uma vírgula, se os olhos dela brilharem e a boca ficar trêmula, lá vem as reticências... E, se por um motivo qualquer aparecer no texto a palavra adeus
, eu apago tudo e começo outra vez!
Antonio Auggusto João
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ANTONIO AUGGUSTO JOÃO
JESUS CHOROU
Quando descobri que meu coração poderia parar de bater a qualquer momento, lembrei-me do amor que ficou escondido na gaveta do meu pensamento, das frases e dos versos que não couberam no meu livro de memórias e do vacilo que dei quando não disse que te amo. A vida passa depressa demais e o meu coração, não sei por que, tem pressa em parar de bater, desde o dia que você sumiu do meu pensamento, desde a vez que eu não pude ver o sol nascer outra vez!
Antonio Auggusto João