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Gestão Escolar: Entre a escola que temos e a escola que queremos
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E-book199 páginas2 horas

Gestão Escolar: Entre a escola que temos e a escola que queremos

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Sobre este e-book

Gestão escolar: entre a escola que temos e a escola que queremos, é uma obra que analisa a importância dos diretores de escola como gestores educacionais, além de considerar o papel de lideres que devem exercer, de modo que, contribuam eficientemente para mudanças significativas no sistema educativo e na organização escolar, elevando assim sua qualidade. A obra também oferece estratégias e exemplos de boas gestões e administrações escolares, considerando a figura de liderança do diretor.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento31 de ago. de 2022
ISBN9786558407171
Gestão Escolar: Entre a escola que temos e a escola que queremos

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Gestão Escolar - Afonso Nkuansambu

PREFÁCIO

O livro do doutor Afonso Nkuansambu, que tenho a elevadíssima honra de prefaciar, resulta de uma aturada reflexão e investigação sobre os processos e fenômenos instrutivos e educativos que ocorrem na escola, e o ônus que impende sobre a figura do diretor como impulsionador, dinamizador e indelegável responsável pelos resultados exitosos da sua escola.

É de fato isto que sugere o título de capa do livro: Gestão Escolar: entre a escola que temos e a escola que queremos, explicitando que os objetivos que norteiam a reforma educativa em vigor desde 2004 solicitam, dos diretores de escolas, disponibilidade, compromisso, competência, atitude, criatividade e forte liderança resumidos no bule de chá fumegante sorvido todos os dias e a toda hora pelos verdadeiros gestores escolares: comprometimento, habilidade e atitude.

Faz uma incursão sobre o estado da arte, quer nacional, quer internacional, no que diz respeito ao perfil do diretor de escola de sucesso ancorado ao conceito de liderança, que, pela sua ação e reação, faz real e tangível o papel social da escola, objetivada na pertinência e qualidade dos seus serviços. Ou seja, o diretor de escola deve possuir qualidades técnicas, profissionais e humanas que permitam, sob a sua liderança, levar a escola a construir cidadania e humanismo a todos quantos a frequentem, não fosse a educação e ensino fundamental consagrado na lei, que visa tornar o homem construtor e ator do seu desenvolvimento pessoal e coletivo.

Aproximando o conceito de organização à escola, escalpeliza formas diversas de administração das organizações regidas por princípios que a tornam funcional e com a máxima eficiência. Desse modo, dada a complexidade e exigências que as transformações sociais, econômicas, culturais, científicas e técnicas que o mundo da informação e comunicação de hoje coloca à escola, interpela o gestor escolar e desafia-o a abandonar velhas práticas de liderança, assumindo uma nova função, a de diretor-administrador, que saiba, em função das suas qualidades intelectuais, técnicas e profissionais, administrar todo o tipo de recursos inerentes à escola e, por via disso, fazer emergir os melhores resultados em termos de aprendizagem dos alunos.

Neste sentido, é valorizada a habilidade de inovar do diretor para que o seu trabalho possa ter sucesso, seguindo para tal algumas estratégias, que, se bem utilizadas, facilitam a remoção de resistência à mudança e criam sinergias e motivação de todos os outros a trabalharem entusiasmados em prol das tarefas e objetivos da escola.

Nesta perspectiva, o livro sugere que se deve buscar, de forma incessante e permanente, o sucesso escolar, mas para isso é solicitada a capacidade de liderança do diretor da escola manifestada no seu comprometimento, habilidade e atitude no exercício da sua função. Deste modo, é fundamental a habilidade do diretor da escola na gestão de conflito visto na dimensão dos benefícios que gera quando bem percebido e resolvido, e nas mudanças e inovações que produzem.

Com sugestões pertinentes sobre a melhor forma de gerir o patrimônio escolar, vincado nas suas dimensões materiais e imateriais e a qualidade dos seus serviços que a faz ter a preferência ou não da clientela, o doutor Afonso Nkuansambu revisita o conceito de projeto educativo da escola entendido como instrumento obrigatório e estratégico de gestão da escola, e dá indicações sobre itens que devem compaginar o funcionamento exitoso da escola, sem esquecer o papel articulador do inspetor da Educação em parceria com outros atores sociais no fortalecimento do sistema educativo.

