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7 melhores contos de Raul Brandão
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E-book56 páginas1 hora

7 melhores contos de Raul Brandão

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Sobre este e-book

Na coleção Sete Melhores Contos o crítico August Nemo apresenta autores que fazem parte da história da literatura em língua portuguesa.Neste volume temos Raul Brandão, um escritor português, famoso pelo realismo das suas descrições e pelo lirismo da linguagem. Deixou uma extensa obra literária e jornalística que muito influenciou a literatura em língua portuguesa com o seu lirismo e profundidade filosófica, marcando o seu comprometimento ético e social, numa linguagem forte de contrastes, contradições e rupturas que prefiguram a modernidade do sec XX.Não deixe de conferir os demais volumes desta série!Os contos presentes nessa obra são:As Mulheres.A Árvore.Os Pêssegos.O Homem do Cancro.Natal dos Pobres.O Ladrão e a Filha.A Morte.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento8 de jun. de 2020
ISBN9783969177945
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    7 melhores contos de Raul Brandão - Raul Brandão

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    O Autor

    Filho de José Germano Brandão, negociante, e de Laurinda Laurentina Ferreira de Almeida Brandão, Raul Germano Brandão nasceu a 12 de Março de 1867, na Foz do Douro, localidade onde passou a sua adolescência e mocidade. Sendo descendente de pescadores, o mar foi um tema recorrente da sua obra.

    Depois de uma passagem menos feliz por um colégio do Porto, Raul Brandão gravita para o grupo dos nefelibatas, sendo sob o seu signo que desperta para o mundo das letras e publica as suas primeiras obras. Em 1891, terminado o curso secundário e depois de uma breve passagem, como ouvinte, pelo Curso Superior de Letras, matricula-se na Escola do Exército. Com este ingresso, ao que parece a contragosto, inicia uma carreira militar caracterizada por longas permanências no Ministério da Guerra envolvido na máquina burocrática militar. Nas suas próprias palavras: no tempo em que fui tropa vivi sempre enrascado. Paralelamente, mantém uma carreira de jornalista e vai publicando extensa obra literária. Encontra-se colaboração da sua autoria no semanário O Micróbio [3] (1894-1895) e nas revistas Brasil-Portugal[4] (1899-1914), Revista nova [5] (1901-1902), Serões [6] (1901-1911) e Homens Livres [7] (1923).

    Em 1896 foi colocado no Regimento de Infantaria 20, em Guimarães, onde conhece Maria Angelina de Araújo Abreu, com quem se casa a 11 de Março de 1897. Inicia, então, a construção de uma casa, a Casa do Alto, na freguesia de Nespereira, nos arredores daquela cidade. Aí se fixará em definitivo, embora com prolongadas estadias em Lisboa e noutras cidades. Reformado no posto de capitão, em 1912, inicia a fase mais fecunda da sua produção literária.

    Raul Brandão visitou os Açores no Verão de 1924, numa viagem feita a título pessoal, mas que coincidiu, em parte, com a Visita dos Intelectuais então organizada sob a égide dos autonomistas, particularmente de José Bruno Carreiro e do seu jornal, o «Correio dos Açores». Dessa viagem, que durou cerca de dois meses (mais demorada, portanto, que a dos intelectuais convidados por Bruno Carreiro), resultou a publicação da obras As ilhas desconhecidas - Notas e paisagens (Lisboa, 1927), uma das obras que mais influíram na formação da imagem interna e externa dos Açores. Basta dizer que é em As ilhas desconhecidas que se inspira o conhecido código de cores das ilhas açorianas: Terceira, ilha lilás; Pico, ilha negra; S. Miguel, ilha verde...

    Faleceu de um aneurisma na Rua de São Domingos à Lapa, número 44, primeiro, a 5 de Dezembro de 1930, aos 63 anos de idade, após sofrer uma síncope cardíaca, no dia anterior. Foi sepultado no Cemitério dos Prazeres, e, em 1934, trasladado para o Cemitério de Guimarães, onde repousa até hoje.

    As Mulheres

    Ao vir a noite põem-se as prostitutas a cantar; entre as pedras ressequidas e o ruído humano põem-se as prostitutas a cantar. São pobres seres de descalabro e piedade, lama que o homem gera de propósito para o gozo. A treva leva e dispersa essa toada em farrapos, os flocos de tristeza, que são como a alma, a aflição da noite, a soluçar. Noite... Remorsos, sonhos, soou a vossa hora! De blocos negros se constrói outra cidade... Há ainda claridades esparsas, que a Sombra calada, a tatear, de súbito afoga sem rumor. E de entre as meias portas surgem fisionomias como só o remorso as cria: diríeis, de tristes e cansadas, que se vão diluir como as das mortas.

    E a hora de o gato-pingado descer as escadas a passos cavos, de o Gebo contar sempre a mesma história desconexa, de os pobres saírem à procura de pão...

    No escuro as mulheres falam para se esquecerem. Às vezes somem-se as bocas e da treva irrompe aquela voz de tragédia, como se a treva falasse, ao que dum canto a escuridão responde:

    – Ó tu!...

    – Que é?

    – Lembrou-me agora uma coisa.

    – O quê?

    – Nesta vida sabeis o que há de

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