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Tempos De Escravidão
Tempos De Escravidão
Tempos De Escravidão
E-book567 páginas2 horas

Tempos De Escravidão

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Sobre este e-book

Ainda que na atualidade a escravidão dos negros gere comoção naqueles que detenham o sentimento incomensurável de amor ao próximo, o romance abordará a invasão da Ilha de Moçambique, desde a captura até o fatídico destino de alguns dos personagens, dentre eles, a nativa africana Edethe da linhagem Babature que em sua infância foi drasticamente arrancada do convívio dos pais para servir na propriedade Albuquerque. Conspirações e mistérios surgirão, assim como a rivalidade entre dois senhores de terras e de escravos que ocasionarão reviravoltas na vida dos envolvidos. Francisco Cunha integrará a trama num propósito jamais imaginado. Boa leitura, meus caros irmãos! Lord Henry Ottsburg.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento30 de jan. de 2020
Tempos De Escravidão

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    Tempos De Escravidão - Viviane Regina Catapano

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    Tempos de

    Escravidão

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    Tempos de

    Escravidão

    Pelo espírito de Lord Henry Ottsburg

    Viviane Regina Catapano

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    Tempos de Escravidão

    Editorial / Revisão / Diagramação: Viviane Regina Catapano

    Capa: site pixabay

    2019 - 1º Edição

    Direitos autorais reservados.

    É proibida a reprodução total ou parcial, de

    qualquer forma ou por qualquer meio, salvo

    com autorização do Autor.

    (Lei 9.610/08)

    Traduções somente com autorização por escrito do Autor.

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    Os escravos de ontem se tornaram os senhores de hoje,

    assim como os senhores de hoje se tornaram

    os escravos de ontem.

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    A lei do retorno é implacável aos que ousam desafiá-la.

    Não imponham sofrimento aos seus semelhantes,

    a despeito do mal que lhes for ocasionado.

    Saibamos esperar pela Justiça Divina, cientes de

    que o tempo espiritual seja diferente do nosso.

    De acordo com as nossas ações seremos julgados e

    sentenciados, e se a nada fizermos, seremos gratificados.

    Todavia, isso não se aplicará se o padecimento alheio for

    ignorado, mesmo que não sejamos os responsáveis pelas

    circunstâncias que os induziram a tal acometimento.

    Empatia ao próximo é um degrau que oportunizará

    a nossa evolução.

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    Sumário

    Apresentação …......................................................................... 13

    Parte I

    PropriedadeAlbuquerque

    Capítulo 1 …............................................................................. 17

    Capítulo 2 .................................................................................. 21

    Capítulo 3 .................................................................................. 27

    Capítulo 4 .................................................................................. 33

    Capítulo 5 .................................................................................. 37

    Capítulo 6 .................................................................................. 43

    Capítulo 7 .................................................................................. 47

    Capítulo 8 ….............................................................................. 51

    Capítulo 9 ….............................................................................. 57

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    Capítulo 10 ................................................................................ 63

    Capítulo 11 ................................................................................ 67

    Capítulo 12 ................................................................................ 73

    Capítulo 13 ................................................................................ 79

    Capítulo 14 ................................................................................ 85

    Capítulo 15 ................................................................................ 89

    Capítulo 16 …............................................................................ 93

    Parte II

    PropriedadeAlmeida

    Capítulo 1 ................................................................................ 101

    Capítulo 2 ................................................................................ 105

    Capítulo 3 ................................................................................ 109

    Capítulo 4 ................................................................................. 115

    Capítulo 5 ................................................................................ 121

    Capítulo 6 ................................................................................ 127

    Capítulo 7 …............................................................................ 133

    Capítulo 8 …............................................................................ 137

    Capítulo 9 ................................................................................ 143

    Capítulo 10 .............................................................................. 147

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    Capítulo 11 ............................................................................... 151

    Capítulo 12 .............................................................................. 155

    Capítulo 13 .............................................................................. 161

    Capítulo 14 .............................................................................. 165

    Capítulo 15 ….......................................................................... 169

    Capítulo 16 ….......................................................................... 175

    Capítulo 17 ….......................................................................... 181

    Capítulo 18 ….......................................................................... 187

    Parte III

    ConfrontoFinal

    Capítulo 1 ................................................................................ 195

    Capítulo 2 ................................................................................ 201

    Capítulo 3 ................................................................................ 209

    Capítulo 4 ................................................................................ 215

    Capítulo 5 ................................................................................ 219

    Capítulo 6 ................................................................................ 223

    Capítulo 7 …............................................................................ 227

    Capítulo 8 …............................................................................ 231

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    Tempos de Escravidão

    Apresentação

    África.

    Ilha de Moçambique.

    Primórdios do século XIX.

    Rumores pelo fim da escravidão propagavam-se pelo mundo,

    suscitando uma gigantesca preocupação entre os senhores de terras e

    de escravos, levando-os ao aumento da demanda de mão de obra

    antes que fosse sancionada a Lei Áurea.

    Por mais uma vez, a ganância pisoteava os sentimentos e a

    liberdade do próximo.

