Poemas Vagabundos Numa Cidade Estranha
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Poemas Vagabundos Numa Cidade Estranha - Breno Ferreira Da Silva
POEMAS
VAGABUNDOS
NUMA CIDADE ESTRANHA
o
1 edição (2019)
Tapiramutá – BA
Breno Ferreira Da Silva
Poemas Vagabundos Numa Cidade Estranha
1
Todos os direitos reservados ao autor da obra .
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Diagramação, revisão e capa: Breno Ferreira Da Silva.
Data da primeira publicação: 27 de Setembro de 2019.
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Número de páginas: 131
Edição: 1(2019)
ISBN: 978-65-00-05002-8
Formato: A5 (148x210)
Coloração: Preto e branco
Acabamento: Brochura c/ orelha
Tipo de papel: Offset 75g
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I. Literatura Brasileira. II. Poesia.
Email para contato: brenko51@yahoo.com
Instagram e facebook:
@breno2001br
1
Lei Federal 9.610, Art. 7; 19 de fev. de 1998.
2
image198.jpegBreno Ferreira Da Silva
Dedico esta obra ao Tempo, esse miserável que
2 consegue ser bom e ruim a si mesmo .
2
Ou: ao mesmo tempo.
3
Poemas Vagabundos Numa Cidade Estranha
4
Breno Ferreira Da Silva
E agora José?
(E agora José? Carlos Drummond de Andrade)
Ia mastigando o meu desespero, com uma espécie de gula mórbida; evocava os dias, as horas, os instantes de delírio, e ora me comprazia em crer que eles eram eternos, que tudo aquilo era um pesadelo, ora, enganando-me a mim mesmo, tentava rejeitá-los de mim, como um fardo inútil.
(Memórias Póstumas de
Brás Cubas, Machado de Assis, pág. 38)
5
Poemas Vagabundos Numa Cidade Estranha
6
Breno Ferreira Da Silva
Um Prefácio Qualquer
Havia um homem numa cidade, não me pergunte o nome dele e nem o da cidade porque eu não sei; quer dizer eu sei, mas não quero dizer – e se contente com isso. Este homem era estranho, via as coisas de outro modo e sentia tudo como se ele mesmo fosse um universo. Fora da banalidade, do senso comum e medíocre que o cercava todos os dias, escrevia poesias, alguns textos e tinha um grande amor no peito. Ah, amava com tanta intensidade que as palavras se faziam insuficientes para explicar os seus sentidos da alma!
Mas ele estava doente
há alguns dias, refugiando-se nessa cidade nos piores momentos da sua vida, enquanto caminhava sozinho nas ruas, perambulando feito um vagabundo, a criar poemas loucos o suficiente para explicar sua tristeza.
Ele não os achava bons, escrevera-os diante da jaula de sua infelicidade... e o que um homem triste acha bom? Nada é suficiente para a sua pessoa, não há nenhum remendo para tapar o buraco de seu coração senão a resolução de sua questão e a sua proximidade com o amor – algo que, durante esse período, fora complicado para o nosso vagabundo.
7
Poemas Vagabundos Numa Cidade Estranha
Tinha certo gosto por escrever; no seu pensamento cada poesia era uma sepultura que guardava um morto: um dado momento vivido que se encontrava no passado.
Lembranças eram momentos mortos para ele, sabia disto, mas gostava de ter as recordações desses mortos consigo.
Foi então que, por falta de empenho em outra atividade qualquer, se atreveu – como atrevido que era – a escrever todas as suas miseráveis emoções. Era dotado de certo pessimismo, que o deixara desengonçado perante um sonho que este queria viver.
Nos seus momentos de tristeza, de silêncio e inquietação, bebia um café e saía pelas ruas a tomar a friagem da noite na cara – como se a frieza das coisas não fossem bastante para o seu trágico viver –, pensava demais e tinha surtos poéticos quase sempre.
Nesses delírios, nessas insônias repletas de poesias, ele resolvera escrever algo semelhante não a si – por reconhecer ser complexo demais –, mas à sua situação de calamidade sentimental.
Fazia os poemas com rapidez; seria uma metralhadora se não fosse uma máquina de escrever. Máquina quebrada que escrevia sozinha os pensamentos que sempre lhe vinham à cabeça.
Já a cidade na qual se refugiara era estranha, era doida demais; uma selva urbana
repleta de predatórias vontades. Ora estava escandalosa, com pessoas enlouquecidas gritando e xingando – enquanto ele observava com os olhos o horrendo espetáculo – e ora
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Breno Ferreira Da Silva se mostrava silenciosa ao seu coração; porque o verdadeiro barulho