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Em Terras Desconhecidas
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E-book115 páginas1 hora

Em Terras Desconhecidas

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Sobre este e-book

Logo após a morte da mãe, a princesa Clarity parte em busca de seu noivo desaparecido. Com a ajuda de um misterioso grupo que vive à margem da sociedade, ela faz descobertas inimagináveis sobre o mundo em que vive.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento7 de fev. de 2019
Em Terras Desconhecidas

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    Em Terras Desconhecidas - Ana Beatriz De Mello E Alvim

    Em

    Terras

    Desconhecidas

    2

    Clarity caminhava em direção ao salão real,

    colocando um pé na frente do outro com extrema

    cautela. Ela estava apenas adiando o inevitável ao

    se demorar no corredor decorado com quadros da

    família real e armaduras de prata. Quanto mais se

    aproximava da porta de carvalho no fim do

    corredor, mais seu coração se acelerava e ela

    sentia sua respiração falhar.

    Ela estava apenas adiando o inevitável.

    Clarity sentia as lágrimas começando a se

    formar, mas as limpou rapidamente com o simples

    vestido cinza escuro que usava. Tente olhar pelo

    lado bom, Clarity pensou, finalmente posso usar um

    vestido com a minha cor favorita. As lágrimas

    ameaçaram cair novamente. Ser acordada no meio

    da noite para receber notícias como aquela não era

    nada agradável.

    Ela estava apenas adiando o inevitável.

    Você está apenas adiando o inevitável, ela

    repreendeu a si mesma, sua mãe morreu, não há

    como fugir disso!

    Abriu a porta com um empurrão, desejando

    acabar logo com aquela dor. A primeira coisa que

    avistou foi o grande caixão de madeira no centro da

    sala. Os raios de sol que entravam pelas grandes

    janelas do cômodo pareciam se concentrar

    justamente na grande caixa de madeira. Uma gota

    de suor escorreu de seu rosto e caiu em seu braço,

    até ela perceber que era uma lágrima.

    Ela sabia que a mãe logo apareceria na

    porta do lado oeste da sala, daria uma risada

    gostosa e diria que foi tudo uma pegadinha. Porque

    isso não podia estar acontecendo. Não era certo.

    3

    Logo a rainha, sempre feliz pelos cômodos do

    castelo, sempre pronta para ajudar qualquer um,

    até os criados?

    A porta do outro lado da sala abriu. Mas não

    foi a mãe que saiu de lá.

    – Clarity! – Elias correu até ela, quase

    tropeçando com o sapato formal demais que usava

    – Finalmente te achei! – A princesa o sentiu

    abraçando-a.

    Clarity abraçou seu noivo, feliz por não ter

    que passar pelo luto sozinha. Isso porque ela não

    contava com seu pai para lhe fazer companhia.

    – Não desejo que passe por isso sozinha. Eu

    quero fazer-lhe companhia neste momento sombrio

    – Ele murmurou, sua voz suave e calma.

    – Elias... Obrigada. Peço apenas que fique

    ao meu lado durante o período de luto.

    Ele a guiou até um banco em frente ao

    caixão e os dois sentaram-se lá, lado a lado. Clarity

    aninhou a cabeça no ombro do noivo e dormiu, os

    pensamentos turvos com as lembranças de sua

    amada mãe e as lágrimas que começavam a cobrir-

    lhe o rosto.

    Clarity acordou de manhã se sentindo

    melhor. Estava em seu quarto, então imaginou que

    Elias a tivesse levado para lá em algum momento.

    Apesar de ainda estar sentindo a dor da

    perda, ela agora conseguia se concentrar em

    coisas mais importantes, como comer o café da

    manhã. Ela se vestiu com um vestido azul simples

    e desceu até a sala de refeições. Não havia

    4

    ninguém lá, mas os pratos em cima da grande

    mesa retangular estavam sujos e não sobrara muita

    coisa. Provavelmente, ela acordara tarde e todos já

    haviam acabado de comer. Mesmo assim, se sentiu

    um pouco traída por Elias não a tivesse esperado

    para tomar o café da manhã. Sentou-se e comeu,

    mesmo que sem companhia, pensando em qual

    seria a reação da meia-irmã ao saber que a

    madrasta morrera. Ela ficaria sabendo nos

    próximos dias, quando a carta chegasse no castelo

    do Barão Rick, onde ela estava morando para

    aprimorar seus estudos. Clarity achava que ela não

    se importaria.

    Ao terminar, Clarity decidiu procurar Elias.

    Ela imaginou que sair para cavalgar nos campos do

    castelo seria uma atividade legal e daria

    privacidade aos dois. Afinal, logo o castelo estaria

    agitado com os preparativos para o funeral. O

    funeral... Ela evitou pensar nisso e na grande

    quantidade de parentes de sua mãe que chegariam

    nos próximos dias para o evento. O castelo ficaria

    lotado e ela odiava quando sua casa ficava cheia

    de visitas.

    Ela subiu a escadaria que levava aos quartos

    e bateu na porta do de Elias. Ninguém respondeu.

    Bateu de novo, e novamente não houve resposta.

    Ignorando todas as regras de etiqueta, ela abriu as

    portas e entrou no aposento. Não havia ninguém.

    Talvez ele estivesse conversando com o avô dela.

    Ao entrar no quarto do avô, viu que ele estava

    dormindo. Ela desceu até a entrada do castelo,

    murmurando um bom dia quando passou pela tia.

    Ela olhou os guardas que estavam de plantão no

    portão e constatou que seu guarda favorito, Serjin,

    5

    estava de plantão. Ela foi até ele e disse, feliz de

    poder usar uma linguagem informal:

    – Cara, você pode ir lá na vila ver se o Elias

    tá visitando o pai?

    – Claro, mas vai ter um preço... – Ele

    estendeu a mão e Clarity colocou algumas moedas

    de ouro nelas – Valeu. Volto em duas horas no

    máximo. Aê, Raimundo! Cobre a minha saída aqui

    rapidão – Ele disse para o guarda a seu lado e foi

    andando a caminho da vila.

    Clarity passou as próximas horas procurando

    o noivo pelo castelo. Ela não achava realmente que

    ele estivesse na vila; afinal, Elias não a

    abandonaria em um dia como aquele. Ele sabia que

    ela precisava dele. A princesa conseguiu que vários

    dos serventes a ajudassem em sua busca, mas

    ninguém foi capaz de encontrá-lo. Já era fim da

    manhã, e Serjin ainda não voltara. Quando a

    princesa se sentou para almoçar com a família,

    contou que não conseguia encontrar Elias.

    Para

    sua

    surpresa,

    todos

    estavam

    preocupados com seu sumiço. Até seu pai, a quem

    ela sabia que não aprovava que ela se casasse

    com um camponês. Seu tio se ofereceu para reunir

    um grupo de procura para ir atrás de Elias, e o pai

    de Clarity disse que iria junto e que faria qualquer

    coisa para ajudar a encontrá-lo. Até seu avô queria

    participar, mas sua avó não deixou, não querendo

    que o marido fizesse muito esforço.

    No fim, a princesa passou a tarde toda no

    estábulo, escondida entre o feno com o gato do

    celeiro em seu colo e com a cabeça enfiada entre

    as páginas de um livro, mesmo que não

    conseguisse se concentrar o suficiente para lê-lo.

    6

    Não

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