    A língua portuguesa, a mais falada entre os nativos africanos,

    favoreceu o diálogo entre os cidadãos portugueses que visavam a

    aquisição dos seus corpos como meras mercadorias: os homens para

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    Tempos de Escravidão

    o trabalho braçal, e as mulheres mais jovens para o seu bel prazer.

    Desventurosamente, uma caça sangrenta se iniciará.

    Um povo que nunca denotou um comportamento hostil será

    escravizado, num confronto que propiciará em mortes aos inocentes.

    Enfatiza-se que os capitães do mato recebiam recompensas

    exorbitantes para a aquisição de novos escravos, bem como a captura

    dos fugitivos, se tornando tão perversos quanto aos próprios senhores

    que os contratavam.

    Milhares de moçambicanos foram arrancados das suas terras,

    separados das suas famílias e tratados como animais, ainda que em

    sofrimento contínuo, lutavam por suas vidas, de tempos em tempos,

    a se rebelarem, convictos de que o Altíssimo os ouvia

    silenciosamente, sendo Ele a redenção de todos os negros cativos e

    refugiados.

    Acontecimentos inesperados surpreenderão os leitores,

    mergulhando-os no sofrimento de um povo ignorantemente

    desprezado por via de uma característica física, olvidando que Deus

    não detenha uma forma, um sexo, ou simplesmente, uma etnia que o

    difira.

    Lord Henry Ottsburg

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    Tempos de Escravidão

    Parte I

    Propriedade Albuquerque

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    Tempos de Escravidão

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    Tempos de Escravidão

    Capítulo 1

    Era uma noite de céu estrelado em que os nativos africanos

    dançavam e cantarolavam ao entorno de uma fogueira, festejando em

    sua plenitude a vida que lhes havia sido dadivada pelo Senhor.

    Refugiados na Ilha de Moçambique, os nativos acreditavam que

    a paz voltaria a reinar entre os povos, dado que boatos sobre o fim da

    escravatura ressoassem pelos quatros cantos do mundo, os

    desarmando de um iminente ataque.

    Num trabalho solidário e harmonioso, se empenharam na

    construção de casas de barro e telhados de sapé, favorecendo um

    ambiente restrito para as novas famílias que se formavam.

    Neste período, se alimentavam da caça e da pesca, tendo em

    vista que o plantio das suas sementes se delongaria por meses para

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    Tempos de Escravidão

    que todos pudessem desfrutar da colheita.

    A alegria que os contagiava se prorrogou até o amanhecer,

    quando exauridos pela dança buscaram abrigo em suas casas, sem

    que houvesse a menor desconfiança de que os inimigos os

    espreitassem.

    - Chegou a hora de atacarmos! - murmurou um feitor, escondido

    por detrás dos arbustos.

    - Esperemos que todos estejam em profundo adormecimento -

    recomendou o capitão do mato, estando ele ao comando das capturas,

    e, sobretudo, a mando de um temível senhor de engenho - O patrão

    se regozijará com as novas peças angariadas.

    - O senhor Petrônio é um homem de sorte, todos que aqui estão

    parecem-me gozar de uma excelente saúde, por certo, servirão aos

    propósitos braçais - atestou o feitor.

    - Sorte temos nós, ganharemos uma fortuna! - o capitão conteve

    a gargalhada no anseio de não despertar os nativos.

    Atrás de ambos, se encontravam muitos outros homens

    fortemente armados, contratados pelo capitão para que os

    auxiliassem nas capturas.

    O silêncio prevaleceu por duas horas, até que o capitão bradou

    autoritariamente.

    - Avancem!

    Acatando a determinação, homens invadiram as casas, retirando

    os nativos à força, sem que os mesmos tivessem a chance de uma

    defesa.

    Os homens nativos revidaram com a força física dos seus

    corpos, golpeados numa luta covarde e desigual, desprovidos dos

    armamentos que os inimigos se utilizavam.

    Tanto as mulheres jovens como as idosas eram brutalmente

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    Tempos de Escravidão

    arrastadas pelos cabelos, as crianças facilmente dominadas, e aqueles

    que resistissem, eram torturados e assassinados na frente das suas

    família, sem dó e nem piedade.

    - Ora, não matem a todos, quanto maior o número de escravos,

    maior a recompensa! - zombou o capitão pensando unicamente na

    somatória que lhe seria paga.

    Entre os nativos estavam Nobumsu, marido de Mumbi e pai de

    Edethe.

    - Edethe, fuja minha filha! - clamou o pai, de mãos amarradas

    ao chão.

    A menina de doze anos de idade estagnou-se tamanho o pavor

    sentido, testemunha de uma selvageria que jamais imaginou

    presenciar.

    - Edethe, fuja para a mata! - persistiu o pai.

    - Cale-se senão, eu o amordaçarei! - bravejou um dos homens,

    chutando-o com força.

    Lágrimas se derramavam pelo rosto da criança que segurava

    firmemente em suas mãos uma boneca de palha, confeccionada pelo

    próprio pai.

    De repente, olhando para o lado oposto, avistou o corpo da mãe

    ensanguentado ao chão, em sua inocência, muniu-se de forças,

    correndo em amparo, entretanto, era tarde demais.