Penso, pois, que o livro do professor, gestor, consultor acadêmico e inspetor Afonso Nkuansambu é de leitura obrigatória por parte de gestores do sistema educativo, gestores escolares, acadêmicos, professores e demais interessados no trabalho que deve ser de sucesso do diretor de escola.

Lourenço Neto

Diretor do Gabinete da Ministra da Educação

INTRODUÇÃO

A escola tem a cara do seu diretor. Tal diretor, tal escola! Tal liderança, tal sucesso! Tal sucesso, tal qualidade! O sucesso de uma escola não é obra do acaso, mas fundamentalmente depende do comprometimento, habilidades e atitude da liderança do seu diretor e a influência que exerce sobre os liderados.

A realidade das escolas angolanas mostra um quadro com zonas ainda cinzentas, que têm suscitado reflexões profundas e debates acesos alinhados numa dicotomia de consenso (todo o mundo quer uma escola como um espaço de integração social) e desacordo (pela forma como as nossas escolas são operacionalizadas ou geridas), apesar do esforço do Executivo. Num olhar realista, é consensual assumir a posição de que a escola que temos não é ainda a escola que queremos. O binômio entre o consenso e o desacordo leva-nos a questionar o seguinte: quem gere as nossas escolas? Como são geridas as nossas escolas? Com que recursos são geridas as nossas escolas? Que critérios são tidos em conta para se nomear um diretor da escola? Que critérios são tidos em conta para promoção dos diretores? Qual nível de competência acadêmica, profissional, ética e humana possuem os diretores que gerem as nossas escolas? Questões que ao longo da abordagem mostram o vago/vazio entre a escola que temos e a escola que queremos. Os exemplos de boas práticas que a obra traz como amostra de solução que devem alinhar as políticas públicas de gestão escolar a nível da escola, promovidas e valorizadas pelos órgãos centrais. A miragem da escola que queremos convoca pensamentos e ações de forma individual e coletiva que convergem no quadrinômio do saber ser, estar, fazer e viver em conjunto para construção objetiva da escola de sucesso, que constitui a identidade de uma escola sustentável, proativa e dinâmica compreendida no seu tempo e espaço.

Nos tempos atuais, a educação tem mostrado maior interesse nos estudos virados à liderança escolar, gerador de qualidade de ensino e aprendizagem nas escolas. Essa nova maneira de se encarar a realidade de gerir às escolas trouxe consigo uma nova perspectiva de enxergar a dinâmica de liderança do diretor escolar e a influência positiva que ela exerce sobre os estudantes que buscam o saber sistematizado na mesma escola. Nessa perspectiva, tem-se focalizado as atenções sobre a capacidade administrativa do diretor da escola em relação aos novos desafios da liderança escolar, com intuito de proporcionar um clima sadio para profissionais da educação e uma aprendizagem de qualidade para futuras gerações do país.

Esta atual tendência é fruto de várias conquistas e pesquisas científicas ao longo da história da humanidade com maior pendor no último século XX e até agora tem demonstrado um esforço titânico para conquista do espaço concreto na dinamização da liderança como uma alavanca para catapultar os objetivos do SE.

A materialização, generalização e a implementação dessa intenção está plasmada nos documentos oficiais, tanto de carater internacional como nacional. A título de exemplo, no âmbito internacional, o International Sucessfull School Principal’s Project (ISSPP - Projeto Internacional sobre Diretores Escolares de Sucesso), comumente designado, desde início do ano de 2001, pelo seu fundador e atual coordenador, o professor Christopher Day, da Universidade de Nottingham, no Reino Unido. O objetivo do projeto foi o de encontrar diferenças e/ou semelhanças entre os diretores escolares de sucesso, a partir de um conjunto de indicadores comuns e da observação do trabalho por aqueles desenvolvidos. Outrossim, as várias tendências de criação dos modelos ou teorias de administração com cunho científico desenvolvido nos diferentes centros de investigação científica, ora centrada nas tarefas, levada a cabo pelo seu fundador engenheiro americano, Frederick Winslow Taylor; ora centrada na estrutura organizacional, o engenheiro francês Henri Fayol, Marx Weber; ora centrada na pessoa – Hawthorne; e aquela centrada no ambiente, cujos propulsores foram: Fred Emery e Eric Trist, traduzem um novo visionamento de líder organizacional no geral e do líder escolar em particular voltado para práticas inovadoras do gestor, que se adéque aos novos desafios que o tempo atual impõe.

