Salem
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Salem - Viviane Regina Catapano
Salem
O julgamento de Lucy Evans
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O julgamento de Lucy Evans
Viviane Regina Catapano
Ditado pelo espírito de Lord Henry Ottsburg
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O julgamento de Lucy Evans
Editorial / Revisão / Diagramação:
Viviane Regina Catapano
Capa:
site pixabay
2017 - 1º Edição
Direitos autorais reservados.
É proibida a reprodução total ou parcial, de qualquer
forma ou por qualquer meio, salvo com autorização
do Autor.
(Lei 9.610/08)
Traduções somente com autorização por escrito do
Autor.
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Reflexo da injustiça, vaidade e cobiça dos homens.
O padecimento outrora sentido na pele daqueles que
tiveram as suas vidas ceifadas ficaram no
esquecimento, conquanto, os seus executores tiveram
o sangue dos inocentes cravados em suas existências,
no anélito de que o massacre de Salem exceda as
barreiras do inimaginável para que as suas histórias
sejam contadas e recontadas por muitas gerações.
pdfconverterpdfconverterSumário
Apresentação …..................................................... 09
Capítulo 1 ............................................................... 11
Capítulo 2 ............................................................... 21
Capítulo 3 ............................................................... 33
Capítulo 4 ............................................................... 45
Capítulo 5 ............................................................... 57
Capítulo 6 ............................................................... 69
Capítulo 7 ............................................................... 79
Capítulo 8 ............................................................... 91
Capítulo 9 ............................................................. 101
pdfconverterCapítulo10 ............................................................ 113
Capítulo 11 ........................................................... 125
Capítulo 12 ........................................................... 135
Capítulo 13 ........................................................... 147
Capítulo 14 ........................................................... 159
Capítulo 15 ........................................................... 169
Capítulo 16 ........................................................... 175
Capítulo 17 ........................................................... 181
pdfconverterSalem-O julgamento de Lucy Evans
Apresentação
Século XVII, Vilarejo de Salem. Massachusetts.
Colônia Rural da Nova Inglaterra.
Após as devastadoras ocorrências de 1692 para a comunidade que
havia passado por um surto de varíola, ensandecendo as crianças no
falso conceito de que este seria o prenúncio da presença de Satanás
em Salem, ressurgi um novo episódio não propagado ao Mundo, não
tardando para que uma histeria coletiva os atingisse, reiniciando a tão
afamada Caça às Bruxas
.
Estranhas reações foram evidenciadas, desta vez, em membros
amadurecidos da própria comunidade, um pandemônio se reinstalou,
apontando alguns dos camponeses como sendo praticantes de magia.
Desventura de um povo que não teve a chance de uma defesa.
Inocentes tiveram seus nomes envolvidos em atos pecaminosos,
porquanto, focaremos a narrativa na jovem Lucy Evans que mesmo
ao denotar uma postura devota a Deus correrá o risco iminente de
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pdfconverterSalem-O julgamento de Lucy Evans
vida, partilhando de uma existência em comum com aqueles que
incitarão a sua morte.
Uma inquisição se formará!
Lucy Evans será inocentada pelo tribunal que a julgará ou
morrerá registrando em seu perispírito o horror de uma barbárie
injustiça?
Qual a sua verdadeira história?
Por que uma pacata comunidade se rebelaria contra uma jovem
que sempre os tratou com apreço?
Haveria interesses escusos por trás de tudo isso?
Muitas interrogativas se deslindarão ao progresso da leitura, visto
que a justiça de Deus prevalecerá em qualquer circunstância.
Lord Henry Ottsburg
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pdfconverterSalem-O julgamento de Lucy Evans
Capítulo 1
Reminiscências de um passado aterrador fincaram-se no vilarejo
de Salem, os habitantes conduziam as suas vidas da melhor forma
possível, porém, sentiam-se vigiados como se os mortos retornassem
do além, clamando por justiça.
A comunidade não prosperou conforme o planejado, faltando-lhes
o alimento à mesa como se as terras estivessem amaldiçoadas para o
plantio, o centeio era o único recurso a saciar-lhes a fome, contudo,
uma desmedida desconfiança gerou-se em torno da propriedade rural
da jovem Lucy Evans, pois tudo o que plantasse através das suas
mãos prosperava, dando-lhes o equivocado entendimento de que ela
teria envenenado as terras dos seus compatrícios a fim de sozinha
angariar recursos financeiros, esquecendo-se que por diversas vezes,
ela havia distribuído gratuitamente todo o seu cultivo.
