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Se Contar, Ninguém Acredita No Que Aconteceu Nesse Natal
Se Contar, Ninguém Acredita No Que Aconteceu Nesse Natal
Se Contar, Ninguém Acredita No Que Aconteceu Nesse Natal
E-book116 páginas1 hora

Se Contar, Ninguém Acredita No Que Aconteceu Nesse Natal

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Sobre este e-book

Véspera de Natal. Um dia em que você espera reunir a família, encher a pança de panetone, brindar com aquele vinho comprado para ocasiões especiais… Um dia que você deixa tudo planejadinho desde o meio de novembro. Mas véspera de natal também é aquele dia em que pode acontecer de um tudo! Na melhor das hipóteses, acaba rolando uma substituição de última hora no amigo secreto, sua vaga na garagem acaba sendo interditada por uma árvore de natal, e o peru da ceia de repente decide dar uma voltinha e sai voando pela janela. Normal, acontece… Mas aí você acaba ficando com os preparativos do dia ainda mais congestionados porque a sua amiga queimou a rosca no seu apartamento, o carro do seu pai pode ser roubado pela quadrilha do Papai Noel, e você ainda pode terminar a noite com um bando de malucos viciados em banana fazendo bagunça na sua casa… Enfim, tudo pode acontecer na véspera de natal, especialmente com os amigos da Antonella… digo, da Emanuelly. Porque com essa galera, acontece cada coisa que, se contar, ninguém acredita!
IdiomaPortuguês
Data de lançamento23 de out. de 2017
Se Contar, Ninguém Acredita No Que Aconteceu Nesse Natal

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    Se Contar, Ninguém Acredita No Que Aconteceu Nesse Natal - Talita Vasconcelos

    Capítulo 1: Parece Que Nem Todo Mundo É Filho de Papai Noel...

    Natal é uma das minhas datas favoritas no ano, porque é sempre aquela época em que você deixa tudo de lado e se permite aproveitar a vida, e cometer todos os excessos que não cometeria normalmente, ao seu bel prazer: tira folga do trabalho, ou férias coletivas – a menos que trabalhe no comércio –, dá uma trégua na dieta, tira o escorpião da carteira e finalmente cria coragem para comprar aquele sapato que você está namorando há meses, mas sabe que é caro demais para o seu orçamento... E se pá, ainda rola aquela viagenzinha com os amigos ou com a família para algum lugar bem bacana. Sem falar no panetone, no peru, na rabanada, e nas toneladas de chocolate sem culpa que você se permite comer, para só se arrepender lá pelo dia três de janeiro... Enfim, Natal é uma data em que quase tudo é permitido. E em que as melhores histórias acontecem. Inclusive as mais inacreditáveis...

    Pinheirinho que alegria! Trá lá lá lá lá, lá lá lá lá... Sinos tocam noite e dia... ♪

    – Nossa, quanta animação logo cedo! – comentou Cristiana, entrando na sala do apartamento, ao me ouvir cantando na cozinha enquanto virava as panquecas para o café-da-manhã de Natal. – Tem mais alguém aqui?

    – Comigo, não. Com você...?

    – O Pedrão só vem mais tarde. Mas, e aí? Qual é o motivo de tanta animação?

    – Como assim? É Natal!

    – É, mas para você amanhecer assim, cantando... A que horas o seu bofe vai chegar?

    – Já te falei que não tem bofe nenhum!

    Nesse momento, enquanto eu tirava as panquecas da frigideira, a campainha tocou. Cristiana foi atender, e depois de falar durante aproximadamente um minuto com alguém que começou perguntando por mim, ela fechou a porta, e trouxe uma cesta enrolada em celofane transparente, com um laço vermelho, até a bancada da cozinha. Dentro dele havia um ursinho de pelúcia branco.

    – O Ninguém te mandou isso aqui – disse ela, com aquele sorriso te peguei no rosto.

    Coloquei o prato de panquecas na mesa, e fui abrir meu presente, um tantinho constrangida. O ursinho tinha um cachecol vermelho e dourado no pescoço, com um pequeno enfeite natalino no centro, e um gorrinho vermelho. Ao redor dele, preenchendo o conteúdo da cesta, dezenas dos meus bombons favoritos.

    – E aí? – insistiu Cristiana. – Ninguém tem nome?

    – Amor, a fantasia é sua! – Eu não iria dar o braço a torcer. – Escolhe qualquer nome: Fulano de Tal, Sicrano de Etecetera, Beltrano de Assim Por Diante...

    – Ahã! – Ela ergueu meu ursinho da cesta e começou a movê-lo diante do meu rosto, fazendo uma vozinha tola, como se ele estivesse falando: – E quem me mandou para você foi o Fulano de Tal, o Sicrano de Etecetera, ou o Beltrano de Assim Por Diante?

    – Os três!

    – Ok! Fica aí escondendo o jogo! Mas eu aposto que até o fim da noite eu consigo descobrir quem é esse teu bofe.

    – Ah, é? E como você vai descobrir, hein, Cristiana Holmes?

