Deriva nas ruínas
()
Sobre este e-book
Relacionado a Deriva nas ruínas
Ebooks relacionados
7 melhores contos de Manuel de Oliveira Paiva Nota: 0 de 5 estrelas0 notasHip-hop Transdisciplinar Nota: 0 de 5 estrelas0 notasUma rede para Iemanjá Nota: 0 de 5 estrelas0 notasFilosofia Poemática: Um Coração Ético no Seio da Razão (Volume I) Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA família vai ao cinema Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA eternidade na obra de Jorge Luis Borges Nota: 0 de 5 estrelas0 notasAs Máscaras de Artaud Nota: 0 de 5 estrelas0 notasHamlet: Drama em cinco Actos Nota: 4 de 5 estrelas4/5Ensaios inspirados em filosofia Nota: 0 de 5 estrelas0 notasPoéticas do contemporâneo Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA poesia na precariedade do existir Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA literatura como reveladora das vozes sociais do nosso tempo Nota: 0 de 5 estrelas0 notasAldeia do silêncio Nota: 0 de 5 estrelas0 notasPoemas 1999-2014 Nota: 0 de 5 estrelas0 notasGuarani e Kaiowá: Modos de Existir e Produzir Territórios - Volume I Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA correspondência de Fradique Mendes memórias e notas Nota: 0 de 5 estrelas0 notasVersos Fanchonos, Prosa Fressureira: uma antologia (1860-1910) Nota: 0 de 5 estrelas0 notasTAP sua cena & sua sombra: O teatro de amadores de Pernambuco (1941-1991) - Volume 2 Nota: 0 de 5 estrelas0 notasEstá lá tudo: a crônica e o cosmos de josé saramago Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO burro carregado de sal Nota: 0 de 5 estrelas0 notasComunicação, Estética e Política: Epistemologias, Problemas e Pesquisas Nota: 0 de 5 estrelas0 notasEncontros Arcanos: Poéticas do imaginário Nota: 0 de 5 estrelas0 notasPelas águas da Medusa Nota: 0 de 5 estrelas0 notasUm Mar de Haicais Nota: 5 de 5 estrelas5/5Espumas Flutuantes Nota: 0 de 5 estrelas0 notasMoqueca de maridos: Mitos eróticos indígenas Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO anjo do avesso Nota: 0 de 5 estrelas0 notasAquele que tudo devora Nota: 0 de 5 estrelas0 notas7 melhores contos de Lima Barreto Nota: 0 de 5 estrelas0 notas
Contos para você
Meu misterioso amante Nota: 4 de 5 estrelas4/5Contos pervertidos: Box 5 em 1 Nota: 4 de 5 estrelas4/5SADE: Contos Libertinos Nota: 5 de 5 estrelas5/5Procurando por sexo? romance erótico: Histórias de sexo sem censura português erotismo Nota: 3 de 5 estrelas3/5Todo mundo que amei já me fez chorar Nota: 0 de 5 estrelas0 notasNovos contos eróticos Nota: 0 de 5 estrelas0 notasSafada Nota: 4 de 5 estrelas4/5Quando você for sua: talvez não queira ser de mais ninguém Nota: 4 de 5 estrelas4/5O DIABO e Outras Histórias - Tolstoi Nota: 0 de 5 estrelas0 notasContos de Edgar Allan Poe Nota: 5 de 5 estrelas5/5Só você pode curar seu coração quebrado Nota: 4 de 5 estrelas4/5A bela perdida e a fera devassa Nota: 5 de 5 estrelas5/5Homens pretos (não) choram Nota: 5 de 5 estrelas5/5Os Melhores Contos de Franz Kafka Nota: 5 de 5 estrelas5/5Melhores Contos Guimarães Rosa Nota: 5 de 5 estrelas5/5Prometo falhar Nota: 4 de 5 estrelas4/5Rua sem Saída Nota: 4 de 5 estrelas4/5Para não desistir do amor Nota: 5 de 5 estrelas5/5Felicidade em copo d'Água: Como encontrar alegria até nas piores tempestades Nota: 0 de 5 estrelas0 notasAmar e perder Nota: 0 de 5 estrelas0 notasDono do tempo Nota: 5 de 5 estrelas5/5TCHEKHOV: Melhores Contos Nota: 0 de 5 estrelas0 notasMACHADO DE ASSIS: Os melhores contos Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO louco seguido de Areia e espuma Nota: 5 de 5 estrelas5/5A Espera Nota: 5 de 5 estrelas5/5Os Melhores Contos de Isaac Asimov Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO homem que sabia javanês e outros contos Nota: 4 de 5 estrelas4/5
Avaliações de Deriva nas ruínas
0 avaliação0 avaliação
Pré-visualização do livro
Deriva nas ruínas - Arthur Buendía
PROFANA
CAVALO
¹
Montadura: Para casa, um caminho subitamente íngreme; vi como descíamos a escada e, de certo modo, estávamos sentados debaixo da terra. O espaço pisca-nos o olho: ora, diz lá, o que terá acontecido em mim? É sempre qualquer coisa como um aceno ambíguo que vem do nirvana; a morte como zona à volta do transe. Toda imagem é em si um sono
. No estábulo:
Espíritos a pairar (como que estilizamos) atrás do ombro direito. Sensação de frescura nesse ombro. Tenho a sensação de que há mais quatro nessa sala, além de mim
.
