Viagem Criogênica Ao Futuro
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Viagem Criogênica Ao Futuro - Giuliana Zambotto Furlan
O BEBÊ FINDLER
Era dia de excursão, as crianças do terceiro ano do grupo de aprendizado, escolheram visitar a estação de gestão universal, local de onde eram controladas todas as colônias humanas da galáxia. A estação era tão antiga que ninguém tinha certeza de quem havia criado tal gigante objeto espacial. Coberta por muita poeira espacial e detritos de impactos com meteoritos, parecia muito com uma lua, como a que havia orbitando a terra.
Logo que chegaram ao Centro Hum da estação que, naquele momento, orbitava um dos planetas gêmeos, cede governamental da raça humana, quiseram ter uma audiência com a Gestora. Uma mulher de estrema inteligência e um carinho enorme por todos os humanos aceitou recebê-los, já que não tinham demonstrado muito interesse pela estação, a qual já havia visitado virtualmente.
Vieram pulando, mexendo em tudo e fazendo perguntas, por que isso, por que aquilo. Uma jovenzinha curiosa perguntou:
–Tia! Quem escolheu o nome dos nossos planetas?
–Fui eu, querida.
–Por quê?
–São nomes de entes queridos.
–Por quê?
–E história muito longa.
–Por quê?
–Não se preocupe você vai aprender no próximo ano.
–Mas eu quero aprender agora.
–Não te ensinaram a ter paciência?
–Já, mas que mal tem isso? Eu gosto de você, eu acho que você vai ensinar melhor que a professora.
–Porque acha isso?
–Me disseram que você é a única pessoa que tem máquinas no corpo, dizem que você é imortal.
–Quem te disso isso?
–Se você me contar a história, eu conto quem me disse. – Disse olhando com uma carinha meiga.
–Olha só! Temos uma espertinha aqui.
Então chamou a atenção de toda a garotada ali presente:
–Tudo bem, criançada! Quem quer ouvir uma história?
–Eu! –Unanimemente, a criançada corria pegando um lugarzinho, se acomodando para ouvir.
E assim, ela contou:
Adam Findler nasceu em 1980, depois de Cristo do calendário ocidental da terra, foi um parto muito complicado, sua mãe não resistiu e morreu antes do termino do nascimento. O bebe sofria de uma condição genética que criava células cancerígenas que impediam o funcionamento correto do cérebro, por isso passou a maior parte de sua vida recente no hospital.
O bebe Findler foi examinado pelos mais importantes médicos do mundo e foi submetido a uma extensa bateria de testes e terapias que lhe traziam muito sofrimento.
Quando completou um ano, ainda no hospital, o médico chefe da sessão de câncer, Adolf Ruschanov, um velhinho muito simpático, com uma barba branca enorme, fazia um exame de rotina no pequeno Adam. Pensava consigo desconsolado, já havia tentado todas as terapias existentes na época, mas a cada dia o estado dele era mais grave.
Adolf pediu a recepcionista que ligasse para Pather Findler, pai de Adam, para mais uma conversa.
Pather já estava sem paciência, pois nunca o escutavam, nunca davam atenção as suas próprias opiniões, justo ele um renomado cientista, não tinha tempo para as bobagens de um velho amigo, mas mesmo assim resolveu ir.
Ao chegar lá, Adolf, no corredor, já desabafava.
–Senhor Findler! Desista do menino! Nós só o estamos fazendo sofrer. Por favor, liberte-o de seu martírio. Dê-me a permissão e lhe darei alta agora mesmo, leve seu filho para casa para que ele vá em paz.
–Se me chamou aqui novamente só para dizer a mesma coisa de sempre, perdeu tempo. Eu tenho dinheiro e pago pelo seu tratamento, Adam é a única coisa que me mantém vivo! Minha mulher morreu por ele, é meu dever salvá-lo e é assim que vai ser!
–Mas Senhor!
–Faça o seu trabalho! Não me importa que ele sofra! Só que sobreviva, entendeu!
Adolf o puxou pela barba e disse:
–Path, somos amigos desde que nossas barbas não existiam, se houvesse alguma possibilidade para seu filho, eu acharia.
–Mas eu disse que poderíamos usar minhas pesquisas!
–Mas