O Templo

De Dissô Enlil

É um livro de contos cujo tema se baseia nos profissionais da fé. O livro O Templo contem 10 contos: O Pregador Águas Vital A Madre A Busca O Santo Homem Ruminando Tradicional Algo Valioso O Deserto dos Tártaros O Cruzeiro da Fé

• Idioma: Português
• Editora: Clube de Autores
• Data de lançamento: 15 de abr. de 2019

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Todos os direitos reservados

Direitos?

Fique atento .

Dependendo do templo que você entrar, não terá direito algum. Só deveres.

Os direitos serão privilegio somente para os profissionais da fé.

Dedicado especialmente ao médium Sr. Onofre. Que sempre soube se fazer presente. Auxiliando com maestria na desobstrução de canais.

E com todo o amor as irmãs:

Isabel, Tereza e Emilia. Cuja dedicação transcendia quaisquer dogmas religiosos.

As mesmas mãos que esculpe Ogum, também entalham Oxum.

A escolha a quem servir e reverenciar sempre ficam a cargo de quem fez a encomenda.

Escultor de Ilusões

Artesão oficial do Reino

Você sem o Todo não é nada.

O Todo sem você continuará sendo Onipotente e Onipresente. Mas não será mais o Todo.

Pois, sempre ficará faltando um pedacinho _______#____

Xamã Atzu

Discípulo extra-oficial do Reino

O Templo

Minha Fé

Acredito que fazemos parte de um Todo. Um Todo que se auto equilibra.

Acredito que meus atos têm reflexo neste Todo. E o Todo reflete em mim.

Acredito que meu livre arbítrio se limita ao interesse deste Todo.

Acredito que quando morremos perdemos nossa individualidade.

Acredito que o Todo. O qual alguns denominam Deus. Não possui pleno conhecimento de sua essência. E usa todas as informações existentes para se auto conhecer.

Acredito que essas informações vão desde as forças fundamentais que regem todo o mundo físico. Até os sentimentos abstratos das formas de vida mais evoluídas.

Acredito que o amor seja a evolução do egoísmo. Não de uma forma pejorativa. Mas sim como um sentimento de auto preservação. Pois só amamos algo se ele nos der prazer ou trouxer algum beneficio.

Acredito em você.

Não acredito no acaso.

Não acredito em julgamento divino. Pois toda ação gera uma reação igual e contraria. E isto por si só já julga e condena no próprio ato.

Não acredito em destino.

Não acredito no bem e no mal como algo estagnado e separado.

Não acredito em organizações religiosas. Não acredito na morte.

Não acredito em mim mesmo como uma individualidade. Porque, sou apenas uma protuberância gerada pelo Todo. Tendo meu inicio; meu ápice; meu fim.

O Pregador

As bochechas rosadas movimentavam- se ininterruptamente, sugando àquela chupeta anatômica presa a roupa por uma fitinha com presilha.

Sentado no tapete da sala, o bebê com seus olhinhos ávidos alternava sua atenção entre os brinquedos espalhados e o ecrã da televisão.

Um canal de TV aberta normal. Uma concessão destinada ao entretenimento, cultura e informação. E era o que o bebê fazia naquele momento. Divertia-se assistindo uma programação infantil enquanto a mãe na cozinha fazia o almoço de domingo.

Mas algo subitamente mudou.

As bochechas rosadas até pararam. Os olhinhos pequenos foram dos brinquedos no chã o até a tela da TV num relance.

A programação havia mudado sem que ninguém apertasse o controle ou tocasse