No âmbito nacional, muito tem-se feito para esse desiderato, muitos instrumentos jurídicos, diretrizes, normativos e limites de ação escolar foram aprovados, diante de situações concretas e práticas estampada na Lei de Bases do Sistema da Reforma Educativa em Angola, que traduz o regulamento funcional do seu exercício.

Na verdade, considera-se um verdadeiro desafio que o ambiente escolar deve ser dinamizado pela capacidade do líder da escola, em geral, mas em especial da sala de aula, como ponto de partida e palco para realizações dos referenciais necessários de que deve ser conhecido, sistematicamente proporcionado com a qualidade, de modo que os alunos possam recebê-lo também com qualidade.

Refletir sobre essas questões remete o presente estudo a meditar sobre o desempenho do diretor escolar a partir de dois pressupostos: o seu exercício de liderança tanto no nível vertical como horizontal para uma boa prática administrativa; e a identificação da dinamicidade da liderança que pode ser um fator fulcral que visa proporcionar características específicas que configuram uma linha mestra de operacionalização da prática eficiente do líder escolar que mobiliza as intenções de toda comunidade escolar para o ensino de qualidade.

Nesse âmbito, remonta-se ao conceito de Educação em conformidade com a Declaração Universal dos Direitos Humanos da Unesco, que contempla nos seus estatutos o direito de igualdade universal para o ensino de qualidade; o conceito de profissionalidade visto numa dimensão de investigação-ação como forma de aperfeiçoamento e de desenvolvimento profissional com eficacidade, como destacam Peterson (2003) e John Elliott (2005); o conceito de liderança compreendida no âmbito de sustentabilidade das organizações e que caracteriza a escola como uma organização normal, cuja liderança deve ser excepcional pelas suas qualidades, o maior destaque apresentado pelos expoentes: Andy Hargreaves e Dean Fink, (2008), Idalberto Chiavenato (2010), Carlos Barracho (2012), Christina Osborne (2009); o conceito de diretor, que se redimensiona como articulador do sistema funcional interno da escola a partir de sua tripla função: política, administrativa e organizativa, que se fundamenta no regulamento das escolas do 1º e 2º ciclo de 2006 para Reforma Educativa em Angola; o conceito da escola, como espaço privilegiado de interação do saber sistemático do elencado cultural da humanidade (Lei nº 32/20; Constituição da República de Angola 2010 e Unesco); e, finalmente, o conceito de gestão de conhecimento imaterial e material da escola que caracteriza a escola muito mais do que um conjunto de salas, equipamentos que nela existe. Uma escola tem, antes de tudo, uma identidade, uma marca referente ao processo pedagógico que nela se desenvolve.

Na análise, interpretação e discussão dos resultados da reflexão foi pontual e fundamental a caracterização de alguns conceitos aqui entendidos como indispensáveis na compreensão da realidade escolar, proposta pela teoria ou escola das relações humanas, centrada na pessoa do Hawthorne, a eficiência e eficacidade, competência profissional, que representa uma visão integradora no que tange à essência do comportamento organizacional com enquadramento escolar.

Analisada a literatura especializada, verificou-se que o termo liderança, tanto nas ciências sociais como nas ciências de gestão, aparece concatenado em três diferentes perspectivas: a) a liderança como atributo de uma posição, b) a liderança como característica de uma pessoa, c) a liderança como categoria de um comportamento individual, mas propenso a influenciar o grupo.

A maior preocupação deste estudo circunscreve-se sobre a liderança do diretor que influencia os resultados educativos em contextos escolares, cuja compreensão se verifica no nível de articulação apresentada pelo gestor na escola, visto que o líder-diretor influencia a participação de toda comunidade escolar como critério de pertença e de responsabilidade individual de cada membro e, ao mesmo tempo, coletivo em função dos resultados esperados.

O atual contexto escolar caracteriza-se pela sua complexidade em paralelo com a dinamicidade das organizações. Uma organização é um conjunto de pessoas que atuam juntas numa criteriosa divisão de trabalho

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