A ganância pelo poder absoluto oprimia a jovem Lucy que lutava
com todas as forças contra a Igreja Católica e as Autoridades do
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pdfconverterSalem-O julgamento de Lucy Evans
Estado que aspiravam pela posse das suas terras oferecendo-lhe uma
ínfima somatória em moedas de ouro com a alegação de reerguerem
Salem na pretensão de torná-la uma comunidade modelo.
Lucy se recusava a vendê-la, pois os laços que a prendiam a
Salem eram mais fortes do que o conjecturado, ninguém
compreendia a sua teimosia, posto que ela vivesse sozinha dispondo
do auxílio de Jabalu, um escravo africano tratado com o respeito e a
benquerença dadivada a um irmão sanguíneo.
Infortunadamente, os seus pais haviam falecido e o seu único
irmão teve o seu paradeiro desconhecido ao se aventurar pelo
Mundo.
Lucy lutava diariamente para preservar a propriedade da família
no anseio de que um dia Deus a agraciasse com o seu regresso, posto
que Patrick Evans fosse a sua esperança de uma vida menos solitária.
Intitulada como a única herdeira de um patrimônio incalculável,
recebia com assiduidade o cortejo dos camponeses que visavam se
tornar cidadãos renomados e poderosos, porém, essa não era a única
razão, o seu encanto natural despertava o desejo dos homens e a ira
das mulheres.
Lucy denotava uma postura rígida e despretensiosa, ciente de que
o seu nome fosse proferido pelas alcoviteiras que a maldiziam na
presença desses mesmos homens, todavia, não dava importância aos
fatos.
Para os padrões da época, Lucy apresentava uma beleza
excepcional, em seus vinte e cinco anos de idade, de silhueta
torneada, estatura média, pele alva, olhos na tonalidade avelã e
cabelos castanhos que atingiam a altura da cintura, ainda que não
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fosse permitido deixá-los soltos, segundo os costumes ortodoxos,
cobrir a cabeça representava toda a modéstia e devoção religiosa da
mulher.
Trajava-se com vestidos longos e sóbrios, portanto, o desejo dos
homens era imaginativo e não provocativo.
Lucy se retirava da igreja ao ser barrada por um velho conhecido
da família.
- Senhorita Evans, quando venderá a propriedade da família? A
sua relutância acarretará em desgraça!
- Desgraça! - exclamou a jovem atônita - Isso é uma ameaça?
- De modo algum, mas as pessoas falam... - ao atentar um grupo
de mulheres puritanas a observá-los, o homem se calou.
- Senhor Hill, conte-me de uma vez por todas o que tem a me
dizer? O que falam de mim? - testificando o motivo do seu
emudecimento, Lucy o conduziu para longe das mulheres na
intenção de que não os escutassem.
- Não sou eu que falo, são as pessoas! - justificou-se o homem - A
senhorita possui o conhecimento de que eu a vi nascer e a embalei
em meus braços quando ainda era pequena e indefesa. Como também
sabe que eu partilhei das alegrias e tristezas do seu falecido pai.
- Sim, eu sei! O senhor é da família! - a declaração de Lucy o fez
lacrimejar - Senhor Hill, seja lá o que tenha a me dizer, deixe para
outro dia, comentários alheios não me aborrecem.
- Pois deveriam! - bradou o senhor Hill ao tremulamente revelar -
Eu temo por sua vida! A comunidade alega que a senhorita abriga um
escravo em suas terras e que atos libidinosos nascem dessa relação.
- Jabalu é um irmão para mim! - vociferou a jovem.
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pdfconverterSalem-O julgamento de Lucy Evans
- Boatos surgem de que Jabalu seja um escravo africano que
conheça os rituais vodus sendo esta a razão das suas terras
prosperarem, enquanto as nossas apenas germinem o centeio - o
pobre senhor Hill desatinou a falar - Alegam também que a senhorita
tenha feito um pacto com o demônio, por isso os olhares masculinos
recaem sobre a sua pessoa.
- Senhor Hill, eu nunca ouvi tanta sandice em minha vida! - Lucy
empalideceu em face dos comentários maldosos vindos da própria
comunidade - E o que o senhor acha? Acredita em tudo o que ouve?