Aqui num mundo escondido geme um búzio perdido
– e eu troto.
Tudo isso é um abril desenterrado e ilhas de se comer ontem e hoje agora e vontade de cavá-los, cavá-los com maleita renovada. Ó terra que a si própria se devora! Ó pulsos galopantes, ó cavalos!
Passa esse vórtice
– focinho, narinas, babas e relinchos – e percebe que ele turbilhonantemente gira para trás: o que hoje se prova, outrora era apenas imaginado; um só pensamento preenche a imensidão & toda fração de Tempo menor que um pulsar de artéria equivale a Seis Mil Anos.
Este Anjo tornado agora demônio é meu amigo do peito.
Manual de equitação: Lemos a Bíblia juntos em seu sentido infernal ou diabólico, que o mundo há de ter, se trilhar o caminho correto. Todas as novidades estão no Inferno. Então, xamãs de todo o mundo, espalhem-se!
A Crina eriçada, batucam os cascos.
Diz o Centauro: Eu sou tecno pagão / a serpente o gavião o jaguar me veem como seu duplo
.
Refrão: Vamos reler
.
O ritmo poético é o duplo do ritmo cósmico.
Trote. O ritmo é um ímã.
Galopes. O ritmo é um rito.
Galope.
Agora entre o meu ser e o ser alheio a linha de fronteira se rompeu a linha de fronteira se rompeu CÂMARA DE ECOS CÂMARA DE ECOS CÂMARA DE ECOS
Oh! Então inclina tu também a fronte ante o mármore em ruínas dos ancestrais.
Centauro claudicante. Somos traficantes de memórias desterradas & nada mais.
Dedico este livro
À memória de Jorge de Lima & Roberto Piva
Esses Traficantes de Memórias Desterradas
a Jhon Napoleúnico, irmão dos relógios sem ponteiros,
Tiago Penna, meu mestre LogoPhático
& Nilton Resende, meu mestre nos Mistérios & Literatura.
Agradeço a:
Nilton Resende, Guilherme Ramos,
Maria de Fátima & Lara Rani.
I. PRÓLOGO, OU ARQUITETURAS DA FOME – PERSISTE NA MEMÓRIA, CONTRA TODA DILUIÇÃO, A AURA.
A verdadeira imagem do passado perpassa, veloz. O passado só se deixa fixar como imagem que relampeja irreversivelmente, no momento em que é reconhecido.
E nenhum rosto é tão surrealista quanto
o rosto verdadeiro de uma cidade.
-Walter Benjamin
MANIFESTO OU ESTILHAÇOS – A CAUDA
diálogos através de Imagens/ sorriso indecifrável/ os Corpos só sabem falar sobre Paixões/ serpentes se enroscando em cetros de prata/ estrela vaginoriginária explode o céu adamantium/ poeta arando o Infinito/ no cerne do centro do cerne/ corpo de sol viscoso & mamilo entalhado/ ninfa de seios cacho-de-lichia/ costas de Serafim androgenizado/ o espelho convoca a comunhão entre Corpo & Espírito/ a noite convida um cio de estrelas
* * *
DERIVA COM WALTER BENJAMIN
NO CENTRO HISTÓRICO
Todas as tuas velhas cicatrizes
Terra
foram o charme
de tua figura de guerra
-Jean Cocteau
bailarinos de peitos & paus
rodopiam androginia
sobre o próprio sangue rendido
na esquina
Jaraguá treva na avenida
Pantera andeja
com olhos de búzios
& químicos-arsênico lançados em
sua pele movediça
o espírito indígena em guerrilha urbana
contra o vício de braskêmico
- flechas penetrando ogivas >
a História fora do Tempo.
suspensas por fios etéreos
arquiteturas da entropia
carnavais sangrados
em muros que figuras habitam & casarões
guardando vórtices de mobília.
rastro no tempo em ruínas
antigo vento regressado / cheira ao século Morto.
BEBEDOURO DE IMAGENS
mais um sinal abortado
sobre o bento asfalto do bebedouro de Imagens
lendas de um coração enterrado
na rosa dos ventos /¢entro do corpo do bairro
lucena emaranhados de medo /rolando, o sangue
em córregos baixos
piazza sotto l’ombra di de Chirico
veia aorta guiada por galeria de hospícios
& fetos enterrados sob sonhos
TRAC trilhos trem mascando o mormaço espesso
rangendo o dia a pino
assinalando os passos do tempo
sobre ossos do futuro
Impreciso/Aceno
MEU CORAÇÃO EU JACINTO
bairro-despacho
na encruzilhada da cidade
o coração
dos quatro-cantos pulsa
o sangue lúmpen pra capital do estado.
mormaço pesa etéreos mastodontes adormecidos.
na artéria do sacrifício feiras de clamores