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Hip-hop Transdisciplinar
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E-book224 páginas2 horas

Hip-hop Transdisciplinar

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Sobre este e-book

A obra aborda o Hip-Hop Transdisciplinar em uma relação dialógica entre, através, e além do conhecimento científico, artístico, filosófico, místico-espiritual e do senso comum. Em uma perspectiva educativa e com leve toque de humor, trata de temas como raça/etnia, gênero, transgeneridade, drogas, política, meio-ambiente, orientação afetivo-sexual, pessoas com deficiência, aborto e espiritualidade. Essa Cultura de Rua sempre será trans quando discute ou se imbrica com assuntos como diversão, mercado, esporte e tantos outros. A transdisciplinaridade do Hip-Hop está no seu potencial holístico, de diálogo com o que é plural, diverso, abrangente, eclético, polivalente e ecumênico. Este potencial expressa-se na palavra “Possibilidades”, que sempre enseja condições de ir além de limites preconcebidos para e nas interações. Prefácios de Ana Lucia Silva Souza e Elaine Nunes de Andrade.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento23 de jan. de 2022
Hip-hop Transdisciplinar

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    Hip-hop Transdisciplinar - Jorge Hilton

    Prefácio 1

    Por Ana Lucia Silva Souza

    O livro Hip-Hop Transdisciplinar - Pedagogia, Transdisciplinaridade, Interdisciplinaridade e Causos que Educam é um texto que nos oferece vários caminhos pra andar. É leitura para fazer de uma só vez, quase sem parar, mas também para ir e voltar, pois, ao trazer os causos remete a muitos outros, remete a enredos, fatos, passagens que merecem ser mais e melhor investigadas.  Nele há temáticas que estão em nosso cotidiano, independente de estarmos ou não no universo hip-hop - classe, raça, etnia, gênero, meio ambiente, sexualidade, capacitismo e outras que exigem posicionamentos para a vida em sociedade. Coletividade!

    É livro de causos e de histórias da cultura hip hop na Bahia, e de outros mundos.  Feito de escrita envolvente, com  escolha cuidadosa de palavras e expressões, mostra compromisso com  leitoras e leitores que estão em busca de entender  o que possa ser a cultura hip hop como prática interdisciplinar — em diálogo horizontal com várias áreas do conhecimento — e transdisciplinar uma vez que "como uma Cultura de Rua, logo seu caráter transdisciplinar manifesta-se principalmente quando interage com temas de ordem político-sociológico (...)"  e, ainda nas palavras do autor, "sempre será trans quando discute ou se imbrica com assuntos como diversão, mercado, esporte e tantos outros.". Compromisso!

    Notadamente, é uma leitura obrigatória para quem quer saber os modos e maneiras pelas quais, para além dos quatro elementos artísticos do universo hip hop — o grafite, a poesia do rap, a sonoridade das pick-ups do DJ e dança de rua — funciona o quinto elemento que nos atravessa política e filosoficamente a cultura que é o conhecimento alinhavando todos eles e dizendo em voz alta que transformação é porta que só se abre por dentro, máxima que nomeia um dos capítulos do livro. Conhecimento!

    Movimento. Movimento. O livro é puro movimento. Da primeira à última página transpira respeito para que as pessoas leiam as letras, para que haja interação e faça sentido, agora ou depois. É também material que algumas pessoas vão ler e lembrar de experiências que viveram junto com Jorge Hilton que, não raras vezes, diz eu me lembro que eu estava fazendo uma oficina; em certa ocasião eu estava com uma mana; uma vez eu estava no ônibus, e assim vai. Na introdução Jorge já sinaliza que muitas pessoas direta ou indiretamente contribuíram para sua realização e fazem parte dessa história. Cultura em movimento!

    Ler, só ler. Interagir. Conhecer. Talvez a começar pelas epígrafes que abrem os capítulos e seções cantando o rap de vários lugares permitindo uma chegada na complexidade da cena rapper baiana e na diversidade própria da cultura. São mais de cinquenta trechos de rap, com destaque para mulheres, fazendo ritmo e poesia pra gente olhar o mundo de coisas em cada um dos textos-causos. Territórios!

