À sombra do Imperador
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À sombra do Imperador - Aparecido Klai
Sentinela da história
Quando Pedro adoeceu e não pôde partir com os animais rumo às províncias de Minas Gerais e de São Paulo para fazer o transporte e comercialização de víveres, sua esposa Teresa atribuiu a tarefa aos dois filhos mais velhos, Manoel, de dezesseis e Joaquim de quatorze anos.
Antônio, irmão de Tereza e sócio de Pedro, assumiu o comando da tropa de mulas com o auxílio dos dois jovens e de mais alguns escravos. Já era experiente nessas viagens e negociações de compra e venda que faziam por todo o percurso.
Teresa ficou cuidando do comércio na rua da Quitanda, no Rio de Janeiro, e da saúde do marido. Os médicos nada conseguiram que recuperasse seu vigor físico e recomendaram orações.
Partiram rumo à vila de Vassouras e seguiram pela estrada de São Cristóvão. Os animais com pouca carga desenvolviam bem aquele início de jornada.
Antônio seguiu na testa da tropa conversando com um escravo mais velho. Joaquim e Manoel seguiram como cerra-filas. Todos montados em mulas, exceto alguns escravos que caminhavam ao lado da coluna e mantinham os animais organizados em fila.
Os dois jovens irmãos já haviam feito aquele trajeto com o pai e o tio, mas nunca compuseram juntos uma mesma comitiva. Seguiram despreocupados, conversando e dividindo as experiências que tiveram em outras jornadas.
Em Vassouras, foram até a fazenda de um português amigo, onde passaram aquela noite alojados no curral das vacas. Aquela já era uma parada habitual para eles e para o amigo dono das terras, que sempre os recebia bem ansioso por saber das novidades da corte.
Antônio era prudente e não deixava sua comitiva próximo das sedes de fazendas com moças em idade de casamento. Ele mesmo tinha três filhas nessa fase da vida e outra mais velha, com dezoito anos, que passara pela idade de matrimônio, sem um único pretendente.
Enquanto todos armavam as redes, José, o escravo mais velho e de confiança de Antônio, providenciou uma fogueira. Assim que o braseiro se formou, pendurou uma panela com toucinho, deixou fritar um pouco, colocou feijão, desfiou alguns pedaços de carne de sol, temperou com pimenta-do-reino, tampou e deixou cozinhando.
Antônio depositava muita confiança em José e o tratava quase que como um igual. Um sabia que era o patrão, o outro tinha certeza de que era escravo, porém havia um certo respeito e admiração entre os dois, conquistados ao longo dos muitos anos de convivência.
Antônio não dava ordens a José. O descendente de africanos trazidos do Congo sabia o que precisava ser feito antes de ser ordenado. Durante a execução de alguma tarefa mais árdua, entoava cantos em bantu, língua de seus ancestrais, que talvez nem entendesse o significado.
Contudo, essa relação entre ambos nem sempre foi assim e se iniciou muito tumultuada. O escravo era rebelde e não cedia ao chicote. Cada senhor de terra que o teve preferiu vendê-lo para não correr o risco de perder todo o valor investido naquele negro indomável.
Antônio era enérgico, mas nunca usou os chicotes. Nem nos escravos, nem nas mulas. Não matava nem as grandes aranhas caranguejeiras, varria os aracnídeos para fora de casa. Dizia que a vida era dada por Deus e só ele poderia tirar.
Como único varão da família, foi dispensado do serviço militar obrigatório. Agradeceu a Deus e à sua mãe por tê-lo feito o único filho homem e não ter de empunhar armas para lutar contra seus iguais ou semelhantes.
Quando Antônio, já comerciante e com família constituída, precisou de um escravo forte, comprou José por um bom preço, no Cais do Valongo, junto com