    – Vocês estão saindo há... O quê? Duas semanas?

    Dei de ombros.

    – E ele te mandou um ursinho e um monte de bombons logo cedo na véspera de Natal... – prosseguiu Cristiana. – De duas uma: ou ele está muito apaixonado, ou já te conhece há séculos. Ou as duas coisas! Eu sou capaz de apostar que ele vai aparecer por aqui hoje.

    – Bom, se você vai apostar, me faça a gentileza de apostar dinheiro; e aposte alto, porque você vai perder!

    – Veremos!

    Ela colocou o ursinho de volta na cesta.

    – Vamos almoçar na sua mãe hoje? – indagou Cristiana.

    – Vamos.

    – Não esquece que a gente tem que voltar cedo.

    Esse ano, a festa de Natal da galera seria no nosso apartamento. Viriam umas oito ou nove pessoas, cada um traria um prato, e nós trocaríamos os presentes do amigo secreto. E como ninguém se arriscaria a carregar um peru assado pela cidade em plena véspera de Natal, ficou decidido que nós assaríamos o bicho – que foi comprado pelo Leandro, nosso produtor teatral – aqui em casa, mesmo.

    – De preferência, antes que a tia Rosália resolva aparecer – assenti.

    Tia Rosália é tia da minha mãe, e a única parente daquele lado da família de quem eu não gosto. Os motivos são muitos; para simplificar: ela gosta de torturar criancinhas. Esse tipo de trauma não se apaga com o tempo...

    – Aproveita o almoço natalino para contar para a sua família sobre o seu novo namorado – provocou-me Cristiana, passando geleia nas panquecas.

    – Claro... Aproveito e conto também que o seu pai está na cadeia – retruquei. Mas é claro que eu estava brincando.

    – Ele é carcereiro! – replicou Cristiana.

    – Eu não vou entrar em detalhes.

    E Cristiana me atirou, de brincadeira, o papel amassado de um bombom.

    – Só espero que o seu namorado misterioso não seja o Casanova.

    – Não, mesmo!

    Casanova é o apelido do Leandro, e é autoexplicativo: é mais fácil acompanhar a vida amorosa do Fábio Jr. do que a dele.

    Saímos de casa pouco depois do café-da-manhã. Minha mãe estava no telefone quando chegamos à casa dela. Abriu a porta com o aparelho grudado na orelha, dando risada, e gesticulou para que entrássemos, jogando beijos silenciosos para nós. Minha irmã Roberta estava na cozinha, retirando o assado do forno, e rindo de alguma coisa também.

    – O que é tão engraçado? – perguntei à minha irmã.

    – Se eu entendi bem, a Claudete levou marmita para almoçar na casa da tia Vilma – disse Roberta.

    Claudete é a esposa do meu primo Ari. Depois de uma série de roubadas, e de namorar espécimes de toda a fauna brasileira, ele acabou se casando com a ex-mulher de dois dos seus amigos (sem brincadeira!), já mãe de três filhos, e atualmente à espera do quarto.

    – Está certa ela – comentei. – Se a tia Vilma tiver feito costela, o que será que a Claudete vai ter primeiro: um infarto ou o bebê?

    – Por quê? – perguntou Cristiana. – O que tem na costela da sua tia?

    – Três toneladas de gordura! – respondeu Roberta.

    – Já te falei disso, lembra não? A costela gordurosa da tia Vilma? Carinhosamente conhecida como moqueca de quenga.

    Minha mãe sibilou pedindo para baixarmos a voz, ainda com o telefone grudado na orelha, provavelmente com medo de que a minha tia ouvisse o apelido carinhoso que demos a um dos pratos mais tradicionais de sua culinária. Não lembro exatamente quem foi que deu esse apelido à gororoba – se fui eu, meu irmão Raul, a Roberta ou o próprio Ari –, mas o apelido pegou, e hoje em dia, todo mundo na família o conhece. Bem, todos, menos a tia Vilma...

    – Ah, lembrei – disse Cristiana, recuperando-se de uma gargalhada. – Vem cá, a Claudete ainda não ganhou neném? Ela está de quantos meses? Dezoito?

    – Pelo que ela falou, deve nascer até o final da semana que vem – disse Roberta.

    – Mas já sabem o que é?

    – A gente acha que é humano – disse Roberta. – Pelo menos, estamos torcendo por isso...

    – Em todo caso, já compramos a jaula! – disse Raul, vindo do corredor, com o cabelo molhado, exalando perfume e terminando de abotoar a camisa, a tempo de acompanhar a conversa.

    – Coitada, gente! Ela nem é tão feia – defendeu Cristiana, enquanto Raul lhe dava um beijo na bochecha, vindo me abraçar em seguida.

    – Considerando as crias daquela mulher, é melhor prevenir – disse Raul. – Não se esqueça de que a última coisa que ela pariu foi o moleque feio. Já viu a fuça daquela criatura? Vai que aquilo morde...

    – Ué... É uruguaio? – indagou Cristiana.

    – Tá ficando velha essa piada! – repliquei,

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