    A obra nos brinda com a plasticidade dos grafites, e algumas fotos — tematicamente explosivos, ruidosos, problematizadores, imprimindo uma outra forma de ler e nos colocar para dentro do texto. Nos grafites há discursos comprometidos com a mudança da sociedade e o hip-hop é centralidade no processo. Da belíssima coleção formada pelas imagens, chama a atenção as de Marcos Costa que nos leva para as ruas nas quais lemos os discursos do spraycabuloso em cores e traços para lá de característicos nos educando antes de entrar na escrita grafocêntrica. Banquete!

    O livro de Jorge Hilton é como aqueles pratos de comida bonitas e cheirosas que frequentam a nossa mesa em dia de almoço bom em família ou com amizades. Tive a honra de fazer a leitura da versão anterior do manuscrito e felicidade minha agora ser convidada para fazer o prefácio do livro pronto, e poder me embrenhar na obra — alimento, e bem temperado, para nossa própria vivência, para nossas histórias em tempos de contar as histórias ainda não contadas. Em primeira pessoa do plural!

    São vários capítulos: nossa pedagogia, antropofagia, bicho papão, TPM, transformação é porta que se abre por dentro, escurecendo as coisas, religare, casos curiosos. E mais, não listado no sumário, um longo capítulo que está nas notas de rodapé – recomendo fortemente que visitem as notas, abram os links e vejam os vídeos. E... escrevam para o autor – quantas vezes em nossa trajetória somos convidadas, convidados ou convidades a trocar ideias com autores? Interação!

    E o livro chama mesmo para a interação. Podemos perceber que a opção é pela continuidade da conversa e dos causos, pois esse já é o terceiro livro de Jorge - e já deve estar preparando outro. Como eu antevejo? Olhem só, no capítulo TPM: todo poder a mulher – além da maravilhosa impressão de nova direção para a sigla que estigmatiza as mulheres em período menstrual (TPM – aff!) - já antes, na introdução, ficamos sabendo que são temáticas inseridas depois de uma análise que constatou: a pegada está muito masculina aqui, bora rever, assim foi. Assim é. Aqui temos as mulheres da e na cultura hip hop. Eu aproveito para reverenciar as minhas manas na figura de NegraMone - Simone Gonçalves, uma mulher negra e também contadora de causos, assim como muitas outras mulheres. Como dar conta de todos os nomes na história do hip-hop baiano? E é aqui que tem convite compartilho aqui com vocês para se alguém tiver algum nome daqui faltando complementar nessa lista que é bem importante porque ele vai até 2020.  Escreva: zulu.hilton@gmail.com.

    É livro para ler e presentear e ficar com vontade de escrever as nossas histórias, as nossas pedagogias as nossas reexistências, as nossas microrevoluções cotidianas diante de tantas iniquidades como assinalo sempre e em coro com Elaine Nunes, Jorge Hilton e outras tantas intelectualidades da cultura hip hop destaco grande ênfase, que o livro confere à educação – um ato revolucionário da população negra desde sempre dentro ou fora dos bancos escolares. Nossa escola é o mundo. Hip-Hop Possibilidades

    Leiam. O livro Hip-Hop Transdisciplinar - Pedagogia, Transdisciplinaridade, Interdisciplinaridade e Causos que Educam é leitura para saborear. 

    Vamos!

    Prefácio 2

    Por Elaine Nunes de Andrade

    O que dizer da obra: Hip Hop Transdisciplinar, a qual está assinalada com registros de experiências, visão de mundo sobre o movimento e com uma dose de expressiva emotividade autoral. Percebe-se a preocupação do autor em ilustrar com eficiência os detalhes que envolvem a organização de um movimento de transcende espaço e o tempo, supera as arbitrariedades e as convenções sociais, para se continuar sendo um símbolo de existência e de re-existência como escreve a profa Ana Lucia Silva Souza no livro de sua autoria.¹

    A emoção pela obra também transcende a criação autoral, sendo compartilhada de forma empática com minhas experiências de outrora, na qual ainda muito jovem me identifiquei com o movimento que dá significado a história de vida de muitos jovens do país e do mundo.

