Eclético
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Eclético - Roberto Perius
ROBERTO PERIUS
E C L É T I C O
1ª edição
Editora Escrita Criativa
São Pedro do Butiá
2020
Copyright by Roberto Perius, 2020
Proibida a reprodução total ou parcial desta obra sem a expressa autorização do autor.
Plágio é crime, conforme os preceitos da lei.
Fotografia da Capa: Rafaela Oliveira Perius
Arte da Capa: Orion Oliveira Perius
Revisor: Roque Aloisio Weschenfelder
DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO (CIP)
Bibliotecário responsável: Fabrício Schirmann Leão – CRB 10/2162
Para Rafaela e Orion,
queridos, amados filhos,
Ela – um nome de Arcanjo,
Ele – duma Constelação.
"E aqueles que foram vistos dançando,
foram julgados insanos por aqueles
que não podiam escutar a música."
(F. Nietzsche)
"Não temam dançar sozinhos!
As mais lindas ‘músicas’,
angelicais sustenidos,
estão no ‘silêncio’."
(o autor)
SUMÁRIO
INFERNAL
GERMINAL
LIRISMO NASALADO
ANORMAL
ADMITRA!
A MOSCA
CAVALO SEM CABEÇA
NADA A CENSURAR
O AMIGO JUVENAL
PALINGÊNICO
‘PRIMEIRO’
EUGENIA
FAGIA
EMOÇÕES...
CONTEMPLAÇÃO INDUZIDA
ADEUS, AMIGO!
(...)³
LEMBREI...
INSPIRAÇÃO
INDISCRETOS!
EU, HEIN?!
TENHO SONO
CONFIDÊNCIAS
AO LARGO
TAPAS
DÚVIDAS...
‘MENTE’
SENTIDOS
PULITZER
DESPEDIDAS...
VERITATIS
CONFIANÇA
CHEGADA
VITIMOLOGIA
PATHÓS
NEUROSE
DIFERENTE
TUDO IGUAL
PRIMEIRO BEIJO
RELÓGIO DE CORDAS
PECARE
BORBOLETAS...
OS HOMENS TAMBÉM!
IDENTIDADES...
UMBIGOS
PRESENTE GREGO
TROFÉU IMPERECÍVEL
INTIMIDADES
ONTEM
FAÇA-SE!
VITAL
JARDIM DO IDEM
O INCONSCIENTE
PENDURADO NO PINCEL
ESTOU...
TODOS
HOMEOSTASE
TRÍADE
OUÇA E REPITA COMIGO...
A LARANJA DO VIZINHO
APENAS A VERDADE
BORBOLETA MADURA
FEMINICÍDIO
BENGALAS
DO TEMPO
HISTÓRIAS
ESCARROS
MATERNIDADE
SARCÁSTICO HOJE
IDEOLIZADO
FOI BOM PRA VOCÊ?
SAMADHI
MAIS
ATÉ TU...!
CARIDADE
(1²)
AURORA
CONDIMENTOS
ATÉ QUANDO?
ESPELHO, ESPELHO MEU...
PRIMEIRO
MEDO DA CHUVA
MUROS
HÁ QUANTO TEMPO?
ASÍ CREO
HOMEM
CHOVEU!
DESPERDÍCIO
PARAÍSO
O LIVRO DA VIDA
O APERTO DE MÃO
MUNDO VELHO
ENFIM...
REFORMA DA ESTREBARIA
DATA VÊNIA II
ESPERANÇA
PROCUSTO
DEVASSOS
POR QUÊ?!
INFERNAL
A chimarrear em solitude,
manhã, aurora já consumada,
quando, por breve momento, observei,
admito! ...invejei as andorinhas,
pássaros de extremada sorte,
razão de suas mansuetudes,
pois, ao compasso do tempo,
migram entre o Sul e o Norte,
refugiados de invernal inferno
sem precisarem de passaporte.
Mas, ...e os ‘refugiados’ outros?
‘Humanos’ – desprovidos de asas,
já sem lágrimas nos magros rostos,
tez escurecida pelo calor incessante,
do clima, da fome, conflitos armados,
cansados da insana morte, constante,
aos quais, por injustificada xenofobia,
negados pedidos ‘vistos de entrada’,
sonhada porta que lhes é fechada,
e, após, em "guetos segregados".
Holocaustos da modernidade...
da "Humanidade" – amnesiada.
Vampirizada em suas jugulares
e abandonada à própria "sorte".
Em nada, absolutamente nada,
diferente de hodiernas favelas,
sem asfalto, sem luz, sem água,
fétido esgoto a margear ruelas.
‘Cidadãos’... tão somente...
em véspera de eleição.
O que se dá a nível externo
auspiciado na "Soberania",
mais mórbido, descarado,
replicado a nível interno.
Salve a Democracia!
"G
E
R
M
I
N
A
L"
Nos vários planos, físicos, metafísicos,
"...idealizados..."
embretados, conduzidos aturdidos,
qual gado, maneados, molestados,
sonhamos com o que não temos,
e, desleixados, negligenciamos,
do tanto, tangível, não surreal,
que, imperceptível, "perdemos".
Quando, então, derradeiro relincho,
cavalo já muito ao longe, só... encilhado,
desvalidos, aos trancos experimentamos
o paulatino esquecimento do real,
não mais sonhado, subtraído,
... amnesiado...
Disso, corolário,
perdidas as identidades,
para ‘garantirmos’ o "chão"
e acharmos as individualidades,
alienados, aparteados da "sã razão",
passamos a viver "sonhos emprestados".
Assim, cada manhã – cifrada,
ao acordarmos e levantarmos
mais famintos, escravizados,
numa exclusiva nua certeza:
inclusos juros inadimplidos,
leoninos... abusivos...
Quê será de Ti?