    Naquele instante, a dor de Nobumsu era semelhante à da filha,

    numa perda que mudaria drasticamente as suas existências, posto que

    o pior estivesse por vir.

    Suspeitando que Edethe traria-lhe problemas, o capitão do mato

    agarrou-a pelos punhos, jogando-a aos pés do feitor, fazendo com

    que a menina deixasse cair a sua boneca.

    - Por favor, não a machuquem! - gritou o pai sem ser ouvido, em

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    Tempos de Escravidão

    meio às súplicas dos nativos para que se mantivessem vivos.

    - Não a perca de vista, essa sim, nos valerá uma ótima

    recompensa! - postulou o capitão ao feitor Benjamin, o seu cúmplice

    na propriedade Albuquerque.

    Sem dúvidas, Edethe era uma linda menina que em breve se

    tornaria uma jovem cheia de atributos, uma negra de olhos

    amendoados, uma raridade entre os nativos africanos.

    Lamentavelmente, o plano de fuga de Nobumsu para a filha

    havia fracassado.

    Na ânsia de abrandar-lhe as emoções, Nobumsu fixou os seus

    olhos nos da filha, embora pequena, Edethe entendeu perfeitamente a

    sua ação, o fitando com pesar, na sapiência de que sofreriam nas

    mãos dos seus captores.

    O momento temido chegou!

    Os nativos foram conduzidos ao navio negreiro, num destino

    totalmente desconhecido, muitos não suportaram os castigos

    impostos, morrendo durante o percurso, e os que somente

    desfaleceram eram assassinados por ordem do capitão do mato, na

    alegação de que seriam fracos para o trabalho, um feito que pouparia

    os seus senhores de pósteros prejuízos.

    Divididos em grupos, Nobumsu foi separado de Edethe, na

    esperança de reencontrá-la no porão do navio, longe dos olhares

    bisbilhoteiros dos feitores para que juntos pudessem partilhar a perda

    e a saudade que Mumbi deixaria em suas vidas.

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    Tempos de Escravidão

    Capítulo 2

    A bordo do navio negreiro, os nativos foram arremessados no

    porão fétido e escuro, um agravante que se intensificaria ao longo da

    árdua viagem, dado que muitos se definhariam, amontoados como

    mercadorias em virtude da falta de espaço, não pelo navio ser de

    pequeno porte, mas pelos moçambicanos excederem o espaço

    oferecido.

    Enfim, o porão foi trancado pelo capitão do mato que se

    apoderou da chave.

    - Edethe! - uma voz ecoou em meio à escuridão.

    - Papai, não vejo o senhor, estou com medo, mal consigo

    respirar - replicou a menina, sentindo náuseas.

    De mãos amarradas, Nobumsu receou pisar nos seus irmãos

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    Tempos de Escravidão

    nativos, caminhando com extrema dificuldade.

    - Continue a falar, o som da sua voz me guiará até vosmicê -

    rogou o pai.

    - Estou aqui papai, não me abandone!

    - Oh, querida Edethe, eu nunca a abandonarei! - para a surpresa

    de Nobumsu, os nativos iniciaram um murmúrio que o guiou até a

    menina.

    Notando a aproximação do pai, Edethe o agarrou fortemente

    pela cintura temendo uma possível separação, ciente de que a

    promessa de não abandoná-la dependeria unicamente da vontade dos

    feitores, sem julgá-lo se acaso isso viesse a acontecer.

    Numa ação impremeditada, desamarrou-o, acabando por

    machucar os seus pequeninos e delicados dedos que nunca

    precisaram trabalhar, uma realidade que seria mudada assim que o

    navio aportasse no destino, do qual permanecia uma incógnita.

    - Me perdoe, eu não pude salvar a sua mãe, nem sequer, a

    salvarei das garras de um... - em descontrole emocional, Nobumsu

    foi tolhido de prosseguir por meio das lágrimas que escorriam da sua

    face, naquele instante, a sua fragilidade foi exposta.

    - Papai, eu imploro, não carregue o fardo de uma culpa que não

    lhe pertence, o sangue de mamãe não foi derramado por suas mãos, e

    a minha vida só a Deus pertence, assim como a sua e a do nosso

    povoado, tudo se realizará conforme os seus desígnios - denotando a

    sua maturidade, Edethe enxugou as lágrimas do pai com as pontas

    dos dedos.

    Estufando o peito de ar, Nobumsu aconselhou-a de maneira

    direta e realista.

    - Seja forte! Quando o navio aportar, será vendida como uma

    reles mercadoria para o trabalho escravo, contudo, não desista de

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    Tempos de Escravidão

    lutar pela sua liberdade, sobretudo, pela liberdade dos seus irmãos.

    - Eu darei a minha vida pela honra dos meus irmãos! - bradou

    entusiasticamente.

    - Edethe, prometa-me que nunca colocará a sua vida em risco - a

    rispidez de Nobumsu estremeceu-a - Orgulho-me da sua nobre

    intenção, conquanto, lutar pela liberdade não significa morrer pela

    honra dos

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