- Não, senhorita Evans! Eu conheço a benevolência do seu
coração ao sempre nos ofertar com o plantio das suas terras,
asseverando que os alimentos são sejam amaldiçoados, sendo que
muitos adoeçam e até morram após ingeri-los, contudo, atesto que
isso não seja verdade, em minha família todos se encontram sadios -
explicou-se rapidamente no intento de que não houvesse uma
distorção das suas palavras - Em breve haverá uma inquisição,
informes ao seu respeito chegaram aos ouvidos do reverendo
Morrison e tão logo um tribunal se instalará em Salem composta por
um juiz rabino e membros do clérigo. Fuja, senhorita Evans!
- Fugir? Nunca! Deus Altíssimo está no comando da minha vida,
Ele não me desamparará perante a injustiça de Salem - Lucy
esbugalhou os olhos diante do súbito pedido do senhor Hill - Fugir
significaria assinar a minha própria sentença de culpa.
- Por mais que a minha fé enalteça o Altíssimo, a comunidade não
a deixará impune! A justiça de Salem falhou uma vez e eu temo que
falhe novamente.
- Eu não temo a justiça dos homens, e sim, a justiça de Deus! -
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pdfconverterSalem-O julgamento de Lucy Evans
Lucy encerrou o assunto, estendendo-lhe a mão em despedida.
Sem olhar para trás, subiu em sua carroça, e tomando as rédeas
dos dois cavalos, dirigiu-se para a sua propriedade como se nada
tivesse acontecido.
Adentrando-a, avistou Jabalu acenando-lhe em aflição, indo
diretamente ao seu encontro.
- O que faz aqui? Há muito trabalho a se fazer! - vendo-o segurar
uma folha de papel em suas mãos não lhe atribuiu a chance de falar,
ordenando rispidamente - Leve os cavalos ao estábulo e lhes dê água
e alimento!
- Sim, eu o farei imediatamente! - obedeceu, entregando-lhe o
papel, convicto de que o teor escrito não seria do seu agrado - O
reverendo Morrison o trouxe em pessoa e a sua feição não era das
melhores.
- Reverendo Morrison! - repetiu em exaltação - Deixe-me ver
isto!
Por fim, Lucy expressou o seu nervosismo, atinando que o papel
em questão se tratasse de uma intimação referente a tudo o que lhe
foi dito pelo senhor Hill.
- Acaso leu isso? - inquiriu Lucy.
- Eu não sei ler! - confidenciou Jabalu ao se ruborescer.
- Nem sempre o conhecimento torna um homem sábio! - Lucy
beijou-lhe o rosto num desabafo comovente - Desde a morte dos
meus pais, por conseguinte, a partida de Patrick, eu encontro em ti o
conforto de um irmão.
- Eu sou grato por tudo o que fizeram por mim! - enunciou em
reconhecimento - Deus agraciou-me com uma família benevolente e
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pdfconverterSalem-O julgamento de Lucy Evans
abençoada, de fato, eu nunca me senti um escravo, embora a minha
cor alegue ao contrário.
- Deus nos diferenciou para que pudéssemos sincronizar os
nossos corações num mesmo compasso, tudo na vida há um
equilíbrio e o mesmo ocorre com as cores no fito de que haja uma
perfeita harmonização, creio que este seja o Plano de Deus
. As
diferentes etnias propiciarão gerações diversificadas, enquanto as
similares permanecerão imutáveis - Lucy surpreendeu-se a si mesma.
- Sinto-me lisonjeado por via de palavras tão belas e edificantes,
conquanto, a senhorita expressa uma sombria tristeza no olhar.
Algum camponês a perturbou em sua ida à cidade? - o escravo
demonstrou a sua perspicácia.
- Jabalu, meu irmão, eu não consigo esconder os meus
sentimentos de você, não é mesmo? - a jovem deixou uma lágrima
rolar por sua face.
- Não senhorita! Eu a conheço desde a nossa infância - replicou o
escravo sem o entendimento do agravante da situação - O que
perturba a sua doce existência?
- Bem! Eu estava feliz em minha ida à cidade, entretanto, na saída
da igreja eu fui abordada pelo senhor Hill ao feito de me alertar do
perigo que corríamos, na hora, eu não dei importância, mas agora,
através desta intimação, acredito que eu deva me preocupar - sem
escapatória, Lucy narrou com minudência os dizeres do senhor Hill.
- Eu, um praticante de ritual vodu! - Jabalu desesperou-se - Quais
as provas obtidas para tais acusações? Eu não sou feiticeiro! O que
eu faço é apenas orar pelos meus ancestrais! E quanto a nós! Eu
nunca a desrespeitei ou a