A Verdade Sobre Os Homens Na Educação Infantil

De Gildo Nolasco

O livro faz um levantamento histórico da participação do homem e da mulher como educadores em diferentes momentos, para constatar um dado curioso e alarmante sobre a presença de homens no magistério e em especial na educação infantil. Da sua trajetória acadêmica até o seu engajamento no mercado de trabalho, o pedagogo homem se depara com preconceitos e discriminações, enxergado muitas vezes como um corpo estranho. Com temática inovadora, a obra convida os leitores a refletir sobre esse lugar e sobre os fatos a fim de que debates e ações possam ecoar e contribuir para um novo cenário.

• Idioma: Português
• Editora: Clube de Autores
• Data de lançamento: 15 de jun. de 2020

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PREFÁCIO

Receber o convite para prefaciar esta obra prima construída por Gildo, me remeteu a um breve passado, em uma bela noite na sala de aula da faculdade, onde tive o imenso prazer em assistir a um jovem, com uma voz firme e melodiosa, apresentar sua produção de conclusão de curso da graduação de Pedagogia. Com olhos firmes e doces, Gildo nos conduziu a uma reflexão crítica sobre um tema tão necessário à educação, especialmente quando voltamos o nosso olhar sobre o preconceito sofrido pelo educador na sua relação com a educação infantil, em especial.

O autor ao abordar os desafios enfrentados pelo professor quando adentra em lugar ocupado predominantemente pela figura feminina, desorganiza conceitos preconcebidos e alicerçados por equívocos históricos, uma vez que condiciona, mesmo que de uma forma velada, competência a gênero.

Ao mesmo tempo, ele nos ressalta que os principais atores, autores, pesquisadores famosos na área da educação tanto no Brasil quanto no exterior são homens.

Que contradição, hein? Como conceber tanta sensibilidade em um corpo designado a virilidade rude?       Nisso também temos o olhar atento e franco do nosso autor.

A concepção da educação infantil com todas suas nuances também não passa despercebido a esse pedagogo que ora nos deleita com essa obra, o que afaga meu coração "Walloniano".

Ao ler esse escrito e conhecendo seu autor, remeto minha alma a uma citação de Paulo Freire que diz: Eu sou um intelectual que não tem medo de ser amoroso. Amo as gentes e amo o mundo. E é porque amo as pessoas e amo o mundo que eu brigo para que a justiça social se implante antes da caridade.

Foi desta forma que Gildo conduziu sua formação: como um intelectual em ascensão buscando consolidar toda a teoria que a faculdade lhe oferecia com a prática pedagógica em uma conexão com a amorosidade e a garra em abrir seu espaço em sala de aula. Entretanto não havia em sua essência a ingenuidade de ignorar que muitas pedras tentariam impedir sua caminhada.

E é desta forma que ele trilha seu caminho de educador. Desbravando seu caminho de homem, pedagogo, instrumentalizado de competência, conhecimento técnico, teórico e afetivo, como todo professor precisa ter.

Percebam vocês a relevância dessa grandiosa discussão! Gildo nos convoca a viajar em uma deliciosa leitura recheada de ponderações sobre a figura masculina na docência de crianças, assim como sua própria concepção de sua atuação neste espaço. E o faz com a dedicação e competência que lhe é peculiar presenciada por mim em grande parte de sua caminhada acadêmica.

E quanto a mim? Ah! Só posso dizer que sou muito grata à Deus em ter conhecido e convivido com Gildo, em sua formação como educador e a quem hoje tenho a honra de ter como colega de profissão!

Que você, Gildo, seja um educador como aquele citado por Rubem Alves que antes de serem especialistas em ferramentas do saber, deveriam serem especialistas em amor: Intérpretes de sonhos.

Profª Esp. Alzira de Castro Gomes¹

MINHA HISTÓRIA DE VIDA

Chamo-me Gildo Nolasco de Jesus. Sou preto, pedagogo e pós-graduando em Ensino da Matemática. Iniciei minha vida profissional aos doze anos de idade, quando meu pai, senhor Gildo Guedes, levou-me até a oficina do senhor Paulo Sérgio, mais conhecido como mestre Nego A, para aprender a profissão de chaparia de automóveis, ou seja, ser chapista. Nessa oficina trabalhei seis anos, até completar a maior idade e nesse período tive contato com diversas pessoas, fiz muitas amizades, porém não deixei de estudar.

Ainda trabalhando na oficina, aos dezesseis anos fui convocado por minha professora Maria das Graças Guimarães Santos, mais conhecida como Dadá, que muito me incentivou na escolha da profissão que abracei, a ministrar aulas no Ilê Axè Ossum Inká situado na rua Lauro de Freitas, numero 66, no bairro de São Cristóvão. Lá, desenvolvi diariamente tarefas escolares,