    Pensar o Hip Hop como mero modismo ou movimento de massa contemporâneo, superficial e transitório, sempre foi um equívoco por muitos da sociedade abrangente, como registrei em minha pesquisa de mestrado. O Hip Hop possui particularidades que atendem as expectativas e os anseios de todos os envolvidos, em especial da juventude e a meu ver, da comunidade afrodescendente, em especial. E, porque este recorte de expectativa ¿¿ porque a natureza primeira do HIP HOP é ser o porta-voz da exclusão social, transformando experiência e visão de mundo em manifestação artística e cultural.

    O Hip Hop como articulação coletiva, desenvolveu por si só, ou melhor, na coordenação espontânea e criativa do potencial juvenil, os elementos da arte (dança, música, pintura) e que mais tarde incluiu-se também o personagem MC e o Conhecimento, podemos dizer assim, que o aprimoramento dos elementos artísticos na sua prática cotidiana, abriu caminhos a incorporação da dinâmica da filosofia no movimento Hip Hop.

    O movimento Hip Hop deixou de ser apenas uma articulação coletiva no âmbito sociológico com prática artística-política, sendo também considerado um movimento educacional (conforme escrevi em minha dissertação de mestrado na Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo)²,  para se transformar num movimento histórico e filosófico. Esta é a transcendência do movimento abordada por esta obra, ao ser declarada pelo autor de Transdisciplinar.

    Em cada capítulo temos as reflexões exemplificativas de uma temática específica dentro do movimento Hip Hop, demonstrando a amplitude que tal articulação pode ser desenvolvida, de acordo com o contexto ao qual é aplicada. Por exemplo, a questão educacional é evidente na manifestação coletiva Hip Hop. Os elementos artísticos são por si só as ferramentas metodológicas da articulação. Cada elemento pode ser trabalhado em Oficinas que estimulam a criatividade juvenil, que favorecem o desenvolvimento cognitivo numa perspectiva de aprendizagem significativa e por fim, permitem a educação política, no sentido da Pedagogia libertadora³, abordada pelo emérito e inesquecível Paulo Freire, na obra Pedagogia da Autonomia, onde desenvolvemos a capacidade autônoma de pensar.

    Eis a etapa filosófica da metodologia Hip Hop, o livre exercício da razão, e que me faz ser uma entusiasta do movimento, pois este exercício é movido pela experiência cotidiana transformada, recriada, traduzida em arte!!!, tornando para o jovem, em especial, a educação um processo cheio de significados, pela identificação com ideias e com a possibilidade do entendimento do social a partir do livre pensar e criar.

    Nos primeiros capítulos o autor relata a sua experiência como entusiasta do movimento, sendo um oficineiro voluntário, o que demonstra o quanto o Hip Hop fala a alma e depois permite a profissionalização de muitos de seus membros. Tais como temos visto ao longo de décadas neste país, com os pioneiros da velha, nova e novíssima guarda, Thayde, Racionais MC, Gabriel o Pensador, Os Gêmeos (grafiteiros), Rappin Hood e Emicida, entre muitos e muitos outros. Todos são fruto da escola Hip Hop, seguindo caminhos distintos, mas que fora "cria" do movimento H2O que batizou e consolidou o movimento em meados dos anos 90.

    O autor é preciso quando aborda a questão da Pedagogia e o Hip Hop nas escolas, quando descreve as Oficinas e as diferentes metodologias desenvolvidas com os elementos artísticos da cultura Hip Hop, quando explica a Antropofagia no universo Hip Hop (fundamental para entender como trabalhar a linguagem educacional com jovens adultos) e por fim a maestria da citação sobre a importância da leitura.  Muitos por desconhecer a articulação Hip Hop, não sabem que os jovens militantes deste movimento, precisam ler muito, pesquisar diferentes assuntos, partilhar conhecimentos. Sem repertório de Conhecimento, não há como produzir arte e esta prática

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